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Química Farmacêutica - Anestésicos

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FR707 - Anestésicos
A anestesia consiste na perda das sensações, que pode se apresentar em quatro
estágios, o primeiro grau consiste na analgesia do paciente, não possui relaxamento
neuromuscular e é usado para procedimentos cirúrgicos menores. O segundo grau é
definido pelo delírio, em que o paciente sofre depressão dos neurônios, nessa fase o
paciente tem atividade muscular involuntária, o que compreende o delírio. O terceiro grau é
a de anestesia cirúrgica consiste na depressão do SNC, em que o paciente perde a maioria
dos reflexos normalmente presentes, como os reflexos espinhais, músculo esquelético,
paralisia dos músculos e a perda da maior parte do tônus muscular. E o último estágio o
paciente enfrenta uma parada cardio-respiratória e portanto deve ser evitada.
Os anestésicos podem ser tanto líquido como gás volátil. Para os anestésicos voláteis, é
necessário pensar na sua solubilidade nos líquidos e no equilíbrio da pressão parcial tanto
do ambiente como dentro do corpo. O efeito farmacológico de um anestésico inalatório
sempre vai ser determinado pela pressão parcial desse fármaco no cérebro. Quanto a
solubilidade, quanto maior, mais as moléculas de gás estão fortemente ligadas às proteínas
plasmáticas do sangue, consequentemente, temos menos moléculas livres que vão exercer
pressão no líquido, e assim mais demora para chegar no estado de anestesia. Esse é o
caso de fármacos lipofílicos, em que eles demoram mais para chegar no processo de
indução e de recuperação, mas são os mais potentes, porque eles chegam com mais
potência no cérebro.
Também é utilizado como parâmetro, para definir quantidade de fármaco, a concentração
alveolar mínima (MAC), que é a concentração alveolar de gás anestésico que impede o
movimento em metade dos pacientes submetidos após um estímulo doloroso. Sendo assim
é inversamente proporcional à potência de um anestésico.
Atualmente, os estudos apontam que os alvos dos anestésicos são os receptores do
ácido y-aminobutírico A (GABAA) que são canais iônicos dependentes de ligantes que
mediam as respostas inibitórias no SNC. Os anestésicos voláteis vão interagir com a porção
transmembrana, ficando em contato com a membrana celular, causando uma alteração
conformacional nesses receptores. Então, com a inibição do GABAA, não ocorre uma
hiperpolarização do canal iônico que mandam sinais para o SNC.
Os melhores anestésicos são aqueles que têm rápida indução e recuperação. Os mais
utilizados atualmente são o sevoflurano, isoflurano e o desflurano, no entanto os dois
últimos têm uma característica irritante ao ser inalado pelo paciente. Então uma alternativa
para evitar esse desconforto para o paciente, pensando que o sevoflurano tem uma maior
metabolização do que os outros dois, é dar outra anestesia de uso intravenoso (geralmente
são utilizados o propofol, cetamina e o etomidato), antes de dar os anestésicos inaláveis.
Os anestésicos de uso intravenoso também são utilizados para procedimentos de baixa
complexidade, porque possuem uma duração de atividade anestésica relativamente curta.
O sítio de ligação do propofol, da cetamina e do etomidato é na interface entre as
subunidades alpha/beta do receptor GABAA. Os três possuem estruturas parecidas, com um
grupo aceptor de ligações de H central, entre dois grupos apolares que realizam interações
hidrofóbicas com resíduos de aminoácidos do GABAA.
Os anestésicos locais atuam nos canais de Na+, em que acredita-se que o sítio seja mais
próximo ao lúmen e intracelular do canal, inibindo a passagem e assim parando o estímulo
nervoso. O farmacóforo dessa classe é um anel benzênico que fica 3 a 4 átormos de
distância de uma amina terciária, sempre ligada a 3 métils. A amina é ionizada em pH
fisiológico, e realiza uma interação íon-dipolo com um resíduo de aminoácido com o
receptor de Na+. Dependendo da posição e dos grupos que estão perto da amina, existe
FR707 - Anestésicos
uma diferença de duração da atividade do anestésico. Quanto mais impedida
estericamente, maior a duração desse anestésico.
Os grupos amino ou que doam densidade eletrônica em orto, favorecem a protonação da
carga que é importante para a interação com o receptor, favorecendo o tempo de duração e
a potência do anestésico.

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