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Profa. Dra. Maristela Tsujita UNIDADE II Farmácia Interdisciplinar Regras para conservação e descarte de amostras biológicas. Objetivos Há muitas variáveis a serem consideradas quando o assunto é o tempo que as amostras biológicas devem permanecer armazenadas pelos laboratórios de análises clínicas. Tipo do material: sangue, soro, fezes, urina, esfregaço etc.; exames realizados (HIV, doenças com exigência de notificação compulsória etc.); finalidade (rotina ou pesquisa); estabilidade do material. Como e por quanto tempo armazenar as amostras de exames laboratoriais? Nas análises anatomopatológicas, as peças não amostradas devem ser armazenadas por três meses. A Sociedade Brasileira de Patologia orienta manter as lâminas armazenadas por, no mínimo, cinco anos, e os blocos por dez anos. O resgate de amostras pelo paciente de análises clínicas é pouco comum. É mais usual a retirada de materiais usados nos exames anatomopatológicos. Os blocos e lâminas podem ser resgatados para uma nova avaliação, por exemplo, em caso de câncer. O paciente pode iniciar o tratamento em um centro não especializado e, após o diagnóstico inicial, é encaminhado para um centro especializado em sua doença, onde haverá uma nova análise do seu material. As amostras, depois que ficaram armazenadas pelo tempo exigido pelas legislações vigentes, são descartadas. O armazenamento exige espaço e organização. Uso da soroteca. São consideradas resíduos de serviços de saúde, ou lixo hospitalar, e podem ser incineradas ou aterradas. Em relação ao armazenamento dos resultados e laudos dos exames de análises clínicas, estes devem ser guardados, segundo a RDC n. 302/2005, que dispõe sobre o regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos, pelo prazo de cinco anos, em um local de fácil recuperação e que tenha a rastreabilidade garantida. Resolução – RDC n. 222/2018 regulamenta os requisitos de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Essa RDC se aplica aos geradores de resíduos de serviços de saúde (RSS): públicos e privados, filantrópicos, civis ou militares, atividades de enzino ou pesquisa. RDC n. 222/2018 Amostras biológicas que sobram no laboratório de Análises Clínicas. GRUPO A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. Subgrupo A1: sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. As sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, bem como os recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre, devem ser tratados antes da disposição final ambientalmente adequada. As sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos podem ser descartadas diretamente no sistema de coleta de esgotos, desde que atendam, respectivamente, às regras estabelecidas pelos órgãos ambientais e pelos serviços de saneamento competentes. Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas. GRUPO B: resíduos contendo produtos químicos que apresentam periculosidade à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quantidade. Sistemas digitais: armazenamento de laudos e resultados. Necessidade de armazenamento físico: exige espaço. A obrigatoriedade de guardar os exames termina assim que ele é retirado pelo paciente, mas o laboratório é obrigado a arquivar uma via do laudo emitido e do comprovante de entrega. “Vale ressaltar que não há obrigatoriedade de armazenamento físico apenas se todos os exames estiverem digitalizados.” Os laudos e dados brutos dos exames de análises clínicas são armazenados por, no mínimo, cinco anos, de acordo com a RDC n. 302/2005. Armazenamento de resultados de exames O supervisor do laboratório de Análises Clínicas “Saúde” irá solicitar aos administradores a aquisição de uma soroteca informatizada e, para isso, precisa de argumentos para justificar a solicitação. Quais argumentos podem ser utilizados pelo supervisor? Interatividade A soroteca permite a organização das amostras biológicas dos pacientes; Se houver qualquer problema nas análises, o laboratório não precisa solicitar nova coleta da amostra para o paciente; O funcionário não precisa perder muito tempo buscando pela amostra; Permite que o laboratório tenha mais organização de suas práticas; É um pré-requisito para a acreditação laboratorial; Contribui para a credibilidade do laboratório. Resposta Controle de Qualidade Interno (CQI). Objetivos As palavras “controle” e “gestão” têm significados similares e interdependentes. Controle: técnicas e atividades operacionais utilizadas para monitorar o cumprimento dos requisitos da qualidade especificados. Gestão: o alinhamento e a padronização de todos os processos e pessoas da empresa. Abrange as ações utilizadas para produzir, dirigir e controlar a qualidade. Diferenças entre “controle” e “gestão” Controle de Qualidade Controle de Qualidade Interno (CQI) Externo (CQE) Procedimentos conduzidos em associação com o exame de amostras de pacientes para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância predefinidos. Atividade de avaliação do desempenho de sistemas analíticos através de ensaios de proficiência, análise de padrões certificados e comparações interlaboratoriais. Também chamada Avaliação Externa de Qualidade. Exato: representa o valor real do paciente. Preciso: o exame é reprodutível. Resultado ideal: exato e preciso Figura: Diferentes cenários de precisão e exatidão. Fonte: Adaptado de: http://imagens.ndig.com.br/curiosidades/precisao_vs_exatidao.jpg Posição Posição Posição Posição Nem exatidão, nem precisão Precisão sem exatidão Exatidão sem precisão Precisão e exatidão 1 2 3 4 P ro b . P ro b . P ro b . P ro b . O objetivo do CQ é obter um exame exato e preciso. Controle Interno: avaliação da precisão é feita através da análise de uma série de resultados obtidos na mesma amostra (para as análises quantitativas). Figura: Flechas e alvo. Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/alvo- para-atirar-arco-de-flecha_9309344.htm Utilizar amostras comerciais padronizadas com valores conhecidos dos analitos, que são incorporadas e analisadas da mesma forma que amostras dos pacientes. Como realizar o CQI? Figura: Amostras de controle de qualidade interno. Fonte: https://pncq.org.br/wp- content/uploads/2020/06/vxcb2olz.b4qO_PNCQ_ALTEROU_O_ENVIO_DE_AMOSTRAS_ PARA_CONTROLE_INTERNO_(PROIN)!_BR0-809x550.jpg Diariamente são processados pelo menos dois níveis. Inserir os resultados obtidos em gráficos, acompanhar e analisar utilizando as regras de Westgard. Como realizar o CQI O CQI deve contemplar: Monitoramento do processo analítico pela análise das amostras controle, com registro dos resultados obtidos e análise dos dados; Definição dos critérios de aceitação dos resultados; Liberação ou rejeição das análises após avaliação dos resultados das amostras controle. CQI Controle 1: 200 mg/dL ± 4 mg/dL. Controle 2: 250 mg/dL ± 5,0 mg/dL. Os valores devem ficar entre uma média de até 3 DP (desvio padrão) para cima ou para baixo. Os exames não podem ser liberados antes de o controle interno estar de acordo. Gráficos controle Figura: Gráficos controle. Fonte: https://www.westgard.c om/images/Westgard/l esson/les12f6.gif O processo de CQI utiliza gráficos de Levey-Jennings, onde os dados são plotados. E a análise é feitaaplicando-se as Regras de Westgard. Baseiam-se em métodos estatísticos para analisar os dados de controle. Definem limites de aplicabilidade do método. Utilizados para detectar erros casuais ou sistemáticos. Há 6 regras básicas: 3 de aviso e 3 de atuação. A violação das regras deve levar à revisão do procedimento, qualidade dos reagentes e calibração do equipamento. A violação das regras deve resultar na rejeição dos resultados. Como interpretar os resultados obtidos? Figura: James Westgard. Fonte: https://www.westgard.com/mltirule.htm Exemplo Figura: Gráficos controle. Fonte: https://www.westgard.com/image s/Westgard/lesson/les12f6.gif Dia Controle 1 Controle 2 Regra 12s Regra 13s Aceitar, alertar ou rejeitar? 4 202 243 Aceitar 5 186 254 -2s -3s Rejeitar 6 207 263 + 2s Alertar O paciente A. L. é diabético e realizou vários exames do laboratório de Análises Clínicas “Saúde”, entre eles o exame de glicemia, que indicou o valor de 90 mg/dL. O médico ligou para o laboratório e questionou “vocês têm certeza do resultado?”. Como o laboratório pode ter certeza do resultado obtido, considerando os conceitos de controle interno de qualidade? Interatividade O laboratório deve verificar o gráfico de Levey-Jennings e interpretar o resultado obtido para os controles internos utilizados na corrida analítica referente à amostra do paciente. Caso a corrida analítica tenha sido aprovada, descarta-se erro referente ao equipamento, método e calibração, entre outros. Resposta Controle de Qualidade Externo (CQE). Objetivos O CQE (ou Ensaio de Proficiência): é obrigatório, RDC n. 302:2005 (Anvisa). É a atividade de avaliação do desempenho de sistemas analíticos através de ensaios de proficiência. O laboratório clínico deve realizar CQE para todos os exames realizados em sua rotina. CQE Avalia o desempenho de sistemas analíticos. Reflete a inexatidão do ensaio. Utiliza ensaios de proficiência. Objetivo: padronizar os resultados de diferentes laboratórios através da comparação interlaboratorial. A partir de um mesmo material são criadas várias alíquotas que não são identificadas e distribuídas aos participantes. CQE O laboratório deve definir um responsável para: enviar os resultados dos parâmetros; avaliar o desempenho geral dos laboratórios; as amostras recebidas devem ser tratadas como as demais amostras do laboratório; avaliar o real desempenho do laboratório. CQE Cada laboratório envia o seu resultado para a empresa que enviou a amostra. A empresa realiza a avaliação dos resultados de cada laboratório. Emite ao participante um conceito: Bom: os resultados obtidos pelo laboratório estão dentro da média, mais ou menos um desvio padrão. Aceitável: a variabilidade laboratorial está dentro da média, mais ou menos dois desvios padrão. Inaceitável: a variabilidade está fora da média, mais ou menos dois desvios padrão. Permite demonstrar a confiabilidade dos resultados analíticos, além de identificar falhas e possibilitar a tomada de ações corretivas ou preventivas. Identifica laboratórios com baixo desempenho e métodos com baixo desempenho. Por exemplo, um método de baixo desempenho em um laboratório com um histórico de bom desempenho. Análise do resultado O laboratório analisa o resultado obtido e pode verificar: a influência dos métodos que estão sendo utilizados; assim como dos padrões e calibradores; comparação com outros laboratórios; influência em tomadas de decisões; mudanças de reagentes e/ou equipamentos. Análise do resultado Introduzidos na década de 70/80: Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Programa de Excelência para Laboratórios Médicos (PELM) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC). Programas de CQ no Brasil O laboratório não deve entender a participação em um programa de proficiência como uma exigência legal, mas como elemento fundamental no processo de melhoria contínua. Exemplo de aplicação: com a necessidade de aumentar as capacidades de teste na Áustria, vários laboratórios em todo o país implementaram rapidamente ensaios para detecção molecular de SARS-CoV-2 com base em ensaios RT-PCR em tempo real. O objetivo do estudo foi monitorar a confiabilidade dos resultados laboratoriais para a detecção do RNA do SARS-CoV-2 por meio de um esquema de avaliação de qualidade externa (EQA). Para isso, o Centro de Virologia da Universidade Médica de Viena realizou o primeiro CQE austríaco sobre SARS-CoV-2. Os participantes receberam 3 amostras positivas e 1 amostra negativa. Resultados e conclusão: Participantes: 52 laboratórios. Realizados 67 testes com 42 combinações distintas de extração de ácido nucleico e reagentes de PCR. 40/67 testes (60%) detectaram todas as amostras positivas corretamente como positivas, mas, 25/67 testes (37%) não detectaram a amostra positiva mais fraca, e 3% detectaram as duas amostras como falso negativo. Recomenda-se a melhora na sensibilidade do teste, focando na extração de ácido nucleico e/ou detecção baseada em PCR. O laboratório de Análises Clínicas W. W. iniciou participação no ensaio de proficiência do Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ). O funcionário responsável pelo ensaio, antes de processar as amostras, abriu kits novos, calibrou os equipamentos com controles internos novos, realizou os exames em triplicata e entrou em contato com um colega de outro laboratório para verificar se os resultados coincidiam. Feito isso, ele enviou os resultados para o PNCQ. Avalie a conduta do funcionário responsável pelo ensaio. Interatividade A conduta foi inadequada, ele deveria processar as amostras do CQE da mesma forma que as amostras dos pacientes, pois o objetivo é verificar o real desempenho do laboratório. Assim, o laboratório perde a oportunidade de verificar a validação de suas metodologias, calibração de equipamentos, qualidade de insumos, entre outros. Resposta Gestão da qualidade em laboratório de Análises Clínicas. Objetivos A prestação de serviço em saúde tem dois componentes de qualidade: Operacional: é o processo de realização do exame. Percepção: como o cliente percebe o tipo de serviço prestado. Paciente, médico, prestador de serviço. Paciente: atendimento, coleta, resultado, acesso, entre outros. Médico: laudo correto, layout compreensível, entre outros. A Gestão da Qualidade do laboratório deve contemplar um procedimento documentado de qualificação, seleção, contratação e avaliação periódica da competência dos laboratórios de Análises Clínicas. Os Princípios de Gestão da Qualidade devem estar incorporados a todas as atividades executadas pelo laboratório. Notificação dos erros por meio de um Relatório de Não Conformidade (RNC). Identificação do erro. Diagrama de Ishikawa: formato visual, gráfico. Auxilia as organizações na procura da causa principal de um problema. Também é conhecido por: Diagrama Espinha de Peixe ou Diagrama Causa e Efeito. Identificação dos erros Os 6 Ms de Ishikawa são: Método; Máquina; Medida; Meio ambiente; Material; Mão de obra. Matérias- primas Máquinas Medidas Ambiente Recursos Humanos Método Fornecedores Própria Manutenção Desgaste Inspeção Instrumento Clima Prédio Mental Físico Informação Procedimento Instrução Laboratório Clínico C A U S A E F E I T O Figura: Diagrama de Ishikawa mostrando o laboratório clínico como um sistema de processos de causas e efeitos. Fonte: Adaptado de: https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/K210938.pdf É importante que todas as atividades do laboratório estejam descritas nos Procedimentos Operacionais Padrão (POP), aprovados e colocados à disposição do corpo técnico e de apoio. Medidas que evitam erros em todas as fases Aprimoramentoda qualificação dos profissionais de saúde; Treinamento dos colaboradores que participam da solicitação, coleta e recebimento de amostras biológicas; Automatização de etapas, sempre que possível. Evitar transcrições de pedidos; Monitoramento de indicadores de qualidade. Por exemplo, porcentagem de recoletas; Melhora na comunicação entre os profissionais de saúde; Notificação de erros. Medidas que podem evitar erros na fase pré-analítica Uso de programa de gerenciamento de insumos; Controle dos produtos estocados pode minimizar casos de validade expirada e falta de estoque; Uso de programa que evidencie a fila de exames prioritários; Treinamento dos funcionários; Notificação das não conformidades; Uso de plataforma integradora entre as estações de análise; Separação automática das amostras que apresentam alterações; Medidas que podem evitar erros na fase analítica Soroteca robusta e confiável; A soroteca funciona como uma biblioteca de amostras capaz de armazená-las de forma precisa e de fácil localização; Implantação de um programa de gestão de soroteca para garantir o rápido acesso a informações. Medidas que podem evitar erros na fase analítica O armazenamento de amostras, resultados e laudos exige espaço e uma infraestrutura que garanta a integridade e a conservação adequadas. Armazenamento na nuvem. Como garantir a confidencialidade dos dados? Programas para assegurar a confidencialidade dos dados; Sistemas de segurança de proteção de dados. Medidas que podem evitar erros na fase pós-analítica Acreditação é o reconhecimento realizado por agência governamental ou não, de que a organização atende a requisitos predeterminados para a realização de tarefas específicas. A partir da acreditação, o laboratório pode demonstrar sua competência técnica em conformidade com os padrões nacionais ou internacionais. Objetivo: criar ou melhorar os padrões da prática laboratorial, de modo a reduzir os riscos de danos na prestação de serviços e aumentar a probabilidade de bons resultados. 1962: Colégio Americano de Patologistas (CAP) desenvolveu o primeiro programa de acreditação específico para laboratórios clínicos. Programas de Acreditação da Qualidade DICQ/SBAC – Programa de Credenciamento do Sistema da Qualidade de Laboratórios Clínicos, patrocinado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas; PALC – Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos, patrocinado pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML); ONA – Organização Nacional de Acreditação. Normas de Acreditação Desperdícios podem ser evitados; Redução de custos; Aumento da produtividade. Consequências da melhora de qualidade ANVISA RDC n. 302-2005. Disponível em: https://pncq.org.br/wp- content/uploads/2020/05/RDC-302-2005.pdf. Acesso em: 21 jun. 2021. BADRICK, T. Integrating quality control and external quality assurance. Clinical Biochemistry, p. S0009912021001442, mai. 2021. LIPPI, G. et al. Blood sample quality. Diagnosis, v. 6, n. 1, p. 25-31, 26 mar. 2019. Referências PLEBANI, M.; LAPOSATA, M.; LUNDBERG, G. D. The Brain-to-Brain Loop Concept for Laboratory Testing 40 Years After Its Introduction. American Journal of Clinical Pathology, v. 136, n. 6, p. 829-833, 1 dez. 2011. RECOMENDAÇÕES DA SBPC/ML. Boas Práticas em Laboratórios Clínicos. Disponível em: http://www.bibliotecasbpc.org.br/?P=4&ID=&C=0.2. Referências ATÉ A PRÓXIMA!