Buscar

Percepção, Consciência e Emoção: "Até onde eu sei"

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROBLEMA 4: ATÉ ONDE EU SEI 
1 – Definir consciência e inconsciência, e compreender os níveis de 
consciência, bem como os métodos para a sua avaliação. 
 René Descartes postulava que a mente seria uma entidade com características físicas especiais ou 
indefinidas que não ocuparia espaço, ao contrário da matéria, no caso o cérebro. Ele então iniciou o 
movimento chamado dualismo o qual separava a compreensão e função da mente e do cérebro. Desse 
modo, ele afirmava que a mente teria um papel central na tomada de consciência, enquanto o cérebro 
tinha apenas uma participação secundária ou inferior (penso, logo existo). No entanto, essa corrente 
ideológica foi perdendo força graças as novas descobertas na área da neurociência em que a consciência 
ou o poder da mente não é algo somente gerado pelo cérebro, mas sim pelas extensas conexões 
existentes entre o SNC e o corpo de modo geral. Se a mente e corpo interagem entre si o que dirá das 
relações nossas com os indivíduos em nossa volta. Desse modo, o meio ativa o organismo de múltiplas 
formas, através de canais sensoriais específicos e especiais que são fatores determinantes para o 
desenvolvimento da expressão de nossas funções cerebrais superiores. 
 Na prática médica a consciência é vista como a oposição à inconsciência ou coma, ela compreende ao 
estado de alerta associado à capacidade de responder adequadamente a certos estímulos externos. No 
entanto, a aptia, a amnésia, a sonolência, a afasia e a demência embora prejudiquem a consciência, não 
impede de que se obtenha resposta através de estímulos externos, assim a consciência é preservada 
nesses estados. Desse modo, há uma categorização dos estados de consciência que são estados 
intermediários entre o coma e consciência de acordo com o tipo de resposta obtida do indivíduo. 
 Dado isso a consciência pode resultar de uma combinação de estados de consciência formando do 
simples ao mais complexo nível. Esse níveis são: (1) identificação de estímulos através de mecanismos 
sensoriais.; (2) o reconhecimento do corpo através da propriocepção; (3) a identificação consciente da 
ingestão de um nutriente que se apresenta em carência, bem como a excreção de excessos; (4) 
necessidade do comportamento sexual. Esta realação estreita entre consciência e os mecanismos 
neurais envolve mecanismos de atenção. Desse modo, mecanismos motivacionais e emocionais ativam 
mecanismos neurais voltados para aliviar e conduzir a formação de percepções e conceitos. 
A escala de coma de Glasgow é um método para definir o estado neurológico de pacientes com uma 
lesão cerebral aguda analisando seu nível de consciência. Esse importante recurso foi atualizado em 
abril de 2018 e é muito utilizado por profissionais de saúde logo após o trauma, auxiliando no 
prognóstico da vítima e na prevenção de eventuais sequelas. Foi em 1974 que Graham Teasdale e Bryan 
J. Jennett (do Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow) publicaram oficialmente a escala na revista 
Lancet. O objetivo era fornecer uma metodologia de atendimento que apontasse tanto a profundidade 
do dano neurológico quanto a duração clínica de inconsciência e coma. 
As mudanças não pararam e este mês o neurocirurgião e sua equipe publicaram um estudo no Journal 
of Neurosurgery (publicação oficial da Associação Americana de Cirurgiões Neurológicos) 
acrescentando outro importante fator para ser medido na escala: a reatividade pupilar. A modificação 
mais recente foi uma tentativa de obter melhores informações sobre o prognóstico no traumatismo 
cranioencefálico, incluindo a probabilidade de morte, já que o estudo realizado pelos pesquisadores 
revelou maior precisão na análise do estado de sáude do paciente. Nasceu então a versão mais recente 
da escala, denominada escala de coma de Glasgow com resposta pupilar (ECG-P). 
A escala de coma de Glasgow é essencial no Atendimento Pré-Hospitalar, pois é através dela que 
conseguimos mensurar o nível de consciência das vítimas de Trauma Crânio Encefálico. E a partir 
desses dados podemos traçar o tratamento que será dado para essa vítima. O principal cuidado que o 
enfermeiro tem que ter é saber se a vítima está sobre efeito de qualquer tipo de sedação, pois assim não 
https://www.iespe.com.br/blog/como-evoluir-na-carreira-de-profissional-da-saude/
http://thejns.org/doi/full/10.3171/2017.12.JNS172780
http://thejns.org/doi/full/10.3171/2017.12.JNS172780
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
podemos utilizar a Escala de Coma de Glasgow. Outro fator importante é sempre valorizar e ter como 
padrão a melhor resposta, seja ela ocular, verbal ou motora. 
A escala considera três fatores principais e determina uma pontuação de acordo com o nível de 
consciência apontada em cada um desses casos (espontaneamente ou através de estímulo). São 
eles: Abertura ocular, Resposta verbal e Melhor resposta motora. Após a análise desses fatores, a 
publicação de 2018 indica mais um ponto a ser observado: a Reatividade pupilar, que é subtraída da 
pontuação anterior, gerando um resultado final mais precisa. Em todos os segmentos observados pelo 
profissional de saúde, a primeira opção é uma resposta normal do paciente (nota máxima na escala) e a 
última uma reação inexistente ou “Ausente” (nota 1). É preciso marcar “NT” na pontuação caso não seja 
possível obter resposta do paciente por conta de alguma limitação. 
Ocular: 
(4) Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo 
externo. 
(3) Ao som: abre os olhos quando é chamado. 
(2) À pressão: paciente abre os olhos após pressão na 
extremidade dos dedos (aumentando progressivamente a 
intensidade por 10 segundos). 
(1) Ausente: não abre os olhos, apesar de ser fisicamente capaz 
de abri-los. 
Verbal: 
(5) Orientada: consegue responder adequadamente o nome, 
local e data. 
(4) Confusa: consegue conversar em frases, mas não responde 
corretamente as perguntas de nome, local e data. 
(3) Palavras: não consegue falar em frases, mas interage 
através de palavras isoladas. 
(2) Sons: somente produz gemidos. 
(1) Ausente: não produz sons, apesar de ser fisicamente capaz 
de realiza-los. 
Motora: 
(6) À ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) 
como apertar a mão do profissional e colocar a língua para fora. 
(5) Localizadora: eleva a mão acima do nível da clavícula em 
uma tentativa de interromper o estímulo (durante o 
pinçamento do trapézio ou incisura supraorbitária). 
(4) Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas 
há uma flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção 
externa ao corpo. 
(3) Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do 
estímulo, mas há uma flexão lenta do braço na direção interna do corpo. 
https://www.iespe.com.br/wp-content/uploads/2017/03/pequena-blog-escala-de-coma-de-glasgow-3.jpg
https://www.iespe.com.br/wp-content/uploads/2017/03/pequena-blog-escala-de-coma-de-glasgow-3.jpg
https://www.iespe.com.br/wp-content/uploads/2017/03/pequena-blog-escala-de-coma-de-glasgow-3.jpg
(2) Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo. 
(1) Ausente: não há resposta motora dos membros superiores e inferiores, apesar de o paciente ser 
fisicamente capaz de realizá-la. 
Pupilar (atualização 2018): 
(2) Ambas as pupilas não reagem ao estímulo de luz. 
(1) Uma pupila não reage ao estímulo de luz. 
(0) Nenhuma pupila fica sem reação ao estímulo de luz. 
5 passos para utilizar a escala de coma de Glasgow 
corretamente: 
1- Verifique: Identifique fatores que podem interferir na 
capacidade de resposta do paciente. É importante considerar 
na sua avaliação se ele possui alguma limitação anterior ou devido ao ocorrido que o impede de reagir 
adequadamente naquele tópico (Ex: paciente surdo não poderá reagir normalmente ao estímulo 
verbal). 
2- Observe: Observe o paciente e fique atento a qualquer comportamento espontâneo dentro dos três 
componentes da escala. 
3- Estimule: Caso o paciente não aja espontaneamentenos tópicos da escala, é preciso estimular uma 
resposta. Aborde o paciente na ordem abaixo: 
Estímulo sonoro: Peça (em tom de voz normal ou em voz alta) para que o paciente realize a ação 
desejada 
Estímulo físico: Aplique pressão na extremidade dos dedos, trapézio ou incisura supraorbitária. 
4- Pontue e some: Os estímulos que obtiveram a melhor resposta do paciente devem ser marcados em 
cada um dos três tópicos da escala. Se algum fator impede a vítima de realizar a tarefa, é marcado NT 
(Não testável). As respostas correspondem a uma pontuação que irá indicar, de forma simples e 
prática, a situação do paciente (Ex: O4, V2 e M1 significando respectivamente a nota para ocular, verbal 
e motora, com resultado geral igual a 7). 
5- Analise a reatividade pupilar (atualização 2018): suspenda cuidadosamente as pálpebras do 
paciente e direcione um foco de luz para os seus olhos. Registre a nota correspondente à reação ao 
estímulo. Esse valor será subtraído da nota obtida anteriormente, gerando um resultando final mais 
preciso. 
Essas reações devem ser anotadas periodicamente para possibilitar uma visão geral do progresso ou 
deterioração do estado neurológico do paciente. 
 
2 – Explicar os mecanismos neurofisiológicos de manutenção da consciência. 
 Ritmos da vida 
 O organismo humano e os de todos os seres vivos apresentam uma organização de suas funções de 
forma cíclica. Por exemplo, podemos dizer que o sono é algo cíclico, pois os seres humanos em um 
intervalo de 24h dormem pelo menos uma vez. Esses ritmos da vida são denominados de ciclos 
circadianos. No entanto, nem todos os são circadianos, eles podem ser classificados como infradianos 
quando ocorrem uma vez por mês, enquanto um que ocorrer várias vezes ao dia é chamado de 
ultradianos. Exemplo de funções orgânicas que se manifestam em ciclos pode citar: a secreção 
hormonal, o desejo de comer, comportamento sexual, a reprodução... 
 Os ritmos biológicos como foi dito está presente em todos os seres vivos. No início acreditava-se que 
eles eram regulados pela ação do meio externo, desse modo seriam classificados como dependentes do 
ambiente externo. No entanto, novos estudos contrariaram essa lógica ao submeter os seres vivos, por 
exemplo, a ausência de luz. O que se percebeu é que os ciclos continuam funcionado, no entanto com 
alguma alterações de intervalos. Desse modo, esses ritmos de vida são classificados como um sistema 
orgânico interno comandado por proteínas e “genes-relógios” capazes de gerar oscilações circadianas 
no comportamento. Dessa maneira, esses genes têm a capacidade atuar em neurônios presentes no SNC 
permitindo a capacidade de regular algumas funções. 
 Novos estudos também comprovaram que os ciclos orgânicos apresentam uma íntima relação com o 
ambiente externo, não sendo dependente como se achava, mas sim sendo sincronizado com ele. Desse 
modo, as células reguladoras estão de algum modo acoplado a estruturas que detectam as variações 
ambientais e produzem os efeitos cíclicos. Podemos então considerar que os relógios biológicos são 
ajustados ao ambiente através das vias aferentes. Desse modo, esses três componentes (aferentes, 
relógios e eferentes) é caracterizado por ser o sistema temporizador do organismo. Essa característica 
assegura uma vantagem para esses seres vivos, pois dá a capacidade de prever a aproximação da noite e 
do inverno, sendo momentos importantes para modificar o comportamento e o funcionamento do 
organismo. 
 Relógio hipotalâmico e ritmos do dia a dia 
 O sistema temporizador circadiano se localiza no diencéfalo, o núcleo supraquiasmático, localizado no 
hipotálamo. Esse núcleo consiste em um par de núcleos pequenos que recebem aferência do trato 
óptico e funcionam como relógio, sendo sincronizado pelas experiências visuais. A sincronização 
depende de um pigmento presente nesses núcleos, a melanopsina, a qual é ativada por neurônios 
glutamatérgicos. 
 As aferências que chegam ao núcleo supraquiasmático são adequadas para ele funcionar como um 
temporizador circadiano capaz de gerar ritmos durante o ciclo dia-noite. A luz excita a melanopsina das 
células ganglionares fotorreceptoras e ativam esse núcleo, aumentando assim a frequência de disparos 
durante o dia, e sua redução durante a noite. Além de receber informações o núcleo supraquiasmático 
envia axônios para algumas partes do encéfalo, como outros núcleos presentes no hipotálamo, encéfalo 
frontal e tálamo. Esses possuem a capacidade de modificar ou interferir sobre algumas funções, no caso 
do hipotálamo ele tem a capacidade de interferir sobre as funções autonômicas do controle visceral, 
enquanto o encéfalo frontal e tálamo podem influenciar comportamentos motivados. Cabe destacar que 
esses circuitos eferentes apresentam uma capacidade de influenciar o ciclo de vigília e sono, pois elas 
veiculam comandos para algumas funções autonômicas, neuroendócrinas e comportamentais. 
 Como vimos, o núcleo supraquiasmático é um importante órgão temporizador das funções orgânicas, 
logo uma lesão a nível desse órgão pode levar a incapacidade do indivíduo de ciclar suas funções, 
tornando os eventos funcionais irregulares com intervalos mais longos. Além disso, ficou comprovado 
com experimentos com a lesão desse núcleo e das vias ópticas de que o que ativa o núcleo é a luz, logo 
ela é a principal fonte ativadora do temporizador. Os neurônios presentes nesse núcleo apresentam 
uma característica única, diferente de outros neurônios eles apresentam a capacidade de oscilar seus 
disparos de impulsos naturalmente. Desse modo, o disparo cíclico de potenciais de ação permite que 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
esses neurônios controlem as funções do encéfalo. Essa é uma propriedade intrínseca da membrana 
desses neurônios mediada pela expressão dos genes-relógio. 
 Relógio epitalâmico e ritmo das estações 
 Além do relógio circadiano localizado no núcleo supraquiasmático, há também o que chamamos de 
relógio circanual, o qual é responsável pela percepção da alteração das estações do ano. Ele se encontra 
localizado no epitálamo – estrutura localizada acima do tálamo e mais dorsalmente – ele apresenta uma 
glândula denominada de glândula pineal, ela é a responsável por secretar um hormônio muito 
importante para regulação dessa percepção, a melatonina. Desse modo, a pineal é o marcapasso do 
sistema temporizador infradiano circanual responsável pela percepção das estações, sendo de 
fundamental importância de regular o comportamento reprodutor e o fenômeno da hibernação. 
 Os sistemas temporizadores da pineal se encontra em íntimo contato com o sistema temporizador 
supraquiasmático e indiretamente. A relação intrínseca entre os dois está na secreção no 
neurotransmissor através das fibras da pineal – neurotransmissor noradrenalina, enquanto que a 
relação indireta está nos circuitos presentes nessa região sensíveis luz. Dado isso, há uma integração 
entre esses dois sistemas. Além disso, a atividade da pineal é aumentada na ausência de luz, sendo 
caracterizado pelo aumento plasmático do hormônio melatonina. Esse hormônio atua reduzindo a 
secreção de hormônios gonadais durante o inverno, ou quando a noite é maior do que o dia. É 
interessante que a maior concentração de receptores para o hormônio melatonina se localiza no núcleo 
supraquiasmático, o que reforça a integração entre esses dois sistemas. Dessa forma, a pineal é um 
sensor de fotoperíodo, sendo que a melatonina tem sido bastante utilizada na elaboração de 
medicamentos que reduzissemos efeitos jet-lag, alterações no ciclo circadiano causados por viagens de 
avião à jato em sentido oeste e leste (modificação de fusos horários). 
 Sistemas moduladores 
 O ciclo vigília e sono é um dos ritmos circadianos sincronizado pelo núcleo supraquiasmático. Lesões e 
neoplasias a nível desse núcleo pode alterar o ciclo circadiano. A primeira impressão que se tinha é que 
quando o indivíduo adormecia isso significava que atividade cerebral parava. No entanto, os estudos 
neurofisiológicos mostraram que há um sistema difuso capaz de “ligar o cérebro”, pois consegue ativar 
várias regiões do córtex, bem com há mecanismos específicos de ativação de regiões específicas do 
córtex. 
 A motriz central dessa regulação consiste em um conjunto de núcleos presentes no tronco encefálico 
os quais formam o que se chama de formação reticular. Essa formação reticular se espalha por todo 
tronco do bulbo até o mesencéfalo. Além de enviar vias ascendentes para as regiões corticais, a 
formação reticular envia eferências descendentes para partes da medula espinal, no caso da regulação 
do portão da dor pela ativação de neurônios serotoninérgicos. Os sinais ascendentes passam pelo 
tálamo e podem ser subdivididos em rápidos pela secreção de neurônios de corpos celulares grandes, 
sendo o neurotransmissor a acetilcolina, enquanto sinais enviados por neurônios pequenos de fibras 
curtas e lentas. O efeito excitatório no córtex pode levar segundos, minutos até horas, a função dessa via 
é aumentar o nível basal de excitabilidade do córtex. É importante destacar que a área excitatória pode 
ser ativadas pelas fibras sensoriais, como no caso da dor que excita intensamente o cérebro em busca 
de aumentar a atenção. Além disso, a dependência da excitação do córtex pelas aferências sensitivas é 
tão grande que a ausência dos sentidos reduz drasticamente a excitabilidade do cérebro, aproximando-
se do coma. 
 A ativação do córtex segue não só pela as aferências que chega ao encéfalo, mas também por meio de 
um feedback positivo localizado na conexão entre o tronco e o córtex. Desse modo, quando o córtex é 
excitado tanto por aferências sensoriais, quanto atividade mental do movimento, sinais partem do 
córtex em direção ao tronco e este, por sua vez, manda ainda mais sinais excitatórios para o córtex. A 
função desse feedback positivo é a manutenção da excitabilidade, bem como seu aumento para manter 
a pessoa acordada. (VIAS DE MÂO DUPLA) 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
 Por outro lado, a área inibitória na formação reticular encontra-se medial ventralmente ao bulbo. Essa 
área tem a capacidade de inibir a área excitatória da formação reticular através da secreção de 
serotonina. Para compreender sua atuação é preciso ter o conhecimento da secreção neuro-hormônios 
que atuam excitando e inibindo regiões de córtex e do encéfalo, fazendo com que o estímulo dure por 
muito mais tempo, ao contrário de ativar e inativar as regiões. Já o Sono ocorre pela inibição do SRAA, 
sendo o principal neurotransmissor inibitório o GABA. Ele é responsável pelo desligamento os sistemas 
ativadores do tronco, do tálamo e do prosencéfalo basal. 1- Sistema Serotoninérgico: ela é produzida 
nos núcleos da rafe no tronco cerebral e tem projeções para o prosencefalo basal e córtex, tendo papel 
fundamental no desencadeamento do sono. 2- Sistema GABA: é o principal neurotransmissor 
inibitório, sendo produzido no núcleo pré-optico ventro lateral. Tem papel importante na inibição do 
SRAA, entrando no estado de sono. Os medicamentos benzodiazepínicos agem nos receptores 
gabaérgicos, e a função desses medicamentos é estimular esses receptores gerando sono. 3- 
Adenosina: é um neuromodulador inibitório do SNC, e age sobre diversas vias colinérgicas. A cafeína 
bloqueia aos receptores de adenosina, deixando o indivíduo em alerta, sendo um antagonista da 
adenosina. 
1. O sistema na noraepinefrina ou noradrenalina: uma região chamada locus ceruleus é uma 
pequena área bilateral localizada na parte da junção entre a ponte o mesencéfalo. Fibras 
nervosas partem dessa área e se espalham por todo o encéfalo, essa fibras são responsáveis por 
liberar norepinefrina a fim de excitar o cérebro. 
2. O sistema dopaminérgico: a substância negra localizada na parte anterior e superior do 
mesencéfalo é bastante conhecida quando se discute a doença de Parkinson, pois há uma 
redução dessa substância que apresenta neurônios que secretam dopamina. Além disos, essa 
região faz conexão com o hipotálamo e sistema límbico. Ela é fundamental para ativar os núcleos 
da base e promover os movimentos voluntários. 
3. A serotonina: essa via segue pelos núcleos presentes na formação reticular, denominados de 
núcleos da rafe. Fibras partes desses núcleos em direção ao córtex e ao tálamo, bem como para a 
medula espinal. Sua atuação é inibitória, sendo de fundamental importância para indução do 
sono. 
4. Vias colinérgicas: a secreção de acetilcolina é importante para promover a excitabilidade do 
córtex. 
3 – Conceituar tato e reconhecer seus receptores. 
 O sistema somático é responsável por nos dar experiências agradáveis e desagradáveis relacionadas ao 
tato. A sensação somática permite a percepção dos objetos contra a pele através dos receptores que 
detectam a temperatura e textura. Além dessas sensações e através do sistema somático que realizamos 
a propriocepção – a percepção da nossa localização no espaço através da musculatura esquelética, bem 
como o grau de estiramento entre as fibras musculares e os tendões. O sistema somático apresenta duas 
diferenças quando se relaciona com os demais: (1) ele se encontra distribuído por todo o corpo, por 
meio da pele, não apresentando locais específicos para a captação dos estímulos; (2) apresentar a 
característica de englobar não apenas um sentido, mas pelo menos quatro (tátil, temperatura, 
propriocepção e dor). Essas duas características contraria o pensamento simplório de que o ser 
humano apresenta apenas cinco sentidos. Além disso, a complexidade do sistema somestésico pode ser 
identificada pela origem dos tecidos receptores sensitivos, no caso a pele tem uma origem embrionária 
ectodérmica, a propriocepção dos tecidos tem origem mesodérmica e os interosceptores em vísceras 
tem origem endodérmica. 
 Tato 
 A sensação tátil está representada pela função da pele, a qual apresenta um divisão didática entre 
glabra – sem pêlos – e pilosa – com pêlos. A pele apresenta suas camadas (epiderme, derme e 
hipoderme) sendo considerado o maior órgão do ser humano. Sua principal função é proteger o interior 
do organismo, bem como revestir externamente e internamente, além de assegurar a sensação tátil e 
evitar a evaporação dos fluídos. Cabe destacar que a pele é um órgão bastante sensível. Nesse sentido, a 
sensação percebida através de seus receptores enviam as informações para o sistema nervoso central, o 
cérebro, para que seja realizada a sua interpretação. 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
MatheusDestacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
 
 Mecanorreceptores 
 Os mecanorreceptores são bastante sensíveis à deformação física causada pelo contato de algum 
objeto sobre a pele. Na porção central desses receptores há a presença de terminações nervosas não 
mielinizadas. Seus canais iônicos detectam as mudanças da tensão da membrana circundante. 
- Corpúsculo de Meissener: são encontrados na pele lisa (glabra), sendo bastante abundantes na ponta 
dos dedos, lábios e planta dos pés. São corpúsculos que se adaptam rapidamente aos estímulos, 
apresentando uma alta sensibilidade em movimentos de objetos na superfície e vibração de baixa 
frequência. 
- Discos de Merkel: são encontrados na pontas dos dedos em algumas partes do corpo. Eles são 
responsáveis por detectar um toque contínuo sobre a pele, apresentando a capacidade de detectar a 
textura do objeto. 
- Órgão terminal piloso: localiza-se próximo ao pelo, sendo estimulado pela fibra nervosa basal . Ele 
detecta o toque inicial de objetos contra a pele. 
- Órgão terminais de Ruffini: estão localizados nas camadas profundas da pele, a derme, bem como na 
cápsula articular. Na pele eles são responsáveis pela detecção de estímulos contínuos de aumento da 
pressão sobre o órgão, enquanto nas articulações eles permite detectar o grau de rotação. 
- Corpúsculo de Pacini: estão localizados nas camadas profundas da pele são sensíveis aos estímulos 
causados por movimentos, vibrações e mudanças de pressão de forma rápidas. 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
- Corpúsculos de Krause: são receptores térmicos responsáveis pela sensação de frio. Localizam-se não 
regiões de transição entre pele e mucosas. 
 A pele pode sofrer vibração ou pressão de diferentes maneiras, ela consegue distinguir diferentes tipos 
de energia mecânica. Os mecanorreceptores de distinguem através da capacidade de perceber algumas 
frequências de estímulos, apresentando diferentes pressões preferenciais e tamanhas de campos 
receptivos. A realização de estudos que determinassem o tamanho do campo receptivo de uma 
mecanorreceptor permitiu identificar as diferenças entre eles , passando de campos receptivos 
puntiforme (discos de Merkel) e campos distribuídos por uma grande área (corpúsculo de Pacini e 
terminações de Ruffini). 
 Os mecanorreceptores variam também quanto à capacidade de resposta. Quando submetidos a um 
estímulo eles podem sessar o impulso nervoso. Esse fenômeno é chamado de adaptação rápida o qual 
ocorre com receptores muito sensíveis – corpúsculos de Meissner e de Pacini. Enquanto outros 
receptores continuam enviando impulsos na presença de estímulos táteis – discos de Merkel e 
terminações de Ruffini. 
 Os pêlos apresentam a capacidade de permitir a sensibilidade tátil. Em alguns mamíferos, como no 
caso o rato, suas vibrissas faciais, ou bigodes, são essenciais para sua localização espacial, além de 
fornecer informações táteis sobre a distância e a textura dos objetos que o cercam. Os pêlos crescem 
através de um folículo que é ricamente inervado. Para todo tipo de movimento dos pêlos causa uma 
modificação no folículo e tecidos vizinhos, causando a inclinação ou achatamento das terminações 
nervosas, assim, aumentando ou diminuindo a frequência de disparos de potenciais de ação. 
 A seletividade para a geração de um estímulo através de um mecanorreceptor depende a sua 
configuração. No caso dos corpúsculos de Pacini a terminação nervosa se encontra coberta por 
laminações concêntricas de tecido conjuntivo o qual apresenta um líquido que possibilita o 
deslizamento dessas camadas. Uma vez que um estímulo pressórico atinge esse corpúsculo as 
laminações se deprimem, dissipando a energia mecânica desse estímulo e promovendo a sua 
transdução. A corrente flui através dos canais e gera uma resposta despolarizante sobre as terminações 
nervosas. Quando o estímulo sessa as camadas de tecido conjuntivo desliza novamente no sentido 
inverso causando a dissipação de energia e transdução do estímulo. Desse modo, esse tipo de 
mecanorreceptor é sensível à vibração ou estímulos de alta frequência, quase não respondendo à 
pressão estática. 
 Como foi dito, o tato apresenta uma alta capacidade de detectar os estímulos de pontos distintos que se 
encontram em contato com a pele. A região que apresenta maior sensibilidade no corpo humano são os 
dedos, pois (1) a densidade de mecanorreceptores nesse local é maior do que em outras regiões, (2) os 
receptores presentes nas pontas dos dedos apresentam campos receptivos pequenos, possibilitando a 
ativação de determinados receptores e não todos quando há o contato com alguma objeto, (3) existe 
mais tecido cerebral responsável pelo processamento e (4) pode haver mecanismos neurais especiais 
destinados a discriminação dos estímulos. 
 Axônios aferentes primários 
 A pele é ricamente inervada por uma rede enorme de axônios aferentes. Essas estruturas são 
responsáveis por transmitir os estímulos dos mecanorreceptores para a medula espinal. Seu contato 
com a medula é realizado pela formação de gânglios ou raiz localizado na parte posterior (raiz dorsal). 
O tamanho dos axônios e seu diâmetro variam de acordo com a estrutura e mecanorreceptor inervado 
por ele. Cabe ressaltar que o axônio tipo C é o único neurônio que se apresenta sem a presença da 
bainha de mielina, dado isso a condução de impulsos realizada por esse axônio é mais lenta em 
comparação com os demais. A velocidade de transmissão varia desde 2m/s até 75m/s de acordo com o 
diâmetro do axônio. 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
 
 Medula espinal 
 A medula espinal faz parte do sistema nervoso central, sendo assim é protegida por ossos (canal 
medular). Seu crescimento ocorre até o 4º mês de vida embrionária seguindo o mesmo ritmo das 
vértebras, no entanto as vertebras continuam crescendo. Desse modo, ela não preenche todo 
comprimento vertebral. Seu início é percebido pelo marco anatômico chamado de forame magno, haja 
vista que olhando para a medula é de extrema dificuldade identificar esse limite entre ela e o tronco 
encefálico, enquanto o seu final fica na altura da vértebra L2. Logo uma fratura abaixo desse nível, 
abaixo de L2, só causará lesão nas raízes nervosas e não na medula, essa região é denominada de cauda 
equina. Além disso, a medula espinal é subdivida de acordo com sua inervação seguindo a mesma lógica 
das vértebras (cervical, torácica, lombar, sacral e cocígena), no entanto apresenta uma diferença 
numérica de pares, haja vista que ela não segue todo o trajeto da coluna vertebral. Outra característica 
anatômica é a presença de intumescências que são duas dilatações observadas na medula as quais são 
responsáveis por formar o plexo braquial e dos membros inferiores. A medula por não preencher todo o 
espaço da coluno emite ligamentos derivados da meninge pia-mater para sustentar a medula dentro da 
coluna. 
 A delimitação dos pares responsáveis pelo segmento medular consiste na saída das raízes nervosas. 
Cabe ressaltar que toda ação compressiva na medula vai causar formigamento e dormência por 
comprimir a parte nervosa, bem como a vascularização. A medula espinal consiste em funículos que 
reveste agrupamentos de neurônios que possuem a mesma origem e exercema mesma função (tratos, 
leminiscos e fascículos), no caso da parte sensitiva podemos destacar o grácil e cuneiforme. Esses 
dois últimos são responsáveis por conduzir para o cérebro estímulos sensitivos do tato epicrítico – tato 
discriminativo o que permite distinguir dois pontos - estereognomiosia – capacidade de distinguir 
objetos a partir da sensibilidade tátil, bem como a propriocepção derivada dos órgãos de golgi OTG e a 
vibração. No bulbo há a decussação das vias sensitivas. Outra via sensitiva consiste na espinotalâmica 
(lateral) que envia as informações sobre a temperatura e dor para o tálamo no encéfalo, enquanto o 
anterior envia estímulos de tato e pressão. Os tratos espinocerebelares enviam as informações acerca 
da propriocepção inconsciente. Estas vias não cruzam no bulbo e sem na parte medula através de uma 
substância gelatinosa através de sinapses com um neurotransmissor P (atravessa a comissura 
cinzenta). 
 A organização segmentar dos nervos espinhais e a inervação sensorial da pele estão relacionadas. A 
área da pele inervada pelas raízes dorsais, direita e esquerda, de um único segmento espinhal se chama 
Dermátomo; existe, portanto, uma correspondência de 1/1 entre os dermatomos e os segmentos 
espinhais. Quando uma raiz dorsal é seccionada, o dermátomo correspondente do lado da lesão não 
perde toda a sensação. Essa sensação residual é explicada, pelo fato que as raízes dorsais adjacentes 
inervam áreas sobrepostas. Portanto para perder toda a sensação de um dermátomo, 3 raízes dorsais 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
adjacentes devem ser seccionadas. Os neurônios que recebem aferências sensoriais oriundas dos 
neurônios aferentes primários são chamados de neurônios sensoriais de segunda ordem, sendo a 
maioria localizada nos cornos dorsais. Os axônios que conduzem a informação tátil da pele entram no 
corno dorsal e se ramifica. Um ramo faz sinapse com neurônios sensoriais de segunda ordem no corno 
dorsal, podendo desencadear uma variedade de respostas reflexas rápidas e inconscientes. Outro ramo 
de axônio aferente primário ascende para o encéfalo, sendo responsável pela percepção. 
 Via da coluna Dorsal-leminisco Medial 
 A informação sobre o tato e a vibração da pele segue para o encéfalo através dessa via, 
diferentemente dos estímulos da dor e temperatura. Os axônios aferentes sensoriais primários entram 
na medula espinal na parte dorsal levando a sensação tátil em direção ao encéfalo. Essa via como seu 
próprio nome já diz leva sinais ascendentes para o bulbo através das colunas dorsais da medula. Sobre 
os núcleos dorsais presentes na medula espinal podem destacar os dois núcleos presentes nessa região: 
o núcleo grácil responsável por receber informações da parte inferior do corpo e das pernas e o núcleo 
cuneiforme responsável por receber informações da parte superior do corpo. A sinapse com as fibras 
aferentes de segunda ordem ocorre em nível de bulbo. Após a realização dessa sinapse o estímulo segue 
para o tronco cerebral até o tálamo através do lemnisco lateral. É importante destacar que nesse trajeto 
até o tálamo ocorre a decussação dessas vias aferentes. Uma característica intrínseca a essa via é a 
rapidez com que a informação sensitiva chega ao encéfalo, isso ocorre graças a presença de fibras 
aferentes calibrosas que transmitem a informação cerca de 110m/s. Esse fato torna essa via fidedigna 
em relação ao tempo e espaço que o estímulo ocorre. 
 A sinapse que ocorre entre as fibras aferentes de primeira e segunda ordem como foi citado ocorre em 
nível de bulbo. Cabe destacar as três diferenças existentes entre essas duas fibras: (1) os neurônios da 
coluna dorsal têm um campo receptivo maior, pois realiza diversas sinapses com várias fibras nervosas; 
(2) os neurônios da coluna dorsal recebe aferências de variados estímulos táteis, devido a convergência 
de várias aferências para um só segmento medular; (3) os neurônios dorsais apresentam campos 
receptivos inibidores que amplificam a resposta ao estímulo. 
 Esses estímulos são transmitidos até ao tálamo se concentrando no núcleo ventral posterior 
(neurônios aferentes de terceira ordem). Logo é de se imaginar que a informação chega intacta ao 
tálamo, pois ela não passa por nenhum órgão modificador. Estudos recentes mostraram que os núcleos, 
tanto o dorsal presente na medula espinal, quanto o ventral posterior do tálamo possuem a capacidade 
de modificar o estímulo através do que se denomina de inibição lateral. Desse modo, esse núcleos 
funcionam como locais de retransmissão desses estímulos aferentes permitindo a amplificação dos 
mesmos a fim de aumentar o contraste e facilitar na codificação do estímulo somatossensorial realizado 
pelo córtex. Podemos fazer um paralelo com o sentido da visão que utiliza um mecanismo de inibição 
lateral por meio de suas células bipolares que criam um campo receptivo submetido a uma hierarquia 
centro-periférica os quais permitem a visualização de objetos. Desse modo, isso significa que o primeiro 
estágio de codificação do estímulo sensorial ocorre através desses núcleos citados. Dessa forma, os 
neurônios tanto no tálamo quanto no núcleo dorsal modifica os estímulos aferentes através de 
comandos do córtex, assim o a eferência cortical modifica a sua própria aferência. 
 Uma correlação clínica é o conhecimento do nível da decussação dessas fibras em nível de bulbo, pois 
um lesão dorsal-leminisco abaixo desse nível causará uma lesão total por toda a medula, causando a 
perda da capacidade discriminativa fina do mesmo lado, enquanto que uma lesão acima desse nível 
causará uma lesão contra-lateral. 
 A via dorsal-lemnisco medial é responsável como já foi dito pelo tato e vibração, logo é participa 
diretamente da acuidade sensorial do ser humano. Uma lesão nessa via pode causar uma severa 
redução na acuidade espacial e na percepção tátil. 
 Via do trigêmeo para a sensação do toque fino na face 
 A parte sensitiva da face é realizada pelo nervo trigêmeo (nervo craniano V) o qual se ramifica e forma 
os nervos: facial, glossofaríngeo e vago, os quais são fundamentais na sensibilidade da face, região 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
bucal, os dois terços da língua e dura-máter. As conexões sensoriais do nervo trigêmeo são semelhantes 
ao que ocorre com as raízes dorsais. O nervo trigêmeo é bastante calibroso o que permite uma alta 
condução do estímulo sensorial. Esse primeiro nervo aferente realiza sinapse com o de segunda ordem 
no núcleo trigeminal ipsilateral. A partir dessa sinapse há a decussação das vias e segue a transmissão 
do estímulo para o tálamo no núcleo ventral posterior. No tálamo, semelhante as vias dorsais, ocorre a 
retransmissão do estímulo sensorial. 
 Vias cerebroespinais e proprioceptivas 
 A propriocepção fornece as informações acerca da posição do corpo e de seus membros, além de 
possuir alguns reflexos estudados no módulo de locomoção. Elas se convergem para o cerebelo e utiliza 
essas informações para auxiliar na coordenação motora. Uma vez que o estímulo atinge o cerebelo o 
envia os estímulos para o córtex para que então tenhamos a consciência sobre a localização espacial das 
diversas partes do corpo – cinestesias. Uma característica interessante sobre essas vias é que ao chegar 
no cerebelo ocorre uma dupla decussação o que permite que o controle de um lado ocorra 
ipsilateralmente, diferentemente das demais vias. 
 Córtex somatosensorial 
 As redes complexasde conexões advindas das sensações do córtex se concentram no córtex localizado 
pós-giro central e parte do córtex parietal. Essas áreas correspondem às áreas 1, 2 e 3a e 3b de 
Brodmann. O córtex somatossensorial primário corresponde à área 3b, no entanto as demais áreas 
citadas auxiliam no processamento da informação. A área 3b corresponde ao córtex primário devido 
quatro motivos: (1) recebe muitas aferências oriundas do núcleo ventral posterior do tálamo; (2) seus 
neurônios são bastante responsivos as áreas somatossensoriais; (3) lesões nessa área causa uma 
redução da sensibilidade; (4) a aplicação de estímulos elétricos causam experiências sensoriais 
somáticas. Por outro lado, a área 3a recebe uma densa rede de aferências oriundas do tálamo, mas essa 
via está mais relacionada com a propriocepção (a posição do corpo em relação ao espaço) em 
detrimento do tato. 
 As áreas 1 e 2 estabelecem uma densa conexão com a área 3b. Assim , a área 3b envia para área 1 a 
informação acerca da textura, enquanto que para área 2 recebe informações sobre a forma. Dessa 
maneira, lesões específicas nessas duas áreas (1 e 2) causam uma redução na capacidade de discriminar 
a textura, forma e tamanho dos objetos através do tato. 
 O córtex somatossensorial é um córtex estruturado em 
camadas de neurônios, semelhantes ao córtex auditivo e 
visual. Da mesma maneira o córtex somatossensorial 
apresenta uma distribuição de seis camadas, sendo a 
primeira próxima da superfície e a ultima mais interna. 
Algumas funções dessas camadas são importantes para o 
conhecimento do processamento da infomação tátil. 
1. Os sinais aferentes excitam primeiramente os 
neurônios da camada 4, sendo que o sinal é difundido 
através dela. 
2. As camadas 1 e 2 recebem aferências difusas de 
áreas de centro subcorticais. 
3. As camadas 2 e 3 enviam axônios para as áreas 
laterais dos hemisférios opostos através do corpo calos 
(comissura). 
4. As camadas 5 e 6 enviam axônios para áreas 
profundas. A área 5 é maior e envia axônios para os 
gânglios da base, tronco encefálico e medula espinal 
auxiliando no controle da informação aferente. A camada 
6 especificadamente está relacionada com axônios que 
chegam ao tálamo, sua função está relacionada no 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
controle da excitação dos neurônios responsáveis pelos sinais aferentes que chegam a essa 
estrutura. 
 Outra similaridade com outras regiões corticais é a presença de um sistema de colunas que se dispões 
verticalmente. Ele permite a distinção de algumas informações a depender a área estimulada. 
 A superfície da área S1 pode apresentar experiências de certos locais do corpo. Ao longo do tempo 
estudos foram feitos através de estimulação elétrica do córtex somatossensorial em cirurgias em que os 
pacientes ficavam acordados, sendo submetidos a uma anestesia local a fim de identificar qual área do 
corpo era estimulada quando aplicava um estímulo elétrico na topografia do córtex. Dado isso, o que se 
concluiu foi que o córtex somatossensorial igualmente como os demais sentidos apresenta uma 
organização em mapas, chamado somatotopia. O mapa somatotópico é explicado didaticamente pela 
figura do homúnculo que aparenta ser uma caricatura do ser humano. Esse homúnculo apresenta sua 
forma deformada graças as diferentes densidades de redes de aferências paras as distintas áreas do 
corpo. O que podemos concluir dessa organização é que os lábios e as mãos por se apresentarem de 
forma bastante ampliada apresenta uma densa rede de fibras receptivas e grande importância para a 
decodificação dos estímulos. Cabe destacar que não é só o córtex que apresenta um sistema de mapas 
para codificação dos estímulos táteis, como também as demais estruturas que se localizam ao longo 
dessas vias sensitivas. Outra característica importante é que não há apenas a formação de um mapa, 
mas sim de vários que permite uma organização complexa dessa sensação, considerando a interação 
com demais sistemas sensoriais, como a visão e audição. 
 
 Sobre a complexidade vista nesse córtex somatossensorial é importante destacar o que acontece com o 
mapa quando uma fonte de aferências for removida. O que acontece é que a área determinada para a 
convergência dessa determinada fonte de aferências desaparece ou regride, seguindo a mesma lógica de 
que quando há um aumento na frequência do estímulo sensorial a área aumenta. O nome disso é 
neuroplasticidade que no caso citado acima se refere a todos os animais. No caso do ser humano é visto 
um deslocamento da região cortical quando há uma amputação de algum membro. A área destinada ao 
membro fantasma se desloca para as regiões adjacentes ao membro amputado. Isso pode ser explicado 
como um mecanismo que organismo tem de deslocar a fonte de aferências a fim de não deixar o córtex 
ocioso. No entanto, a alteração da fonte pode causar confusão sensorial fazendo com que o indivíduo 
apresente a experiência da sensação do membro perdido, causando bastante incômodo e dor na 
maioria das vezes. Os mecanismos que envolvem essa plasticidade não são bem compreendidos. 
 O córtex parietal posterior também participa dos mecanismos de percepção tátil. Essa área apresenta 
neurônios sensitivos com um grande campo receptivo o que permite chega de estímulos complexos. 
Além disso, essa área não está somente relacionada à parte somática, como também os estímulos 
visuais e o planejamento do movimento. Lesões em nível de córtex parietal posterior podem causar 
manifestações bizarras como a incapacidade de reconhecer objetos – a agnosia ou estereoagnosia. 
Outro tipo de manifestação se dá pela síndrome de negligência que significa que uma parte do corpo do 
indivíduo não é reconhecida por ele mesmo, além de também afetar o reconhecimento do mundo em 
sua volta. Desse modo, acaba prejudicando sua percepção e interpretação do mundo em sua volta. 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
 
 Dor 
 Via anterolateral 
 A via anterolateral ou espinotalâmica transmite informações sensoriais que não necessitam de uma 
precisão espacial aguçada, nem discriminação de graduações, por exemplo, a dor, a pressão, a 
temperatura e tato grosseiro. Essa via segue pela medula e decussa em nível da comissura anterior da 
medula espinhal, seguindo em direção ao encéfalo até chega ao trato espinotalâmico anterior e lateral. 
As terminações talâmicas se dividem em duas classes: (1) em núcleos difusos do sistema reticular do 
tronco encefálico e (2) em dois núcleos do próprio tálamo, o núcleo ventrobasal (sinais táteis dessa via 
se unem com os da via dorsal e seguem para o córtex somatossensorial) e núcleos interlaminares. Os 
sinais de dor seguem uma pequena parcela para o núcleo ventrobasal do tálamo, enquanto a sua maior 
parte segue para os núcleos reticulares e os núcleos interlaminares do tálamo, locais responsáveis pelo 
processamento do estímulo doloroso. 
 Algumas características dessa via é importante para obter o conhecimento acerca do processamento 
das informações dolorsas: 
1. A velocidade de transmissão da informação ocorre mais lentamente, variando entre 8 a 40m/s. 
2. O grau de localização espacial do estímulo é pequeno. 
3. A discriminação das gradações de intensidades é pequena, no entanto menos precisas. 
4. Apresenta uma pequena capacidade de transmitir sinais que se alteram e se repetem 
rapidamente. 
 Através da análise de suas características é perceptível que a via anterolateralforma um sistema de 
tato grosseiro com pouco poder discriminativo. Mesmo assim, as informações sobre dor e temperatura 
são transmitidas apenas por esse sistema e não pelo dorsal-lemnisco medial. 
 Nocicepção 
 Além dos mecanorreceptores representados na função tátil, há também outra classe de receptores 
chamados de nociceptores. Eles são terminações nervosas livres que se ramificam se apresentam sem a 
presença de mielina que sinalizam quando o tecido corporal está sendo lesado ou corre risco de sofrer 
uma lesão. Desse modo, a via que leva a informação na nocicepção é diferente das vias 
somatossensoriais, por isso as experiências são manifestadas de formas diferentes. É importante 
destacar que a dor e nocicepção são coisas distintas, a primeira se refere à percepção que temos de 
sensações dolorosas, enquanto a segunda é o processo sensorial envolvido na transmissão dessa 
informação. As qualidades cognitivas da nocicepção são controladas internamente por meio do 
encéfalo. 
 Como já foi dito a nocicepção permite a percepção de alguma lesão o risco de causa-la. Os nociceptores 
são sensíveis a alterações mecânicas, temperaturas, privação de oxigênio e exposição aos agentes 
químicos. A sua ativação deriva da atuação desses mecanismos. O mecanismo de transdução da dor 
consiste no estiramento ou dobramento da membrana do receptor mecânico, o que leva ele a abrir o 
seu canal iônico e disparar um potencial de ação, bem como a sua ativação através de agentes químicos 
e temperatura. 
 Quanto ao processo lesivo causado por agentes químicos precisamos destacar o leque de agente que 
participam no mecanismo da dor: potássio, bradicinina, serotonina, histamina, ácidos e enzimas 
proteolíticas. Lesões teciduais que geram danificação celular e morte celular permitem uma liberação 
de substâncias que provocam a abertura dos canais iônicos das membranas dos nociceptores. A 
abertura consiste pela ação de proteases liberadas, ATP e íons de potássio. As proteases degradam um 
peptídeo que se encontra altamente concentrado no meio extracelular, o cininogênio, e o transforma em 
bradicinina. Esta por sua vez causa abertura de canais iônicos e aumento da condutância elétrica. Além 
disso, essas enzimas atacam também as terminações nervosas e por sua vez aumenta a permeabilidade 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
de íons. De maneira similar o ATP permite abertura de novos canais e aumento do potencial de ação, 
bem como o aumento da concentração do íon potássio no meio extracelular por si só permite a 
despolarização da membrana dos nociceptores. 
 No caso da geração do estímulo doloroso através temperatura é sabido que as ações lesivas 
relacionadas a ela iniciam a partir de 43 a 45°C. Uma vez que alguma parte do corpo entra em contato 
com temperaturas acima desse limiar desencadeia um processo de abertura de canais iônicos e 
disparos de impulsos por meio dos potenciais de ação. É importante destacar que a percepção da 
temperatura através do aquecimento tecidual e a via que leva duas informações acerca da queimação 
seguem caminhos distintos para o encéfalo. 
 Outro mecanismo que permite a sensação de dor é o aumento da intensidade nos exercícios físicos o 
que leva a um desvio metabólico da glicose chamado de respiração anaeróbica, devido ao aumento da 
demanda energética, por conseguinte ocorre a produção de ácido lático. O aumento da concentração 
desse ácido pode danificar os tecidos devido a redução do pH. Logo, o aumento da concentração de íons 
hidrogênio no meio extracelular permite a ativação de canais iônicos nos nociceptores o que causa dor 
após uma prática de exercício intenso. Além disso, há ativação mecanismo de ativação de nociceptores é 
uma reação imunológica derivada da liberação de histamina pelo mastócitos. Uma vez que essa 
substância é liberada ela se liga ao receptor do nociceptor causando uma despolarização. Além disso, a 
histamina causa edema e vermelhidão no local da lesão. Portanto, a utilização de medicamentos anti-
histamínicos reduz a sensação de dor e formação de edema em locais lesionados. 
 Uma característica acerca dos nociceptores é a sua 
natureza não adaptativa. Isso permite que a transmissão 
de impulsos seja proporcional à persistência do estímulo. 
A ausência de adaptação permite que a pessoa fique 
ciente da presença do estímulo doloroso do seu início ao 
fim. Os nociceptores transmitem os estímulos dolorosos 
à medida que eles atingem um limiar capaz de causar 
danos ao tecido. A pele, músculo, articulação quando 
estão inflamados apresentam um aumento da 
sensibilidade dolorosa. Dado isso, classificamos essa 
característica como uma hiperalgesia, ela também pode 
classificar uma redução do limiar da dor, bem como uma 
dor espontânea. A hiperalgesia está relacionada com a 
capacidade de autocontrole da dor que o corpo 
apresenta. A hiperalgesia pode ser divida em duas: 
primária e secundária em que a primeira está 
relacionada com a dor no local da lesão e a segunda no aumento da sensibilidade de regiões adjacentes. 
O mecanismo de sensibilização se dá por enzimas e proteínas moduladoras citadas acima como a 
bradicinina, histamina, prostaglandina e substância P. Uma novidade acerca da prostaglandina é que ela 
aumenta a sensibilidade dos terminais nervosos dos nociceptores. Drogas anti-inflamatórias agem 
inibindo a ação de enzimas pró prostaglandinas, assim inibindo a dor causada por elas. A substância P é 
um peptídeo sintetizado pelos próprios nociceptores, essa substância causa a vasodilatação da região, 
assim, aumentando a permeabilidade vascular e a ida de mastócitos para o local o que promove a 
secreção da histamina. 
 Fibras aferentes primárias da dor 
 As fibras responsáveis pela transmissão do estímulo captado pelos nociceptores são as fibras A-delta e 
C. Uma diferença marcante entre elas é a velocidade de transmissão do estímulo, sendo a fibra A-delta 
apresenta uma velocidade muito mais alta comparada com a fibra C, além disso, a primeira está 
relacionada com a dor primária – dor quando um agente lesivo é ativado, enquanto a segunda está 
relacionada com a dor secundária – a sensação de dor após a ação lesiva, uma aparência de dor crônica. 
Essas duas fibras se convergem para parte dorsal da medula espinal. Na medula as fibras se ramificam e 
seguem o caminho rostral e caudal, estabelecendo sinapses com uma região gelatinosa denominada de 
trato de Lissauer. O neurotransmissor envolvido nas sinapses aferentes é o glutamato, além do peptídeo 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
da substância P secretada por essas terminações nervosas tem seu controle de secreção através da 
descarga proporcionada pelos potenciais de ação. 
 Uma característica importante nesse mecanismo de convergência de informação da dor para a medula 
espinal é que a dor cutânea e a dor visceral seguem a mesma via juntas (neurônio de ampla faixa 
dinâmica). Desse modo, há uma mistura substancial da informação o que é percebido através do achado 
semiológico da dor referida. Esse achado é muito comum quando o paciente apresenta uma inflamação 
ou um processo de isquemia em algum órgão e relata que a dor se irradia para as regiões adjacentes 
(infarto e apendicite). 
 
 Vias ascendentes para dor 
 A informação acercada dor segue para o encéfalo através da via espinotalâmica. Cabe destacar que 
algumas bibliografias dividem essa via em duas: neo-espinotalâmica e paleo-espinotalâmica, essa 
divisão segue a lógica da transmissão da dor rápida e lenta respectivamente. Diferentemente do que 
ocorre com a via do tato, os neurônios de segunda ordem decusam imediatamente através da comissura 
anterior presente na medula e seguem para os tratos ascendentes. Esse fato traz algumas características 
diferentes entre esses dois sentidos, pois lesões em um lado da medula causa manifestação sensorial 
diferente no tato e na dor, bem como nas manifestações motoras que auxiliam na localização da lesão. O 
conjunto de sintomas sensoriais e motores adquiridos através 
de uma lesão de um lado da medula é denominado de 
síndrome Brown-Séquard. Seu caminho é medula, bulbo, 
ponte, mesencéfalo e tálamo. As fibras do trato neo-
espinotalâmico seguem diretamente para o tálamo quase sem 
nenhuma interferência, tendo ponto de chegada o núcleo 
ventralbasal ou ventral posterior. Dessas áreas talâmicas a 
informação é enviada para o córtex somatossensorial. A 
capacidade de localizar uma dor pontual é maior do que uma 
dor crônica, isso se deve ao fato da proximidade do caminho 
da informação tátil e dolorosa ao chegar à estrutura do 
lemnisco medial, além disso, o seu neurotransmissor 
envolvido é o glutamato. 
 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
 Por outro lado, a via paleo-espinotalâmica é responsável pela transmissão da dor lenta ou crônica, 
sendo que suas fibras recebem aferências da parte gelatinosa presente na medula espinal e seguem a 
mesma via que a via rápida faz, a via anterolateral. O neurotransmissor envolvido no processo de 
transmissão do impulso de dor lenta é a substância P a qual é liberada gradativamente, aumentando 
assim sua concentração à medida que o estímulo é desencadeado. O estímulo ascendente da via paleo-
espinotalâmica termina de forma difusa no tronco encefálico: (1) núcleos reticulares do bulbo; (2) área 
tectal os colículos superiores e inferiores; (3) região cinzenta periarquedutal. Do tronco encefálico saem 
fibras curtas que chegam aos núcleos laminares e ventrobasal do tálamo, bem como regiões basais do 
encéfalo e hipotálamo. Como já foi dito na parte da dor referida, a dor crônica apresenta uma 
imprecisão espacial devido à interação dessa via com outras. Estudos experimentais concluíram que a 
retirada do córtex somatossensorial não impede com que o indivíduo apresente a percepção da dor. 
Desse modo, concluiu que a formação reticular bem como regiões inferiores do encéfalo como o 
hipotálamo é importante para percepção consciente da dor. Logo, o córtex é fundamental para a 
interpretação dessa percepção, enquanto as regiões basais e formação reticular processam a 
informação. Quando o indivíduo apresenta um estímulo para dor crônica ele pode ativar núcleos 
reituclares e interlaminares do tálamo os quais traz um efeito de alerta para todo o córtex. Isso porque 
a formação reticular apresenta um sistema de alerta (sono e vigília) que pode ser ativado em casos de 
dores crônicas, portanto um indivíduo que apresenta dor crônica tem uma incapacidade de dormir. 
 
Correlação clínica: Pacientes que sofrem com dor crônica 
podem ser submetidos a um processo cirúrgico que 
promova a interrupção dessas vias. O processo é chamado 
de cordotomia que consiste no corte literalmente das vias 
da dor presente na medula espinal. No entanto, o alívio 
pode durar apenas alguns meses, pois através da 
plasticidade neural outras vias podem assumir a 
transmissão desse estímulo aferente e causar novamente a 
sensação de dor crônica. 
 O trato espinotalâmico e os axônios do lemnisco 
trigeminal fazem sinapses com os neurônios do lemnisco 
medial, no entanto as sensações de dor e do tato seguem 
caminhos distintos. O tálamo é um órgão fundamental e 
importante nesse mecanismo somatossensorial, além 
apresentar uma importante função de modulação da dor. 
Vimos que algumas situações podem causar hiperaugesia, 
bem como uma redução da dor através de estímulos simultâneos de mecanorreceptores do tato através 
da fibra A- beta. Isso explica o fato de quando a gente bate com a canela em algo, o fato de massageá-la 
alivia a dor. Desse modo, o estudos concluíram que a aferência a dor chega na medula e pode ser 
regulada por ela própria através da teoria do portão da dor. Essa teoria fala que as aferências que 
chegam tanto do tato, quanto da dor nos cornos dorsais da medula podem sofrer interferências 
inibitórias, isso por meio de sinapses com interneurônios que são excitados pelas fibras táteis o que 
inibe a sensação dolorosa. Além desse mecanismo de regulação da dor há um que deriva do sistema 
nervoso central – uma via descendente – através de neurônios presentes no mesencéfalo denominado 
de substância cinzenta periaquedutal PAG. A estimulação desses neurônios podem causar analgesia. 
Essa região recebe uma gama de aferências da parte emocional. Seus neurônios enviam axônios que se 
convergem para o núcleo da rafe (serotoninérgicos) que enviam fibras descendentes para os cornos 
dorsais da medula, deprimindo de forma eficiente a ação dos neurônios nociceptores. 
Correlação clínica: o herpes-zoster (cobreiro) é um vírus que infecta o gânglio da raiz dorsal na parte 
sensitiva. O seu ataque a um dermátomo causa uma dor no corpo inervado por esse dermátomo. O vírus 
pode seguir a via axonal e indo em direção aos terminais sensitivos cutâneos. Na pele ele também causa 
infecção produzindo erupções e exantema que forma vesículas. 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
 
 Estudos revelaram que o corpo humano produz opióides endógenos. Opióides são substâncias que 
agem no sistema nervoso central que causam alteração de humor, sonolência, confusão mental, além de 
quando administrados em grandes quantidades podem causar analgesia. Eles podem ser classificados 
como a morfina, codeína e heroína. Estudos recentes demonstraram que há opióides sendo produzidos 
pelo próprios organismos, eles são denominados de endorfinas. A distribuição de endorfina e seus 
receptores estão concentrados em áreas moduladoras da dor. Desse modo, sua função é promover uma 
redução da sensibilidade dolorosa, analgesia. Sua ação celular é bloquear a liberação do 
neurotransmissor glutamato, causando uma hiperpolarização nas membranas pós-sinápticas. 
 Temperatura 
 A percepção da temperatura de forma consciente 
depende da presença de termorreceptores 
amplamente distribuídos na pele. É importante frisar 
sua distribuição, pois ela garante a percepção das 
temperaturas pelo organismo, bem como auxilia no 
processo de regulação da temperatura endógena 
realizada pelo hipotálamo. Os termorreceptores 
apresentam um sistema de canais iônicos altamente 
sensíveis às variações de temperatura, podendo 
disparar impulsos com até mesmo variações de 
0,01°C. Como citado a cima eles estão amplamentes 
distribuídos na superfície cutânea, além disso cabe 
ressaltar que um termorreceptor apresenta 
especificidade para um tipo de temperatura, logo 
temos um termorreceptor para o frio e outro para o 
calor, além de que no espaço entre eles pode ser 
caracterizado como ausente de sensação térmica. 
 A alta sensibilidade desses receptores é graças a 
presença de um tipo especializado de canal iônico do 
tipo trp, sendo o Trpv1 para o calor ativado por 
substâncias ativas da pimenta, enquanto o do frio é o 
Trprm8 ativado pela substânciaativa do hortelã – 
mentol. Há seis tipos distintos de canais Trp, logo é de 
se imaginar que sua distribuição permite a sensibilidade variada para a temperatura em determinados 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
locais da pele. Além disso, podemos citar que pode haver algumas exceções acerca da captação de uma 
só temperatura, pois há termorreceptores que se apresentam tanto sensíveis para o frio, quanto para o 
calor. 
 Os termorreceptores além de sua seletividade por uma temperatura eles não apresentam um sistema 
de processamento eficiente. Logo, quando há a incidência de calor, de forma pontual, sobre um 
termorreceptor de frio pode levar a sua ativação e tendo sua experiência sensitiva como se fosse 
realmente frio. Logo essa situação paradoxal ocorre porque o SNC não sabe qual foi o tipo de estímulo 
que foi ativado, desse modo continua interpretar as ativações de receptores para o frio como algo frio. 
Além disso, outra característica importante desses termorreceptores é a capacidade de se adaptar a 
presença de um estímulo contínuo, assim, variações de temperaturas são mais perceptíveis, pois elas 
desencadeiam a liberação de impulsos com maior intensidade. 
 A via ascendente da temperatura é semelhante a da dor, 
as fibras aferentes entram na medula através do corno 
dorsal e chegam à substância gelatinosa. As sensações do 
frio são transmitidas pelas fibras tipo A-delta e tipo C, 
enquanto a dor calor somente pelas fibras tipo C. Ao chegar 
à parte cinzenta elas atravessam para o lado oposto por 
meio da comissura anterior e seguem a via espinotalâmica. 
5 – Diferenciar as diversas propriocepções 
táteis, temperatura, pressão, dor, tato fino, e 
tato grosseiro.’ 
6- Diferenciar urgência de emergência. 
Conceitualmente, emergências dizem respeito a situações 
mais graves que urgências. Sendo considerada uma 
emergência condições que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de morte exigindo, 
portanto, tratamento médico imediato. 
Já a urgência, é uma ocorrência imprevista com ou sem risco potencial à vida, onde o indivíduo 
necessita de assistência médica imediata. 
Dessa forma, ambas as definições pressupõe atendimento médico rápido e proporcional a sua 
gravidade. Entretanto, a emergência exige um tratamento direto por conta do risco iminente de morte 
ou lesão permanente, como fraturas expostas, paradas cardiorrespiratórias e hemorragias graves. Já a 
urgência, apesar de demandar uma pronta avaliação médica por seu risco potencial, não 
necessariamente precisa de uma intervenção instantânea. Como é o caso de fraturas não expostas, 
cólicas renais, aumento de pressão arterial, entre outras. 
A avaliação sobre o que é emergência e o que é urgência é feita no momento da triagem médica, quando 
se avalia o quadro, os potenciais riscos, a dor e o sofrimento do paciente. Nos Pronto-Atendimentos e 
Pronto-Socorro essa classificação é feita com o apoio do Protocolo de Manchester, um processo 
dinâmico de identificação dos clientes que necessitam de tratamento imediato. Ele permite identificar e 
priorizar os quadros mais graves, atendendo-os primeiro. Quando mais grave for à situação do paciente, 
mais rapidamente ele será atendido, independente da ordem de chegada. Quando se trata de urgência e, 
principalmente, de emergência, tempo é vida. O Protocolo de Manchester trabalha com seis situações: 
• Emergência: Paciente precisa de atendimento imediato, pois existe risco de morte. 
• Muito urgente: Paciente precisa de atendimento rápido. 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
 • Urgente: Paciente necessita de atendimento, mas ele não é considerado de emergência e pode 
aguardar o atendimento dos casos mais graves. 
• Pouco urgente: É o caso menos grave, de pacientes que precisam de atendimento médico, mas 
poderiam ser assistidos no consultório. 
• Não urgente: É o caso de menor complexidade e sem ligação com problemas recentes. 
Preferencialmente, deve ser acompanhado no consultório.

Continue navegando