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Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria Psiquiatria Etapas da consulta psiquiátrica →Objetivos da entrevista psiquiátrica: -obtenção de informação confiável, válida e útil a respeito dos problemas mentais, que deverá ser elaborada e codificada de acordo com os diferentes métodos psicopatológicos, com o objetivo de planejar e implementar tratamentos, motivando o paciente, criando e mantendo uma relação terapêutica sustentável + prognostico. →Características: - preferir um ambiente fechado, isolado acusticamente e com uma temperatura agradável. Evitar o máximo possível que haja interrupções. - No início é essencial que o médico se apresente, explique o objetivo da entrevista e, se possível, obtenha o consentimento do paciente. Se não há plena consciência de morbidade por parte do paciente, é fundamental que se entrevistem os familiares – ou outras pessoas que possam prestar informações –, de preferência com a concordância (e a presença) do paciente →Regras básicas: • No começo, deve-se deixar o paciente falar livremente, e só depois perguntar de modo mais específico temas ou pontos duvidosos. • saber quando e como interromper o paciente: sem cortar o fluxo da comunicação, mas sem deixar que a minuciosidade ou a prolixidade prejudiquem a obtenção da história clínica. • Não fazer um diálogo monótono e mecânico e sim o mais natural e informal possível. • Evitar perguntas muito sugestivas, fechadas, que podem ser respondidas com um simples sim ou não (perguntar como esta se sentindo ao invés de, esta ansioso?) • Não aceitar jargões fornecidos pelos pacientes, como “nervoso”, “deprimido”, “tenho pânico→pedir pra ele explicitar melhor. →Principios gerais • Acordo e respeito do processo -se apresentar e esclarecer a razão de esta conversando com o pct + obter consentimento para fazer a consulta + saber se o pct foi a consulta voluntariamente ou não. • Privacidade e confidencialidade -Devem ser asseguradas, mesmo que o pct esteja em 1 hospital; -Algumas avaliações (forenses e as de invalidez), são menos confidenciais, e o que é discutido pode ser compartilhado com outras pessoas→deve-se informar ao pct e anotar no prontuário. -caso o paciente indique que pretende causar dano a outra pessoa, e o psiquiatra sugere que isso poderia de fato acontecer, ele pode ter a obrigação legal de alertar a vítima potencial. -Se um familiar desejar conversar com o psiquiatra, é preferível um encontro com o(s) familiar(es) e o paciente juntos no fim da sessão e após este ter dado seu consentimento. O psiquiatra não revela material que o paciente compartilhou, mas escuta o que os familiares têm a dizer e discute itens que o paciente introduz durante a sessão conjunta. -quando os familiares não pediram para participar da sessão e o psiquiatra sentir que a inclusão poderia ser proveitosa, ele aborda esse assunto com o paciente (não é capaz de se comunicar de forma efetiva). -Em contextos educacionais e forenses, pode haver ocasiões em que a sessão seja gravada. O paciente deve ser informado sobre a gravação e como ela será usada. Deve ser discutido por quanto tempo a gravação será mantida e como o acesso a ela será restrito. • Respeito e consideração • Rapport -respostas harmoniosas do médico ao paciente e do paciente ao médico. -É importante que os pacientes sintam cada vez mais que a avaliação é um esforço conjunto e que o psiquiatra está verdadeiramente interessado na história deles • Relação paciente-medico -demonstração pelos médicos de que entendem o que o paciente está declarando e sentindo; reconhecimento pelo paciente de que o médico se importa; -é reforçado pela autenticidade do médico. Ser capaz de rir em resposta a um comentário bem-humorado, admitir um erro ou desculpar-se por um engano; -Dependendo da natureza do tratamento, pode ser útil para o psiquiatra compartilhar alguma informação pessoal mesmo que ela não seja perguntada de maneira direta pelo paciente, e quando o mesmo perguntar responder de forma direta o que julgar ter resposta. Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria • Empatia • Transferência - é o processo em que o paciente inconsciente e inadequadamente desloca para indivíduos em sua vida atual aqueles padrões de comportamento e reações emocionais que se originaram com figuras significativas do início da vida, com frequência da infância. Na situação clínica, o deslocamento é para o psiquiatra, que é uma figura de autoridade ou um pai substituto. É importante que o psiquiatra reconheça que a transferência pode estar dirigindo os comportamentos do paciente, e as interações com o psiquiatra podem ser baseadas em distorções que têm suas origens muito mais cedo na vida→O fracasso em reconhecer esse processo pode levar à reação inadequada do psiquiatra ao comportamento do paciente como se fosse um ataque pessoal • A entrevista deve ser centrada no paciente -A individualidade da experiência do paciente é o tema central, e sua história de vida é evocada, sujeita às restrições de tempo, à vontade dele de compartilhar parte desse material e à habilidade do entrevistador • Segurança e conforto para o pct e para o médico • Tempo e número de sessões -entrevista inicial= 45 a 90 minutos ; Para pacientes internados em uma unidade médica ou, que estão confusos, em considerável sofrimento ou psicóticos= 20 a 30 minutos ou menos. Sala de exame o paciente e o psiquiatra fiquem sentados a uma distância de cerca de 1,20 a 1,80 m. O psiquiatra não deve estar sentado atrás de uma escrivaninha. Deve se vestir profissionalmente e estar bem arrumado. As distrações devem ser mínimas, não deve haver interrupções de telefone ou de mensagem de texto durante a entrevista. O paciente deve sentir que o tempo foi reservado apenas para ele →Anamnese A redação final de uma observação psiquiátrica precisa ser completa, sem ser sobrecarregada ou repetitiva, mas nunca será totalmente completa e precisa. →Itens= identificação, QP, motivo do atendimento, HDA, história patológica pregressa, história fisiológica, história pessoal, história social e história familiar. -Identificação= alcoolismo é mais comum em homens; esquizofrênicos em geral não são casados; pacientes com retardo mental costumam apresentar um baixo nível educacional; -Motivo do atendimento= só é necessário quando não há consciência de morbidade por parte do paciente. O seu conteúdo é fornecido por outra pessoa: um familiar, vizinho, bombeiro, policial, outro profissional de saúde etc. São reproduzidas literalmente as palavras do informante. -HDA= São incluídas informações (sobre alterações psíquicas e físicas) pesquisadas ativamente pelo entrevistador, mesmo que não tenham sido trazidas espontaneamente pelo paciente ou informante + negativos pertinentes (sintomas cuja ausência pode ser significativa para a identificação da doença ou da fase evolutiva em que esta se encontra) + Episódios psiquiátricos anteriores já que estes devem estar relacionados ao atual→os transtornos mentais são, em geral, crônicos. -HPP= estados mórbidos passados, em geral não psiquiátricos, que não mostrem possuir relação direta ou indireta de causa e efeito com a moléstia atual. Caso exista, eles são incluídos na HDA: enurese, sonilóquio, pesadelos frequentes, terror noturno, sonambulismo, asma, tartamudez, fobia escolar, na infância; convulsões ou desmaios; doenças venéreas; outras doenças infecciosas, tóxicas ou degenerativas; traumatismos cranianos; alergia; intervenções cirúrgicas; hábitos tóxicos (álcool, tabaco, drogas ilícitas); uso de medicamentos + investigação de sistemas. -Historia pessoal: • Infância: personalidade, socialização, jogos e brincadeiras, aproveitamento escolar, ansiedade de separação (A criança costuma relatar preocupações com algo ruimacontecendo quando é separada dos pais. Os pais frequentemente descrevem a dificuldade de conseguir que a criança durma sozinha.) • Adolescência: desempenho escolar, uso de álcool e drogas, delinquência, relacionamentos interpessoais • Sexualidade: iniciação, preferência, orientação, número de parceiros, frequência • Vida profissional: vocações; estabilidade nos empregos; relacionamento com chefes, subordinados e colegas; desempenho. • Personalidade pré-mórbida: relacionamentos sociais, interesses, hábitos de lazer e culturais, padrão de humor, agressividade, introversão/extroversão, egoísmo/altruísmo, independência/dependência, atividade/passividade, valores, adaptação ao ambiente. -História social= moradia, socioeconômico, ocupação, religião. Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria -HF=doenças psiquiátricas e não psiquiátricas; gravidez indesejada pelos pais do paciente, separação dos pais, quem criou o paciente; ordem de nascimento entre os irmãos, diferenças de idade; características de personalidade dos familiares, o relacionamento entre estes e destes com o paciente; atitude da família diante da doença do paciente; relacionamento com o cônjuge e filhos. -Historia psiquiátrica pregressa= o médico deve obter informações sobre todas as doenças psiquiátricas e seu curso ao longo da vida do paciente, incluindo sintomas e tratamento. Tendo em vista que a comorbidade é mais a regra do que a exceção, além dos episódios anteriores da mesma doença + tratamentos dos episódios anteriores devem ser revistos em detalhes. -Uso e abuso de substancias= Os períodos de sobriedade devem ser anotados incluindo duração e situação; O impacto do uso sobre interações sociais, trabalho, escola, consequências legais e dirigir intoxicado deve ser abordado. →Estado mental -Soft signs= sinais que nos deixam com alerta. Eles são sugestivos de transtornos, mas não específicos, e podem ter múltiplas causas possíveis. Em geral, não fazem parte dos critérios diagnósticos de transtornos mentais ou de personalidade, mas tornam-se evidentes precocemente, no início da entrevista e, sugerem pesquisa de certas áreas de problemas. -hard signs= nos dão a certeza do problema, indicativos de transtornos, com alguma especificidade. Em geral, fazem parte dos critérios diagnósticos de transtornos mentais ou de personalidade. Tornam-se evidentes durante a entrevista, por ocasião da coleta da história psiquiátrica. Devem ser pesquisados ativamente sempre que houver evidências, em geral sugeridas por soft signs. -Sinais de alerta= podem se tornar evidentes de imediato, no início da entrevista, ou podem passar despercebidos ou ser omitidos intencionalmente pelo paciente. Devem sempre ser pesquisados ativamente, mesmo quando não há evidências de transtornos, pois sua identificação leva a condutas importantes. O não reconhecimento implica riscos significativos Exame psíquico começa no primeiro contato com o paciente, antes de se obterem os dados de identificação. O psiquiatra experiente será capaz de realizar a maior parte do exame do estado mental ao mesmo tempo em que completa a história; -é comparável ao exame físico na medicina geral→o que é relatado pelo paciente deve ser incluído na anamnese; o que é observado pelo examinador representa o exame psíquico. -grande parte das vivências internas, subjetivas, dos pacientes são expressas em seu comportamento, sua mímica ou sua fala, tornando-se assim passíveis de serem observadas e descritas por outras pessoas, isto é, tornando-se objetivas. -são descritas apenas as alterações presenciadas durante a entrevista. -Na redação, é conveniente a descrição do local que se realizou o exame: se no domicílio do paciente, em consultório ou ambulatório, em quarto de hospital, ou numa enfermaria; se havia mais alguém presente. -faz parte do exame psíquico a descrição das funções mentais preservadas. Não devem ser consideradas as possíveis causas dos fenômenos: são apontadas todas as alterações presentes, mesmo que, se acredite que elas sejam devidas à medicação em uso. -não é usado termos técnicos, apenas uma descrição. Súmula psicopatológica → Na súmula torna-se explícita a subdivisão das funções mentais e são utilizados termos técnicos. Exame físico deve ser dada ênfase ao exame neurológico e ao do sistema endócrino→A necessidade de exame físico geral e especializado, neurológico, deve ser definida pelo problema e pelo contexto apresentados pelo paciente. -O exame da constituição (morfologia corporal) pode ser incluído no exame físico, na parte da inspeção geral. Formulação de 1 diagnóstico Explicação sobre os problemas= o momento de informar sobre a doença, ou o problema. Pode ser útil material didático impresso, sugestão de leitura de livros e a consulta a sites confiáveis. O melhor é a velha e boa conversa olho no olho, com a necessária adaptação de Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria linguagem, que tem como objetivo transmitir conhecimento e credibilidade, e, diminuir ao mínimo a insegurança. Tratamento -Explica-se tudo sobre o tratamento, discutem-se as diferentes opções e, junto com o paciente, define-se a estratégia e quem fará o tratamento, de acordo com uma decisão compartilhada entre médico e paciente Orientações e prescrições e retorno Transtornos de humor →Os 2 transtornos estudados são transtornos de humor (afetivos). -Humor= emoção ou tom de sentimento difuso e persistente que influencia o comportamento de uma pessoa e colore sua percepção de ser no mundo. São usados vários adjetivos para descrever o humor, alguns percebidos pelo médico (rosto infeliz) e outros apenas pelo paciente (desesperança). Pode ser lábil, flutuar ou alternar rapidamente entre 2 extremos. -sinais e sintomas de transtorno do humor: mudanças no nível de atividade, nas capacidades cognitivas, na fala e nas funções vegetativas -Tipos de transtorno de humor: Depressão e TAB: Pacientes apenas com episódios depressivos maiores têm transtorno depressivo maior ou depressão unipolar. Aqueles com episódios tanto maníacos quanto depressivos ou somente maníacos são considerados com transtorno bipolar. Os termos “mania unipolar” e “mania pura” às vezes são usados para pacientes bipolares que não têm episódios depressivos. Outros transtornos de humor: hipomania (sintomas maníacos que não satisfaz os critérios para episódio maníaco); ciclotimia (forma menos grave de TAB) e distimia (forma menos grave de depressão maior). Recentemente acha-se que o TAB seja uma forma mais grave de depressão (pacientes em exame mais cuidadoso diagnosticados com deprê revelam episódios passados maníacos ou hipomaníacos não detectados) Compreender o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB): → Mania: é um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável que dura pelo menos 1 semana (menos se o paciente tiver de ser hospitalizado). →Hipomania: dura 4 dias, é semelhante a mania, porém não causa comprometimento funcionamento social ou ocupacional, sem aspectos psicóticos. →Sintomas gerais dos 2: autoestima inflada, necessidade de sono diminuída, distratibilidade, grande atividade física e mental e envolvimento excessivo em comportamento prazeroso. TAB 1= 1 ou mais episódios maníacos e as vezes ep deprê, alternados com eutimia (humor inalterado). TAB 2= deprê maior + hipomania (predomínio da deprê) TAB misto= período de pelo menos 1 semana no qual tanto um episódio maníaco quanto um episódio depressivo maior ocorrem quase diariamente. →EPIDEMIO - Incidência anual < 1% (formas leves passam despercebidas) -Segundo a OMS, é considerada a 6ª causa de incapacidade em indivíduos entre 15 e 44 anos ao redor do mundo. -Ao longo da vida= TB I e o TB II, chamados de formas clássicas→ 2,4% da populaçãogeral - prevalência estar aumentando ao longo dos anos= relacionado com mudanças nos critérios diagnósticos adotados, melhor reconhecimento da doença ou mesmo a um aumento real de prevalência em razão da exposição a diferentes fatores ambientais →dieta, estresse, privação de sono -SEXO: mania é mais comum em homem; TAB 1 tem prevalência igual; Quando episódios maníacos ocorrem em mulheres, elas têm mais probabilidade de apresentar um quadro misto (mania e depressão). E, têm uma taxa mais alta de ciclagem rápida (4 ou mais episódios maníacos no período de um ano). -IDADE= início mais precoce que a depressão maior→ 30 anos variando de 5 a 50 ou mais. -ESTADO CIVIL= maior entre pessoas divorciadas e solteiras do que as casadas, mas essa diferença pode refletir o início precoce e a discórdia conjugal resultante característica do transtorno. -SOCIOECONÔMICO E CULTURAL= maior em classe social mais alta + pessoas sem curso superior (idade de início precoce). -COMORBIDADES= mais comorbidade com uso de substância e transtornos de ansiedade do que aqueles com Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria deprê. Estudo comprovou que a história ao longo da vida de transtornos por uso de substâncias, transtorno de pânico e TOC foi cerca de 2 vezes mais alta entre pacientes com transtorno bipolar I (61, 21, e 21%) do que nos com depressão maior unipolar (27, 10 e 12%). -GENÉTICA= história familiar de TB tem maior risco de desenvolver a doença. Parentes de 1ºgrau→5 a 10% de apresentar a doença ao longo da vida+ maior risco para transtorno esquizoafetivo e a depressão unipolar →CAUSAS -doença multifatorial e de alta herdabilidade (potenciais mecanismos biológicos envolvidos) -Atualmente, tornou-se evidente que, além da sua característica cíclica, o TB também apresenta progressão ao longo do tempo em relação a apresentação clínica, resposta ao tratamento, neurobiologia e incapacidade funcional→Se não for tratado de maneira eficaz, segue trajetória neurobiológica com progressão gradual para dano estrutural cerebral e prejuízo funcional →DIAGNÓSTICO -Pacientes com TAB 1 e 2 têm mais probabilidade de ter diagnósticos estáveis ao longo do tempo. TAB 1 -a presença de um período distinto de humor anormal de pelo menos 1 semana e incluem diagnósticos separados de TB I para um episódio maníaco único e para um episódio recorrente com base nos sintomas do episódio mais recente. -Único= o paciente precisa esta em seu 1° ep; Recorrente= a partir do 2°, quando são separados por pelo menos dois meses sem sintomas significativos de mania ou hipomania. TAB 2 -episódios depressivos e hipomaníacos durante o curso do transtorno, mas os episódios de sintomas maníaco-símiles não satisfazem critérios diagnósticos para uma síndrome maníaca completa. -os critérios especificam a gravidade, a frequência e a duração dos sintomas hipomaníaco. ***EM AMBOS, TAB 1 E 2 EPISÓDIOS MANÍACOS OU HIPO INDUZIDOS POR ANTIDEPRESSIVOS NÃO SÃO DIAGNÓSTICOS DE TAB. →SINTOMAS • Ciclagem rápida -Pacientes com transtorno bipolar I com ciclagem rápida tendem a ser mulheres e a ter vivenciado episódios depressivos e hipomaníacos. -não tem herança familiar→há um fator externo e estressor envolvido em sua gênese -pelo DSM-5→pelo menos 4 episódios dentro de um período de 12 meses. →CARACTERISTICAS CLINICAS -pacientes com TB I têm estados mistos com aspectos tanto maníacos quanto depressivos, e alguns parecem vivenciar episódios de depressão rápidos – de minutos a poucas horas – durante os episódios maníacos. • Episódios maníacos -estado de humor elevado, expansivo ou irritável→O estado de humor eufórico muitas vezes é contagiante e pode até causar uma negação contratransferencial da doença por um médico inexperiente. Pessoas de fora podem não conhecer a diferença no humor do paciente mas quem o conhece identifica como anormal. Quando os planos excessivamente ambiciosos do paciente são contrariados→humor irritável. -O engrandecimento do eu pode vir acompanhado de taquipsiquismo (agitação psicomotora, logorreia, taquilalia e pensamento acelerado ou com fuga de ideias) -geralmente há mudança de euforia no início da doença para uma posterior irritabilidade. -tratamento em unidade hospitalar é difícil= tentativa de testar os limites das regras da unidade; transferir a responsabilidade por seus atos para os outros; explorar as fraquezas dos outros e criar conflitos entre membros da equipe. -uso de álcool em excesso (tentativa de automedicação). Sua natureza desinibida reflete-se no uso excessivo do telefone (fazer chamadas de longa distância durante as primeiras horas da manhã). -COMPORTAMENTO= Jogo patológico, tendência a se despir em lugares públicos, usar roupas e joias de cores brilhantes em combinações incomuns ou extravagantes e desatenção a pequenos detalhes (esquecer de desligar o telefone), hipersexualidade, envolvimento com atividades perigosas e ações inadequadas tendo em vista o meio sociocultural. -SINTOMAS SOMÁTICOS= maior energia e disposição, menor necessidade de sono sem prejuízo funcional no dia seguinte ou mesmo marcada agitação psicomotora. -agem de maneira impulsiva (gastos e compras excessivas) e, ao mesmo tempo, com um sentido de convicção e propósito. São preocupados com ideias religiosas, políticas, financeiras, Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria sexuais ou persecutórias que podem evoluir para sistemas delirantes complexos. - anosognosia= dificulta a adesão do tratamento→falta de percepção da doença ou de que o indivíduo está vivendo alguma situação que não é parte de seu funcionamento psíquico habitual. • Adolescentes= costuma ser diagnosticada de forma errônea como transtorno da personalidade antissocial ou esquizofrenia; psicose, abuso de álcool ou outras substâncias, tentativas de suicídio, problemas escolares, ruminação filosófica, sintomas de TOC, queixas somáticas múltiplas, irritabilidade acentuada levando a brigas e a outros comportamentos antissociais. • TAB 2 -está associado com mais problemas conjugais e com uma idade de início mais precoce do que TAB1 -têm risco mais alto de tentar e de completar o suicídio; • Depressão -Os sintomas são semelhantes ao transt depre maior→A diferenciação entre as depressões bipolares e as unipolares tem implicações muito importantes para o manejo clínico e o prognóstico dos pacientes, já que o uso de antidepressivos (AD) isolados, sem a concomitância de estabilizadores do humor (EH), não só tem pouca eficácia na depressão bipolar, quanto pode induzir episódios maníacos, estados mistos e piorar a doença a longo prazo. -Sinais mais característicos de deprê bipolar= idade de início precoce, recorrência, início no pós- parto, duração breve de episódios depressivos, sintomas atípicos, psicose, depressão mista, depressão anérgica, irritabilidade/ataques de raiva e personalidade hipertímica. →EXAME DO ESTADO MENTAL • Descrição geral -são excitados, tagarelas, divertidos e, hiperativos; as vezes podem estar psicóticos e desorganizados, necessitando de contenção física e injeção intramuscular de sedativos. • Humor, afeto e sentimentos -eufóricos, mas também podem ser irritáveis; têm baixa tolerância à frustração, que pode levar a sentimentos de raiva e hostilidade; podem ter labilidade emocional, mudando do riso para irritabilidade e para depressão em minutos ou horas. • Fala -não podem ser interrompidos enquanto estão falando e costumam ser intrusivos e desagradáveis para com as pessoas a seu redor; a fala é confusa e a medida que a mania fica intensa, a fala se torna mais alta, mais rápida e difícil de interpretar; Quando o estado de ativação aumenta, a fala é repleta de trocadilhos, piadas, rimas, jogos de palavras e irrelevâncias. Em um nível de atividade ainda maior,as associações se tornam frouxas, a capacidade de se concentrar desvanece e aparecem fuga de ideias, ressonância e neologismos. Na excitação maníaca aguda pode ser totalmente incoerente e indistinguível da de uma pessoa com esquizofrenia. • Delírios -ocorrem em 75% de todos os pacientes maníacos. Os congruentes com o humor são relacionados com grande riqueza, capacidades extraordinárias ou poder. Pode ter delírios e alucinações incongruentes com humor. • Pensamento -temas de autoconfiança e autoengrandecimento; distraem-se com facilidade, e o desempenho cognitivo caracteriza-se por um fluxo de ideias incontido e acelerado. • Impulsos= 75% de todos os pacientes maníacos são agressivos ou ameaçadores. Eles tentam o suicídio e cometem homicídio • Julgamento e insight - podem violar leis sobre cartões de crédito, atividades sexuais e finanças e, podem envolver suas famílias na ruína financeira • Confiabilidade= não confiáveis em suas informações→ mentira e disfarce são comuns na mania. →DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ➢ Esquizofrenia, Demência, Uso de substancias →COMORBIDADES -Mais da metade dos pacientes com TB apresentam pelo menos 1 condição médica geral→ doenças metabólicas e cardiovasculares, distúrbios respiratórios (asma, DPOC) e Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria neurológicos (enxaqueca, esclerose múltipla e epilepsia)→atenção a antipsicóticos atípicos. -Psiquiatricos= a maioria preenche critérios para outro transtorno→transtornos de ansiedade, uso abusivo de substâncias lícitas e ilícitas e transtornos alimentares. →CURSO E PROGNOSTICO -com muita frequência, começa com depressão (75% das vezes em mulheres, 67% em homens) e é uma condição recorrente. -A maioria experimenta tanto episódios depressivos quanto maníacos, MAS 10 a 20% experimentem apenas maníacos; -episódios maníacos costumam ter início rápido (horas ou dias), mas podem evoluir ao longo de algumas semanas; Se não tratado, dura cerca de três meses (não parar adm de medicamento antes de 3 meses); À medida que a condição progride, o tempo entre os episódios diminui, mas Após 5 episódios o intervalo entre eles tende a se estabilizar em 6 a 9 meses. ➢ Prognostico - têm um prognóstico pior do que os afetados por transtorno depressivo maior (principalmente se for de inicio precoce). 40 a 50% dos pacientes com TB I podem ter um segundo episódio maníaco no período de dois anos do primeiro episódio; -a profilaxia com lítio melhora o curso e o prognóstico do transtorno, provavelmente apenas 50 a 60% dos pacientes consigam um controle significativo de seus sintomas com a substância. -Mau prognostico= situação ocupacional pré-mórbida insatisfatória, dependência de álcool, manifestações psicóticas, manifestações depressivas entre os episódios e homem. -Bom prognostico= curta duração dos episódios maníacos, idade de início avançada, poucos pensamentos suicidas e poucas comorbidades. TAB 2= curso e o prognóstico indicam que o diagnóstico é estável, porque há alta probabilidade de que pacientes com esse transtorno tenham o mesmo diagnóstico até 5 anos mais tarde. →TRATAMENTO -envolve as terapias biológicas (farmacológicas e não farmacológicas-eletroconvulsoterapia (ECT), a estimulação magnética transcraniana (EMT) e a estimulação vagal) e as intervenções psicossociais. -A psicofarmacoterapia baseia-se no uso de EH, representados pelo carbonato de lítio, alguns anticonvulsivantes e nos AA (escolhidos de acordo com a apresentação clínica e a resposta prévia de cada paciente). Os AD podem ser utilizados, porém apenas em combinação com EH ou AA nos episódios agudos de depressão e na fase de manutenção (pact com predomínio da polaridade negativa), Fase aguda -É aconselhável tratar pacientes com mania grave no hospital; -adesão é problemática= ausência de entendimento de sua doença e se recusam a tomar os remédios. • Carbonato de lítio -é o protótipo do “estabilizador do humor”. Tem início de ação antimaníaca lenta→é suplementado nas fases iniciais do tratamento por antipsicóticos atípicos, anticonvulsivantes estabilizadores do humor ou benzodiazepínicos de alta potência. Os níveis terapêuticos do lítio estão entre 0,6 e 1,2 mEq/L. • Valproato Diferentemente do lítio, o valproato é indicado apenas para mania aguda. Os níveis de dose típicos de ácido valproico são 750 a 2.500 mg por dia. Uma série de exames laboratoriais é necessária durante o tratamento. usar com cautela em mulheres em idade fértil pelo risco de teratogenicidade, e em pacientes já em uso de lamotrigina pela chance de interação medicamentosa. • Carbamazepina e oxcarbazepina -dose= 600 e 1.800 mg por dia. a oxcarbazepina, tenha propriedades antimaníacas semelhantes, porém em doses mais elevadas. • Clonazepam e lorazepam e antipsicóticos atípicos Continuação e manutenção A fase de continuação começa imediatamente após a remissão dos sintomas agudos. O principal objetivo do tratamento nessa fase é manter a estabilidade do humor e evitar a recaída Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria 3) Entender o Transtorno Depressivo Maior: →DEFINIÇÃO: depressão sem episódio maníaco, hipo ou misto, com duração de pelo menos 2 semanas, e 4 sintomas no mínimo (alterações no apetite e peso, alterações no sono e na atividade, falta de energia, sentimentos de culpa, problemas para pensar e tomar decisões e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio). →EPIDEMIO: -PREVALÊNCIA= Tem maior taxa de prevalência ao longo da vida dentre os transtornos de humor (17%, variando de 5-17); O Brasil tem uma prevalência de 12,6%; Em pacientes com doenças crônicas= 25%. -SEXO= 2x maior em mulheres→diferenças hormonais, efeitos do parto, estressores psicossociais diferentes para mulheres e para homens e modelos comportamentais de impotência aprendida. em crianças pré-púberes, ocorre o inverso, sendo mais comum o acometimento de meninos. -IDADE= média de 40 anos (50% dos pacientes tem entre 20 e 50 anos), mas pode iniciar na infância ou velhice. Esta aumentando a prevalência entre menos de 20 anos devido ao álcool e uso de drogas. -RAÇA= maior em brancos que em negros -É uma doença subdiagnosticada= crença de que a depressão não é uma doença “real”, o medo de estigmatização, a preocupação com a quebra de sigilo e o receio em se tornar “dependente” de antidepressivos, -ESTADO CIVIL= pessoas sem relacionamentos interpessoais íntimos e naquelas que são divorciadas ou separadas. -SOCIOECONÔMICO E CULTURAL= sem diferença entre classe social; mais comum em áreas rurais. -COMORBIDADES= pessoas com deprê tem mais chance de apresentar outros transtornos (abuso ou dependência de álcool, transtornos de pânico, TOC e transtorno de ansiedade social), e indivíduos com transtornos por uso de substâncias e de ansiedade também têm um risco elevado de transtorno do humor comórbido atual ou ao longo da vida. Geralmente homem por causa de drogas e mulheres ansiedade ou alimentares. ***OS TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS E DE ANSIEDADE COMÓRBIDOS COM DEPRÊ OU TAB PIORAM O PROGNÓSTICO DA DOENÇA E AUMETAM O RISCO DE SUICÍDIO. →ETIOLOGIA: resultado da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais (precipitantes ou perpetuantes) -Fatores biológicos= ao invés das pesquisas atuais focarem em distúrbios causados por um único nt, estão focando em circuitos neurais, sistemas neurocomportamentais e mecanismos reguladores→ foco nas cascatas intracelulares desencadeadas por monoaminas. Aminas Dentre as aminas, a nora e a serotonina são as mais implicadas no transtorno do humor. Nora= tem papel direto evidenciado pela correlação entre a down regulation dos receptores Badrenérgicos e as respostas clínicas aos antidepressivos + receptores B2 pré- sinápticos, visto que sua ativação resulta em redução da quantidadede nora liberada. + eficácia clínica de antidepressivos noradrenérgicos (venlafaxina)→ pacientes previamente em uso de inibidor de recaptação de norepinefrina tiveram piora rápida nas escalas de depressão quando fizeram uso de 7, que inibe a síntese de catecolaminas Serotonina= é o nt mais associada a deprê devido a eficácia dos ISRS (fluoxetina)+ A depleção da serotonina pode precipitar depressão + alguns pacientes com impulsos suicidas têm concentrações baixas de metabólitos da serotonina no líquor e concentrações baixas de zonas de captação de serotonina nas plaquetas. quando o triptofano, aminoácido precursor da serotonina, é esgotado rapidamente→ recaída grave de pacientes previamente em remissão pelo tratamento com ISRS. Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria O desenvolvimento de tratamentos + especificos da deprê pode ser uma realidade futuramente, com a identificação de múltiplos subtipos de receptores serotoninérgicos. Dopa= está reduzida na deprê e aumentada na mania→ os medicamentos que reduzem as concentrações da dopamina – reserpina – e as doenças que também têm esse efeito (Parkinson) estão associados com sintomas depressivos. Teorias recentes sobre dopamina e depre= a via mesolímbica esteja + receptor D hipoativo . Ach= esta distribuída de forma difusa por todo o córtex e neurônios colinérgicos interagem com os 3 tipos de monoaminas citados→ níveis anormais de colina foi encontrado na necropsia de pacientes deprimidos refletindo anormalidades na composição celular de fosfolipídeos Agonistas colinérgicos→produzir letargia, falta de energia e retardo psicomotor em indivíduos saudáveis, exacerbar os sintomas na depressão e reduzir os sintomas na mania. Gaba= tem efeito inibidor sob as vias ascendentes monoaminérgicas, (sistemas mesocortical e mesolímbico). Esta reduzido no líquor, plasma em pacientes depressivos e no CPF. O estresse crônico pode reduzir e esgotar o gaba (estudo com animais) →os receptores de GABA sofrem aumento quando são adm antidepressivos, e alguns medicamentos GABAérgicos têm efeitos antidepressivos fracos. Glutamato= principal nt excitatório do snc, se liga ao NMDA→, existe alta concentração de receptores de NMDA no hipocampo + O glutamato pode operar em conjunto com a hipercortisolemia para mediar os efeitos neurocognitivos prejudiciais da depressão recorrente grave + agentes que antagonizam o NMDA tem efeitos antidepressivos. Segundos mensageiros= regulam a função dos canais iônicos da membrana neuronal. Evidências crescentes também indicam que agentes estabilizadores do humor agem sobre as proteínas G ou outros segundos mensageiros. Alterações da regulação hormonal= o estresse grave pode causar Alterações duradouras nas respostas neuroendócrinas e comportamentais→A atividade do gene codificado para o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) neuroquinina é diminuída após estresse crônico, assim como o processo de neurogênese→ Estresse prolongado pode induzir alterações no estado funcional dos neurônios e acabar levando a morte celular→história de trauma precoce está associada com atividade HHS aumentada acompanhada de alterações estruturais (atrofia ou diminuição de volume) no córtex→40 a 60% dos internados deprimidos apresentam-se com maior atividade do eixo HHA Hipercortisolemia→ tônus inibitório de serotonina diminuído; impulso aumentado de norepinefrina, ACh ou hormônio liberador de corticotrofina (CRH); ou diminuição da inibição do feedback do hipocampo. O teste de supressão pelo uso de dexametasona (que geralmente suprime a atividade do eixo HHS por meio de feedback) para diagnosticar depressão maior foi desenvolvido justamente pela hipercortisolemia apresentada em pacientes depressivos→mas tem apenas cerca de 60% de concordância para a hipersecreção de cortisol e a não supressão pela dexametasona. Eixo tireoidiano= 5 a 10% das pessoas avaliadas para depressão têm disfunção tireoidiana ainda não detectada (TSH basal elevado ou aumento devido a infusão de TRH). + (20 a 30%) apresenta uma resposta de TSH embotada à administração de TRH→ isso leva a evidência de um risco aumentado de recaída apesar da terapia antidepressiva preventiva. • GH é secretado na hipófise anterior após estimulação de nora e dopa e inibido por somatostatina (diminuída no LCR na deprê e aumentada na mania). Prolactina= Não há anormalidades na secreção. Alterações da neurofisiologia do sono= a deprê esta associada a perda do sono profundo (ondas lentas) e aumento do despertar noturno (refletido por 4 tipos de distúrbios→ (1) aumento nos despertares noturnos, (2) redução no tempo de sono total, (3) aumento do sono REM fásico e (4) aumento da temperatura corporal. Aumento do rem e diminuição do não rem→reduz o primeiro período de sono nREM (latência REM reduzida) o que persiste após recuperação de 1 episódio depressivo. →INSÔNIA INICIAL + SONO INSTISFATÓRIO. ***PACIENTES QUE MANIFESTAM UM PERFIL DE SONO ANORMAL SÃO MENOS RESPONSIVOS A PSICOTERAPIA E APRESENTAM UM RISCO MAIOR DE RECAÍDA OU RECIDIVA E PODEM SE BENEFICIAR, SOBRETUDO, DA FARMACOTERAPIA. Distúrbios imunológicos= deprê esta associada a diminuição da proliferação de linfócitos (que produzem neuromoduladores e citocinas) em resposta a mitógenos e outras formas de imunidade celular comprometida→ Parece haver uma ligação com gravidade clínica, hipercortisolemia e disfunção imunológica + a interleucina-1 pode Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria induzir atividade gênica para a síntese de glicocorticoide. Imagem cerebral estrutural e funcional= maior frequência de hiperintensidades anormais nas regiões subcorticais, tais como as regiões periventriculares, os gânglios da base e o tálamo→são mais comuns em transtorno bipolar e idosos refletindo o efeito neurodegenerativo de episódios afetivos recorrentes + Aumento ventricular, atrofia cortical e alargamento sulcal + alguns pacientes podem ter volumes reduzidos do hipocampo ou do núcleo caudado sugerindo defeitos mais focais em sistemas neurocomportamentais relevantes. Áreas de atrofia difusas e focais foram associadas com maior gravidade da doença, bipolaridade e aumento dos níveis de cortisol. PET (tomo por emissão de pósitrons)= diminuição no metabolismo cerebral anterior, mais pronunciada no lado esquerdo + aumento relativo na atividade do hemisfério não dominante + inversão da hipofrontalidade ocorre após mudanças de depressão para hipomania (maiores reduções do hemisfério esquerdo são vistas na depressão, comparadas com maiores reduções do hemisfério direito na mania) + outros estudos viram reduções mais específicas do fluxo sanguíneo ou do metabolismo cerebrais nos tratos dopaminergicamente inervados dos sistemas mesocortical e mesolímbico + aumento do metabolismo da glicose em diversas regiões límbicas, em particular entre pacientes com depressão recorrente relativamente grave e história familiar de transtorno do humor. Considerações neuroanatômicas= há 4 regioes no cérebro que regulam as emoções normais. O CPF contém representações de objetivos e as respostas adequadas para alcançá-los// o córtex cingulado anterior (CCA) ponto de integração de estímulos atencionais e emocionais.// O hipocampo está envolvido em várias formas de aprendizagem e memória// A amígdala parece ser um local crucial para o processamento de estímulos novos de significado emocional e para a coordenação e organização de respostas corticais (coração do sistema límbico)→Estao reduzidos na deprê. -Fatores genéticos= -Dados familiares= se um dos genitores tem um transtorno do humor, um dos filhos tem um risco entre 10 e 25% de também apresentá-lo. Se ambos os genitores são afetados, o risco duplica + Quanto mais membros da famíliaforem afetados, maior o risco para um filho + O risco é maior se os afetados forem parentes em primeiro grau + Uma história familiar de transtorno bipolar confere um risco maior para transtornos do humor em geral e, em particular, um risco muito maior para transtorno bipolar. O transtorno unipolar costuma ser a forma mais comum de transtorno do humor em famílias de probandos bipolares, isso sugere que ambos tem uma base genética comum. A presença de doença mais grave na família também confere um risco maior. -Gêmeos= Dados fornecem evidências de que os genes explicam apenas 50 a 70% da etiologia dos transtornos do humor. O ambiente ou outros fatores não hereditários devem explicar o restante. -Estudos de ligação= os cromossomos 18q e 22q são as duas regiões com evidência mais forte de ligação a transtorno bipolar. Já na deprê, Estudos de mapeamento genético encontraram evidência muito forte de ligação ao locus para a proteína ligadora do elemento de resposta a cAMP (CREB1) no cromossomo 2. Outro estudo relatou evidência de uma interação gene-ambiente no desenvolvimento de depressão maior→indivíduos com eventos de vida adversos em geral tinham risco aumentado para depressão→Destes aqueles com uma variante no gene transportador de serotonina apresentavam o maior aumento no risco. -Fatores psicossociais= Acontecimentos de vida e estresse ambiental= eventos de vida estressantes mais frequentemente precedem os primeiros episódios de transtornos do humor, e não os subsequentes (em TDM e TAB1)→ porque o estresse que acompanha o primeiro episódio resulta em mudanças duradouras na biologia do cérebro que podem podem alterar os estados funcionais de vários neurotransmissores e sistemas sinalizadores intraneuronais (perda de neurônios ou redução de sinapses)→maior chance da pessoa subsequentemente desenvolver o transtorno de humor. ***O EVENTO DE VIDA ASSOCIADO COM MAIS FREQUÊNCIA AO DESENVOLVIMENTO DA DEPRESSÃO É A PERDA DE UM DOS GENITORES ANTES DOS 11 ANOS// O ESTRESSOR AMBIENTAL MAIS ASSOCIADO AO INÍCIO DO EPISÓDIO É A PERDA DO CONJUGUE , E O DESEMPREGO (TRÊS VEZES MAIS PROBABILIDADE DE RELATAR SINTOMAS DE UM EPISÓDIO DE DEPRESSÃO MAIOR)// CULPA. Fatores de personalidade= Nenhum traço ou tipo de personalidade isolado predispõe de forma única uma pessoa a depressão; todos os seres humanos, com qualquer padrão de personalidade, podem e ficam deprimidos sob determinadas circunstâncias. ***transtornos da personalidade – obsessivo-compulsiva, histriônica e borderline – podem ter um risco maior de depressão do que pessoas com personalidade antissocial ou paranoide. ***pacientes com distimia e transtorno ciclotímico têm o risco de mais tarde desenvolver depressão maior ou TAB 1 Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria ***Acontecimentos estressantes recentes são os preditores mais poderosos do início de um episódio depressivo (o médico sempre está interessado no significado do estressor). + estressores que se refletem de forma mais negativa na autoestima têm mais probabilidade de produzir depressão + o que pode ser leve para alguns pode ser devastador para o pct devido a significado que ele deu aquilo. - convívio familiar conflituoso pode contribuir tanto para a persistência da depressão quanto para seu início, devido a comentários críticos negativos e excesso de envolvimento emocional→estudo mostrou que é mais frequente em indivíduos que percebem seu suporte familiar como ruim ou insuficiente. Fatores psicodinâmicos na deprê= teoria proposta por Freud e expandida por Karl Abraham= 4 pontos fundamentais= 1) distúrbios na relação bebê-mãe durante a fase oral (10 a 18 meses de vida) predispõem a vulnerabilidade subsequente a depressão; (2) a depressão pode estar ligada a perda real ou imaginada do objeto; (3) a introjeção de objetos que partiram é um mecanismo de defesa invocado para lidar com o sofrimento associado com a perda do objeto; e (4) visto que o objeto perdido é percebido com uma mistura de amor e ódio, sentimentos de raiva são dirigidos contra o self. - Fatores psicodinâmicos na mania= A maioria das teorias acerca da mania considera os episódios maníacos uma defesa contra a depressão subjacente. -Abraham acreditava que esses episódios pudessem refletir uma incapacidade de tolerar uma tragédia do desenvolvimento, como a perda de um dos genitores. Ou pode resultar de um superego tirânico, que produz autocrítica intolerável, que é, então, substituída pela autossatisfação eufórica -Bertram Lewin considerava o ego do paciente maníaco sobrecarregado por impulsos prazerosos (sexo), ou por impulsos temidos (agressão). - Klein também via a mania como uma reação defensiva contra a depressão, pelo uso de mecanismos de defesa, como a onipotência, em que o indivíduo desenvolve delírios de grandeza. -Outras formulações de depressão: Teoria cognitiva= a depressão resulta de distorções cognitivas específicas presentes nas pessoas predispostas a desenvolvê- la, referidas como esquemas depressogênicos (modelos cognitivos que percebem tanto os dados internos quanto os externos de formas alteradas por experiências precoces.) A tríade cognitiva desenvolvida por Beck= três elementos. Primeiro, a percepção negativa que a pessoa tem dela mesma, acreditando ser inapta ou inadequada. Segundo, a visão negativa do mundo (trabalho e as relações). O terceiro consiste na visão negativa do futuro, que confere desesperança. A terapia tem como tarefa modificar tais distorções na vida do paciente. Impotência aprendida= associa fenômenos depressivos à experiência de acontecimentos incontroláveis→explicações causais internas produzem perda de autoestima após eventos externos adversos. →DIAGNÓSTICO Critérios do DSM-5; -pode ser um episódio único ou ser recorrente, a diferença entre os 2 se baseia no curso incerto do transtorno no 1°. Episódio único: -a depressão maior envolve um conjunto heterogêneo de transtornos→ alguns pcts diagnosticados com deprê (estabilidade) foram posteriormente reclassificados com uma condição psiquiátrica diferente ou uma condição médica não psiquiátrica com sintomas psiquiátricos. -indivíduos deprimidos com mais sintomas depressivos têm mais probabilidade de ter diagnósticos estáveis ao longo do tempo e de ter parentes com doença afetiva do que indivíduos deprimidos com menos sintomas depressivos. TRANSTORNO DEPRÊ RECORRENTE -Indivíduos que estao vivenciando pelo menos um 2° episódio de depressão; - O problema ao diagnosticá-lo é escolher o critério para designar a resolução de cada período. As duas variáveis são o grau de resolução dos sintomas e a duração da resolução. -É preciso que o paciente fique 2 meses sem depressão e sem sintomas depressivos para caracterizar 2 episódios. →SUBTIPOS ESPECIFICADORES (CARACTERISTICAS DOS SINTOMAS) • Sintomas psicóticos -A presença de aspectos psicóticos no transtorno depressivo maior reflete doença grave e é um indicador de mau Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria prognóstico. E TAB 1 é mais comum em família com depressão psicótica. - estes podem ser congruentes com o transtorno de humor (trasnt. Do humor psicótico) ou incongruentes com humor (transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia) -Mau prognóstico para pct com transtorno de humor: longa duração dos episódios, dissociação temporal entre o transtorno do humor e os sintomas psicóticos e história de mau ajustamento social pré-mórbido e no tratamento,os pacientes requerem antipsicóticos além dos medicamentos tradicionais. • Aspectos melancólicos - é usado em referência a uma depressão caracterizada por anedonia grave, despertar matinal precoce, perda de peso e sentimentos profundos de culpa + ideação suicida; -esta associada a alterações no SNA e endócrino →depressão endógena. - pelo menos, 4dos seguintes sintomas durante um episódio depressivo. Pelo menos um é perda de prazer ou falta de reatividade a estímulos agradáveis→ • Aspectos atípicos -pacientes têm características específicas, previsíveis: excesso de apetite e de sono. Esses sintomas, têm sido referidos como sintomas vegetativos reversos, e seu padrão tem sido chamado, às vezes, de disforia histeroide. - tem idade de inicio mais precoce que uma depre típica, lentidão psicomotora mais grave, e diagnósticos coexistentes de transtorno de pânico, abuso ou dependência de substâncias e transtorno de somatização; tem alta incidência e gravidade de transtornos de ansiedade; podem ter um curso de longo prazo, um diagnóstico de transtorno bipolar I ou um padrão sazonal de seu transtorno. -A depressão atípica pode mascarar sintomas maníacos. • Aspectos catatônicos -sintomas característicos= estupor, afeto embotado, reclusão extrema, negativismo e retardo psicomotor acentuado→ podem ser observado em esquizofrenia, depre maior (com psicose) e doenças neurológicas. • Início no período pós parto= início dos sintomas ocorrem ate 4 semanas após o parto; é um subtipo altamente prevalente e subdiagnosticado do transtorno depressivo maior e causa um importante sofrimento à mulher, à sua família e ao seu filho. • Ciclagem rápida • Padrão sazonal= pacientes tendem a vivenciar episódios depressivos durante uma determinada estação (inverno); e tendem a responder ao tratamento com terapia luminosa. • Tipos não incluídos no DSM-5 -complexo endógeno-reativo= O continuum endógeno- reativo é uma divisão controversa. Implica que as depressões endógenas sejam biológicas e que as reativas sejam psicológicas, principalmente com base na presença ou ausência de um estresse precipitante identificável. -endogena= variação diurna, delírios, retardo psicomotor, despertar matinal precoce e sentimentos de culpa; -reativa= insônia inicial, ansiedade, labilidade emocional e queixas somáticas múltiplas. -Depressão primária= transtornos do humor, exceto pelos diagnósticos de transtorno do humor causado por uma condição médica geral e induzido por substância. -Depressão dupla= transtorno depressivo maior se superpõe a uma distimia. -Equivalente depressivo= é um sintoma ou uma síndrome que podem ser uma forme fruste de um episódio depressivo→ tríade de ociosidade, abuso de álcool e promiscuidade sexual em um adolescente anteriormente bem comportado. → CARACTERISTICAS CLÍNICAS • Episódios depressivos -sintomas fundamentais= humor deprimido e perda de interesse ou prazer→ se sentem tristes, desesperançados, na “fossa” ou inúteis; dor emocional angustiante e, às vezes, se queixam de serem incapazes de chorar. -Suicidio= 2/3 de deprimidos cogitam e 10-15% cometem; pct recentemente hospitalizados por uma tentativa ou ideação suicida têm um risco mais alto durante a vida de suicídio bem- sucedido do que aqueles que nunca foram hospitalizados pela mesma razão; -Quase todos os deprimidos (97%) se queixam de redução da energia, têm dificuldade de terminar tarefas, têm mau desempenho na escola e no trabalho e menos motivação para desenvolver novos projetos. -80% se queixam de dificuldades para dormir, especialmente de despertar matinal precoce (insônia terminal), e de despertares múltiplos ao longo da noite, durante os quais ruminam sobre seus problemas. Muitos têm diminuição do apetite e perda de peso, mas outros experimentam aumento Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria do apetite e de peso e dormem por mais tempo do que o habitual. -90% dos deprimidos tem ansiedade→junto com abuso de álcool e queixas somáticas complicam o tratamento. -mudanças na ingestão de alimentos e no repouso podem agravar condições clínicas coexistentes, como diabetes, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças cardíacas; anormalidade na menstruação e diminuição do interesse e do desempenho nas atividades sexuais; -50%= variação diurna de seus sintomas, com aumento de gravidade pela manhã e diminuição dos sintomas à noite; -há relatos subjetivos de dificuldade e concentração e para pensar. -distúrbios psicomotores (agitação ou retardo) + culpa delirante são menos comuns, mas representam maior gravidade. - homens tem mais sintomas como agressividade, raiva, uso abusivo de substâncias e comportamentos de risco –sintomas “alternativos” de depressão – comparados com mulheres • Crianças= fobia escolar e apego excessivo aos pais. • Adolescentes= Mau desempenho escolar, abuso de drogas, comportamento antissocial, promiscuidade, ociosidade e fuga de casa. • Idosos= estar correlacionada a condição socioeconômica baixa, perda de um cônjuge, doença física concomitante e isolamento social; é pouco diagnosticada e raramente tratada -AS QUEIXAS SOMÁTICAS APRESENTAM-SE COM MAIS FREQUÊNCIA EM PACIENTES IDOSOS DO QUE NA POPULAÇÃO MAIS JOVEM • Transtornos coexistentes: -ansiedade -dependencia de álcool= Pacientes com transtorno depressivo maior, e transtorno bipolar I, têm probabilidade de satisfazer os critérios diagnósticos de um transtorno por uso de álcool. -Outras substancias= O abuso de substâncias pode estar envolvido na precipitação de um episódio de doença ou, pode representar a tentativa do paciente de tratar a própria doença. deprimidos costumam usar estimulantes, como cocaína e anfetaminas, para aliviar a depressão. -Condições clínicas= os médicos deve diferenciar se a condição clínica subjacente está fisiopatologicamente relacionada à depressão ou se decorre de algum medicamento que o paciente esteja tomando para essa condição; o tratamento de um transtorno depressivo maior coexistente pode melhorar o curso da condição clínica. →EXAME DO ESTADO MENTAL • Geral -retardo psicomotor (pode ter agitação em mais velhos- torcer as mãos e arrancar os cabelos); postura encurvada, sem movimentos espontâneos e com o olhar desviado para baixo, sem encarar. • Humor, afeto e sentimentos= reclusão social e redução generalizada da atividade. • Fala= redução da taxa e do volume da fala; demoram a responder a perguntas e o fazem de forma monossilábica. • Distúrbios da percepção -delírios e as alucinações consistentes com um humor deprimido são congruentes com o humor→ incluem culpa, pecado, inutilidade, pobreza, fracasso, perseguição e doenças somáticas terminais (câncer ou “apodrecimento” do cérebro). • Pensamento= tem visões negativas do mundo e de si próprios. • Sensório e cognição -orientação= está orientada em relação a pessoa, lugar e tempo, embora alguns possam não ter energia ou interesse suficientes para responder a perguntas. -Memoria=50 a 75% dos pacientes deprimidos têm um comprometimento cognitivo→pseudodemência depressiva→se queixam de dificuldade de concentração e de esquecimento. • Controle dos impulsos -ideação suicida; os mais gravemente deprimidos não têm a motivação e a energia para agir de forma impulsiva ou violenta, mas há aumento do risco de suicídio à medida que começam a melhorar e a readquirir a energia→ é imprudente da muita receita de antidepressivos na alta. • Julgamento e insight -descrições hiperbólicas durante a consulta= enfatizam demais seus sintomas, seu transtorno e seus problemas de vida. • Confiabilidade -dão grande ênfase ao ruim e minimizam o bom. Não acreditar quando fala não ter funcionado em uma tentativa anterior com medicamentos antidepressivos →DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ➢ Doenças clínicas Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria -adolescentes deprimidos= mononucleose, e aqueles que estão acentuadamente acima ou abaixo do peso, para disfunção suprarrenal e tireoidiana. -Homossexuais, homens bissexuais e pessoas que abusam de drogas intravenosas= testados para a aids. -Pacientes mais velho= avaliados para pneumonia viral. Coletar informações sobreo contexto familiar e social do paciente, neoplasias, doenças neurológicas e uso de medicações ➢ Condições neurológicas= -Parkinson, demência, epilepsia, doenças cerebrovasculares e tumores; -50-75% de quem tem Parkinson tem sintomas depressivos, e podem ser mascarados pelos sintomas motores + probabilidade de desenvolver Parkinson é maior em pacientes com TDM do que na população geral, e -a deprê complica as doenças cerebrovasculares, particularmente nos dois anos após o episódio. Ela é mais comum em lesões anteriores do que nas posteriores -Pseudodemência= Os sintomas cognitivos do transtorno depressivo maior têm início súbito, e sintomas como autoacusação, também estão presentes. Pode ocorrer uma variação diurna dos problemas cognitivos, que não é observada nas demências primárias. ➢ Transtornos mentais: ➢ Outros transtornos do humor -Diferenciar de TDM causado por uma condição médica geral e induzido por substância + tab 1, 2 e ciclotimia+ deprê menor, distimia ➢ Luto não complicado -A diferenciação baseia-se na gravidade e na duração dos sintomas. No transtorno depressivo maior, sintomas comuns que evoluem a partir de um luto não resolvido são uma preocupação mórbida com inutilidade; ideação suicida; sentimentos de que a pessoa cometeu um ato (não apenas uma omissão) que causou a morte do cônjugue, mumificação -formas graves de depressão por luto, o paciente definha, incapaz de viver sem a pessoa falecida. têm uma condição clínica grave; Sua função imunológica decai, e a condição cardiovascular é precária. A morte pode ocorrer em poucos meses da de um cônjuge, sobretudo entre homens idosos. ➢ DEPRÊ X TAB -TAB= depressão agitada, depressão cíclica, desregulação do sono episódica, ou uma combinação destas; depressão refratária (fracasso de antidepressivos de três classes diferentes); depressão em alguém com uma profissão envolvendo extroversão, impulsividade periódica, como jogo, má conduta sexual e ânsia por viagens, ou irritabilidade periódica, crises suicidas, ou ambas; e depressão com transtornos da personalidade erráticos. →CURSO E PROGNOSTICO DOS TRANSTORNOS DE HUMOR Tende a apresentar cursos longos e que os pacientes têm propensão a recidiva. Embora os transtornos do humor sejam considerados benignos, em comparação com a esquizofrenia, representam uma profunda carga sobre os indivíduos afetados. -DEPRESSÃO MAIOR ➢ Início -50% dos pacientes que estão tendo o primeiro episódio de transtorno depressivo maior exibiram sintomas depressivos significativos antes do primeiro episódio identificado→identificação e tratamento precoce pode prevenir 1 ep completo ➢ Duração= não tratado dura de 6 a 13 meses; tratados dura cerca de 3 meses; -À medida que o curso do transtorno progride, os pacientes tendem a vivenciar episódios mais frequentes, que duram mais tempo→ao longo de 20 anos , ocorrem 5 a 6 ep. ➢ Desenvolvimento de ep maníacos -5 a 10% dos indivíduos com o diagnóstico inicial de transtorno depressivo maior têm um episódio maníaco 6 a 10 anos após o primeiro episódio depressivo. ➢ Prognostico -não é uma condição benigna; tende a ser crônico, e os indivíduos costumam ter recidivas; -Bons indicadores= Episódios leves, ausência de sintomas psicóticos e internação hospitalar+ história de amizades sólidas durante a adolescência, funcionamento familiar estável e funcionamento social geralmente sadio nos cinco anos anteriores ao transtorno + ausência de um transtorno psiquiátrico comórbido e de um transtorno da personalidade, não mais do que uma hospitalização anterior por transtorno depressivo maior e idade de início avançada. Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria -mau prognostico= coexistência de distimia, abuso de substâncias, transtorno de ansiedade e a história de mais de um episódio depressivo anterior e homens. →TRATAMENTO ➢ Objetivos: -garantir a segurança do paciente+ fazer uma avaliação diagnóstica completa + iniciar um plano de tratamento que trate não apenas os sintomas imediatos, mas também vise ao bem-estar futuro do paciente + além da farmacoterapia e psicoterapia voltada ao paciente, o tratamento deve ser voltado à redução do número e da gravidade dos estressores nas vidas dos pacientes. ➢ Hospitalização= o médico precisa tomar a decisão de hospitalizar ou não o paciente; -Indicações para hospitalização= risco de suicídio ou homicídio, capacidade muito reduzida de obter alimento e abrigo e a necessidade de procedimentos diagnósticos. Além de uma história de sintomas de rápida progressão e a ruptura do sistema de apoio habitual. ➢ Tratamento ambulatorial -o médico precisa avaliar o paciente com frequência; dificuldade de julgamento, perda de peso ou insônia devem ser mínimos; e o sistema de apoio deve ser forte (nem muito envolvido nem muito afastado). ***SE HOUVER MUDANÇA ADVERSA NOS SINTOMAS OU NO COMPORTAMENTO DO PACIENTE OU NA ATITUDE DO SISTEMA DE APOIO, JUSTIFICA A HOSPITALIZAÇÃO. Psicoterapia - a maioria dos médicos acreditam que a combinação de psicoterapia e farmacoterapia é o tratamento mais eficaz para transtorno depressivo maior, mas alguns dados sugerem outra visão: tanto uma quanto a outra isoladas são eficientes, pelo menos em episódios depressivos maiores leves, e o uso regular da terapia combinada aumenta o custo do tratamento e expõe o paciente a efeitos adversos desnecessários (COMPÊNDIO) - visa ajudar os indivíduos a desenvolverem mecanismos adaptativos para serem mais funcionais em suas vidas e enfrentarem efetivamente a depressão, aliviando os sintomas de fase ativa. -A combinação da psicoterapia e da farmacoterapia está indicada para o tratamento inicial da depressão maior unipolar e em casos de depressão resistente, pois o tratamento combinado foi mais efetivo que qualquer uma dessas terapêuticas sozinhas, sem superioridade entre combinações específicas de medicação/psicoterapia. Por outro lado, a psicoterapia isolada está indicada para o tratamento inicial de pacientes com depressão leve, quando a relação risco- benefício não justifica o uso de medicamentos para sintomas relativamente leves. O tratamento antidepressivo será preferível à psicoterapia em pacientes com depressão acompanhada de transtornos de personalidade e instabilidade emocional → Interpessoal= desenvolvida por Gerald Klerman, concentra-se em um ou dois dos problemas interpessoais atuais do paciente. Ela tem base em dois pressupostos. Primeiro, é provável que os problemas interpessoais atuais tenham suas raízes em relacionamentos disfuncionais precoces. Segundo, esses problemas podem estar envolvidos na precipitação e na perpetuação dos sintomas depressivos atuais. →Comportamental= baseia-se na hipótese de que padrões comportamentais mal-adaptativos resultam de o indivíduo receber poucas respostas positivas e talvez rejeição direta da sociedade→ os pacientes aprendem a funcionar no mundo de maneira que recebam reforço positivo. →de orientação psicanalista= objetivos- efetuar uma mudança na estrutura da personalidade ou no caráter do paciente, não simplesmente aliviar os sintomas. Melhoras na confiança interpessoal, na capacidade para intimidade, nos mecanismos de enfrentamento, na capacidade de enfrentar o luto e de vivenciar uma ampla gama de emoções. →Familiar= é indicada se o transtorno ameaçar o casamento do paciente ou o funcionamento da família, ou se for promovido ou mantido pela situação familiar. Estimulação do nervo vago -muitos pacientes com TDM recorrente, crônico, entravam em remissão quando tratados com ENV→conecta-se ao sistema nervoso entérico e, quando estimulado, pode provocar a liberação de peptídeos que agem como nt. Estimulação magnética transcraniana -envolve o uso de pulsos muito curtos de energia magnética para estimular células nervosas no cérebro-indicações= tratamento de depressão em adultos que não conseguiram obter uma melhora satisfatória com um medicamento antidepressivo anterior na dose e duração efetivas mínimas ou acima delas no episódio atual. -contraindicação= pessoas com implantes metálicos ou objetos metálicos não removíveis na ou em torno da cabeça. Privação do sono Alivia a depressão em pacientes com depre unipolar, mas agrava a mania em TAB1. Fototerapia Indicada em depressão sazonal, no inverno e para transtornos do sono Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria Farmacoterapia: -Objetivo= remissão dos sintomas, não apenas sua redução→Pacientes com sintomas residuais, têm mais probabilidade de vivenciar uma recidiva ou reincidência de episódios de humor e um comprometimento contínuo do funcionamento diário. -duplica a chance de que um paciente deprimido se recupere em um mês. -Todos os antidepressivos atualmente disponíveis podem levar até 3 a 4 semanas para exercer efeitos terapêuticos significativos, embora possam começar a apresentar seus efeitos mais cedo. -Escolha= perfil de efeito colateral menos prejudicial a condição física, temperamento e estilo de vida do paciente. -Não deve-se elevar a dose de um medicamento muito rápido→A menos que eventos adversos impeçam, a dosagem de um antidepressivo deve ser elevada ao nível máximo recomendado e mantida nesse nível por pelo menos 4 ou 5 semanas antes que a tentativa seja considerada infrutífera. -se um paciente estiver melhorando clinicamente com uma dosagem baixa do medicamento, essa não deve ser aumentada a menos que a melhora clínica pare antes de o benefício máximo ser obtido. -Duração= deve ser mantido por pelo menos seis meses ou de acordo com a duração de um episódio anterior, o que for maior. -Profilaxia= é eficaz para reduzir o número e a gravidade de reincidências. Indicado em pacientes com 2 episodios com menos de dois anos e meio, que teve ideação suicida; -Quando o tratamento antidepressivo é interrompido, a dose do medicamento deve ser diminuída gradualmente ao longo de 1 a 2 semanas -Escolha do medicamento= depende da cronicidade da condição, do curso da doença (recorrente ou crônico está associado com maior probabilidade de sintomas depressivos subsequentes sem tratamento), da história familiar de doença e resposta ao tratamento, da gravidade dos sintomas, das condições clínicas gerais ou outras condições psiquiátricas concomitantes, das respostas anteriores a outros tratamentos da fase aguda, de possíveis interações medicamentosas e da preferência do paciente. -Subtipos depressivos= transtorno depressivo maior com aspectos atípicos podem responder preferencialmente a tratamento com IMAOs ou ISRSs; Antidepressivos com ação dupla tanto em receptores serotonérgicos como noradrenérgicos demonstram maior eficácia nas depressões melancólicas; episódios depressivos maiores com aspectos psicóticos pode requerer uma combinação de um antidepressivo e um antipsicótico atípico ou ECT -Efeitos colaterais= escolher antidepressivos mais sedativos (amitriptilina) para pacientes mais ansiosos e deprimidos ou agentes mais ativadores (desipramina) para pacientes com retardo psicomotor geralmente não é útil→ podem se transformar em dependência ao longo do tempo + levar a recaída e recidiva (efeitos persistem a longo prazo levando a retirada precoce). -Tratamento agudo= deve se passar de 4 – 6 semanas para avaliar se sintomas foram reduzidos, caso não haja redução, o tratamento deve ser modificado. →Efeitos colaterais mais comuns= •Diarreia •Vômitos •Disfunção sexual •Insônia •Náuseas •Sonolência •Aumento de peso •Agitação. Se for grave e persistente→Redução da dose e retirada, se possível, mudando para um antidepressivo com menor propensão de causar esse efeito colateral •Manejo não farmacológico do efeito como dieta e exercício para ganho de peso •Tratamento sintomático com um segundo fármaco. →Depressão maior unipolar= tratamento inicial farmacológico os ISRS ou outros antidepressivos novos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da norepinefrina (ISRSN), a mirtazapina e a bupropiona, por serem mais bem tolerados e se mostrarem tão eficientes quanto os antidepressivos tricíclicos. Isso facilita a adesão do paciente,96,100 mas tal esquema deve ser reservado para casos de falha da primeira linha de escolha. SUICÍDIO -mais de 800.000 em todo o mundo morrem por suicídio a cada ano; -Os prestadores de cuidados primários podem estar em uma posição única para prevenir o suicídio devido a suas interações com pacientes suicidas →Conceitos: ●Ideação suicida - Pensamentos sobre se matar; podem incluir um plano. https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527734455/epub/OEBPS/Text/chapter17.html#ref96 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527734455/epub/OEBPS/Text/chapter17.html#ref100 Laryssa Barros – P6 – Psiquiatria ●Tentativa de suicídio - Comportamento auto-prejudicial que se destina a se matar, mas não é fatal. ●Suicidio= tentativa fatal ●Ameaça suicida pensa que quer se matar e pretendem levar os outros a pensar que alguém quer morrer, apesar da intenção de morrer (“Se você me deixar, eu vou me matar”). →Epidemio -Em todo o mundo em 2015, a taxa de suicídio por idade foi de 12 por 100.000 indivíduos. Havia mais de 800.000 mortes por auto-mutilação e entre cerca de 250 causas de morte, o suicídio foi a 14 ª principal causa de mortalidade global. Os métodos mais comuns usados incluem ingestão de pesticidas, enforcamento e armas de fogo. -50% de todo o suicídio foi na china e índia -Sexo= A mortalidade por suicídio é maior nos homens do que nas mulheres (1,9-1); ideação suicida (pensamentos) é maior em mulheres do que homens (2,2 a 2,4% versus 1,6 a 1,7%). -Idade: na maioria das regiões= mais altas em pessoas com 70 anos ou mais; EUA, adultos jovens de 18 a 25 anos -Educação= menos anos de educação podem estar associados a maiores taxas de suicídio. Nos EUA a taxa de suicídio em 2014 foi duas vezes maior em homens com ensino médio do que homens com ensino superior. O mesmo se valeu para mulheres. →Fatores de risco -Transtornos psiquiátricos= A doença psiquiátrica é um forte preditor de suicídio. Mais de 90% dos pacientes que tentam suicídio têm um distúrbio psiquiátrico e 95% dos pacientes que cometem suicídio com sucesso têm um diagnóstico psiquiátrico. A gravidade da doença psiquiátrica está associada ao risco de suicídio→Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas parecem estar em maior risco do que aqueles com depressão descomplicada ou transtorno de ansiedade. O suicídio pode estar concentrado nos dias e semanas após a internação psiquiátrica→41% dos que cometeram suicídio haviam sido internados psiquiátricos no ano anterior e até 9% dos suicídios ocorreram dentro de um dia após a alta do atendimento psiquiátrico Os distúrbios psiquiátricos mais comumente associados ao suicídio= depressão, transtorno bipolar, alcoolismo ou abuso de outras substâncias, esquizofrenia, transtornos de personalidade, transtornos de ansiedade, incluindo transtorno do pânico, transtornos de estresse pós-traumático e delírio. Depressão= história de tentativas de suicídio se correlacionou mais fortemente com sentimentos de inutilidade Os transtornos de ansiedade mais que dobram o risco de tentativas de suicídio, e uma combinação de depressão e ansiedade aumenta muito o risco. Os sintomas da psicose (delírios, comando de alucinações auditivas, paranóia) podem aumentar o risco. Crianças e adolescentes= A maioria dos adolescentes que tentam ou cometem suicídio tem um distúrbio psiquiátrico, sendo o transtorno depressivo o mais comum. Outros são, transtorno desafiador de oposição, transtorno de conduta, transtorno bipolar, transtornode ansiedade, transtorno alimentar, transtorno de personalidade e transtornos por uso de substâncias Psicose= O risco de suicídio é elevado em pacientes com sintomas psicóticos (comanda as alucinações auditivas para cometerem auto-mutilação) TB= 25 a 50% tentam suicídio pelo menos uma vez em suas vidas e 8 a 19% cometem o suicídio. tratamento apropriado reduz o risco. A medicação que tem maior evidência na redução dos riscos é o lítio. -Desesperança= em distúrbios psiquiátricos, a desesperança está associada à ideação e comportamento suicidas. -Estado civil= + frequente em pessoas que não são casadas do que naquelas que são com risco de quase 2 x maior. -Minorias sociais= é maior. -Ocupação= maior em pacientes que servem em ocupações não qualificadas do que em ocupações qualificadas, exceto em médicos (entre trabalhadores altamente qualificados, os médicos podem estar em maior risco de suicídio. ) -Doenças medicas gerais=aumenta→ asma, câncer, DPOC, doença arterial coronariana, DM, distúrbios da coluna, AVC, cirurgia recente e doença crônica ou terminal. -Adversidade na infância= O risco de tentativas de suicídio é duas a quatro vezes maior em adultos que sofreram abuso na infância ou outras experiências adversas. -Moradia= maior em área rural. →Brasil= o suicídio foi a terceira principal causa de morte entre adultos jovens do sexo masculino de 20 a 39 anos, em 2015; na mesma faixa etária e sexo, o suicídio esteve entre as cinco primeiras causas de morte em todas as regiões do país; - entre brasileiros de ambos os sexos com idade igual ou superior a 20 anos, as intoxicações exógenas foram o segundo principal meio utilizado para o suicídio, sendo o primeiro o enforcamento e em 3 armas de fogo.
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