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Teoria do pagamento

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Teoria do pagamento 1
Teoria do pagamento
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Noções gerais
O termo pagamento, diferentemente do que a linguagem comum nos sugere, 
não significa apenas a entrega de uma soma em dinheiro, mas 
poderá também traduzir, em sentido mais amplo, o cumprimento voluntário de 
qualquer espécie de obrigação
O pagamento é composto de três elementos fundamentais:
a) Vínculo obrigacional: trata-se da causa (fundamento) do pagamento; não 
havendo vínculo, não há que se pensar em pagamento, sob pena de caracterização 
de pagamento indevido;
b) Sujeito ativo do pagamento: o devedor (solvens), que é o sujeito passivo da 
obrigação; 
c) Sujeito passivo do pagamento: o credor (accipiens), que é o sujeito ativo da 
obrigação.
Vale destacar, em matéria de pagamento, faz-se a inversão dos polos da 
relação jurídica obrigacional, para considerar sujeito ativo do pagamento (e não 
da obrigação) o devedor (pois é ele que pratica o ato, na espécie), ou seja, o 
sujeito ativo do pagamento é aquele que deve entregá-lo, e vice-versa em 
relação ao credor.
Natureza jurídica do pagamento
Indiscutivelmente, o pagamento é fato jurídico, na medida em que tem o condão 
de resolver a relação jurídica obrigacional.
Os estudiosos não possuem uma unanimidade quanto a sub espécie do fato 
jurídico.
“Genericamente considerado, o pagamento pode, portanto, ser ou não um 
negócio jurídico; e será 
unilateral ou bilateral, dependendo esta classificação da natureza da prestação, 
conforme para a solutio contente-se o direito com a emissão volitiva tão 
@May 1, 2021 11:23 PM
Teoria do pagamento 2
somente do devedor, ou para ela tenha de concorrer a participação do 
accipiens” Caio Mário
Condições subjetivas do pagamento
° De quem deve pagar: 
Diferentemente do que se possa imaginar em uma primeira abordagem, não é 
apenas o devedor que está legitimado para efetuar o pagamento.
Art. 304/CC. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o 
credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e 
à conta do 
devedor, salvo oposição deste.
Por terceiro interessado, entenda-se a pessoa que, sem integrar o polo passivo 
da relação obrigacional-base, encontra-se juridicamente adstrita ao pagamento 
da dívida. Ex.: Fiador
Registre-se, porém, que, processualmente, o 
terceiro não interessado, que paga a dívida em nome e à conta do devedor, 
deverá demonstrar a sua legitimidade para fazê-lo, tendo em vista que 
ajuíza a postulação invocando o direito alheio de efetivar o pagamento e obter a 
quitação.
Se o terceiro não interessado paga em seu próprio nome, poderá cobrar do 
devedor o que pagou, mas não substituirá o credor em todas as suas 
prerrogativas.
Não é algo muito comum alguém se predispor a pagar dívida de outrem. Por 
isso, o direito não ignora que pessoas inescrupulosas, movidas por 
razões egoísticas, poderão valer-se da legitimidade conferida ao terceiro não 
interessado para se tornarem credoras do devedor, piorando a situação 
econômica destes.
Para evitar a má fé, o Código Civil reconhece ao devedor a faculdade de opor-
se ao pagamento da dívida por terceiro, quando houver justo motivo para tanto.
“Art. 306/CC. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do 
devedor, não 
obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação
Teoria do pagamento 3
Ou seja, havendo o desconhecimento ou a oposição do devedor, e o 
pagamento ainda assim se der, o terceiro não terá o direito de reembolsar-se, 
nos termos do art. 306 do CC/2002, desde que o devedor, obviamente, 
disponha de meios para solver a obrigação.
Nos termos do art. 307 do CC/2002, por razões óbvias, o pagamento só poderá 
ser feito pelo titular do objeto cuja propriedade se pretenda transferir. Quer-se, 
com isso, evitar a chamada alienação a non 
domino, ou seja, aquela efetuada por quem não seja proprietário da coisa.
Se, todavia, se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar 
do credor que, de boa-fé, a recebeu e a consumiu, ainda que o devedor não 
tivesse o direito de aliená-la.
º Daqueles a quem se deve pagar
Segundo o art.308/CC, o pagamento poderá ser feito pelo credor, representante 
do credor ou terceiro.
Em primeiro plano, o pagamento deve ser feito ao próprio credor (accipiens), 
sujeito ativo titular do crédito. Poderá, todavia, ocorrer a transferência inter vivos 
ou post mortem do direito, de maneira que o cessionário, no primeiro caso, e o 
herdeiro ou legatário, no segundo, passarão a ter legitimidade para exigir o 
cumprimento da dívida.
Nada impede, outrossim, que o devedor se dirija a um representante legal ou 
convencional do credor, para efetuar o pagamento.
Há, também, a denominada representação judicial, caso em que uma 
determinada pessoa é encarregada, pelo juiz, de atuar como administrador 
de bens alheios, podendo, em face disso, receber valores devidos à massa ou 
ao patrimônio pelos quais zela.
É possível o pagamento também poderá ser feito a um terceiro, nas hipóteses 
que a lei autoriza. Pode ocorrer que uma pessoa apresente-se ao devedor e 
receba o pagamento
Requisitos indispensáveis para a validade do pagamento ao credor putativo 
(aparente) são: a) boa fé (subjetiva) do devedor; b) escusabilidade de seu erro 
(poder ser perdoado).
Condições objetivas do pagamento
Teoria do pagamento 4
° Do objeto do pagamento e sua prova
As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente 
nacional, pelo seu valor nominal (art. 315 do CC/2002)
Note-se que o Código de 2002 admitiu que a obrigação cujo objeto compreenda 
prestações sucessivas possa aumentar progressivamente (art. 
316).
A quitação é o meio de prova do pagamento.
O devedor tem direito subjetivo à quitação, e, caso lhe seja negada, poderá 
reter a coisa, facultando-se-lhe depositá-la em juízo, via ação consignatória de 
pagamento, para prevenir responsabilidade (art. 319 do CC/2002).
Requisitos legais da quitação: a) Valor e a espécie da dívida quitada; b) nome 
do devedor ou de quem por este pagou; c) tempo do pagamento; d) lugar do 
pagamento; e) assinatura do credor ou de representante seu
Pode ocorrer, todavia, que o pagamento seja efetuado, e o devedor, por 
inexperiência ou ignorância, não exija a quitação de forma regular, 
preterindo os requisitos legais acima mencionados.
a) Do lugar do pagamento: Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do 
devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário 
resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias”.
OBS.: Em caráter excepcional, se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, 
ou em prestações relativas ao imóvel, o pagamento será feito no lugar onde for 
situado o bem (art. 328 do CC/2002).
b) Do tempo do pagamento: Em princípio, todo pagamento deve ser efetuado no 
dia do vencimento da 
dívida. Na falta de ajuste, e não dispondo a lei em sentido contrário, poderá o credor 
exigir o pagamento imediatamente (art. 331 do CC/2002).
OBS.: Se a obrigação é a termo, em sendo o prazo concedido a favor do devedor, 
nada impede que este antecipe o pagamento, podendo o credor retê-lo. 
OBS.: É possível ao credor exigir antecipadamente o pagamento, nas estritas 
hipóteses (numerus clausus) previstas em lei (art. 333 do CC/2002)

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