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1 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Síndromes clínicas de insuficiência hepática Insuficiência hepática • É a perda da função hepática por conta de uma lesão (dano) agudo ou crônico. Insuficiência hepática ocorre em: • Quadro agudos (ex: necrose hepática) • Lesões difusas • Quadros crônicos (ex: cirrose hepática) É preciso de 75% de comprometimento do parênquima hepático. Consequências • Distúrbios do fluxo biliar (colestase e icterícia) ; • Manifestações neurológicas (encefalopatia hepática e hipoglicemia) ; • Alterações hemostáticas e hemodinâmicas (hemorragia, • hipoproteinemia e edema) ; • Manifestações cutâneas (fotodermatite e dermatite necrolítica superficial). Distúrbio do fluxo biliar - Colestase e icterícia - Pigmentação dos tecidos moles por pigmento amarelado -> bilirrubina - A bilirrubina é derivada do processo de degradação de eritrócitos que são removidos por células do sistema fagocítico mononuclear do baço, medula óssea e do fígado. - A bilirrubina indireta (não conjugada) é liberada no sangue e fica ligada a albumina. A bilirrubina é conjugada com o ácido glicurônico nos hepatócitos, secretada na bile para o intestino e convertida em urobilinogênio. Ele é reabsorvido pela circulação portal e volta novamente para o intestino (circulação êntero-hepática) Causas de hiperbilirrubinemia e icterícia ➔ aumento de bilirrubina na circulação e deposição de bilirrubina nos tecidos dando a cor amarela 1- Hemólise (causa pré-hepática). - Quando a hemólise é excessiva a quantidade de bilirrubina formada é superior a capacidade do fígado de metabolizar e excretar a bilirrubina e o excesso de bilirrubina não conjugada pelo fígado se deposita nos tecidos e dá a cor amarela. - Os macrófagos (células) dos órgãos que fazem hemocaterese (fígado, baço, medula óssea) produzem bilirrubina 1 ➔ Sistema monocítico macrofágico (macrófagos dos órgãos) 2 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ - O excesso de bilirrubina vai causar sobrecarga do fígado e não no baço. 2- Icterícia pós hepática (obstrução de vias biliares) - O fluxo da bile fica retardado (colestase) por obstrução dos ductos biliares extra hepáticos. 3- Icterícia hepática (qualquer lesão hepática) ** Colestase Retardamento do fluxo de bile Distúrbios hemostáticos e hemodinâmicos 1- Hemorragias - Em quadros de hemorragia aguda: - O fígado produz fatores de coagulação e em quadros de insuficiência hepática esse mecanismo fica afetado. - Na insuficiência aguda (geralmente de causa necrótica) há consumo de grande quantidade de fatores de coagulação em hemorragias que se associam com a necrose. Consumo excessivo de fator de coagulação e diminuição da produção do fator de coagulação leva a diástase hemorrágica (hemorragia generalizada). - Macroscopia: áreas hemorrágicas petéquias e equimoses nas serosas e hemorragia na mucosa intestinal, fígado pálido. - Pode ocorrer hemorragia intestinal por insuficiência hepática, mas não há espessamento da parede intestinal e aumento dos linfonodos mesentérios. 2 - Hipoalbuminemia e edema - Ocorre em doença hepática difusa grave - Rim produz albumina e a produção pode cair - Leva a ascite ➔ Mais em insuficiência hepática crônica/difusa grave por conta da meia vida da albumina ser longa. Ascite é mais importante por: - Doença hepática crônica cursa com fibrose, que comprime e distorce os vasos do parênquima hepático (capilares sinusóides). A Circulação de sangue pelo parênquima hepático se torna mais difícil, a pressão da musculatura hepática aumenta e essa pressão é transferida para a veia porta que 3 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ manda sangue para o fígado e causa Hipertensão portal (aumento da pressão na veia porta). A hipertensão portal gera aumento da pressão hidrostática e transudação do líquido passa para a cavidade abdominal/peritoneal. - O líquido que se acumula é um transudato modificado. - Transudato modificado: Entre um transudato e exsudato. É um liquido mais avermelhado, não é translúcido e transparente. Manifestações cutâneas 1- Fotossensiblização - Sensibilização da pele por pigmentos fotodinâmicos - Impregnação dos tecidos moles da pele por pigmentos fotodinâmicos - Fotodermatite – inflamação da pele causada por ativação de pigmentos fotodinâmicos pela luz UV dos raios solares. O animal pode estar fotossensibilizado mas não desenvolver fotodermatite porque não se expôs ao sol. Tipos de fotossensibilização: Fotossensibilização primária: - O pigmento fotodinâmico é ingerido -> vai para circulação sanguínea -> se deposita nos tecidos. Fotossensibilização hepatógena (secundária) - Ocorre em animais com lesão hepática grave e obstrução biliar. A filoeritrina é um pigmento fotodinâmico oriundo do catabolismo da clorofila e é absorvido nos intestinos e eliminado pela bile. Em casos de insuficiência hepática grave/agudo vai haver retenção e filoeritrina que se acumula nos tecidos e se o animal for exposto ao sol o pigmento fotodinâmico irá reagir com os raios UV, causa uma perturbação da molécula gerando energia química e dano físico, inflamação na pele -> fotodermatite. Síndrome hepatocutânea (em carnívoros) - Distúrbio metabólico que afeta cães - Lesões crostosas em coxins, face, junções muco cutâneas, orelhas. - Prurido em infecção bacteriana secundária Macroscopia - Bandeira francesa. 4 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Ecefalopatia hepática - Lesão neurológica devido à uma lesão hepática difusa primária. - Patogenia: O fígado é responsável por detoxicação de substâncias tóxicas como a amônia. A amônia vem do intestino, é absorvida pela parede intestinal, passa pra a veia porta e chega no fígado que transforma a amônia em ureia. Em insuficiência, esse mecanismo não funciona bem, a metabolização da amônia em ureia não ocorre e acontece a Hiperamonemia, e acúmulo de amônia no LCR que causa lesão encefálica. - Na encefalopatia ocorre o acúmulo de amônia na corrente sanguínea, no LCR e no encéfalo. - Em animais que nascem com desvio porto sistêmico pode ter encefalopatia sem haver lesão hepática. Sinais clínicos • Depressão • Pressão da cabeça contra objetos • Andar a esmo Lesões sem significado clínico e alterações post mortem. Telangectasia - Dilatação cavernosa dos capilares sinusóides em áreas que não possuem hepatócitos. - Macroscopia: áreas deprimidas, de coloração vermelho ou vermelho-azuladas, tem contorno irregular e são distribuídas pelo parênquima hepático e na superfície capsular. - Manchas, de coloração vermelho escura, deprimidas, aspecto irregular distribuídas pela superfície cápsular 5 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Fígado de gato -> fígado amarelado, pálido, áreas vermelhas escuras. Cistos biliares congênitos - Achado acidental, podem ser solitários ou múltiplos. Causa: Má formação de ductos biliares intra- hepáticos. Macroscopia: parede de tecido conjuntivo delgada, tecido fibroso com liquido claro, seroso. Cistos biliares múltiplos no lobo lateral esquerdo do fígado de um cão. Lipidose de tensão Fígado de bovino. Área pálida amarelada, localizada na superfície da borda do órgão. Hepatócitos acumulando gordura ( área em amarelo) Macroscopia: Áreas focais bem demarcada, são pálidas ou amareladas, ficam próximas às bordas do fígado ou em qualquer local que exista ligamento de tecido conjuntivo ou aderência fibrosa. Causa: Comum em equino. Aderência de ligamentos na superfície do fígado pode repuxar o parênquimahepático que pode levar hipóxia local e degeneração hepatocelular. Manchas leitosas na cápsula hepática Macroscopia: Manchas esbranquiçadas subcápsulares, leitosas, algumas coalescentes. São áreas de cicatriz fibrosa deixadas devido a migração de Ascaris suum. A migração das larvas pelo parênquima causa necrose tecidual, induz a inflamação e cicatrização. 6 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Fibrose capsular - São placas grandes de tecido conjuntivo ou tem formato de franjas finas e longas de tecido conjuntivo que ficam aderidas à cápsula. - Causa: estão associadas com a migração e larvas de Strongylus edentatus e da cura com cicatriz de peritonite asséptica. Franjas e placas fibrosas no fígado e na superfície do diafragma. Hiperplasia cística mucinosa da vesícula biliar - Achado acidental em cães velhos ( 10 anos) - Macroscopia: mucosa espessada por múltiplos cistos, bile viscosa ou semiissólida. Estruturas císticas arredondadas de tamanho variado na mucosa da vesícula biliar. Hiperplasia nodular do fígado - É benigno - Nódulos de hepatócitos bem delimitados que ficam distribuídos de forma aleatória no parênquima. - Áreas elevadas ou pouco elevadas, únicas ou múltiplas com elevações pequenas, tem a mesma cor do parênquima ou ser avermelhado. - Macroscopia: nódulos hiperplásicos que são salientes na cápsula, esféricos ou ovoides e pequenos.. Alterações post mortem Embebição por bile Causa: Desvitalização da parede da bile e o pigmento impregna os tecidos adjacentes. Marcas da pressão das costelas 7 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Causa: distensão das vísceras abdominais que estão cheia de gás, e o fígado é empurrado contra a caixa torácica. Enfisema hepático post mortem - Bactérias saprófitas que invadem o fígado durante a putrefação e produzem gases. O fígado fica aumentado de volume e crepitante. Coliquação Causa: enzimas produzidas pelo tecido que causam coliquação. Tecido fica mole, flácido. Não vale a pena coletar fragmento do órgão com muitas alterações post mortem e levar para laboratório porque alterações post mortem mascara a ante mortem. Exceção - Espécie rara, determinação de juiz com finalidade pericial. Anomalias do desenvolvimento Desvio portosistêmico (shunts) Artéria hepática: leva sangue oxigenado para o fígado Veia porta hepática: Drena o sangue do trato digestivo e leva para o fígado. - Comunicação da veia porta com a circulação sistêmica (veia cava ou outra veia). - Pode ser congênita ou adquirida. - Os shunts desviam parte do sangue que iria pro fígado para a circulação sistêmica. - Encefalopatia hepática pode ocorrer em desvio portosistêmico por conta do sangue com substâncias tóxicas que iriam pro fígado ser neutralizado ser desviado para circulação sistêmica. - Pode haver atrofia hepática: o sangue que deveria ir para o fígado leva nutrientes. - Hiperamonemia e cristais de biurato de amônia podem ser eliminados na urina. 8 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Desvio portossistêmico adquirido - Causado por hipertensão portal - Pressão alta na veia porta. - Causada por doenças hepáticas crônicas que podem induzir fibrose, que comprime os capilares sinusóides e causa hipertensão portal. O sangue com dificuldade de passar pela veia porta acaba fazendo uma anastomose e desviando o sangue para circulação sistêmica. - As derivações congênitas são únicas e às vezes duplas, já as derivações adquiridas são múltiplas e com aspecto varicoso e tortuoso. Diferença do desvio congênito e adquirido. Adquirido - Vasos múltiplos, tortuosos, aspecto varicoso e dilatado. - Efeitos clínicos igual ao congênito, como a encefalopatia hepática. - A encefalopatia hepática ocorre porque ocorre hiperamonemia, a amônia é desviada pela circulação sistêmica sem sofrer detoxicação, causando lesão neurológica. - Animais, mas velhos tem chances de ter hepatopatia crônica. Congênito - Um vaso ou dois, são retos e não tortuosos. - Animal afetado na vida jovem. - Pode detectar por eco-doopler. Congestão - Fígado tumefeito. Aumentado de volume, bordas abauladas, mais vermelho. Gato que morreu após choque hipovolêmico. -> congestão hepática passiva aguda Congestão aguda - Ligada a quadros de choque e Insuficiência cardíaca direita. - Macroscopia: fígado tumefeito, aumentado de volume, borda abaulada, coloração vermelho escura e flui grande quantidade de sangue ao corte. - ICCD de curso crônico é a causa mais comum de congestão hepática 9 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ O que vemos em congestão passiva crônica: - Sangue pobre em o2 fica retido na região centrolobular (estase), se instala uma lesão hipóxia, se agrava em necrose e evolui para fibrose. Na região centrolobular tem coloração vermelho escura e fica deprimida. - Os hepatócitos da zona média e periportal, podem estar preservados, mas por conta da hipóxia podem ter distúrbio degenerativo e lipidose, acumulando gordura. Dando aspecto de fígado de noz noscada - Fígado em noz noscada é o aspecto de uma lesão hepática secundária a uma lesão cardíaca (insuficiência cardíaca congestiva do lado direito) Macroscopia: Fígado com bordas abauladas, cápsula espessa, coloração azulada. Fígado com lobulação evidente. Região centrolobular de coloração mais vermelho escura Hepatócitos de zona média e periportal pode ter necrose e fibrose com o passar do tempo. Macroscopia: Fígado com borda abaulada, borda arredondada, consistência firme por conta de fibrose, tem fibrina depositada sob a cápsula. Em hepatopatia crônica a fibrose, que distorce e comprime os capilares sinusóides, aumenta a pressão no circuito vascular hepático, aumenta a pressão da veia porta e pode causar hipertensão portal. A pressão aumentada favorece a transudação de líquidos para dentro da cavidade abdominal - > edema, ascite. O liquido é rico em fibrinogênio que pode se transformar em fibrina formando placas de fibrina (placas aderidas). - A fibrina pode evoluir para fibrose - A hepatopatia crônica em cães leva ascite - Leva a transudato modificado. - Acontece em cães Alterações degenerativas. Alterações de posição e ruptura - O fígado pode se deslocar em sentido cranial por aumento de volume em congestão aguda ou neoplasia. - Hérnia diafragmática - Ocorre mais em cães - As alças intestinais passam para a cavidade torácica, o lobo hepático pode passar junto, pode ocorrer estrangulamento do lobo, comprometimento do retorno venoso que leva a hiperemia passiva, hipóxia, degeneração e morte celular 10 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ - Macroscopia – o lobo fica com área escura, congesto, opaco e pode ter indicativo de necrose, pode evoluir para degeneração e necrose. - Lobo congesto pode romper, ter hemorragia e choque hipovolêmico. Torção do lobo hepático - Pouco frequente e ocorre mais em coelhos. Causa: manipulação excessiva por crianças. Macroscopia - Lobos hepáticos torcidos, as veias ficam ocluídas, causa congestão ou hiperemia passiva. Fígado com coloração vermelho escura Ruptura hepática - Geralmente é traumática -> atropelamento - Pode ocorrer espontaneamente em aumento de volume do órgão. - Macroscopia: solução de continuidade com áreas lineares, coágulos sanguíneos sobre as linhas de ruptura. - Ruptura menos acentuada/superficial: o sangramento é menor e o sangue se coagula sobre as linhas de ruptura e o coágulo entra em fibrinólise em 1 a 2 dias (até mesmo antes de ocorrer a necropsia) - A ausênciade coágulos na necropsia não exclui a possibilidade de ruptura hepática. - Na presença de alterações circulatórias é ante mortem mas na ausência não significa que foi realmente post mortem porque depende do tamanho da ruptura e a quantidade de sangue. - Uma ruptura hepática intensa pode levar a hemoperitôneo e choque hipovolêmico. Atrofia do lobo lateral direito do equino - Não causa danos 11 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ - Causa: falta de nutrientes, lesão nas vias biliares, comprometimento do fluxo sanguíneo da veia porta ou da artéria hepática. - Lobo lateral direito é bem desenvolvido em animal jovem, e a medida do desenvolvimento do animal o lobo sofre compreensão contra o diafragma pelo intestino por dilatação. A compreensão progressiva pode gerar hipotrofia dos hepatócitos da região e fibrose. - Macroscopia: Material brancacento no local do lobo lateral direito. Bilirrubina no fígado - Fígado de coloração alaranjada mas pode ter coloração esverdeada. - Macroscopia: Melanose - Pulmão e fígado. Áreas multifocais irregulares de coloração enegrecida, são planas Amiloidose - Deposição extracelular ou intersticial de material difícil degradação constituído de proteína. - Amiloidose primária e secundária. - Amilóide do tipo AA - Pode ser sistêmica • rim, fígado e baço - Macroscopia: Fígado aumentado de volume, bordas abauladas, áreas pálidas. - Coloração especial: vermelho congo e luz polarizada. Degenerações que formam vacúolos Degeneração hidrópica - É comum, em quadros febris agudo. - Ocorre consumo de ATP, disfunção das bombas eletrolíticas, ocorre influxo de sódio para dentro da célula e água. - O órgão fica mais pálido, com aspecto de cozido. No fígado, a degeneração hidrópica pura não é comum. Glicogenose hepática 12 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ - Causas: hiperadronocorticismo. Por corticoide endógeno e exógeno. - Neoplasias de hipófise que estimula a glândula adrenal ou neoplasia da adrenal. -> aumenta corticoide endógeno. - O metabolismo de carboidrato muda, as células hepáticas acumulam glicogênio. - Macroscopia: fígado mais pálido, marrom mais claro, bordas abauladas e na microscopia tem vacuolização. - A vacuolização da glicogenólise tem bordas poucos definidas e a degeneração hidrópica também. - O PAS pode diferenciar porque o glicogênio tem afinidade e degeneração hidrópica não Esteatose hepática Macroscopia: fígado amarelado proporcional a quantidade de gordura, consistência friável, borda abaulada, pode ter gordura na superfície corte Microscopia: vacuolização citoplasmática. O fígado é mais afetado porque ele é o órgão central de metabolismo de gordura. Causa: • Hipóxia (metabolismo de gordura precisa de ATP) • Nutrição deficiente -> dieta rica em gordura. • Deficiência proteica • Animais obesos -> muito excesso de gordura, se tiver estresse nutricional (animal sem comer por muitos dias) entra em balanço energético negativo e o fígado começa a catabolizar gordura para gerar ATP, muita gordura mobilizada causa aporte excessivo de ácidos graxos para célula hepática podendo gerar esteatose. • Diabetes -> dificuldade em utilizar glicose A lipidose hepática felina é comum em fêmeas obesas ou estressadas nutricionalmente. Fígado de gato amarelado e aumentado de volume e com bordas abauladas. Cetose bovina - Deposição de triglicerídeos nos hepatócitos. - Causas: privação de alimento que pode levar cetose com acidose metabólica. - Superalimentação que ocasiona deposição de gordura nos estoques do organismo seguida de privação súbita de energia. Ocorre na lactação ou no final da gestação e isso estimula a mobilização de gordura contidas 13 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ nos depósitos orgânicos gerando aumento de ácidos graxos no fígado. Sinais: nervosismo, excitabilidade, incoordenação motora e cegueira. Macroscopia: Fígado amarelado, esteatose intensa. Depósito de triglicerídeos nos hepatócitos. Necrose Causas de necrose: intoxicação, drogas, agentes infeciosos. Padrões de distribuição da necrose hepatocelular Focal ou multifocal - Tem distribuição focal ou multifocal no parênquima hepático - Os focos não seguem um padrão, se distribuem de forma aleatória. - Comum em vírus, protozoários e bactérias. Macroscopia: • Áreas pálidas e bem demarcadas Necrose zonal - Não é aleatório e afeta áreas bem definidas. - A zona 3 (área centrolobular) é mais acometida porque o centro do lóbulo é mais sensível a tóxicos e hipoxia por estar mais distante do suprimento sanguíneo. - Necrose aleatória não tem predileção por zonas. Ex: vírus... - Necrose zonal tem lobulação evidente, mais vermelhas, com áreas mais pálidas e em todas as três zonas. Para identificar qual zona acometida é na microscopia. Necrose massiva - Pode atingir vários lobos e todas as zonas são atingidas. • Fígado com necrose massiva não pode se regenerar por não haver célula viável. As células da região periportal podem se regenerar. 14 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Alterações inflamatórias. - Podem ser agudas ou crônicas. - As crônicas podem evoluir para fibrose e cirrose. Vias de infecção - Hematogênica, via biliar, via linfática. Hepatite necrosante abscedativa multifocal. - Áreas amareladas, sai exsudato purulento. - Não causa insuficiência hepática pelas áreas multifocais serem pequenas. - Os abcessos podem causar sepse. Vários focos de abcesso, distribuição multifocal, coalescente. Micobacteríum bovis. -> comum em tuberculose. Nódulos, massas, com coloração bracacenta acinzentada, podem ranger ao corte se houver mineralização. Nódulos na superfície capsular menores e na superfície de corte tem nódulos maiores e com tamanhos variados. Podem ranger ao corte. Colangite - Inflamação dos ductos biliares e do parênquima hepático - Comum em gatos e podem causar falência hepática e insuficiência hepática. - Macroscopia: Fibrose, ascite pela transudação de líquidos, fígado pálido, aumentado de volume e várias áreas brancacentas. Pode ter hiperplasia ou proliferação do ducto biliar 15 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Peritonite infeciosa felina Macroscopia: várias placas, nódulos de coloração amarelada. Abcesso hepático - Podem cronificar, pode gerar cápsula de fibrose extensa. - Pode levar ao óbito, por sepse, romper, e se estiver próximo a veia cava as bactérias podem invadir a veia cava, entra em contato com o sangue e causar embolismo séptico. Os êmbolos vão para o lado direito e ir para os pulmões causando acesso pulmonares, causando hemoptise e epistaxe. Ruminite Abcessos hepáticos como sequela de ruminite por acidose lática. Resposta do fígado às agressões. - Quando ocorre necrose de hepatócitos pode ocorrer: • Regeneração do parênquima • Fibrose Fígado faz hiperplasia. Para ocorrer regeneração as áreas afetadas do fígado precisam de: • Suprimento sanguíneo • Drenagem livre de bile • Manutenção do arcabouço original de reticulina (colágeno tipo lll) Cirrose hepática - É uma doença hepática crônica. - A cirrose ocorre de uma lesão crônica irreversível, a arquitetura do fígado é alterada e o parênquima hepático se perde. - Ocorre uma regeneração nodular, desorganizada, fibrose (áreas brancacentas e deprimidas). Esses nódulos são da tentativa do organismo reparar a função dos hepatócitos perdidos. Macroscopia: Fígado com nódulos de tamanho variado, superfície irregular, coloração esverdeada, diminuindo de volume, áreasdeprimidas e brancacentas (fibrose). Causa insuficiência hepática. 16 Patologia Especial | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Vesícula biliar com aumento de volume.
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