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Patologias do Sistema Reprodutor Feminino e Masculino

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SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
 
 O trato reprodutivo do macho pode ser dividido em três partes principais com base não 
somente na localização anatômica, mas também com base nas características funcionais 
e nas doenças mais importantes. As três principais regiões são o escroto e seu conteúdo; 
as glândulas genitais acessórias; e o pênis e prepúcio (FOSTER, 2009). 
 As alterações reprodutivas podem apresentar consequências variadas, que se estendem 
da ausência de sinais clínicos, comprometendo somente a fertilidade do animal e passando 
despercebidas ao proprietário, até manifestações clínicas agudas, que podem conduzir a 
morte (NASCIMENTO e SANTOS, 2003). 
Anomalias do Desenvolvimento 
Criptorquidismo- É uma alteração reprodutiva caracterizada pela ausência do 
deslocamento de um ou de ambos os testículos (Figura) da cavidade abdominal para o 
escroto. (NASCIMENTO et al, 2011). É evidente que o criptorquidismo em cães é 
hereditário, pois ocorre mais em determinadas raças, com maior frequência em certas 
famílias e a seleção dos animais criptorquídicos ou não pode aumentar ou diminuir, 
respectivamente (JOHNSON, 2006). Não foi comprovada evidência de causa hereditária 
em gatos, mas a raça persa e animais de determinadas famílias parecem ser predispostos 
(VERTEGEN, 2008). 
Figura: Cão com criptorquidismo. 
 
Fonte: Mundo Bull, 2021. 
 
Hipoplasia Testicular- Hipoplasia testicular é uma patologia dos testículos, que é 
caracterizada pela ausência ou diminuição do desenvolvimento do epitélio germinativo 
dos túbulos seminíferos. Clinicamente, o reprodutor apresenta diminuição do 
volume testicular e, consequente, bloqueio parcial ou total da espermatogênese 
(SANTOS, 2005). As causas suspeitadas da hipoplasia testicular são: infecções e 
intoxicações transplacentárias, deficiência de zinco, insuficiência hormonal, cariótipo 
anormal e distúrbios vasculares. 
 A hipoplasia testicular pode ser diferenciada da degeneração porque nesta última 
sempre há áreas de fibrose, principalmente espessamento da membrana basal. Na 
hipoplasia verifica-se ausência completa do epitélio germinativo, havendo apenas células 
de Sertoli no interior dos túbulos seminíferos. O quadro espermático é semelhante ao de 
uma degeneração testicular, porém pode ser diferenciado pelo seu caráter irreversível 
(BALBINOT, 2011). 
Figura: Hipoplasia testicular em bovino de corte. 
 
Fonte: OLIVEIRA et al, 2011 
 
 
 
 
 
Alterações Hemodinâmicas 
Isquemia testicular- A isquemia é uma consequência da torção testicular. A torção 
resulta em um infarto venoso, com testículo e epidídimo tornando-se hemorrágicos 
(FOSTER, 2012). Devido à obstrução venosa, edema e inflamação, o testículo na maioria 
das vezes apresenta-se aumentado de tamanho e podendo evoluir para necrose testicular 
nos casos de diagnóstico e tratamento tardios. (ROMERO, 2008). 
Infarto Testicular- Também chamado de torção testicular, é uma patologia rara em cães 
que ocorre em sua grande maioria, de forma repentina e, em animais senis ou 
criptorquídicos. A etiopatogenia de tal condição acontece quando há uma contração do 
músculo cremaster que pode causar rotação do testículo em torno do eixo do cordão 
espermático, prejudicando, dessa forma, o retorno venoso. O edema resultante dessa ação 
causa compressão dos vasos sanguíneos e pode levar a uma ruptura vascular, hemorragia 
intersticial, isquemia local e infarto testicular. A resolução da torção testicular é uma 
emergência médica e requer intervenção cirúrgica, sendo a orquiectomia bilateral a 
terapêutica de eleição (VILOTTI et al, 2018). 
Figura: Torção testicular com consequente isquemia. 
 
Fonte: SANCHES e COSTA, 2017. 
 
 
Alterações Inflamatórias 
Orquite- A infecção dos testículos e epidídimos pode ser decorrente de ferimentos 
penetrantes, adquirido via hematológica ou resultarem de uma disseminação via 
urogenital (JOHNSON, 2006). Esta alteração é mais comum em cães do que em gatos, 
sendo os agentes etiológicos mais freqüentes Mycoplasmas, Brucella canis, Blastomyces, 
Ehrlichia, Proteus sp., além do vírus da cinomose e Leishmania SP. Gatos com peritonite 
infecciosa frequentemente apresentam estas enfermidades (NASCIMENTO et al 2011). 
Os sinais clínicos variam de acordo com a cronicidade da infecção. Nos casos agudos, o 
testículo ou epidídimo encontram-se firmes, quentes, edemaciados e a pele escrotal 
inflamada, podendo ainda ocorrer febre e letargia. Nos casos crônicos, o escroto 
geralmente está normal, o testículo torna-se mole e atrófico e o epidídimo mais firme e 
proeminente do que o normal. A infertilidade é comum tanto nas lesões agudas quanto 
crônicas, podendo ser uma queixa apresentada (JOHNSON, 2006). 
Figura: Orquite em bovino. 
 
Fonte: Revista Agropecuária, 2021; 
 
 
 
Funiculite- É a inflamação do cordão espermático. Ocorre geralmente após orquiectomia 
sem cuidados de antissepsia. embora infrequente é possível a ascensão do processo 
infeccioso do cordão espermático para o abdômen resultando em quadros de peritonite 
ou formação de abscessos (GONZAGA et al, 2018). 
 
Alterações Degenerativas 
Degeneração Testicular- A degeneração testicular é o conjunto de alterações do 
parênquima testicular que causam disfunções bioquímicas e variações estruturais nas 
células da linhagem germinativa, levando o tecido normal a um estado funcional menos 
ativo. A degeneração testicular pode ser manifestar uni ou bilateralmente, sendo 
temporária ou permanente (GARCIA, 2017). Conforme o processo avança, a perda de 
células germinativa se intensifica, com possível acúmulo destas na luz dos túbulos e 
consequente redução na espessura do epitélio seminífero. Em casos mais graves, há perda 
de todas as células do epitélio germinativo. Dentre as características mais afetadas pela 
degeneração testicular, uma das que mais sofre impacto é a morfologia espermática. Uma 
vez que a morfologia normal dos espermatozoides é um dos componentes mais 
importantes para a fertilidade dos touros (ARRUDA et al, 2015). 
Figura- Histologia de caprino com degeneração testicular. 
 
Fonte: Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, 2016. 
 
 
 
Alterações proliferativas 
Neoplasia do Testículo e Bolsa Escrotal- As neoplasias da bolsa escrotal são mais 
comuns em cães, sendo mastocitoma, melanoma e hemangiossarcoma os mais freqüentes. 
Estas neoplasias têm grande potencial de malignidade e geralmente estão associadas a um 
prognóstico desfavorável (Nascimento et al, 2010). 
 Os tumores testiculares são os segundo mais freqüentes em cães idosos, perdendo 
apenas para os tumores cutâneos, sendo raro em gatos. A idade média de diagnóstico é 
com 10 anos e normalmente são achados acidentais. Frequentemente pode haver o 
desenvolvimento de mais de um tipo de neoplasia em cães velhos, sendo comum o achado 
de diferentes neoplasias em cada um dos testículos ou mais de um tipo de neoplasia em 
um único testículo (Nascimento et al 2010). 
Figura: Neoplasia testicular em cão. 
 
Fonte: UFRGS, 2012. 
 
Seminomas- Os seminomas surgem a partir de células germinativas testiculares e podem 
ocorrer tanto nos testículos criptorquídicos quanto nos escrotais. São geralmente 
solitários, mas pode ser bilaterais e coexistir com outros tipos tumorais. São macios, com 
superfície de corte brilhante, castanho-acinzentado-rosada, multilobulada e não 
encapsulada, raramente ocorre sinais de feminilização ou metástase (FOSSUM, 2005). 
 
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
 O sistema reprodutor nas fêmeas é composto por ovários, tubas uterinas, útero, vagina, 
vestíbulo e vulva. De forma geral a função do sistema reprodutivo na fêmea é fornecer 
um local para a concepção, desenvolvimento e eventual liberação de uma cria viável. Já 
a função do sistema reprodutivo feminino gira em torno da produção e transporte dos 
espermatozoides (FOSTER, 2009). 
 
Anomalias do Desenvolvimento 
 
Hermafroditismo-Hermafroditismo ou intersexo é um termo geral que inclui várias 
anomalias congênitas do sistema genital, usado para definir animais que apresentam 
características sexuais ambíguas (MICKELSEN e MEMON, 1997). Sob a denominação 
de intersexo estão enquadrados os hermafroditas verdadeiros, os pseudo-hermafroditas e 
outras formas de reversão sexual (ROSNINA et al., 2004). Os hermafroditas verdadeiros 
são indivíduos com tecido testicular e ovariano ou combinados em uma única gônada 
(ovotestis) ou existentes em gônadas separadas (BEARDEN e FUQUAY, 2000). Na 
maior parte do mundo, o Hermafroditismo Verdadeiro (HV) é uma causa rara de 
ambigüidade genital, variando de 2% a 10% os casos de intersexo. Está incluído entre os 
distúrbios da determinação gonodal, porém com etiopatogenia ainda desconhecida 
(DONAHOL et al, 1978). 
Figura: Hermafrodita Verdadeiro Figura: Pseudo-hermafrodita canino. 
 
Fonte: UFRGS, 2011. Fonte: Revistas UFG, 2021. 
 
Freemartinismo- O freemartinismo é uma das mais severas formas de anormalidade 
sexual em bovinos. Essa condição causa infertilidade em fêmeas nascidas de parto 
gemelar com macho. Quando o feto fêmea divide o útero com um feto macho, eles 
também dividem as membranas placentárias (FOSTER, 2011). 
 Nos primeiros meses de gestação, o feto de cromossomos XY (macho) começa a 
secretar o hormônio masculino testosterona na corrente sanguínea. Como há uma troca 
natural de fluxos entre as placentas, a testosterona acaba inibindo o desenvolvimento 
genital do feto feminino. Outro fator é a transfusão de células germinativas do feto 
masculino (XY) para o feto feminino (XX), produzindo assim um quimerismo XX/XY 
(isto é, indivíduo com células com cromossomos XX e outras com XY). A ação dessas 
células com o cromossomo Y no feto feminino também inibe o desenvolvimento do trato 
genital. Nesses casos, as chances de essa fêmea não reproduzir, ser estéril, são grandes, 
entre 90% e 95% (FOSTER, 2011). 
 
Figura: Bezerra Freemartin com formação hiperplásica da vagina. 
 
Fonte: EducaPoint, 2018. 
 
 
 
Alterações Hemodinâmicas 
Hiperemias- Hiperemia e edema endometrial ocorrem normalmente no estro 
(JOHNSON, 2006) e podem atingir desenvolvimento relativo na cadela durante o pró-
estro. A diapedese e esfoliação endometrial resultante representam a hemorragia uterina 
no pró-estro desta espécie. Pode ocorrer hemorragia devido a uma torção e inversão, além 
da ruptura da artéria uterina (SCHLAFER; FOSTER, 2015). 
Edema Uterino- No diestro (ação da progesterona) as pregas endometriais não são 
identificadas, apresentando ecotextura homogênea. Contrastando com isso, durante o 
estro (ação estrogênica) as pregas endometriais podem ser visualizadas como áreas 
ecogênicas em conjunto com áreas anecóicas, caracterizando o edema uterino de 
ecotextura heterogênea. O edema uterino surge inicialmente na fase final do diestro e 
aumenta à medida que o estro avança, diminuindo entre 48 e 24 horas antes da ovulação, 
não devendo persistir por mais de 36 horas após a ovulação (SAMPER, 1997). 
Alterações Inflamatórias 
Vaginite- Inflamação da vagina, ocorre em cadelas sexualmente intactas ou castradas, de 
qualquer idade ou raça e durante qualquer estágio do ciclo reprodutivo, sendo uma 
afecção rara em gatas. Esta alteração não é tão comum em conseqüência do baixo pH e 
imunidade da mucosa e pode ser resultante de infecções virais ou bacterianas, por agentes 
inespecíficos e oportunistas (SANTOS et al, 2011). Outras etiologias podem estar 
associadas a vaginite, como imaturidade no trato reprodutivo; estimulação androgênica; 
irritação química ou mecânica e anormalidades anatômicas da vagina ou vestíbulo 
(JOHNSON, 2006). 
 O diagnóstico é dado a partir do histórico clínico e dos achados no exame físico, como 
hiperemia da mucosa e corrimento vulvar mucóide, mucopurulento ou purulento, sendo 
rara a presença de sangue. Exames como citologia vaginal e vaginoscopia podem ser úteis 
no diagnóstico, além disso, deve-se tentar diferenciar outros distúrbios sistêmicos que 
estão associados a sinais semelhantes (PURSWELL, 2008). 
Mastite- A infecção bacteriana ou fúngica das glândulas mamárias é denominada mastite. 
A disseminação dos patógenos ocorre por via hematogênica de infecções bacterianas ou 
através de ascensão pelo canal das tetas (LINDE-FORSBERG e ENEROTH, 2008). 
Normalmente é uma afecção inespecífica e causada por agentes oportunistas, 
principalmente Escherichia coli, Streptococcus, Staphilococcus (SANTOS et al, 2008). 
É comum em cadelas e rara em gatas, podendo acometer uma ou mais glândulas lactantes, 
sobretudo no período pós-parto ou em fêmeas com pseudociese. Os fatores 
predisponentes incluem congestão da glândula mamária, estase do leite, traumatismo e 
más condições sanitárias. (LINDE-FORSBERG e ENEROTH, 2008). 
Figura: Exame para diagnosticar mastite em bovinos. 
 
Fonte: Embrapa, 2018. 
 
Alterações Degenerativas 
Prolapso Vaginal- Durante o proestro e estro, quando a fêmea se encontra sob 
estimulação estrogênica, algumas cadelas desenvolvem uma prega ventral edematosa na 
vagina distal imediatamente cranial a abertura da uretra que pode tornar-se grande o 
suficiente para projetar-se na abertura vulvar (PURSWELL, 2008). O prolapso vaginal 
envolve a protrusão de 360 graus da mucosa enquanto a hiperplasia vaginal pode se 
originar de um coto de mucosa no assoalho da vagina, ambas geralmente craniais à papila 
lateral (FOSSUM et al, 2005). 
Prolapso Uterino- O prolapso uterino é a eversão e protrusão de uma porção do útero 
através cérvix para o interior da vagina (JOHNSON, 2006). Esta afecção ocorre mais em 
gatas do que em cadelas, não havendo predisposição etária conhecida. O prolapso uterino 
é raro e ocorre normalmente durante ou próximo do parto, geralmente com um trabalho 
de parto prolongado. Um ou ambos os cornos uterinos podem prolapsar e se situar na 
vagina cranial e ou serem evertidos através da vulva, mas para que isto ocorra, a cérvix 
deve estar dilatada (FOSSUM, 2005). 
Figura: Prolapso uterino em vaca. 
 
Fonte: CPT, 2014. 
Alterações Proliferativas 
Piometra- Dentre as alterações proliferativas não neoplásicas do útero, o complexo 
hiperplasia endometrial cística (HEC) - piometra é a alteração mais comum (SANTOS et 
al, 2011), sendo caracterizado como um distúrbio de útero de caráter agudo e 
emergencial, podendo resultar no óbito do animal acometido (JOHNSON, 2006). Ocorre 
freqüentemente em fêmeas com idade reprodutiva, principalmente as idosas e nulíparas. 
Em cadelas e gatas, a faixa etária de maior acometimento é entre 6 e 11 anos. 
 Em cadelas, o risco de desenvolvimento da piometra aumenta com a idade, 
provavelmente devido à repetida estimulação hormonal no útero (FOSSUM, 2005). Já a 
piometra felina é menos freqüente do que a canina, pois o desenvolvimento do tecido 
luteal exige cópula ou ovulação induzida artificialmente; no entanto, gatas tratadas com 
progestágenos contra dermatopatias apresentam incidência aumentada de piometra 
(FOSSUM, 2005). 
Neoplasias Uterinas- As neoplasias uterinas são pouco frequentes em cadelas e gatas, 
ocorrendo em animais de meia idade a idosas, sem predisposição racial, sendo a maioria 
encontrada como achado acidental na necropsia (FOSSUM, 2005). Os leimiomas são os 
mais freqüentes, em especial na cadela. Trata-se de uma neoplasia benigna de células 
musculares lisas bem diferenciadas, dispostas em feixes (SANTOS et al, 2008). 
Macroscopicamente são nódulos esbranquiçados, firmes, bem delimitados e de 
crescimento lento, podendo se projetar no interior do lúmen uterino em um pedículo ou 
fazer com que a parede se invagine externamente. Normalmente são múltiplos, não 
apenas no útero, mas também nas cérvix e vagina (FOSTER, 2009). Normalmente são 
assintomáticas, entretanto tumores grandes podem comprimir sistemaurinário e 
gastrointestinal. O diagnóstico é realizado a partir da anamnese, exames físicos e 
laboratoriais, radiografia, ultrassonografia. O tratamento de eleição é a OSH, devendo 
este material ser encaminhado para a análise histopatológica (JOHNSON, 2006). 
 
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