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pois, por meio dela e de seus resultados, podemos atribuir a responsabilidade por não atingir os níveis estipulados a determinada comunidade ou aos gestores, bem como controlar os conteúdos e a forma como são ensinados. 2. Aprendemos que o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) é composto pela avaliação institucional, dividida em duas modalidades, a saber: autoavaliação e avaliação externa. Assinale a alternativa que descreve o conceito de autoavaliação: A alternativa "D " está correta. A avaliação institucional é dividida em duas modalidades: autoavaliação e avaliação externa. A autoavaliação é realizada pela própria instituição de ensino, com a presença de representantes do corpo social da instituição, respondendo a um roteiro previamente disponibilizado; enquanto a avaliação externa é realizada por uma comissão que representa o Ministério da Educação, que verifica se o que foi respondido pela autoavaliação atende a realidade. MÓDULO 2 Identificar o caminho histórico da avaliação institucional no Brasil A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NO BRASIL A EXPERIÊNCIA DAS UNIVERSIDADES A PARTIR DA CRIAÇÃO DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS — PAIUB E MAIS RECENTEMENTE COM O SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR (SINAES), CRIADO PELA LEI N. 10.861, DE 14 DE ABRIL DE 2004, OBEDECENDO ÀS DIRETRIZES ESTABELECIDAS PELA COMISSÃO NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR (CONAES) COLABORARAM PARA A CONSTRUÇÃO DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PARA O ENSINO SUPERIOR QUE POSTERIORMENTE TEM SERVIDO COMO PARÂMETRO PARA ORIENTAR AS PRÁTICAS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA EM TERRITÓRIO NACIONAL. (MOURA, 2017). UMA BREVE HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL Neste vídeo, você verá um resumo sobre a história da avaliação institucional. VOCÊ SABIA A necessidade de avaliar o ensino superior no Brasil surgiu institucionalmente na década de 1980. Entretanto, esse caminho começara a ser traçado desde a reforma universitária, ocorrida em 1968. Neste módulo, faremos o resgate histórico da avaliação institucional do ensino superior no Brasil e seus dispositivos legais que, de alguma forma, orientam essa etapa do planejamento, bem como a formação universitária no país. A Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (ANDES) elaborou, em 1983, a primeira proposta de avaliação institucional do ensino superior no país. A proposta se chamava Programa de Avaliação da Reforma Universitária (PARU), oficializada institucionalmente pelo Ministério da Educação e Cultura, e buscava debater temas como a gestão institucional e a produção e disseminação de conhecimentos para toda a população. Entretanto, o programa foi finalizado oficialmente um ano depois de começado devido a disputas internas ao próprio Ministério da Educação, em torno de quem competia fazer a avaliação da reforma universitária (CUNHA, 1997). Imagem: Erik Vinicius/Adaptada por Rodrigo Cavalcante O Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) contava com a adesão voluntária das universidades. Por meio dessa adesão, seriam recolhidas informações necessárias para a realização de avaliações externas ou reavaliações. A importância do PAIUB vai além de sua adesão e avaliações externas, pois proporcionou às instituições a possibilidade de se autoavaliarem institucionalmente, ou seja, internamente. A iniciativa, construída em articulação com a ANDIFES e ABRUEM, durou até a promulgação da Lei n. 9.131, de 24 de novembro de 1995, que instaurou um novo mecanismo de avaliação denominado Exame Nacional de Cursos (ENC). Esse exame foi destinado aos estudantes concluintes dos cursos de graduação a fim de medir suas aprendizagens para, então, avaliar externamente o curso — sua primeira aplicação ocorreu no ano de 1996. COMENTÁRIO O ENC foi conhecido pela sociedade como uma forma de classificar as universidades, estabelecendo um parâmetro comparativo entre elas e desconsiderando questões de ordem característica, pois não levava em conta o contexto local e institucional dos cursos. Esses fatores contribuíram para o desempenho estudantil, mas não eram considerados pelo ministério. Pinto (2016) colabora com essa visão da sociedade, pois os resultados eram amplamente divulgados nas mídias impressa e televisiva, estimulando a concorrência entre as instituições de ensino superior, uma vez que as classificava. Em 2003, iniciou-se a discussão sobre um novo sistema de avaliação da educação superior no país, quando foi criada a Comissão Especial de Avaliação (CEA). A comissão realizou debates com a comunidade acadêmica e a sociedade civil organizada. O resultado desses debates produziu o documento intitulado Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES): Bases para uma nova proposta de Avaliação da Educação Superior (BRASIL, 2003), e propôs ao ministério a criação da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES) para a coordenação e a supervisão do SINAES. O documento propunha um novo modelo de avaliação mais global e que considerasse as especificidades de cada instituição de ensino superior; as instituições desenvolveriam uma avaliação, ou processo, para articular as dimensões dos cursos e o desempenho estudantil. O SINAES é formado por três procedimentos avaliativos: a Avaliação das Instituições de Educação Superior (AVALIES), a Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). Vejamos, a seguir, alguns detalhes sobre cada um: Imagem: Shutterstock.com AVALIES Autoavaliação, coordenada pela Comissão Própria de Avaliação de cada instituição de ensino superior, além de avaliação externa realizada por comissões designadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), segundo as diretrizes estabelecidas pela CONAES. ACG Avaliação dos cursos de graduação por meio de instrumentos e procedimentos que incluem visitas in loco de comissões externas. A periodicidade dessa avaliação depende diretamente do reconhecimento a que os cursos estão sujeitos. ENADE Avaliação aplicada aos estudantes no primeiro e no último ano do curso. Anualmente, o Ministério da Educação, com base na indicação da javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) CONAES, definirá as áreas que participarão do ENADE. Para finalizar, devemos refletir como o modelo de avaliação institucional proposto pelo SINAES foi feito com a finalidade de melhoria da qualidade da educação superior, buscando orientar a expansão universitária e sua oferta, aumentando, permanentemente, sua eficácia institucional e sua efetividade acadêmica e social. A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA Imagem: Shutterstock.com Constituição Federal de 1988. A Constituição Federal de 1988, no artigo 206, já sinalizava a necessidade da avaliação institucional da educação básica como uma das formas de garantir o padrão de qualidade do ensino: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios (BRASIL, 1988, grifo do autor): Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante V - Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aosdas redes públicas; Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei; Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante VII - Garantia de padrão de qualidade; Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante VIII - Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n. 9.394/1996, aparecem os dispositivos sobre avaliação como medida de controle e regulação da qualidade do ensino em escala nacional: Art. 9º A União incumbir-se-á de: [...] V - Coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; VI - Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; [...] § 2º Para o cumprimento do disposto nos incisos V e VI, a União terá acesso a todos os dados e informações necessárias de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. (LEI 9.394, 1996) O Plano Nacional da Educação (PNE) traz a avaliação como estratégia que permitirá o monitoramento da evolução da qualidade dos nossos sistemas de ensino. Segundo as orientações contidas na Resolução n. 4/2010 do Conselho Nacional de Educação (CNE), que define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, nos arts. 52 e 53, a avaliação institucional interna no ambiente educacional deve fazer parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas e ser detalhada no plano de gestão, e a avaliação externa deve ocorrer periodicamente. CONHEÇA OS ARTIGOS Seção III - Avaliação institucional Art. 52. A avaliação institucional interna deve ser prevista no projeto político-pedagógico e detalhada no plano de gestão, realizada anualmente, levando em consideração as orientações contidas na regulamentação vigente, para rever o conjunto de objetivos e metas a serem concretizados, mediante ação dos diversos segmentos da comunidade educativa, o que pressupõe delimitação de indicadores compatíveis com a missão da escola, além de clareza quanto ao que seja qualidade social da aprendizagem e da escola. (RESOLUÇÃO 4- CNE, 2010) javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com Seção IV - Avaliação de redes de educação básica Art. 53. A avaliação de redes de educação básica ocorre periodicamente, é realizada por órgãos externos à escola e engloba os resultados da avaliação institucional, sendo que os resultados dessa avaliação sinalizam para a sociedade se a escola apresenta qualidade suficiente para continuar funcionando como está. (RESOLUÇÃO 4- CNE, 2010) Segundo Moura (2017), apesar de a avaliação institucional estar expressa como uma das diretrizes para a educação básica, esta, na prática, não é uma ação comum desenvolvida em todas as escolas. Nota-se que a avaliação externa, por meio de testes em larga escala, fica colocada como elemento central para o desenho de políticas de educação básica. EXEMPLO Em uma pequena escola de uma grande cidade, a direção decide ampliar e oferecer educação infantil. Cuida com esmero dos processos burocráticos, consegue todos os documentos necessários, contrata os professores indicados com cuidado. A diretoria também é dona da escola e está lá todos os dias — como em outras milhares de escolas brasileiras. O tema avaliação institucional ou interna é considerado um “problema de escola grande”. Foto: Shutterstock.com EXEMPLO Já em uma grande escola do estado situada na capital, com dificuldades de violência, sexo, drogas, percebemos uma logística de batalhão. Há o apelo pela realização de um processo de avaliação institucional, mas esta é reconhecida como problema meramente burocrático, e realizada apenas para atender a demanda da secretaria de educação. javascript:void(0) Foto: Shutterstock.com LOGÍSTICA DE BATALHÃO Forma popular de se fazer referência a organização militar – considerada marcada na ordem. Para entender a criação dos mecanismos e dinâmicas de avaliação de larga escala para adequação de todos, vamos voltar à história. A utilização dessas avaliações externas em larga escala é baseada em padrões de desempenho e do aumento progressivo das políticas de responsabilização. Esse processo, denominado accountability, que, segundo Dias Sobrinho (2002), é uma forma tecnocrática de valorar e um procedimento burocrático de exigir o cumprimento de obrigações, tem como marco referencial as experiências reformistas ocorridas na Inglaterra e nos EUA durante a década de 1980. SAIBA MAIS Para Schedler (apud Afonso, 2009), accountability apresenta três dimensões estruturais: de informação, de justificação e de imposição ou sanção. Para Afonso (2009), o direito de pedir informações e de exigir justificações é o pilar de sustentação da prestação de contas, pois para que ambos se concretizem socialmente é necessário que haja a obrigação e o dever do atendimento da solicitação. Portanto, a prestação de contas é constituída por duas dimensões: informar e justificar, que respondem a indagações ou solicitações que sempre devem ser seguidas de respostas orientadas pela transparência em atendimento ao direito às informações, levando-se em conta princípios éticos e legais. Outro ponto importante, como defende Afonso (2009), é que a prestação de contas não se apresenta apenas como uma “atividade discursiva” que tem por fim a informação e a justificação, mas contempla uma dimensão “impositiva”, “coactiva” ou “sancionatória”, o que podemos designar de responsabilidade (PINHA, 2012). Há uma tendência de centralização da avaliação mediante o estabelecimento de exames padronizados no sistema educacional brasileiro. Esse processo tem por objetivo prover ao Estado (que é o avaliador) as informações necessárias para a elaboração de políticas para o setor educacional. Para Militão (2005), esse mecanismo permite ao governo, por meio da utilização do discurso, transferir para a escola a responsabilidade pela superação dos fracassos educativos, pois a confiabilidade nos instrumentos utilizados nas avaliações externas vem aumentando e, com isso, a sua legitimidade como verdade. javascript:void(0) As novas políticas de responsabilização, que tornam públicas as informações e o trabalho desenvolvido nas escolas pelos gestores e pela equipe escolar, tornando-os corresponsáveis pelos resultados alcançados na instituição, surgiu a partir de 1980, de exemplos de dois países: Imagem: Shutterstock.com INGLATERRA Imagem: Shutterstock.com EUA Como salientado por Moura (2017), apesar de a avaliação institucional estar expressa como uma das diretrizes para a educação básica, esta, na prática, não é uma ação comum desenvolvida em todas as escolas. Constatamos que na educação básica os órgãos centrais enquadram a avaliação externa como processo fundamentalmente regulatório, esvaziando a dimensão formativa e democrática da autoavaliação. Durante as últimas décadas, o sistema de avaliação educacional no Brasil tem evidenciado os testes aplicados aos estudantes como referência da qualidade do ensino. Na educação básica, dá-se atualmente relevância à: Provinha Brasil Prova Brasil ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização) IDEB Testes dos sistemas estaduais Diante do já exposto, podemos afirmar que é necessário que as escolas desenvolvam em sua prática avaliativa um contraponto a essa política hegemônica, de modo a vislumbrar mudanças significativas quanto ao uso dos resultados dos testes sem rejeitar a avaliação externa. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. AS AVALIAÇÕES INSTITUCIONAIS DO ENSINO SUPERIOR SURGIRAM, INICIALMENTE, EM 1983, COM O PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DA REFORMA UNIVERSITÁRIA (PARU), QUE BUSCAVA DEBATER TEMAS COMO A GESTÃO INSTITUCIONAL E A PRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTOS À TODA POPULAÇÃO. ENTRETANTO, FOI O PROGRAMADE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS (PAIUB), QUE CONTAVA COM A ADESÃO VOLUNTÁRIA DAS UNIVERSIDADES, QUE RECOLHERIA AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A REALIZAÇÃO DE AVALIAÇÕES EXTERNAS OU REAVALIAÇÕES. A IMPORTÂNCIA DO PAIUB VAI ALÉM DE SUA ADESÃO E AVALIAÇÕES EXTERNAS, POIS PROPORCIONOU: A) Ao Ministério da Educação, a possibilidade de avaliar institucionalmente.
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