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Controle de Infecção em Serviços de Saúde

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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
Curso de 
Controle de Infecção
Em Serviços de Saúde 
Aluno:
Curso de 
Controle de Infecção
Em Serviços de Saúde 
MÓDULO I 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada.
2
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
3
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
MÓDULO I 
Conteúdo: 
1. História do Controle das Infecções Hospitalares 
2. Legislação vigente 
3. Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
4. Principais agentes das infecções hospitalares 
5. Cadeia Epidemiológica de transmissão das Infecções hospitalares 
6. Tipos de Isolamentos/Precauções 
Objetivo Geral 
Oferecer subsídios aos profissionais da área da saúde a fim de garantir o 
desenvolvimento de atividades teórico/práticas na Prevenção e no Controle das Infecções 
em Serviços de Saúde. 
Objetivos específicos 
Ao final deste módulo o aluno deverá ser capaz de: 
 Compreender em que contexto histórico se iniciou o controle das infecções 
hospitalares.
 Conhecer aspectos relevantes da Portaria n° 2616/1998 
 Conhecer o conteúdo mínimo que deve ser contemplado num Programa de 
Controle de Infecção Hospitalar. 
 Descrever quais são os principais agentes das infecções hospitalares 
 Compreender o mecanismo de transmissão dos agentes infecciosos hospitalares 
 Identificar qual o tipo de isolamento a ser instituído segundo o microorganismo 
infectante.
1. História do Controle das Infecções Hospitalares 
Há tempos o homem se depara com problemas de infecção Hospitalar. James 
Simpson em 1830 sem saber a real origem das enfermidades que acometiam seus 
4
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pacientes ao resolver realizar as cirurgias no domicílio reduziu a mortalidade por 
amputação de 41% para 11%. 
Em 1844 Ignas Philipp Semmelweis médico húngaro iniciou seu trabalho nas 
enfermarias destinadas à assistência de parturientes. O setor de maternidade possuía 
duas Divisões, na primeira, a assistência era prestada por médicos e estudantes de 
medicina, na segunda por parteiras. Semmelweis observou que a mortalidade era cinco 
vezes maior na enfermaria da primeira divisão. Por acreditar que o parto deveria ser uma 
decorrência natural e fisiológica ele não admitia índices de mortalidade tão altos e passou 
a observar e comparar as duas divisões. Considerado hoje o patrono da gineco-
obstetrícia e o pai do controle das infecções hospitalares Semmelweis, foi um homem à 
frente de seu tempo, após seus estudos constatou que havia algo na mão dos estudantes 
de medicina, o qual sem possuir o conhecimento de microbiologia atual chamou de “vírus 
cadavérico”, que era transmitido as pacientes na hora do parto. Estes estudantes 
participavam de aulas práticas de anatomia antes da realização dos partos. Neste 
contexto Semmelweis obrigou todos os estudantes a lavarem as mãos antes da 
realização do procedimento e com esta simples medida reduziu a mortalidade puerperal 
de 18,27% para 1,2%.
Em 1820 Florence Nightengale, uma jovem dama Inglesa, selecionou um grupo de 
38 voluntárias (enfermeiras) para ir à Guerra da Criméia. Seu trabalho baseou-se na 
humanização e organização do atendimento aos enfermos (providenciou: limpeza do 
ambiente cozinha, lavanderia, adequação do sistema de esgoto), e com isso obteve uma 
redução da mortalidade dos soldados de 42% para 2,2%. 
Em 1876 Joseph Lister, médico, instituiu medidas de anti-sepsia e assepsia em 
procedimentos cirúrgicos e reduziu a mortalidade de 35% para 15% no pós-operatório. 
No Brasil, a preocupação com o tema só começou no governo de Juscelino 
Kubischek com a ocorrência de surtos por estafilococos resistentes à penicilina. A partir 
de 1970 com um modelo altamente tecnológico de assistência à saúde surge as primeiras 
Comissões de Controle de Infecção Hospitalar – CCIHs. 
 O Decreto do Ministério da Saúde N° 77.052 de 19 de janeiro de 1976, em seu 
Artigo 2°, Item IV, determinou que nenhuma instituição hospitalar pode funcionar no 
5
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
plano administrativo se não dispuser de meios de proteção capazes de evitar 
efeitos nocivos à saúde dos agentes, pacientes e circunstantes.
Em 24 de junho de 1983, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria 196, que 
determina que "todos os hospitais do país deverão manter Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH) independente da entidade mantenedora”. 
A Lei Federal 9431 de 1997 instituiu a obrigatoriedade da existência da CCIH e de 
um Programa de Controle de infecções Hospitalares – PCIH, definido por um conjunto de 
ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, tendo como objetivo a redução 
máxima possível da incidência e gravidade das infecções nosocomiais. 
E finalmente, em 1998 o Ministério da Saúde editou a portaria n° 2616 com 
diretrizes e normas para estas ações (Portaria esta que já se encontra em processo de 
atualização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA). 
2. Legislação Vigente 
A Portaria n° 2616 de 12 de maio de 1998 (encontra-se disponível no site 
www.anvisa.gov.br) através dos anexos I, II,III,IV e V define diretrizes e normas para 
prevenção e o controle das infecções hospitalares e dispõe em seus anexos: 
• Anexo I – Diz respeito a Organização da CCIH 
• Anexo II - Conceitos e Critérios Diagnósticos das Infecções
Hospitalares, onde: 
Infecção Comunitária – É a infecção constatada ou em incubação no ato de 
admissão do paciente, desde que não seja relacionada com internação anterior no 
mesmo hospital. 
São também comunitárias: 
1- As associadas a complicações ou extensão da infecção já presente na admissão 
do paciente, a menos que haja troca de microorganismos ou sinais e sintomas 
fortemente sugestivos de aquisição de nova infecção. 
2- Infecção de Recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou 
foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (Ex: Herpes 
simples, Toxoplasmose, Rubéola...). 
6
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 Adicionalmente também são consideradas comunitárias as infecções de recém-
nascidos relacionadas à bolsa rota superior a 24 h. 
Infecção Hospitalar – é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que 
se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada 
com a internação ou procedimentos hospitalares.
• Anexo III – Vigilância Epidemiológica e Indicadores das Infecções Hospitalares 
• Anexo IV – Lavagem das Mãos 
• Anexo V – Recomendações Gerais 
Quanto à composição a CCIH é formada por membros consultores (representantes 
dos seguintes serviços: médico, de enfermagem, de farmácia, de laboratório, de nutrição, 
da administração e outros) e por membros executores os quais preferencialmente deve 
ser um profissional enfermeiro, estes serão responsáveis pela execução do PCIH 
estabelecido pelos membros consultores. 
Compete a CCIH: 
 Elaborar o Regimento Interno da CCIH. 
 Manter e avaliar o PCIH. 
 Estabelecer o Sistema de Vigilância Epidemiológica. 
 Adequação, implementação e supervisão de normas e rotinas. 
 Educação em serviço / capacitação. 
 Uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médicos hospitalares.Cooperação com a ação do órgão de gestão do SUS. 
 Realizar a notificação compulsória / Serviço Saúde Coletiva. 
 Aplicar medidas que visem controlar as IHs 
Cabe a autoridade máxima da instituição: 
 Constituir e nomear formalmente a CCIH. 
 Propiciar infra-estrutura necessária para seu funcionamento. 
 Aprovar e fazer respeitar o seu Regimento Interno. 
 Garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados 
deliberativos e formuladores de política da instituição. 
 Garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação 
Municipal, Estadual / Distrital de Controle de Infecção. 
7
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 Apoiar as ações da CCIH e do Serviço de Controle de Infecção – SCIH 
(membros executores) 
3. Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
O PCIH é definido como um conjunto de ações desenvolvidas, deliberada e 
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade 
das infecções hospitalares. Cabe a CCIH elaborar o PCIH e este deve contemplar no 
mínimo as seguintes atividades: 
 Vigilância Epidemiológica da IHs 
 Normas para uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico 
hospitalares.
 Processo para prevenção e transmissão de microorganismos 
 Normas e rotinas técnico-operacionais 
 Padronização de medidas de controle de infecção hospitalar 
 Treinamento dos profissionais 
4. Principais agentes das infecções hospitalares 
Os microorganismos comumente encontrados nas infecções hospitalares são 
microorganismos da microbiota normal dos indivíduos, que por estarem com a imunidade 
deprimida são mais susceptíveis a infecção. Cerca de 75 % das infecções hospitalares 
são de origem autóloga.
Os principais agentes responsáveis pelas infecções hospitalares são as bactérias, 
alguns vírus e pelo uso indiscriminado de antibióticos observa-se um aumento de 
infecções por fungos. 
É importante ressaltar que o homem só está livre de microorganismos no útero em 
condições normais de gestação. 
As bactérias são classificadas em: 
 Bactérias gram positivas (Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase 
negativa e Enterococcus ssp...). 
Obs: Estas são agentes colonizantes de trato respiratório superior, pele e trato 
gastro-intestinal.
 Bactérias gram negativas:
Fermentadoras de glicose – (Enterobacter spp, E. coli, Serratia spp, Kleibsiela
spp, proteus spp e Citrobacter spp...)
Não fermentadoras de glicose – (pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter 
Baumanni...).
E sobre os Fungos temos a Candida responsável pela maioria das infecções 
fúngicas nosocomiais (Candida albicans, Candida glabrata e Candida krusei). 
Vamos definir alguns conceitos: 
Contaminação – Presença transitória de microorganismos em superfície sem invasão 
tecidual ou relação de parasitismo. 
Ex: Microbiota transitória da mão. 
Colonização – presença de qualquer microorganismo dissociado de manifestações 
clínicas da doença. 
Ex: Microbiota humana normal. 
Patogenicidade – capacidade de o microorganismo produzir doenças. 
Virulência – capacidade de o microorganismo invadir tecidos e produzir doenças. 
5. Cadeia Epidemiológica de transmissão das Infecções hospitalares 
Para que ocorra a transmissão dos agentes infecciosos é necessário à presença 
de três elementos: 
HospedeiroFonte
Via
De
Transmissão 
8
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Fonte – é o local onde o agente infeccioso está presente ao ser transferido para o 
hospedeiro.
Hospedeiro susceptível – é o indivíduo com potencial de ser colonizado e infectado 
ao entrar em contato com o agente infeccioso. 
Vias de transmissão – é o modo como o agente infeccioso é transferido da fonte para 
o hospedeiro susceptível. 
As vias de transmissão são divididas em: 
Por contato – é a via de transmissão mais implicada nas infecciosas nasocomiais. 
 Contato direto – contato físico entre a fonte e hospedeiro 
 Contato indireto – contato com objeto contaminado 
Por gotículas – tosse, espirro, fala... 
Por via aérea – disseminação de núcleos de gotículas, esses núcleos de gotículas 
ficam suspensos no ar. 
Por veículo comum – alimentos, água, medicamentos... 
Por vetor – insetos, ratos e outros animais. 
6. Tipos de Isolamentos/Precauções 
As Precauções ou isolamentos estão baseados na forma de transmissão do agente 
infeccioso a fim de interromper a cadeia epidemiológica das infecções. 
HospedeiroFonte
9
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Existem duas categorias de precauções de isolamento: 
Precauções
Interrupção da 
via de 
transmissão
Precauções
Básicas
Precauções
adicionais
10
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Precauções Básicas 
São um conjunto de medidas antiinfecciosas de isolamento que devem ser 
observadas por todos os profissionais de saúde durante realização de procedimento ou 
no atendimento de qualquer paciente ou usuário do serviço de saúde. 
Fundamenta-se em:
 Lavar as mãos 
 Usar EPIs 
 Evitar acidentes com pérfuro-cortantes 
Higienização das mãos 
É a medida mais importante para reduzir o risco de infecção. 
Principais Indicações: 
 Antes e depois de cuidados com pacientes 
 Entre os diversos procedimentos 
 Antes e depois de retirada de luvas 
Equipamentos de proteção individual 
São barreiras físicas que quando utilizadas adequadamente podem também 
proteger o paciente.
Os EPIs devem ser selecionados de acordo com o procedimento a ser realizado e 
os seus potenciais riscos de provocar exposição à sangue e outras substâncias corporais. 
1.1 Luvas 
Indicação:
 Luvas de procedimentos não estéreis – protegem as mãos de profissional 
 Luvas estéreis – protegem as mãos do profissional e fazem parte da técnica 
asséptica
 Luvas de borracha ou material resistente à perfuração – protegem as mãos do 
profissional durante o processamento de artigos e superfícies. 
1.2 Máscara, óculos, protetor facial e bocais para reanimação. 
Indicação:
 Proteger as mucosas (nasal, oral e ocular). 
11
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1.3 Avental, propés e acessórios de proteção. 
Finalidade:
 Protegem a pele e o uniforme / roupa do profissional durante procedimentos. 
Utilização de materiais pérfuro-cortantes 
Recomendações:
 Realizar procedimentos que envolvam a manipulação de materiais pérfuro-
cortantes com a máxima atenção. 
 Não utilizar os dedos como anteparo. 
 Agulhas não devem ser reencapadas, desentortadas, removidas... 
 As agulhas, tesouras, vidros...Devem ser acondicionadas e transportadas para 
a Central de Esterilização com segurança. 
 Os artigos e instrumentos pérfuro-cortantes devem ser desprezados em 
coletores especiais de paredes rígidas e impermeáveis. 
 Os coletores para descarte de pérfuro-cortante devem ser preenchidos até 2/3 
de sua capacidade total, devendo estar instalados em altura adequada próximo 
ao local do procedimento. 
NUNCA DESPREZAR MATERIAIS PÉRFURO-CORTANTES EM LIXEIRAS 
COMUNS, POIS OUTRAS PESSOAS PODEM FERIR-SE.
Precauções adicionais 
As precauções adicionais, ou isolamento são orientados de acordo com a via de 
transmissão do agente infeccioso específico. 
Fundamentos para precauções adicionais 
 Sempre manter as precauções básicas 
 Usar quartos individuais ou coletivos para pacientes acometidos pelo mesmo 
microorganismo
 Aplicar precauções adicionais baseadas na via de transmissão do agente 
 Usar EPIs 
12
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 Manter precauções antiinfecciosas durante o transporte do paciente a outros 
setores
 Visitas e acompanhantes somente com orientação 
 Suspender as precauções adicionais assim que terminar o período de 
transmissão do agente infeccioso 
Tipos de precauções adicionais: 
Precauções com gotículas
São indicadas na assistência de pacientes com infecção, suspeita ou confirmada, 
causadas por microorganismos transmitidos por via inalatória através de gotículas que se 
disseminam a curta distância. 
Exemplo de doenças: Doenças meningocócicas, Caxumba e Rubéola... 
 Quarto individual, ou comum a pacientes acometidos pelo mesmo agente. 
 Lavar as mãos antes e após entrar no quarto 
 Uso de máscara 
 A máscara deve ser retirada pelas alças 
 Limitar o transporte do paciente a outros setores 
 A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente 
 Manter aviso na porta do quarto 
Precauções aéreas
São indicadas na assistência de pacientes com infecção, suspeita ou confirmada, 
causadas por microorganismos transmitidos por via aérea através de partículas que se 
disseminam a longa distância. 
Exemplo de doenças: Tuberculose Pulmonar, Sarampo, Varicela. 
 Quarto privativo de preferência com antecâmara, manter o quarto com pressão 
negativa.
 Lavar as mãos antes e após entrar no quarto 
 Uso de máscara com filtro especial N 95 
 A máscara deve ser retirada pelas alças 
 Limitar o transporte do paciente a outros setores 
 A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente 
 Manter aviso na porta do quarto 
13
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Precauções de contato
São indicadas na assistência de paciente com infecção, suspeita ou confirmada, ou 
colonização causadas por microorganismos transmitido por contato direto e indireto. 
Exemplo de doenças: Infecção ou colonização por bactérias multiresistente, 
Hepatite A, Conjuntivite... 
 Quarto individual, ou comum os pacientes acometidos pelo mesmo agente. 
 Lavar as mãos antes e após entrar no quarto, realizar limpeza com solução anti-
séptica.
 Calçar luvas 
 Usar avental e retirar após sais do quarto 
 Limitar o transporte do paciente a outros setores 
 A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente 
 Manter aviso na porta do quarto 
 Usar artigos exclusivos para este paciente 
Atenção: CUIDADO COM O ASPECTO PSICOLÓGICO DO PACIENTE.
Segue abaixo uma tabela com o período de incubação das principais doenças 
transmissíveis. 
Microorganismo Principais doenças Período de incubação 
Acanthanoeba spp Encefalite, ceratite. Desconhecido 
Adenovírus Infecção das Vias aéreas 
superiores 
2 a 18 dias. Média 8 dias. 
Ancilostoma Duodenale 
Necator americanus 
Ancilostomose 4 a 6 semanas. Ovos nas 
fezes.
Ascaris lumbricóides Ascaridíase 4 a 8 semanas. Ovos nas 
fezes.
Babesia microti Babesiose 1 semana a 12 meses 
Bacillus anthracis Carbúnculo Até 7 dias. Média 48 hs. 
Bacillus cereus Intoxicação alimentar 1 a 16 hs 
Bartonella baciliformes Doença de Carrion Até 4 meses. Média 16 a 
22 dias. 
14
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Microorganismo Principais doenças Período de incubação 
Bartonella henselae 
B. quintana
Doença da arranhadura 
do gato 
3 a 50 dias. Média 2 
semanas.
B.quintana Febre das trincheiras 7 a 30 dias 
Bordetella pertussis Coqueluche 5 a 20 dias. Média 7 a 10 
dias.
Borrelia burgdorferi Doença de Lyme 3 a 32 dias 
B. recurrentis 
B. duttonni 
Febre recorrente 2 a 15 dias 
Brucella spp Brucelose Até 10 meses. Média 1 a 
3 semanas. 
Bunyavírus Febre hemorrágica 3 a 15 dias 
Campylobacter spp Enterite bacteriana 1 a 10 dias. Média 5 dias 
Chlamydia pneumoniae Pneumonia 10 dias 
C. psittaci Psitacose 1 a 4 semanas 
C. trachomatis Linfogranuloma venéreo 3 a 30 dias. Média 5 a 12 
dias.
Citomegalovírus Citomegalovirose 3 a 12 semanas 
Coronavírus Infecção das vias aéreas 
superiores 
2 a 5 dias 
Cornynebacterium
diphtheriae
Difteria 2 a 6 dias 
Coxiella burnetti Febre Q 9 a 28 dias 
Coxsakievírus Infecção das vias aéreas 
superiores 
2 a 10 dias. Média 3 a 5 
dias.
Criptosporidium spp Criptosporidiose 1 a 12 dias. Média 7 dias 
Diphylobotrium latum Difilobotriose 3 a 6 semanas 
Echinococcus granulosos Equinococose 12 meses a vários anos 
Ehrlichia sennetsu Erlichiose 7 a 21 dias 
Entamoeba histolytica Amebíase 2 a 4 semanas 
15
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Microorganismo Principais doenças Período de incubação 
Enterobius vermicularis Enterobíase 1 a 2 meses 
Diarréia por cepas 
hemorrágicas
3 a 8 dias 
Diarréia por cepas 
êntero-toxigênicas
24 a 72 hs. Até 10 hs em 
casos de surtos. 
Diarréia por cepas 
êntero-invasivas
10 hs 
E. coli 
Diarréia por cepas 
êntero-patogênicas
9 a 12 hs 
Francisella tularensis Tularemia 1 a 14 dias 
Giárdia lamblia Giardíase 3 a 25 dias 
Haemophilus influenzae Meningite 2 a 4 dias 
H. influenzae biogrupo 
aegyptus
Febre púrpura brasileira 24 a 72 hs 
Hantavirus Febre hemorrágica 2 meses 
Helicobacter pylori Gastrite, úlcera duodenal. 5 a 10 dias 
Influenzavírus Gripe 1 a 3 dias 
Isospora belli Isosporíase 1 semana 
Legionella pneumophila Doença dos legionários 2 a 10 dias 
Leishmania brasiliensis Leishmaniose cutânea 2 semanas a 3 anos 
L. donovani Calasar 10 dias a 6 meses 
Leptospira spp Leptospirose 2 a 20 dias 
Listeria monocytogenes Listeriose 3 a 70 dias. Média 3 
semanas
Mycobacterium leprae Hanseníase 9 meses a 40 anos 
M. tuberculosis Tuberculose 4 a 12 semanas 
Mycoplasma pneumoniae Pneumonia 6 a 36 dias 
Naegleria fowleri Meningoencefalite
amebiana primária 
3 a 7 dias 
16
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Microorganismo Principais doenças Período de incubação 
Nairovírus Febre hemorrágica 1 a 2 semanas 
Neisseria gonorrhoeae Gonorréia
Oftalmia neonatal 
1 a 10 dias 
N. meningitidis Meningite 2 a 10 dias 
Outras salmonelas gastroenterocolite 6 a 12 horas 
Papilomavírus verruga 1 a 20 meses 
Parvovirus B19 Eritema infeccioso 4 a 21 dias 
Phlebovirus Febre hemorrágica 1 a 2 semanas 
Plasmodium falciparum Malária 7 a 14 dias 
P. malarie Malária 7 a 30 dias 
P. vivax Malária 8 a 14 dias 
Poliovírus Poliomielite 3 a 35 dias 
Rhinovírus Infecção das VAS 12 hs a 5 dias 
Rickettisia akari Ricketiose vesicular 7 a 21 dias 
R. australis Tifo do carrapato 7 a 10 dias 
R. conorii Febre Botonosa 5 a 7 dias 
R. prowazekii Febre maculosa das 
montanhas rochosas 
3 a 14 dias 
R. sibirica Febre do carrapato do 
norte da Ásia 
2 a 7 dias 
R. tsutsugamushi Tifo tropical 6 a 21 dias 
R. typhi Tifo murino 6 a 18 dias 
Roseolovirus Exantema súbito 1 a 2 semanas 
rotavírus gastroenterocolite 24 a 72 hs 
Rubivírus Rubéola 14 a 23 dias 
Salmonela vars typhi 
Paratyphi
Febre tifóide 3 dias a 3 meses 
Schistosoma mansoni Esquistossomose Aguda 15 a 45 dias 
Ovos nas fezes 2 meses 
17
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Microorganismo Principais doenças Período de incubação 
Shigella Desinteria bacilar 12 a 96 horas 
Simplexvírus Herpes 2 a 12 dias 
Infecção hospitalar 3 a 10 dias S. aureus 
Toxi-infecção alimentar 30 min a 8 horas 
Streptobacillus
moniliformis
Febre da mordedura do 
rato
Até 10 dias 
Streptococcus agalactiae Sepse neonatal 7 dias (precoce) 1 ano 
(tardia)
S. pneumoniae Pneumonia, otite. 
meningite
1 a 3 dias 
S. pyogenes Erisipela, escarlatina.Febre puerperal 
1 a 3 dias 
Strongyloides stercoralis Estrongiloidíase 2 a 4 semanas 
Taenia saginata Teníase 10 a 14 semanas 
T. solium Teníase e cisticercose 8 a 12 semanas 
Toxocara canis Toxocaríase Desconhecido 
Toxoplasma gondii Toxoplasmose 5 a 23 dias em surtos 
Treponema carateum Pinta 1 a 3 semanas 
T. pallidum subesp 
endemicum
Bejel Desconhecido 
T. pallidum subesp 
pertenue
Framboesia 2 a 4 semanas 
T. pallidum subesp 
pallidum
Sifílis 10 a 90 dias 
Trichinella spiralis Triquinelose 5 a 45 dias 
Trichomonas vaginalis Tricomoníase 4 a 20 dias 
Trichuris trichiura Tricuríase 4 a 5 semanas 
ovos nas fezes 
Trypanossoma cruzii Doença de chagas Inseto: 5 a 14 dias 
18
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Transfusão: 30 a 40 dias
Microorganismo Principais doenças Período de incubação 
Varicellovírus Varicela, Herpes zoster. 2 a 3 semanas 
Vibrio cholerae Cólera Até 5 dias 
Vírus da caxumba Caxumba 12 a 25 dias 
Vírus da coriomeningite 
linfocitária
Coriomeningite linfocitária 1 a 3 semanas 
Vírus da dengue Dengue 2 a 14 dias 
Vírus da febre amarela Febre amarela 3 a 6 dias 
Vírus da hepatite A Hepatite A 15 a 50 dias 
Vírus da hepatite B Hepatite B 45 a 180 dias 
Vírus da hepatite C Hepatite C 2 semanas a 6 meses 
Vírus da hepatite delta Hepatite delta 2 a 8 semanas 
Vírus da hepatite E Hepatite E 15 a 64 dias 
Vírus da imunodeficiência 
humana
SIDA Menos de 1 ano até 
superior a 10 anos 
Vírus da parainfuenza Infecção das VAS 2 a 6 dias 
Vírus da raiva Raiva 9 dias até 7 anos 
Vírus do sarampo Sarampo 7 a 18 dias 
Vírus ebola Febre hemorrágica 2 a 21 dias 
Vírus Epstein-Barr Mononucleose infecciosa 4 a 6 semanas 
Vírus Lasso Febre hemorrágica 6 a 21 dias 
Vírus Malburg Febre hemorrágica 3 a 9 dias 
Vírus norwalk Gastroenterocolite 10 a 52 hs 
Vírus Sabiá Febre hemorrágica 
brasileira
3 a 9 dias 
Vírus sincicial respiratório Infecção das VAS 2 a 8 dias 
Wuchereria bancrofti Filariose 3 a 12 meses 
Yersinia enterocolica Enterocolite hemorrágica 6 a 14 dias 
Y. pestis Peste 1 a 8 dias 
19
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
1) Legislação e criação de um Programa de Prevenção e Controle de Infecção 
Hospitalar, Curso infecção relacionada à assistência à Saúde – IRAS – versão 1 
UNIFESP / ANVISA 2004. 
2) Manual de Epidemiologia aplicada ao controle de Infecções em hospitais e serviços 
correlatos [Coordenador Crésio Romeu Pereira] São Paulo; Associação Paulista de 
Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000. 
3) Manual de precauções para isolamento hospitalar – Secretaria de Estado de Saúde 
do DF. Brasília, 2002. 
4) Portaria nº 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998. 
5) Prevenção de infecções em Unidades de terapia Intensiva, Curso infecção 
relacionada à assistência à Saúde – IRAS – versão 1 UNIFESP / ANVISA 2004. 
6) AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Disponível em 
<www.anvisa.gov.br>, acesso em 23/01/2006. 
------------------- FIM DO MÓDULO I --------------------
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MÓDULO II 
Conteúdo: 
1. Principais infecções hospitalares 
2. Medidas de prevenção das principais infecções hospitalares 
3. Emergência de microorganismos resistentes a antimicrobianos comumente utilizados 
4. Programa de uso racional de antimicrobianos 
Objetivos específicos 
Ao final deste módulo o aluno deverá ser capaz de: 
 Compreender a fisiopatogenia das principais infecções hospitalares e identificar os 
fatores de risco que aumentam sua ocorrência. 
 Indicar medidas de prevenção eficazes para a minimização da ocorrência das 
infecções relacionadas a assistência a saúde. 
 Identificar o mecanismo de resistência desenvolvido pelos principais 
microorganismos causadores de infecção hospitalar. 
 Conhecer metodologias para racionalizar o uso de antimicrobianos a fim de assistir 
adequadamente o paciente e minimizar o impacto ambiental.
1 e 2. Principais Infecções Hospitalares e Medidas de Prevenção
Como já foi descrito anteriormente, os microorganismos responsáveis pela maioria 
das infecções hospitalares - IH são encontrados na microbiota normal dos pacientes. 
Sendo assim, temos que quanto maior o número de procedimentos invasivos (como 
acessos vasculares, sonda vesical de demora, cânulas de intubação, cirurgias...) maior o 
risco para adquirir uma infecção hospitalar, pois favorecemos a migração destes 
microorganismos para um local que naturalmente não teríamos microorganismos. 
Considerando a premissa descrita acima a Unidade de Terapia Intensiva – UTI é o 
local onde temos o maior número de infecções hospitalares. Esta unidade caracteriza-se 
por possuir pacientes que necessitam de cuidados intensivos e freqüentes, agudamente 
enfermos, pós-operatório de cirurgias de grande porte entre outros, os que os torna mais 
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susceptíveis as infecções hospitalares, além disso, temos nesta área a utilização intensa 
de antimicrobianos o que naturalmente seleciona cepas resistentes modificando a 
colonização do ambiente e dos pacientes. 
Neste módulo vamos estudar os quatro principais sítios de infecção hospitalar. São 
eles: Infecção de trato urinário, infecção de trato respiratório inferior, infecção primária de 
corrente sanguínea e infecção de sítio cirúrgico. 
Infecção do trato urinário 
As infecções de trato urinário – ITU representam a causa mais comum de infecção 
hospitalar, 35 – 40% das IH (Saudi Med, 2004) e 80% estão geralmente associadas ao 
uso de cateter urinário ou realização de procedimentos para diagnóstico ou terapêutica de 
patologias urinárias (Lai KK & Fontecchio AS, 2002). 
Segundo Haley 15 – 25% dos pacientes internados são cateterizados. Dados 
americanos mostram que as ITU hospitalares prolongam a estadia dos pacientes de 1 a 4 
dias, acarretando um custo adicional de US$ 558.00 a US$ 863.77.
Alguns fatores de risco estão associados a sua ocorrência são eles: 
 Sexo feminino 
 Idade avançada 
 Duração da cateterização 
 Qualidade do cuidado com o cateter 
 Doença subjacente severa (Ex: diabetes Mellitus) 
 Antibióticoterapia 
 Abertura do sistema 
A ocorrência de bacteriúria é freqüentemente 50% após 15 dias de utilização de 
Sonda vesical de demora – SVD sistema fechado, em caso de utilização de sistema 
aberto a bacteriúria ocorre em 100% dos casos em apenas quatro dias de uso do 
dispositivo. É importante salientar que bacteriúria é a presença de bactérias na urina 
não necessariamente elas estão invadindo os tecidos e provocando infecção. 
 Os microorganismos mais freqüentes na ocorrência das ITU são do trato gastro-
intestinal. Segue abaixo um quadro comparando dois estudos realizados: 
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CDC-NNISS 1990-1992 SENTRY - 1997/1999 
E. coli 25%
Enterococcus spp 16%
P. aeruginosa 11%
C. albicans 8%
K. pneumoniae 7%
Enterobacter spp 5%
P. mirabilis 5%
SCN 4%
Outros fungos 3%
E. coli 48% 
P. aeruginosa 13% 
Klebsiella spp 10% 
Enterobacter spp 6% 
Acinetobacter spp 3%
Enterococcus spp 5%
Serratia 3%
Burkholderia 1%
Uma vez instalado o cateter urinário temos as seguintes vias possíveis dos 
microorganismos alcançarem o trato genito-urinário. São elas: 
Via intraluminal
 Quando da desconexão da junção do cateter com tubo coletor 
 Quando do manuseio do tubo de drenagem do saco coletor 
Via extraluminal
 Neste caso os microorganismos ascendem no espaço queexiste entre a 
superfície externa do cateter e a mucosa uretral. 
Abaixo abordaremos as medidas de prevenção recomendadas segundo CDC-
NNISS.
Altamente recomendadas:
 Usar cateterização apenas quando indispensável 
 Utilizar apenas sistema de drenagem fechado e evitar desconectar a sonda e o 
coletor de urina 
 Capacitar profissionais sobre técnicas corretas de inserção e manutenção do 
cateter
 Higienização das mãos antes do procedimento 
 Técnica estéril para instalação do cateter 
 Minimizar risco de trauma da uretra realizando adequada fixação do cateter 
 Usar técnica asséptica para coleta de espécimes para análise 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 Esvaziar periodicamente a bolsa sem contaminar o tubo de drenagem 
 Manter a bolsa coletora no nível abaixo da bexiga 
 Manter fluxo urinário livre de obstrução (não se recomenda fechar 
rotineiramente a sonda “educação da bexiga”) 
Moderadamente recomendadas:
 Não trocar rotineiramente a sonda vesical 
 Realizar educação periódica com os profissionais 
 Usar diâmetro adequado da sonda 
 Não usar rotineiramente técnicas de irrigação contínua ou intermitente 
 Evitar manipulação diária do cateter ou anti-sepsia do meato com soluções anti-
sépticas ou cremes bactericidas 
 Quando da necessidade de disjunção cateter / coletor o local da junção deve 
ser desinfetado 
Baixo grau de recomendação:
 Usar alternativas como cateterização intermitente ou uso de condons 
 Troca do sistema coletor inteiro quando este for violado 
 Evitar vigilância microbiológica rotineiramente 
Pneumonia hospitalar 
A Pneumonia hospitalar é a segunda principal causa de IH, corresponde a 15% das 
taxas de IH global e 27% das taxas de IH em UTIS clínicas (NNISS, 1998). 
Alguns estudos demonstram que a pneumonia hospitalar aumenta o tempo de 
internação de 4 a 9 dias acarretando um custo adicional de US$ 4,947.00 a 40.000 por 
paciente (Chest, 2002). 
As vias aéreas inferiores - VAI são isentas de microorganismos, a colonização 
destes locais se dá por aspiração de microorganismos orofaríngeos, por inalação de 
aerossóis ou menos freqüente por disseminação de um foco distante pela via 
hematogênica. Esta invasão provoca uma resposta do organismo que pode interromper 
ou não o processo infeccioso, isso varia segundo imunocompetência do hospedeiro, fonte 
de inoculo suficiente e presença de um ambiente propício. 
25
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Algumas características dos pacientes podem aumentar o risco para pneumonia; 
 Uso de antimicrobianos – favorece a colonização das vias aéreas superiores 
por bacilos gram-negativos, ou outros microorganismos de maior virulência ou 
resistência.
 Uso de imunossupressores e quimioterápicos – reduzem a resposta do 
organismo aos agentes infecciosos. 
 Uso de dispositivos invasivos favorece a adesão, a proliferação e a migração de 
microorganismos para as VAI. Ex: sondas nasogástricas aumentam o refluxo, 
presença de tubo endotraqueal, elimina o sistema de filtração do nariz e vias 
aéreas de condução, assim como diminui a remoção de patógenos pelo sistema 
muco ciliar e provocam lesões pela irritação do tubo, a presença do cuff do tubo 
endotraqueal permite a proliferação bacteriana, o uso de equipamentos de 
ventilação mecânica favorecem a formação de condensados auxiliando na 
proliferação de patógenos, além de utilização de materiais com inadequado 
processo de desinfecção / esterilização. 
 Uso de sedativos ou narcóticos – pois alteram a capacidade respiratória, 
aumentando a possibilidade de aspiração. 
 Cirurgias de grande porte – pois os pacientes não possuem uma boa expansão 
pulmonar pela dor. 
 Presença de doença neuro-muscular 
 Presença de doença pulmonar crônica de base 
 Uso de antiácidos – alteração do ph gástrico favorece a multiplicação de 
microorganismos.
 Extremos de idade. 
O diagnóstico da Pneumonia hospitalar é difícil, pois febre, tosse, produção de 
escarro purulento, alteração dos parâmetros ventilatórios e infiltrado pulmonar são 
achados pouco sensíveis e pouco específicos. Os métodos de diagnóstico microbiológico 
podem ser divididos em invasivos e não-invasivos. Entre os não-invasivos destacamos o 
aspirado endotraqueal com cultura quantitativa com boa sensibilidade e especificidade, e 
entre os invasivos destacamos o lavado broncoalveolar, o escovado protegido 
26
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
broncoalveolar e a biópsia, destes temos maior custo, necessidade de profissionais 
especializados como broncoscopistas e risco maior de efeitos adversos como 
pneumotórax e hemorragias.
Os agentes etiológicos responsáveis pela pneumonia hospitalar são variáveis, nos 
primeiros quatro dias de internação a pneumonia é causada por microorganismos da 
própria comunidade (E. coli, Klebsiella, Proteus, S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus
oxa sensível) e após este período os agentes mais comuns são os gram negativos (P. 
aeruginosa, Acinetobacter,), e o gram positivo S. aureus – MARSA, encontrados na 
microbiota hospitalar, vide tabela abaixo: 
Estudo Sentry 1997 - 1999 
microorganismo % 
P. aeruginosa 29%
S. aureus 21%
Acinetobacter 11%
Kleibsiella 9%
Enterobacter 7%
E. coli 4%
Enterococcus 4%
S. marcescens 3%
As medidas de prevenção são segundo CDC-NNISS classificadas em: 
Altamente recomendadas:
 Capacitação de profissionais no controle de infecção. 
 Realizar vigilância epidemiológica das infecções respiratórias em pacientes de 
alto risco Ex: pacientes em ventilação mecânica. 
 Estimular higienização das mãos. 
 Quando necessária a entubação der preferência à via orotraqueal ao invés da 
nasotraqueal.
 Verificar rotineiramente posição de sondas enterais. 
 Estimular pacientes em pós-operatório a deambulação precoce. 
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 Usar espirometria em pacientes em pós-operatório. 
 Não utilizar antimicrobiano com o objetivo de prevenir a pneumonia. 
 Não trocar rotineiramente os circuitos dos respiradores (somente se 
funcionando mal ou estiverem visivelmente sujos). 
 Desprezar condensados líquidos acumulados ao longo da extensão do 
respirador.
 Em relação aos nebulizadores acoplados nos circuitos deve-se proceder com 
limpeza, desinfecção e secagem entre o uso em um mesmo paciente. 
 Usar fluido estéril para nebulizadores de pequeno volume. 
 Equipamentos semi-critícos (os quais entram em contato com membranas e 
mucosas íntegras) devem ser submetidos a esterilização ou a desinfecção de 
alto nível). 
 Não esterilizar ou desinfetar o maquinário interno de equipamentos de 
anestesia.
 Trocar cânulas de traqueotomia quando necessário com técnica asséptica. 
Moderadamente recomendadas:
 Ao realizar a desentubação aspirar secreção acumulada no cuff da cânula. 
 Exceto em caso de contra-indicação médica manter decúbito elevado a 30° e 
45° em pacientes com risco de aspiração. 
 Se necessário realizar traqueostomia utilizar técnica asséptica. 
 Preferir uso de ventilação não-invasiva a invasiva e reduzir o tempo de 
ventilação mecânica se possível. 
Não recomendado ou assunto não resolvido:
 Utilização de sistemas de aspiração fechados (multiuso) X sistemas 
descartáveis de único uso. 
 Utilização de luva estéril ou descartável para aspiração. 
 Tempo ideal para troca do sistema fechado de aspiração endotraqueal. 
 Método de umidificação de vias aéreas em pacientes sob ventilação mecânica 
(água aquecida X filtro higroscópico). 
 Descontaminação da orofaringe com clorexidina (0,12%) 
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Infecção primária de corrente sanguínea 
Primeiramente é preciso esclarecer a definição de infecção primária de corrente 
sanguínea - ICS esta ocorre, quando o paciente apresenta resposta inflamatória à 
presença ou à invasão por microrganismos na corrente sanguínea sem outro foco de 
infecção conhecido. Por exemplo, caso o paciente tenha um diagnóstico de pneumonia e 
posteriormente venha a apresentar uma infecção da corrente sanguínea esta será 
classificada como infecção secundária da corrente sanguínea. 
Segundo dados americanos as ICSs associadas ao uso de cateteres são 
responsáveis por 19% das infecções em UTIs. Segundo Pittet de cada 2,5 milhões de IHs 
diagnosticadas, 250.000 são da corrente sangüínea. 
Estas infecções aumentam cerca de 14 dias o tempo de hospitalização isso 
corresponde a um custo adicional de 3,5 bilhões de dólares ao ano. 
Cerca de 90% destas ICS estão associados a cateteres venosos. No Brasil ainda 
não possuimos referências sobre a taxa de utilização de dispositivos vasculares sabe-se 
que na Europa está em torno de 63% e nos EUA aproximadamente 50% dos pacientes 
internados possuem dispositivo vascular (Nystrm et al, 1983). 
Alguns fatores estão associados a um maior risco para ocorrência da ICS: 
 Falha na técnica de inserção 
 Cuidados inadequados na manutenção do cateter 
 Cateterização prolongada 
 Manipulação freqüente do sistema 
 Função do cateter (Ex; hemodiálise maior risco) 
 Presença de múltiplos lumens 
 Gravidade da doença de base 
 Tipos de curativos oclusivos no local de inserção do cateter (Ex filmes 
transparentes não porosos são pouco permeáveis a umidade oferecendo maior 
risco)
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 Local de inserção do cateter (membros inferiores maior risco que membros 
superiores, para cateter central dar preferência a inserção a região 
subclavicular ao sítio femoral ou jugular) 
 Materiais do cateter (EX: PVC favorece a adesão de estafilococos coagulase 
negativo que o teflon) 
 Infusão de nutrição parenteral 
Os agentes infecciosos mais comuns são: 
NNISS 1992 - 1999 
SCN 37%
S aureus 13%
Enterococcus spp 13%
Gram-negativos 14%
Cândida spp 8%
Os microorganismos invadem a corrente sanguínea através de três mecanismos: 
1- Colonização inicial do orifício de inserção do cateter e migração pela superfície 
externa do cateter. 
2- Colonização da superfície interna (lúmen) do cateter e migração direta para a 
corrente sanguínea. 
3- Infusão de líquido contaminado 
A ilustração a seguir demonstra as vias possíveis de 
contaminação:
.Mãos da Equipe
Colonização
do canhão
Fluido
contaminadoMicroflora da pele
Durante a inserção
Via hematogênica
(Maki,D G - In Bennet,J.;Brachman,P.; eds.Jospital Infectios, 3rd ed. (Boston: Little, Brown, 849-898,1992) 
As medidas de prevenção de ICS estão divididas em: 
Altamente recomendadas:
 Promover treinamento de profissionais de saúde relacionado à inserção, 
manutenção e medidas gerais de prevenção de infecções associadas a cateter. 
 Verificar adesão dos profissionais as práticas recomendadas. 
 Realizar anti-sepsia adequada das mãos na manipulação e processo de 
passagem do cateter. 
 O uso de luvas não dispensa a anti-sepsia das mãos. 
 Definir equipe treinada específica para inserção e manutenção dos cateteres. 
 Realizar Vigilância epidemiológica das ICS. 
 Remover o cateter que não for essencial ao tratamento. 
 Não usar rotineiramente antimicrobianos sistêmicos ou intranasais para 
prevenção de colonização de cateter ou ICS. 
 Para cateter periférico optar por membros superiores aos inferiores. 
 Para inserção de cateter central, inclusive o de inserção periférica utilizar 
técnica asséptica. 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 Não há recomendação de inserção no centro cirúrgico, pois o meio ambiente 
não traz implicações. 
 Para inserção de cateteres periféricos utilizar luvas estéreis, caso contrário não 
tocar no local de punção após a anti-sepsia de pele. 
 Desestimular a inserção de cateteres por dessecação. 
 Realizar a anti-sepsia da pele dando preferência a soluções degermantes a 
base de clorexidina (2%), embora álcool e soluções iodadas também possam, 
ser utilizadas. 
 Utilizar cateteres impregnados com anti-sépticos ou antimicrobianos se a 
expectativa de uso for superior a 5 dias e somente em casos em que as taxas 
de ICS associadas a cateter forem superiores a esperada mesmo com adesão 
as medidas comumente recomendadas. 
 Trocar cateteres periféricos de adultos a cada 72-96hs. 
 Não trocar rotineiramente cateteres centrais. 
 Trocar cateter central com pus ou outros sinais flogísticos no local da inserção. 
 Não trocar cateteres centrais com fio guia na suspeita de ICS associada a 
cateter.
 Trocar o curativo sempre que o mesmo apresentar-se sujo. 
 Para cateteres centrais trocar gaze pelo menos a cada dois dias e curativos 
transparentes no máximo em 7 dias. 
 Realizar anti-sepsia da pele limpa durante as trocas de curativos. 
 Não utilizar cremes ou pomadas com antimicrobianos / anti-sépticos no local de 
inserção.
 Não trocar equipos ou outros sistemas para infusão num período inferior a 
72hs, exceto em caso de suspeita de infecção. 
 Equipos utilizados para infusão de hemoderivados ou soluções de lípides 
devem ser trocados no máximo em 24hs. 
 Realizar infusões contendo lípides num período inferior a 24 horas. 
 Realizar infusão de hemoderivados num período inferior a 4 horas. 
 Para composição de fluídos que requerem adição de componentes, esta deve 
ser realizada numa capela de fluxo laminar. 
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 Para soluções de múltiplo uso desinfetar o diafragma com álcool a 70% e usar 
dispositivo estéril para sucção. 
 Não utilizar solução glicosada para monitorar a pressão. 
Moderadamente recomendadas:
 Trocar cateteres inseridos em condições não ideais (quebra de técnica em 
situações de emergência) em 48hs. 
 Trocar o cateter central caso o paciente apresentar-se hemodinamicamente
instável e suspeitar-se de ICS associada a cateter. 
Infecção de sítio cirúrgico 
As infecções de sítio cirúrgico - ISC são aquelas relacionadas a procedimentos 
cirúrgicos. Para padronizarmos o vocabulário o Centers for Disease Control – CDC define 
como procedimento cirúrgico: 
 Aqueles que ocorrem em pacientes internados ou admitidos somente para 
realização do procedimento. 
 São realizados dentro do centro cirúrgico. 
 Pelo menos uma incisão é feita, incluem-se laparotomias e amputações. 
O tempo para observação e diagnóstico das infecções cirúrgicas deve ser de 30 
dias pós-procedimento, no caso de colocação de próteses ou implantes o período de 
observação estende-se para 1 ano.
Quando ocorre uma ISC um paciente aumenta em média 7 dias seu tempo de 
internação resultando num acréscimo de US$ 3,152 por custo/paciente (CDC, 1999). 
Os microorganismos causadores da infecção normalmente atingem a ferida 
operatória durante o ato cirúrgico e são oriundos de duas floras: 
Flora endógena - Disseminação de microorganismos da pele, mucosas, 
vísceras ocas e disseminação de um foco à distância; 
Flora exógena - Equipe cirúrgica – mãos, instrumentos – equipamentos / 
insumos e ambiente: (incluindo o ar, no entanto raramente implicado). 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditosdeste conteúdo são dados a seus respectivos autores
O risco de infecção aumenta segundo a classificação de potencial de contaminação 
proposta por Mayhall, neste caso cirurgias classificadas como limpas têm um risco menor 
de infecção. Segue abaixo a classificação citada: 
Potencial de contaminação característica
Limpa Tecidos estéreis ou passíveis de 
descontaminação;
 Eletiva, não traumática, não infectada; 
 Nenhuma falha na técnica asséptica; 
 Sem invasão do trato digestivo, respiratório 
superior ou geniturinário. 
Ex: mamoplastias, herniorrafias. 
Potencialmente contaminada Tecidos colonizados por flora bacteriana pouco 
numerosa (até 100.000 col/ml); 
 Tecidos de difícil descontaminação; 
 Ausência de processo infeccioso local; 
 Cirurgias com pequena quebra de técnica 
Ex: cirurgia eletiva de intestino delgado; cirurgias 
esofágicas, gástricas. 
Contaminada Tecidos colonizados por flora bacteriana 
abundante (acima de 100.000 col/ml); 
 Tecidos de difíceis ou impossíveis 
descontaminação;
 Extravasamento grosseiro de material do trato 
gastrointestinal;
 Falhas técnicas grosseiras em ausência de 
supuração local. 
Ex: apendicectomia sem supuração, cirurgia oral e 
dental, vias biliares em presença de bile 
contaminada, fratura exposta (menos de 6 horas). 
Infectada Intervenções cirúrgicas em tecidos com presença 
de processo infeccioso local já estabelecido ou 
ferida traumática aberta abordada tardiamente (+ 
6 h) 
Ex: cirurgia de reto e ânus com pus, cirurgia 
abdominal em presença de conteúdo de cólon e pus, 
feridas traumáticas abertas tardias (+ 6 h). 
A ISC também pode ser classificada quanto a sua topografia; 
 ISC incisional superficial – quando envolver apenas pele e tecido subcutâneo 
do local. 
 ISC incisional profunda – podendo envolver ou não pele e subcut6aneo, mas 
obrigatoriamente envolve tecidos moles profundos como fáscia e músculos. 
 ISC órgão e cavidade – envolvem órgãos ou espaços profundos manipulados 
durante a cirurgia. 
Além do potencial de contaminação existem outros fatores de risco para ISC. São 
eles:
 Idade avançada 
 Doenças metabólicas 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 Más condições do estado clínico 
 Obesidade / desnutrição 
 Neoplasias 
 Internação pré-operatória prolongada 
 Uso de drogas imunossupressoras 
 Tempo prolongado de cirurgia 
 Realização de tricotomia 
 Presença de drenos 
Os agentes mais comuns nas ISC são: 
Dados do SENTRY, 1997-1999. 
430 bactérias coletadas nos Hospitais Brasileiros 
S. aureus 46%
P. aeruginosa 11%
Enterococcus spp 8%
E. coli 7%
Enterobacter spp 7%
Kleibsiella 4%
SCN 3%
Acinetobacter/Serratia 3%
As principais medidas de prevenção das ISC são: 
 Pacientes com doenças agudas ou crônicas descompensadas devem ter suas 
cirurgias postergadas (se possível). 
 Reduzir ao máximo o tempo de internação pré-operatório. 
 Postergar cirurgia se presença de infecção em outro sítio. 
 Higienização e degermação adequada das mãos dos profissionais. 
 Remover pêlos na menor área possível e preferir utilização de tricotomizador 
elétrico a lâmina de barbear. 
 Realizar anti-sepsia da pele do paciente com técnica adequada. 
 Reduzir ao máximo possível o tempo de cirurgia 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
E finalmente o CDC cita que num hospital geral as taxas de ISC em operações 
classificadas como limpas seja inferior a 5%, nas potencialmente contaminadas não 
superiores a 11%, nas contaminadas no máximo 17% e nas infectadas o desejável é que 
seja inferior a 27%. 
3. Emergência de microorganismos resistentes a antimicrobianos comumente 
utilizados
O ambiente UTI é um dos mais propícios da área hospitalar para o 
desenvolvimento de germes multi-resistentes, pois: 
 Possui pacientes mais susceptíveis tanto por estado clínico como por 
procedimentos invasivos. 
 Risco aumentado de transmissão de microorganismos (muitos procedimentos a 
serem realizados e menores taxas de adesão a higienização das mãos por 
profissionais).
 Uso excessivo de antimicrobianos. 
Sendo assim vamos abordar os principais microorganismos resistentes e seus 
mecanismos de resistência. 
O S. aureus é um agente muito comum em pneumonias associadas à ventilação 
mecânica e em infecções de corrente sanguínea. 
Com a descoberta da penicilina nos anos 40 logo houve a produção de penicilases 
pelo S. Aureus, esta enzima inativa o antibiótico. Nos anos 60 com a introdução das 
penicilinas semi-sintéticas (meticilinas, oxacilinas e etc) permitiram que o problema fosse 
contornado. Após uma década as opções terapêuticas ficaram ainda mais restritas com o 
aparecimento de S aureus meticilino resistentes os ditos MRSA, isto obrigou a utilização 
de antibióticos glicopeptídeos (vancomicina e teicoplamina), o mecanismo de resistência 
se deu pela presença do gene mec A que altera o alvo de ligação da parede bacteriana 
conferindo baixa afinidade a todos os antibióticos beta-lactâmicos.
Atualmente com a aquisição de um novo gene denominado van A o S aureus já 
está apresentando uma resistência intermediária ou total aos glicopeptídeos. 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
O SCN apresenta os mesmos mecanismos de resistência do S aureus, no entanto
sua taxa de resistência a oxacilina chega 80 a 90%. 
Os Enterococcus spp já são naturalmente resistentes a inúmeros antibióticos 
(aminoglicosídeos, beta-lactâmicos e recentemente a glicopeptídeos), geralmente 
requerem tipos de antimicrobianos um que age na parede – penicilina, ampicilina e 
glicopeptídeos e um que altera a síntese de proteínas – aminoglicosídeos. O marcador de 
resistência é a vancomicina, droga comumente utilizada, essa resistência se deu pela 
aquisição do gene van A, van B e van C. 
Como mecanismo de prevenção orientamos a identificação de pacientes 
portadores de ERV nas fezes e intituição de precaução de contato. 
Estudos Brasileiros demonstram uma taxa de 14 a 25% de colonização retal de 
ERV (em pacientes com uso prévio de vancomicina e internação prolongada). 
Enquanto as bactérias gram positivas possuem um mecanismo de resistência os 
microorganismos gram negativos (Pseudomonas e Acinetobacter - comuns em infecções 
de trato urinário e pneumonias associadas a ventilação mecânica) apresentam cerca de 
quatro a cinco mecanismos de resistência. 
O principal mecanismo de resistência é a produção de beta-lactamases que 
conferem resistência a cefalosporinas e penicilinas de amplo espectro, um subgrupo as 
metalo-beta-lactamases conferem resistência aos carbapenens os quais constituem as 
principais armas no tratamento de gram-negativos multiresistentes. Ainda podemos citar 
alguns outros mecanismos de resistência adquiridos por estes microorganismos como 
perda de porinas, mecanismo de efluxo (criam bombas que retiram o antibiótico de dentro 
da célula fazendo com que retorne ao meio extracelular) e modificação do sítio de ligação 
dos ATM. 
Já os bacilos Gram negativos fermentadores de glicose tornam-se resistentes 
através da produção de Beta lactamase de espectro ampliado - ESBL (Klebsiella spp e E
coli) conferindo resistência a carbapenens, e produção de enzima tipo amp C (Citrobacter
spp, Enterobacter spp, Serratia spp e Proteus Spp) conferindo resistência a 
cefalosporinas de 3° e 4° geração. 
38
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E finalmente, com o uso indiscriminadode antimicrobianos observamos um 
aumento freqüente das infecções fúngicas, o gênero mais comum é a Cândida que já se 
apresenta resistente a antifúngicos menos tóxicos (Fluconazol e itraconazol). 
4. Programa de uso racional de antimicrobianos 
Os antimicrobianos são umas das classes de medicamentos mais utilizadas, 
corresponde a cerca de 50% das prescrições médicas, a principal diferença em relação a 
outras classes de medicamentos é que estes além do efeito ao paciente possuem um 
impacto ambiental. 
A Organização Mundial de Saúde – OMS define como uso racional de 
medicamentos a situação na qual os pacientes recebem os medicamentos apropriados a 
suas necessidades clínicas na dose correta, por um período de tempo adequado a um 
custo acessível.
Diferentes causas provocam o uso inadequado de antibióticos, as principais são: 
 Insuficiência de formação técnico – científica nas academias e ausência de 
atualizações sobre o tema. 
 Ausência de Programas efetivos de racionalização em todos os níveis do 
sistema (federal, estadual e municipal). 
 Insuficiência de recursos laboratoriais. 
 Pouca participação de farmacêuticos no controle dos antimicrobianos de amplo 
espectro.
 Propaganda inadequada e opressiva da industria farmacêutica. 
O principal objetivo de um Programa de racionalização de antimicrobianos é 
assistir adequadamente o paciente, minimizar o aparecimento da resistência microbiana e 
como conseqüência teremos uma redução dos custos. 
Para iniciarmos será necessário a estruturação de um Comitê de uso de 
antimicrobianos, este deverá ser composto por: 
 Infectologista (Coordenador) 
 Chefia do laboratório 
 Chefia da Farmácia 
39
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 Profissionais da CCIH 
 Representante dos cirurgiões 
 Representante dos clínicos (não esquecer da pediatria) 
 Médico intensivista 
 Médico do Pronto Socorro 
 Chefia de Enfermagem 
 Representante da Administração 
 Representante da Comissão de Qualidade do Atendimento 
As principais funções deste Comitê seriam: 
 Elaborar diagnóstico situacional 
 Elaborar um Programa de trabalho, incluindo as principais ações a serem 
desenvolvidas.
 Estabelecer metas 
 Promover uso racional de antimicrobianos 
 Definir formulário de antimicrobianos 
 Realizar atividades de ensino 
 Realizar auditorias do uso de antimicrobianos. 
40
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
1) Am J Cardiol 1998; 82(6): 789-79. 
2) Am J Epidemiol 1989; 129(6): 1258-1267. 
3) Am J Infect Control 1984; 12(4): 233-238. 
4) Bennett JV; Brachman,PS. Hospital Infection 4 ed. Philadelphia, Litle, 
Brown,1998.
5) Canadian Critical Trials Group. Am J Respir Crit Care Med 1999; 159:1249-1256. 
6) CDC - Guidelines For Preventing Health-Care-Associated Pneumonia, 2003. 
7) Chest 2002; 122:2115-2121. 
8) Dados do NNIS, 1992-1999 MMWR 2002 / Vol. 51 / No. RR-10.
9) Grinbaum, In: Infecções Hospitalares - Prevenção e Controle, 1997. p 149-67.
10) Haley RW, et al.Am J Med 1981;70:947-959.
11) Infecção relacionada ao uso de cateteres vasculares/[Coordenadoras Rosana 
Richtiman, Ana Sara S. Levin]. 2ª ed. São Paulo: Associação Paulista para o Controle 
de Infecção Hospitalar, 1999. 
12) Jarvis WR. Infect Control Hosp Epidemiol 1996; 17(8): 552-557.
13) Kluytmans et al, J Hosp Infect 1994; 27:139-47. 
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15) Mangram et al, Guideline CDC, ICHE 1999; 20(4):249-280. 
16) Melhorando o uso de antimicrobianos em hospitais/[Coordenadores Edison I. 
Manrique, Claúdia Mangini]. São Paulo: Associação Paulista para o Controle de 
Infecção Hospitalar, 2002. 
17) Nosocomial Infection Surveillance, 1984. MMWR 1986; 35(SS1):17-29. 
18) Nosocomial Infections in Coronary Care Units in the United States. NNISS.
19) Nystrm et al., J Hosp Infect,4:338-349,1983 .
20) Pittet D, WenzelRP, Arch Intern Med, 155: 1177-1184,1995. 
41
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
21) Pittet D.In WenzelRP.ed Prevention and control of nosocomial infections. Baltimore 
MD. W&W 1997;711-69).
22) Platt R et al. N Engl J Med 1982;307:637-642.
23) Portaria nº 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998.
24) Prevenção da Infecção de do trato urinário hospitalar / [Coordenadora Claudia 
Mangini]. São Paulo: Associação Paulista para o Controle de Infecção Hospitalar, 
2000.
25) Prevenção da Infecção de sítio cirúrgico / [Coordenação de Renato S. Grimbaum]. São 
Paulo: Associação Paulista para o Controle de Infecção Hospitalar, 2001. 
26) Prevenção das infecções hospitalares do trato respiratório / [Coordenadoras Regina 
Damous fontenele feijó, Ana Paula Coutinho]. 2ª Ed.rev. E ampl. São Paulo: 
Associação Paulista para o Controle de Infecção Hospitalar, 2005. 
27) Prevenção de infecções em Unidades de terapia Intensiva, Curso infecção relacionada 
à assistência à Saúde – IRAS – versão 1.0 São Paulo UNIFESP/ANVISA 2004. 
28) Saudi Med J 2004; 25:895-900. 
29) Siegman-Igra et al., J Clin Microbiol,36:928-936,1997.
30) Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em <www.anvisa.gov.br> acesso 
em 27/01/2006.
 -------------------- FIM MÓDULO II -------------------
43
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MÓDULO III 
Conteúdo: 
1. Vigilância Epidemiológica das infecções Hospitalares 
2. Critérios NNISS de diagnóstico das infecções hospitalares 
3. Sistema Nacional de Informação para o controle das Infecções em Serviços de Saúde - 
SINAIS 
 
Objetivos específicos 
Ao final deste módulo o aluno deverá ser capaz de: 
 Compreender quais são os objetivos da vigilância epidemiológica das infecções 
hospitalares. 
 Identificar o método prospectivo com busca ativa de dados como o ideal para a 
adequada prevenção e controle das infecções hospitalares. 
 Compreender a metodologia NNISS 
 Diagnosticar as infecções hospitalares segundo critério NNISS. 
 Compreender a diferença entre critério clínico e critério epidemiológico. 
 Compreender a importância da obtenção e do monitoramento de indicadores de 
infecções hospitalares Nacionais. 
 Conhecer os meios de instalação dos SINAIS 
 
1. Vigilância Epidemiológica das infecções Hospitalares 
A Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares é a observação ativa, 
sistemática e contínua de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, 
hospitalizados ou não, e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, 
com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle (Portaria n° 2616/98). 
São objetivos da Vigilância Epidemiológica das IH: 
 Identificar o perfil epidemiológico das infecções hospitalares (principais sítios 
envolvidos, patógenos envolvidos, fatores de risco...). 
 Estimar incidência (n° de casos novos) e tendências das taxas. 
 Identificar surtos (aumento do n° de casos novos acima do esperado), para 
posteriormente interromper a cadeia de transmissão. 
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 Estruturar e implantar medidas preventivas para o controle das infecções 
hospitalares. 
 Suporte as atividades de educação da Comissão de Controle de infecção 
Hospitalar � CCIH. 
 Tabulação, análise e divulgação dos dados. 
 Comparar dados entre hospitais em populações similares 
É preciso ressaltar que as notificações das infecções hospitalares não são o único 
objetivo da Vigilância Epidemiológica, é necessário em algumas situações acompanhar 
por exemplo à resistência bacteriana, a taxa de acidentescom materiais pérfuro-cortantes 
ou a adesão dos profissionais a algum procedimento. 
Para elaboração destas taxas (os denominados indicadores) será necessária a 
coleta de dados. Estes dados são informações que poderão ser coletadas através da 
observação, registros administrativos, censos de internação, prontuários de pacientes e 
outros documentos pertinentes. Toda taxa é produzida das seguintes formas: 
 
Taxa = ______numerador_____ X 100 ou Taxa = ___numerador_____ X 1000 
 Denominador denominador 
Os numeradores sempre representam o número de infecções e os denominadores 
dos pacientes sob o risco de desenvolver a infecção. A primeira fórmula é utilizada 
quando os dados deverão ser expressos em porcentagens, Por exemplo, em Abril no 
Hospital �Sara Tudo� tivemos 15 infecções na UTI e 150 pacientes saíram da unidade (por 
alta, óbito ou transferência), portanto, a taxa de infecção do mês de Abril da UTI do 
respectivo hospital será calculada da seguinte forma: 
Taxa de infecção da UTI = __15_infecções__ X 100 , ou seja 10% 
 150 saídas 
A segunda fórmula é utilizada para casos em que o tempo de internação ou o 
tempo de uso de um dispositivo implica num risco maior de desenvolver a infecção, 
portanto deve ser considerado. Por exemplo, quando precisamos saber a taxa de infecção 
de trato urinário relacionado ao uso de sonda vesical de demora, neste caso como 
numerador precisaremos dos seguintes dados: 
 
Taxa = _____número de ITU relacionadas à sonda vesical X 1000 
 Número de sonda vesical / dia 
Este denominador dia é obtido através da coleta diária de dados na referida 
unidade, por exemplo, dia um do mês de Abril temos 6 pacientes sondados, dia dois 
temos 8 e assim até o final do mês, ao final somamos estes números e esta informação 
será utilizada no denominador. Além deste denominador poderemos ter outros como: 
paciente/dia, respirador/dia, cateter venoso central/dia... Observe o exemplo de planilha 
de coleta de denominadores abaixo: 
 
45
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
Abril/2005 
6 6 4 5 
8 
8 5 6 
124
Paciente-dia
128 125 128 
2,3/1000/Paciente-dia
Para entendermos melhor como utilizar este tipo de taxa (densidade de incidência) 
imaginemos a seguinte situação: 
Taxa de ITU relacionada a sonda vesical = _12 ITU relacionado a sonda_ X 1000 
 De Abril/2005 da UTI do Hospital 128 sonda vesical/dia 
Isso significa que teremos 93,75 ITU a cada 1000 sonda vesical dia. 
Eis alguns parâmetros de taxas deste tipo publicadas pelo NNISS: 
 
 Am J Infect Control 2003; 31: 481-498 
Para iniciarmos a vigilância precisamos definir qual a melhor forma de colher os 
dados. Para tal temos dois métodos de coleta de dados: 
1. Passivo onde a notificação é feita pelo médico ou enfermeira da unidade, suas 
desvantagens são: 
 Falta de critérios de infecção uniformes 
 Relutância de alguns médicos em admitir a infecção 
 Dificuldade na detecção de surtos 
 Faz-se necessária revisão de prontuários na alta / óbito o que torna inviável em 
caso de prontuários desorganizados ou com registros incompletos. 
2. Ativo é o método recomendado pela Portaria 2616, 12/05/1998, anexo III deve ser 
realizado membro executor da CCIH onde este através de visita periódica diagnostica 
e notifica os casos de infecção. 
O segundo passo é definir o método de Vigilância: 
 Prospectivo � a coleta de dados é realizada durante o período de internação do 
paciente na unidade. 
 Retrospectivo � a coleta de dados é realizada pós-alta do paciente, portanto 
são necessários bons sistemas de registros no prontuário do paciente, neste 
caso não é possível detectar surtos no tempo real que ocorrem. 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 Transversal � neste método define-se um período a ser coletado os dados, 
pode ser dia, uma semana, um mês... Neste caso também não se detecta 
surtos, este método é bastante utilizado para diagnóstico situacional, mas não é 
adequado para acompanhamento das taxas.
Em resumo a Portaria n°2616/98 recomenda a busca ativa de dados e o método 
prospectivo como ideal para realizar uma adequada vigilância epidemiológica das IH. 
Após padronizarmos a coleta de dados definiremos o tipo de vigilância 
epidemiológica. 
A. Vigilância Global 
Consiste na avaliação sistemática de todos os pacientes internados em todas as 
clínicas do hospital, sendo monitorizadas as IHs em todas as topografias. 
B. Vigilância por Objetivos 
Define-se qual infecção se pretende diminuir, quanto se pretende diminuir e qual a 
estratégia a ser implantada. 
C. Vigilância Dirigida 
Consiste no direcionamento de ações de vigilância e prevenção de IHs para áreas 
consideradas críticas ou para problemas identificados na instituição (por exemplo: sítio 
específico, unidade específica, vigilância rotativa ou em casos de investigação de surtos). 
D. Vigilância microbiológica 
Usa somente dados do laboratório de Microbiologia onde são verificadas culturas dos 
pacientes, permite a detecção de microorganismos resistentes aos antibióticos, no 
entanto seu uso isolado não é suficiente. 
E. Vigilância pós-alta 
Avalia a ocorrência de IH que se manifesta após a alta do paciente é realizado através 
de telegramas, telefonema, fichas encaminhadas aos médicos ou visitas domiciliares. 
Considerada ótima para infecções de sítio cirúrgico, mas apresenta alguns problemas 
como: baixa taxa de retorno, necessidade de profissional específico para coleta de dados 
e critérios pouco uniformes (paciente / médico). 
F. Vigilância por componentes NNISS (National Nosocomial Infection Surveillance � 
System) 
48
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Este tipo de Vigilância foi criado nos EUA em 1970, é a metodologia com maior 
experiência na literatura e com os maiores bancos de dados. Ela possui quatro 
componentes são eles: componente global, componente berçário, componente UTI e 
componente cirúrgico. Para tal é definido uma série de variáveis como: 
 Paciente NNISS é todo aquele que possui data de admissão e data de saída 
em dias diferentes do calendário, exceto: pacientes psiquiátricos, ambulatoriais 
clínicos e cirúrgicos, em reabilitação física, crônicos/ asilares, externos (diálise, 
quimioterapia, cateterismo cardíaco) 
 Paciente NNISS UTI é todo aquele que permanecer pelo menos 24 horas 
internado nesta unidade. 
 Paciente NNISS cirúrgico são todos os pacientes submetidos a procedimentos 
cirúrgicos NNISS. 
Componente UTI 
Todos os pacientes são monitorados para IHs em todos os sítios corporais e 
avaliados diariamente quanto à presença de intervenções relacionadas ao aumento de 
risco para infecções como presença de: cateter urinário, cateter central e respirador. 
Caso a IH se manifeste nas primeiras 48hs do mês seguinte, a infecção deve ser 
registrada no mês em que o paciente estava sob risco, isto é, no mês anterior. Serão 
consideradas IH para a UTI aquelas que se manifestarem até 48 hs após a alta da UTI. 
Considera-se IH, aquela infecção que não estava presente ou em incubação à admissão 
na UTI. É necessário coletar diariamente os dados sobre os denominadores deste 
componente em formulário próprio ao mês sob vigilância. 
Modelo de cálculo das taxas: 
 
Taxa de IH Global= ______No. Total de IH____ X 1000 
 N° de pacientes-dia 
 
 
 Taxa de PNEU em = N° Pneumonias associadas respirador X 1000 
Pacientes no Resp N° de Respiradores-dia 
 
 
 Am J Infect Control 2003; 31: 481-498 
 
Componente cirúrgico 
 Podem ser monitorizados para IHs em todos os sítios corporais ou apenas para 
infecção de sítio cirúrgico. 
 
Taxa = IHs de Revascularização do Miocárdio X 100 
 Cirurgias de Revascularização do Miocárdio 
 
Você poderá obter dependendo dos dados que dispuser taxas de infecção por 
equipe cirúrgica, por risco cirúrgico, por ASA do paciente, entre outros. 
 
Componente berçário 
Vigilância dirigida a todos os neonatos hospitalizados requerendo cuidados 
intensivos, estes são monitorizados para infecções hospitalares em todos os sítios 
corporais. Para permitir um maior ajuste estratifica-se em 4 categorias de acordo com o 
peso ao nascimento (<=1000g; 1001-1500g; 1501-2500; >2500g). A avaliação, assim 
como no componente UTI é diária quanto à presença de cateter umbilical, cateter central 
e respirador. 
49
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 Am J Infect Control 2003; 31: 481-498 
“A Vigilância adequada não garante necessariamente a tomada de decisões 
corretas, mas reduz as chances de tomar as incorretas” (Langmuir AD, NEJM 
1963).
2. Critérios NNISS de diagnóstico das infecções hospitalares 
 
Após definirmos o método de coleta de dados e o tipo de Vigilância epidemiológica 
a ser adotado precisamos utilizar a mesma definição de caso de infecção. Para tal 
podemos criar uma definição ou utilizar os critérios de definição NNISS. Estes critérios 
são baseados em achados clínicos, radiológicos e / ou laboratoriais. É importante 
diferenciar critério clínico de infecção hospitalar e critério epidemiológico de infecção 
hospitalar, sendo o primeiro realizado pelo médico assistencial do paciente e utilizado 
para o tratamento, já o segundo é de competência do membro executor da CCIH e têm 
como finalidade coleta de dados para fins epidemiológicos. 
 Segue abaixo os critérios para diagnóstico NNISS versão 2004 traduzidos pela 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, atenção esta lista é para ser consultada, esta 
informação não precisa estar decorada. 
 Você deve estar se perguntando como deve ser utilizada esta lista? Ao visitar 
periodicamente os pacientes internados nas unidades vigiadas procuramos sinais de 
alerta de infecção como: presença de febre, dor, uso de antimicrobianos, culturas 
50
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
positivas...e verificamos se o caso se enquadra na definição de infecção do critério 
NNISS, caso positivo notificamos o caso, caso contrário podemos continuar 
acompanhando até enquadrar no critério ou descartar a possibilidade de infecção 
hospitalar. Esta padronização permite que se busque nos casos realizados por diferentes 
profissionais ambos têm o mesmo critério para notificar casos, isto garante que a taxa 
seja o mais fidedigna possível e as oscilações realmente representem um problema ou a 
resolução deste. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
- Infecção do Sítio Cirúrgico (SSI) 
Incisional 
Superficial(1)
 
(SSI � SKIN) 
 
Critério 
Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia e envolve apenas pele e tecido 
subcutâneo à incisão 
Mais pelo menos um dos seguintes: 
a. Drenagem purulenta da incisão superficial 
b. Cultura positiva de fluído ou tecido da incisão superficial obtido 
assepticamente 
c. Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas de infecção: dor ou 
aumento da sensibilidade, edema local, hiperemia ou calor e a incisão 
superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião, exceto se a cultura for 
negativa. 
Diagnóstico de infecção superficial pelo cirurgião ou médico assistente. 
Incisional 
Profunda(2)
 
(SSI � ST) 
 
 
Critério 
Todos os seguintes: 
a. Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia se não houver colocação de 
prótese. 
Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção 
parecer ter. 
Relação com o procedimento cirúrgico. 
b. Envolve tecidos moles profundos à incisão (ex: fáscia e músculos) 
Mais pelo menos um dos seguintes: 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
a. Drenagem purulenta da incisão profunda, mas não de órgão/cavidade. 
b. A incisão profunda sofre deiscência espontânea ou é deliberadamente 
aberta pelo cirurgião quando o paciente tem pelo menos um dos seguintes 
sinais ou sintomas: febre (> 38ºC), dor ou aumento da sensibilidade local, 
exceto se a cultura for negativa. 
c. Abscesso ou outra evidência da infecção envolvendo a incisão profunda é 
visualizado durante exame direto, reoperação ou exame histopatológico 
ou radiológico. 
d. Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo cirurgião ou médico 
assistente. 
Órgão / 
Cavidade(3,4)
 
(SSI � código 
específico do 
órgão/cavidade) 
 
 
Critério 
Todos os seguintes: 
 a. Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia se não houver colocação de 
prótese. 
 Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção 
parecer ter. 
 Relação com o procedimento cirúrgico. 
b. Envolve qualquer parte do corpo, exceto pele no local da incisão, fáscia e 
camadas 
 Musculares, que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia. 
Mais pelo menos um dos seguintes: 
a. Drenagem purulenta pelo dreno colocado dentro do órgão/cavidade 
através da ferida. 
b. Cultura positiva de fluído ou tecido do órgão/cavidade obtido 
assepticamente 
c. Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo o órgão/cavidade 
visualizado durante exame direto, reoperação, exame histopatológico ou 
radiológico. 
d. Diagnóstico de infecção de órgão/cavidade pelo cirurgião ou médico 
assistente. 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
(1) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
 Não notifique SSI-SKIN para a cirurgia NNIS de transplante de bypass arterial coronário 
(TBAC). Para TBAC, se a infecção é no tórax, use SSI-STC (soft tissue-chest) ou se é na 
perna do doador, use SSI-STL (soft tissue -leg). 
 Não notifique um abscesso dos pontos (mínima inflamação e drenagem de secreção 
limitada aos pontos de sutura) como infecção. 
 Não notifique uma infecção localizada de ferimento cortante como SSI, e sim, como 
infecção de pele e partes moles, conforme a profundidade. 
 Notifique uma infecção do local da circuncisão em recém-nascido como SST-CIRC. 
Circuncisão não é procedimento NNIS. 
 Notifique infecção de episiotomia como REPR-EPIS. Episiotomia não é um procedimento 
NNIS. 
 Notifique queimadura infectada como SST-BURN. 
 Se a infecção incisional envolve ou se estende para fáscia ou camadas musculares, 
notifique como SSI incisional profunda. 
 Classifique a infecção que envolve tecido superficial e profundo como SSI incisional 
profunda. 
 Notifique o espécime de cultura de incisões superficiais como ID (drenagem incisional). 
 (2) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
 Não notifique SSI-SKIN para a cirurgia NNIS de transplante de bypass arterial coronário 
(TBAC). Para TBAC, se a infecção é no tórax, use SSI-SKNC (skin-chest) ou se é na 
perna do doador,

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