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Primeira fase de aplicação da pena

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PRIMEIRA FASE DE APLICAÇÃO DA PENA 
 
AUTOR: IGOR RYAN 
Introdução 
Tem como finalidade fixar a pena-
base, partindo do preceito 
secundário ou qualificado 
estampado no tipo incriminador. 
Incidirão as circunstancias jurídicas: 
culpabilidade, antecedentes, 
conduta social, personalidade do 
agente, motivos, circunstâncias e 
consequências do crime, bem como 
o comportamento da vítima. 
O aumento da pena por essas 
circunstâncias depende do juiz. Se a 
pena ficar acima do mínimo, deve 
apresentar a fundamentação para 
que isso tenha ocorrido. Nessa fase, 
o juiz não pode dar menos que o 
mínimo e nem mais que o máximo. E 
não pode o juiz fazer menção 
genérica na sua decisão, ele deve 
fundamentar de forma 
individualizada. 
Se apresentar súmula, deve 
fundamentar como o caso se 
encaixa. E, se uma das partes 
trouxer alguma jurisprudência, o juiz 
só pode censurar se comprovar 
distinção entre os casos. 
Culpabilidade do agente 
Não tem ligação com a culpabilidade 
do terceiro substrato do crime. Na 
verdade, é o maior ou menor grau de 
reprovabilidade da conduta do 
agente. Tem sido admitido o maior 
grau de reprovabilidade como 
circunstância que aumenta a pena. 
Antecedentes do agente 
Representa a vida do agente antes 
do crime. Inquéritos policias em 
andamento ou já arquivados não 
devem ser considerados como maus 
antecedentes. Atos infracionais e 
passagens pela vara da infância e 
juventude também não são 
considerados para fins de 
antecedentes. As transações penais 
feitas antes de cometer o crime 
também não são capazes de gerar 
antecedentes. 
Somente configura antecedente as 
condenações definitivas que não 
caracterizam a agravante de 
reincidência. Lembrando que 
reincidência é para o mesmo crime 
praticado até 5 anos após o 
cumprimento da pena do outro. 
Crime militar também gera maus 
antecedentes. 
O limite de 5 anos não se aplica aos 
maus antecedentes. 
Conduta social do agente 
É o comportamento do agente no 
meio familiar, trabalho e convivência 
com os outros. Por isso, geralmente 
o agente leva, para a sua defesa, a 
chamada “testemunha de 
beatificação”. 
Personalidade do agente 
É o retrato psíquico do agente. A 
valoração da pena por essa 
circunstância só pode ocorrer 
mediante estudo psíquico promovido 
por profissionais da área da saúde 
mental, porém, isso não tem sido 
aceito nos tribunais. Os juízes 
decidem a partir dos elementos 
concretos presentes nos autos, 
sendo necessário a realização de 
laudo pericial. 
Segundo o STJ, atos infracionais 
podem influenciar a análise da 
personalidade do agente para fins 
cautelares. 
Motivos do crime 
Busca o “porquê” da prática 
criminosa. Só deve ser analisada 
AUTOR: IGOR RYAN 
 
quando os motivos não integrarem a 
própria tipificação da conduta, ou 
não ser qualificadora ou agravante, 
sob pena de bis in idem. 
Circunstâncias do crime 
É a análise da maior ou menor 
gravidade do crime espelhada pelo 
modus operandi do agente. São as 
condições de tempo e local em que 
ocorreu o crime, relação do agente 
com a vítima, instrumentos 
utilizados. 
Consequências do crime 
São os resultados do crime 
particularmente para a vítima, sua 
família ou para a coletividade. Não é 
necessariamente patrimonial, pois 
até danos psicológicos já foram 
admitidos para fundamentar 
aumento de pena. 
O STF tem o entendimento de que 
homicídio praticado contra pessoa 
entre 14 e 18 anos é circunstância 
para aumento de pena. 
Comportamento da vítima 
A culpa concorrente da vítima não 
compensa a culpa do agente, mas 
pode atenuar a responsabilidade do 
agente.

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