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Doenças do coração e da aorta

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Gabrielle Coimbra Mundim 
 
 
 Doenças do coração e aorta 
 
 
 
 
 
 2020 
 
 Insuficiência Cardíaca 
IC é uma síndrome clínica 
complexa que se caracteriza por um distúrbio do 
desempenho miocárdico e da ativação 
progressiva do sistema neuroendócrino que 
acarreta insuficiência circulatória e congestão. 
 Causas principais: 
Isquemia (Insuficiência ventricular 
esquerda), HAS (miocardiopatia hipertrófica), 
doença valvular, miocardiopatia, doença 
pericárdica, hipertireoidismo, anemia. 
 Fisiopatologia: 
o Mecanismo de Frank- Starling 
(propósito de manter o débito cardíaco). 
o Hipertrofia miocárdica com ou 
sem dilatação (aumento da massa de tecido 
contrátil). 
o Ativação sistêmica neuro-
humoral e SRAA (manter a pressão e perfusão 
tecidual). 
 
A classificação mais utilizada para 
a insuficiência cardíaca é a NYHA 
 
 Sinais e sintomas 
 
 
 Exame físico 
Os sinais físicos comumente 
observados na síndrome da insuficiência cardíaca 
variam de acordo com: 
o Grau de compensação; 
o Cronicidade (aguda versus 
crônica); 
o Envolvimento cavitário 
(insuficiência cardíaca direita versus esquerda). 
Os sinais físicos típicos de 
sobrecarga de volume na insuficiência cardíaca 
incluem os seguintes: 
o Estertores pulmonares, 
decorrentes do acúmulo de líquido no interstício e 
nos alvéolos pulmonares devido às altas pressões 
atriais esquerdas, são comumente descritos como 
edema pulmonar cardiogênico agudo (EPCA). 
o Macicez nas bases dos pulmões 
compatíveis com derrame pleural. 
o Distensão venosa jugular (DJV) 
pode ser observada com uma inclinação de 25ª, 
embora, quando muito elevada, possa ficar 
aparente com o paciente sentado. 
o Edema, ascite e 
hepatomegalia. 
o Sopro sistólico de regurgitação 
mitral muitas vezes está presente no quadro de 
aumento do VE. 
o Terceira bulha (galope B3). 
o Sinal de perfusão periférica 
(cor, extremidades quentes ou frias, enchimento 
capilar). 
o Pulso alternante e pulso de 
amplitude baixa estão associados à insuficiência 
cardíaca avançada. 
o Taquicardia. 
o Ictus desviado. 
o Hiperfonese de B2 em foco 
pulmonar: devido ao aumento da pressão 
pulmonar. 
 
 
 
Exames complementares 
 
 Eletrocardiograma (ECG) 
O ECG pode oferecer informações 
diagnósticas sobre causa da insuficiência 
cardíaca. 
É importante procurar sinais de IAM 
prévio, aumento e hipertrofia das cavidades, 
bloqueio cardíaco, arritmias, derrame 
pericárdico. 
 
 Radiografia do tórax 
O aumento da silhueta cardíaca 
implica insuficiência ventricular esquerda ou 
biventricular. Entretanto, silhueta cardíaca de 
tamanho normal não excluiu disfunção sistólica ou 
diastólica. 
Aumento da vasculatura pulmonar 
nas zonas superiores (redistribuição do fluxo 
sanguíneo). 
Alargamento hilar, edema alveolar 
e derrame pleural. 
 
 Ecocardiograma 
É útil na avaliação da estrutura e 
função cardíacas e para a identificação de 
possíveis causas estruturais da insuficiência 
cardíaca. 
 
As principais síndrome valvares 
 
 Insuficiência aórtica 
 
Insuficiência aórtica é a 
incapacidade de fechamento das sigmoides 
aórticas, tomando possível o refluxo de certa 
quantidade de sangue para o ventrículo 
esquerdo durante a diástole. 
 Causas: moléstia reumática, 
lues, aterosclerose, endocardite infecciosa e 
doença primária das valvas semilunares. A origem 
congênita é rara. 
 
 Fisiopatologia: 
 
É importante salientar que o grau 
de insuficiência varia dentro de amplos limites, 
sendo a repercussão hemodinâmica e as 
manifestações clínicas diretamente proporcionais 
ao volume de sangue refluído. 
Quando é pequeno, não há 
alteração da função ventricular e o paciente tem 
condições de vida praticamente normal. Em 
contrapartida, na insuficiência aórtica grave, a 
falência ventricular esquerda pode sobrevir no 
espaço de poucos anos. 
 
 Sinais e sintomas 
o Dispneia. 
o Angina, devido ao “roubo” do 
fluxo coronariano provocado pela rápida 
passagem do sangue da aorta para o ventrículo 
esquerdo durante a diástole. 
 
 Exame físico 
Em geral, a insuficiência aórtica 
apresenta abundantes dados ao exame físico, 
classicamente subdivididos em sinais periféricos e 
sinais no nível do coração. 
Os sinais periféricos: 
o Aumento da pressão diferencial 
(aumento da pressão sistólica e diminuição da 
diastólica). 
o Pulso radial amplo e célere. 
o As pulsações visíveis das 
carótidas (dança arterial). 
o Pulso digital e pulso capilar. 
o Oscilações da cabeça 
acompanhando os batimentos cardíacos (sinal 
de Musset). 
o Pulsação na base da língua 
(sinal de Minervini). 
o Duplo sopro auscultado à 
compressão da artéria femoral (sinal de Duroziez). 
Os sinais no nível do coração: 
o Ictus cordis deslocada para 
baixo, tipo musculoso e amplo- indicativo da 
dilatação e da hipertrofia do ventrículo esquerdo. 
o Sopro diastólico aspirativo, em 
decréscimo, audível no foco aórtico ou foco 
aórtico acessório com irradiação para a ponta do 
coração. 
o Nos casos graves, ausculta-se 
também um sospro sistólico, de ejeção, causado 
pelo hiperfluxo de sangue pela valva aórtica. 
 
 
Exames complementares 
 Eletrocardiograma: 
Evidencia sobrecarga diastólica do 
ventrículo esquerdo, com ondas R altas e T 
pontiagudas nas precordiais esquerdas. 
 Radiografia simples do tórax: 
Aumento da área cardíaca. 
Crescimento do ventrículo e do 
átrio esquerdo. 
Aorta pode estar alongada, com 
arco aórtico proeminente. 
 Ecodopplercardiografia (ECO): 
A ecodopplercardiografia 
possibilita definir aspectos anatômicos relativos à 
etiopatogenia da lesão. Estes dados, associados 
ao tamanho da cavidade ventricular esquerda e 
à função ventricular, ajudam a quantificar o grau 
da repercussão hemodinâmica da insuficiência 
aórtica de maneira não invasiva. 
Com relação aos aspectos 
etiopatogênicos, o eco-Doppler pode identificar o 
caráter transvalvar propriamente dito (reumático, 
endocardite) ou extravalvar (dissecção aórtica, 
ruptura do seio de Valsalva) e da insuficiência, de 
difícil definição clínica. 
 
 Estenose aórtica 
 
A estenose aórtica consiste na 
redução do orifício da valva aórtica e em 
alterações da via de saída do ventrículo 
esquerdo. 
 Causas e fisiopatologia 
o A malformação congênita é 
representada por uma valva que vai se tornando 
espessa, fibrótica e calcificada, com redução da 
mobilidade dos seus folhetos e diminuição da 
área orificial. 
o Na moléstia reumática, o 
processo inflamatório determina espessamento 
dos folhetos da valva e fusão das comissuras, 
impedindo sua abertura normal. 
o A degeneração senil com 
deposição de cálcio, mais frequente em 
pacientes acima de 60 anos, acompanha-se de 
alterações degenerativas e deposição de cálcio 
nos folhetos valvares. 
 
 Sinais e sintomas 
o Hipertrofia ventricular esquerda, 
mecanismo para vencer a obstrução e manter um 
débito cardíaco adequado. 
o Angina de peito. 
o Síncope após esforço, 
explicada pelo fato de débito cardíaco estar 
impossibilitado de aumentar durante o esforço 
físico. 
 Exame físico 
o Pulso radial de pequena 
amplitude ou anacrótico. 
o Ictus cordis intenso, pouco 
deslocada para baixo e para a esquerda, a 
indicar hipertrofia ventricular esquerda. 
o Frêmito sistólico. 
o Sopro sistólico de ejeção, rude, 
localizado no foco aórtico com irradiação para 
cima, em direção à face lateral direita do 
pescoço. 
o Na estenose aórtica leve, pode 
ser ouvido um clique sistólico que antecede o 
sopro sistólico. 
o Na estenose aórtica grave 
ocorre desdobramento invertido da segunda 
bulha cardíaca. 
 
Exames complementares 
 Eletrocardiograma; 
Registra sobrecarga ventricular 
esquerda com onda T negativa em precordiais 
esquerdas nos casos de estenose grave. 
 Radiografia simples do tóraxNão se observa, como na 
insuficiência aórtica, aumento do ventrículo 
esquerdo, a não ser nos pacientes que já 
apresentam falência ventricular esquerda. 
 Ecodopplercardiografia (ECO) 
Define a localização da estenose 
aórtica: valvar, subvalvar ou supravalvar. 
Fatores etiopatogênicos, assim 
como o grau de espessamento e calcificação, 
são reconhecidos e quantificados. 
A ecodopplercardiografia 
possibilita ainda o cálculo do gradiente, da área 
valvar, do grau de hipertrofia ventricular e da 
função ventricular esquerda. Estes dados, 
juntamente com a clínica do paciente, tornam 
possível uma avaliação segura do estado da 
estenose aórtica, evitando, na maioria dos casos, 
o estudo hemodinâmico invasivo. 
 
 Insuficiência mitral 
A insuficiência mitral consiste no 
fechamento incompleto da valva mitral com 
refluxo de sangue para o átrio esquerdo durante 
a sístole ventricular. 
 Causas: moléstia reumática, 
prolapso valvar mitral e infarto agudo do 
miocárdio. As cardiomiopatias e a 
miocardiosclerose, com grande dilatação da 
cavidade ventricular esquerda, também são 
capazes de determinar insuficiência mitral. 
 
 Insuficiência mitral de etiologia 
do IAM e endocardite infecciosa 
 
No infarto agudo do miocárdio e 
na endocardite infecdosa, quando há 
insuficiência mitral, esta decorre de disfunção ou 
ruptura de músculo papilar, possibilitando a 
regurgitação de sangue para um átrio de 
tamanho normal, sem tempo nem capacidade 
para adaptar-se ao maior volume sanguíneo que 
passa a receber. Em tais condições, há aumento 
da pressão intra-atrial, a qual se transmite 
imediatamente à rede capilar pulmonar, 
causando congestão pulmonar com edema 
intersticial ou transudação de líquido para os 
alvéolos. 
Os principais sinais/sintomas são 
dispneia intensa e edema pulmonar agudo. 
Durante o exame físico, constatam-
se: 
o Ventrículo esquerdo 
hipercinético, sem sinais de dilatação- ictus cordis 
não deslocado, mas de intensidade maior. 
o Sopro sistólico de regurgitação 
no foco mitral com irradiação para a axila. 
o Quarta bulha originada pela 
contração vigorosa do átrio esquerdo. 
 
 Insuficiência mitral de etiologia 
reumática 
A insuficiência mitral de etiologia 
reumática é uma lesão de instalação gradativa e 
evolução crônica, pois o processo inflamatório 
evolui vagarosamente, ao longo de meses, o que 
possibilita ao átrio esquerdo ir se dilatando 
progressivamente. Nestas condições, há pequena 
elevação da pressão intra-atrial e, em 
consequência, a pressão venocapilar pulmonar 
pouco se altera. 
 Sinais/ sintomas: os sinais da 
congestão pulmonar, principalmente a dispneia, 
só aparecem muitos anos depois. 
Durante o exame físico, encontram-
se: 
o Ictus cordis com características 
de dilatação do ventrículo esquerdo. 
o Frêmito sistólico no foco mitral. 
o Terceira bulha cardíaca. 
o Sopro sistólico de regurgitação, 
localizado no foco mitral, com irradiação para a 
axila e que mascara a primeira bulha cardíaca. 
o Sopro diastólico curto de 
enchimento ventricular. 
o Ritmo cardíaco irregular pela 
ocorrência de fibrilação atrial. 
o A insuficiência mitral reumática 
com frequência está associada à estenose mitral, 
pois as lesões inflamatórias e duas sequelas- 
espessamento e fusão das bordas das cúspides e 
encurtamento das cordoalhas- dificultam a 
abertura e o fechamento das valvas. 
 
Exames complementares 
 Eletrocardiograma: 
Evidencia sobrecarga ventricular e 
atrial esquerda, se houver também estenose 
mitral. 
 Radiografia simples do tórax: 
Encontram-se crescimento dos 
átrios e ventrículos e sinais de congestão pulmonar 
nos casos que apresentam hipertensão 
venocapilar. 
 Ecodopplercardiografia: 
Possibilita identificar a causa da 
insuficiência mitral (reumática, prolapso de valva 
mitral, ruptura de corda tendínea, isquemia de 
músculo papilar). 
 Ecocardiografia 
transesofágica: 
Representa grande avanço na 
investigação da causa e da repercussão 
hemodinâmica da insuficiência mitral por tornar 
possível melhor visualização da valva mitral e de 
seu aparelho de sustentação. 
 
 Estenose mitral 
A estenose mitral consiste no 
estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo 
devido a espessamento e fibrose das cúspides 
valvares com fusão das suas comissuras 
 Causas: A causa principal é a 
moléstia reumática. Outras causas, porém, muito 
raras, incluem síndrome carcinoide, artrite 
reumatoide, lúpus eritematoso. 
 Fisiopatologia: 
Uma das características da 
estenose mitral é sua lenta progressão, 
transcorrendo cerca de 10 anos após a agressão 
reumática para que haja redução de 50% da área 
do orifício atrioventricular, cujo valor normal é em 
torno de 5 cm2. 
 Tomando-se por base a área do 
orifício atrioventricular, a estenose mitral pode ser 
classificada em leve, moderada e grave. 
 Estenose mitral leve 
Na estenose mitral leve, com área 
maior que 2,5 cm2, o paciente permanece 
assintomático, mesmo executando esforços 
físicos. 
A única alteração hemodinâmica 
é um moderado aumento da pressão no átrio 
esquerdo, que, por si só, é capaz de manter o 
volume-minuto dentro dos limites normais. 
Os achados semióticos são 
hiperfonese da 1ª bulha cardíaca no foco mitral e 
sopro diastólico. A rigidez dos folhetos da valva 
propicia o aparecimento do estalido de abertura 
mitral. 
 Estenose mitral moderada 
Na estenose mitral moderada, a 
área orificial está reduzida a aproximadamente 
1,5 cm2, aparecendo, então, dispneia e 
palpitações após esforços, que traduzem a 
congestão na circulação pulmonar. 
Durante o exame físico, encontram-
se 1ª bulha cardíaca hiperfonética no foco mitral, 
estalido de abertura mitral, sopro diastólico com 
características de ruflar, com reforço pré-sistólico, 
e 2ª bulha cardíaca hiperfonética no foco 
pulmonar. 
 Estenose mitral grave 
Quando a área valvar for menor 
que 1 cm2, a estenose mitral é grave, com 
intensificação da dispneia, que pode ocorrer aos 
mínimos esforços e na posição deitada, dispneia 
paroxística noturna, tosse seca e hemoptise. 
Durante o exame físico, encontram-
se: 
o Na ectoscopia, pode-se 
encontrar cianose nas mãos e no rosto. 
o À inspeção do tórax, quando 
há hipertensão pulmonar grave, pode ocorrer 
abaulamento paraesternal esquerdo. 
o Na palpação, o ictus cordis é 
impalpável ou de pequena intensidade, a indicar 
que o ventrículo esquerdo está normal, podendo-
se observar, em alguns pacientes, uma retração 
sistólica apical, levantamento em massa do 
precórdio e pulsação epigástrica, sinais 
indicativos de hipertrofia ventricular direita. A 1 a 
bulha, no foco mitral, e a 2a bulha, no foco 
pulmonar, são palpáveis. Percebe-se, também, 
um frêmito diastólico no foco mitral. 
o A ausculta, encontram-se 
hiperfonese da 1ª bulha no foco mitral e da 2a 
bulha no foco pulmonar, estalido de abertura 
mitral e sopro (ruflar) diastólico com reforço pré-
sistólico na área mitral. Este sopro é mais audível 
com o paciente em decúbito lateral esquerdo e 
após um pequeno exercício que aumente a 
frequência cardíaca. 
 
Exames complementares: 
 Eletrocardiograma 
Observa-se sobrecarga atrial 
esquerda e, quando há hipertensão pulmonar, 
também sobrecarga ventricular direita. 
 Radiografia simples do tórax 
Demonstra aumento do átrio 
esquerdo, dilatação da artéria pulmonar e 
crescimento do ventrículo direito se houver 
hipertensão pulmonar. A congestão pulmonar é 
denunciada pelos sinais de edema intersticial. 
 Ecodopplercardiografia 
Torna-se visualizar trombo intra-
atrial, grau de flexibilidade valvar e calcificação 
das cúspides, anel e estruturas subvalvares. A 
utilização do recurso Doppler possibilita medir a 
área valvar, o gradiente diastólico transvalvar 
mitral e a pressão sistólica do ventrículo direito e 
da artéria pulmonar. 
 Ecodopplercardiografia 
transesofágica 
Ampliouo espectro da 
ecocardiografia por tornar possível a obtenção 
de imagens de alta resolução da valva mitral, 
aparelho subvalvar e átrio esquerdo, auxiliando 
na avaliação hemodinâmica precisa quando o 
ecocardiograma transtorácico mostra dados 
inconclusivos. Estes fatos tornam o estudo 
hemodinãmico invasivo indicado apenas nos 
casos nos quais é imprescindível conhecer a 
anatomia coronariana. 
 
 Insuficiência da tricúspide 
A insuficiência tricúspide decorre 
do incompleto fechamento da valva tricúspide, 
com regurgitação de sangue para o átrio direito, 
durante a sístole ventricular. Ela é classificada em 
dois tipos: 
o Orgânica quando está 
invariavelmente associada à estenose tricúspide. 
o Funcional, mais frequente, 
acontece em consequência da insuficiência 
ventricular direita em virtude da hipertensão 
pulmonar. 
Os sinais semióticos são: 
o Ventrículo direito hipertrofiado. 
o Sopro holossístolico de alta 
frequência, audível na área tricúspide, que 
aumenta com a inspiração profunda (manobra 
de Rivero-Carvalho). O sopro desaparece ou 
diminui após a compensação do paciente. 
o Hipertensão pulmonar. 
o Se a insuficiência for grave, 
pode ocorrer pulsação hepática sistólica. 
 
Exames complementares 
 Radiografia do tórax 
A radiografia do tórax apresenta 
evidências de aumento do átrio direito associado 
à dilatação do ventrículo direito. 
 
 Eletrocardiograma 
encontram-se sinais de sobrecarga 
atrial e ventricular direitas. Fibrilação atrial ocorre 
frequentemente. 
 
 Endocardite infecciosa 
 
Endocardite infecciosa é a 
inflamação do endocárdio em consequência da 
ação dos mais diversos microrganismos, 
especialmente bactérias e fungos. 
O agente etiológico mais frequente 
é o Streptococcus viridans. Após o advento da 
cirurgia cardíaca, aumentou a incidência de 
endocardites por estafilococos, pseudomonas e 
diversos fungos. 
Admite-se como fatores 
desencadeantes o manuseio de focos sépticos 
(extrações dentárias, amigdalectomia) ou 
manipulações intracardíacas (cateterismo ou 
cirurgia). 
Deve-se suspeitar de endocardite 
infecciosa nos pacientes com anomalia cardíaca 
congênita ou defeito orovalvar adquirido- que 
apresentam febre sem causa aparente. 
O quadro clínico é muito variável, 
podendo ser classificado em: 
o Aguda: inflamação de dias até 
2 semanas. É caracterizada por uma toxidade 
importante e uma infecção metastática. 
o Subaguda: inflamação de 
semanas até meses. Raramente possui caráter 
metastático. 
 
 Fisiopatologia 
 
 
 Sinais e sintomas 
A febre quase sempre adquire as 
características da febre séptica ou irregular e se 
acompanha com frequência de toxemia, 
anorexia intensa, palidez cutânea e 
comprometimento do estado geral. Além disso, 
são evidenciados hematúria, hemorragias 
retinianas, acidente vascular cerebral e 
petéquias. 
Nos casos de evolução mais longa, 
com manifestações clínicas mais exuberantes, há 
hipocratismo digital, nódulos de Osler e 
hepatoesplenomegalia. 
 
 Exame físico 
O exame físico do coração revela 
os elementos semióticos da cardiopatia prévia, 
ressaltando-se que a mudança das características 
de um sopro preexistente ou o surgimento de outro 
sopro em curto período de tempo tem valor para 
o diagnóstico da endocardite infecciosa. 
 
Exames complementares 
 Ecocardiograma 
O ecocardiograma, 
principalmente o transesofágico, é de grande 
utilidade ao demonstrar a ocorrência de 
vegetações em valvas cardíacas. 
 Hemocultura 
O diagnóstico etiológico é feito 
pela hemocultura, cumprindo ressaltar que é 
necessário seguir todas as exigências técnicas na 
coleta de sangue e utilizar diferentes meios de 
cultura para se conseguir o isolamento do germe. 
 
 Cor pulmonale crônico 
Cor pulmonale crônico é uma 
síndrome constituída de hipertrofia ventricular 
direita secundária a qualquer doença que afeta 
primariamente as estruturas pulmonares. 
As causas mais comuns de cor 
pulmonale crônico são: enfisema pulmonar, 
tromboembolismo pulmonar, esquistossomose 
pulmonar e fibroses intersticiais. 
As manifestações clínicas da cor 
pulmonale crônico podem ser divididas em duas 
fases: 
o Na primeira, quando não há 
falência funcional do ventrículo direito, 
encontram-se os sinais de hipertrofia desta 
câmara e hiperfonese da 2ª bulha cardíaca na 
área pulmonar 
o Na segunda, quando o 
ventrículo direito entra em insuficiência, surgem os 
sinais e os sintomas desta síndrome (jugulares 
ingurgitadas, hepatomegalia, edema 
generalizado, ritmo de galope). 
Estes pacientes também 
apresentam sinais e sintomas da doença 
pulmonar responsável pela cor pulmonale, 
destacando-se a cianose, o hipocratismo digital, 
a poliglobulia. 
Exames complementares 
 Eletrocardiograma 
O eletrocardiograma mostra 
hipertrofia ventricular direita. 
 Radiografia do tórax 
Mostra a hipertrofia ventricular 
direita, o abaulamento do arco médio provocado 
pela hipertensão pulmonar e as modificações do 
parênquima pulmonar. 
 Ecodopplercardiograma 
Evidencia a sobrecarga sistólica do 
ventrículo direito e a hipertensão pulmonar. 
 
 Síndrome coronariana aguda 
As síndromes coronarianas agudas 
resultam de obstrução aguda de uma artéria 
coronária. As consequências dependem do grau 
e o local da obstrução e variam de angina instável 
a infarto agudo do miocárdio com elevação de 
segmento não ST, infarto do miocárdio com 
elevação do segmento ST e morte cardíaca 
súbita.

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