Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL Muitas vezes temos algumas variações anatômicas. Em geral temos dois rins, os quais são: órgãos retroperitoneais. Atenção as variações anatômicas: • Rim pélvico • Rim em ferradura • Rim ptótico Esses três tipos de rins citados acima não alteram a fisiologia renal, porém, em alguns casos, os rins de ferradura podem estar associados a maior desenvolvimento de cálculos renais. Tamanho do rim normal → 9 a 12cm Esquerdo normalmente é maior do que o direito. E o direito é mais baixo que o esquerdo por conta da loja renal. A posição renal em geral é discretamente inclinada em relação ao musculo psoas. Relaciona-se com o fígado e o baço Possui presença das glândulas suprarrenais em seu polo superior. Dividimos os rins em 3 porções: • Superior • Médio • Inferior Artérias renais → são ramificações diretas da artéria abdominal. Veias renais → são tributarias da veia cava inferior. Normalmente temos 1 vaso para cada rim (1 A e 1 V). As patologias mais comuns que podem acometer os vasos dos rins são: • Estenoses das artérias renais, predominantemente por fibrodisplasia ou aterosclerose • Dissecção de artéria renais • Artrite de grandes vasos (TAKAYASU) • Trombose de veia renal Sistema pielo calicinal → SISTEMA DE COLETA E ELIMINAÇÃO DO FILTRADO PRODUZIDO PELOS RINS. • Cálices menores → cálices maiores → pelve renal → ureteres → bexiga → uretra. As principais patologias que acometem o sistema coletor renal são: • Litíase calculosa de rins e vias urinarias • Estende de junção ureter-pielica ou junção de ureter-vesical (JUP e JUV) • Refluxo vesico uretral (RVU) • Tumores uroteliais • Infecções Importante Paciente com a seguinte associação: adulto + tabagista + perda ponderal + hematúria macroscópica, geralmente com coágulos e sem crise álgica → PENSAR EM TUMOR DE TRATO URINARIO → solicita USG, TC ou cistoscopia com biopsia. Hilo renal → artéria + veias + nervos. Do ponto de vista funcional devemos dividir o rim em 2: • Porção cortical → externa → glomérulos. • Porção medular → interna → túbulos e interstício renal Quando fazemos a biopsia renal estaremos tentando pegar glomérulos renais. Por isso que a biópsia de rim não é tão complexa, pois não vai muito fundo no rim. O néfron Unidade funcional do rim. Temos mais de 1000000 de nefrons em cada rim e a função deles é produzir e depurar o ultrafiltrado chegando nas vias finais a urina. Porções dos nefrons: • Glomérulos + macula densa • Túbulos contorcido proximal • Alça de henle • Túbulo contorcido distal • Túbulo coletor Estrutura de um glomérulo O sangue chega no glomérulo pela arteríola aferente, se espalha pelo tufo glomerular onde vai acontecer a filtração. Temos algumas barreiras de proteção que vão causar uma menor permeabilidade a células, proteínas e outras substâncias plasmáticas, sendo as mesmas: • Endotélio glomerular • Membrana basal glomerular • Células podocitárias (podócitos) • Mesangio (sustentação de toda estrutura) O sangue passa pelos capilares glomerulares, produz ultrafiltrado que cai no espaço de bawman e o ultrafiltrado vai para o sistema glomerular para ser depurado. O sangue sai do rim pela arteríola eferente. Quando temos uma desestruturação do glomérulo, a depender da intensidade da reação inflamatória e a depender da estrutura glomerular afetada, eu tenho um tipo de apresentação laboratorial e um tipo de apresentação glomerular, que pode ser de característica nefrítica com muita hematúria, ou seja, muita agressão inflamatória e pouca proteinúria, ou posso ter uma característica nefrótica, com muita proteinúria, sem hematúria e uma doença um pouco mais insidiosa e menos aguda. O glomérulo é responsável pela filtração do sangue e produção inicial do filtrado. As principais estruturas dos glomérulos são: • Arteríola aferente → capilares glomerulares (endotélio) → membrana basal glomerular → células epiteliais ou podócitos → mesangio → arteríola eferente → espaço urinário (Bowman) Principais patologias que atingem os glomérulo: • Glomerulopatias o Primarias o Secundarias • Vasculites • Microangiopatias trombóticas (SHU e PTT) Sistema tubular Temos 4 estruturas, vamos falar de cada uma delas: Túbulo proximal (contorcido proximal) Essa é a estrutura que tem maior área de reabsorção de componentes do plasma. Essa porção é mais rica em mitocôndrias, então temos a primeira etapa da depuração do ultrafiltrado. Além disso é uma porção especializada em produção de amônia e secreção de íons H+, contribuindo para o controle do equilíbrio acidobásico. Ocorre nessa porção a produção de drogas e toxinas e é a principal região de reabsorção do ultra filtrado: • 90% Na, K, Cl e HCO3 são reabsorvidos no TCP • Praticamente 100% da glicose, vitaminas, aminoácidos e proteínas de baixo peso molecular são reabsorvidas nessa porção. • 60% da água • 60% de Ca 80% fosfato 50% de ureia também são reabsorvidos. Principais disfunções relacionadas ao TCP: • Acidose tubular renal tipo II → incapacidade do túbulo proximal em reabsorver bicarbonato. • Síndrome de fanconi → tubulopatia proximal generalizada levando a: o Glicosuria o Aminoaciduria o Fosfatúria o Uricosuria Alça de henle Região importante para concentração urinaria, principalmente pois a mesma produz um sistema chamado de sistema contracorrente. O mesmo vai levar a formação de um meio hiper osmolar no interstício renal com consequente reabsorção de água. Ou seja, vai haver uma reabsorção de eletrólitos e consequentemente terá maior reabsorção de água. Esse sistema gasta muita energia, pois tem que hiper concentrar a urina para depois reabsorver a água. Sendo a principal função da alça de henle. Existe um transportador Na-K-2Cl, que esta presente no ramo ascendente da alça de henle, que vai contribuir para a formação do meio hiper osmolar. Na alça de henle também vai haver formação de proteínas de Tamm-Horsfall (uromodulina), que são proteínas de achado fisiológico. A reabsorção na alça de henle: • Menor parte de Na, Cl, Ca e Mg • Reabsorção de H2O Principal tubulopatia que acomete essa região: • Síndrome de bartter Túbulo contorcido distal e túbulo coletor Absorção de sódio e cloro, por meio de Co transportadores que são canais sensíveis a tiazídicos. TCD → absorção de sódio e cloro e em menor parte de água. Túbulo coletor → absorção de sódio, potássio e água. Ele tem uma particularidade que temos que lembrar: • Possui canais que se chamam canais de reabsorção de Na (ENAc) • A enzima Na-K-ATPase recebe a ação de um hormônio que se chama ALDOSTERONA, a mesma age ativando essa enzima, fazendo com que aja maior perda de potássio em troca da reabsorção de sódio. ALDOSTERONA É MODULADOR DA REABSORÇÃO DE POTASSIO EM NIVEL DE TUBULO COLETOR. • Canais de aquaporina, são canais que ficam inseridos no túbulo coletor, mediados pela ação do hormônio antidiurético (ADH). A ação do ADH nos túbulos coletores, fazem com que as aquaporinas 2 aumentem a reabsorção de água livre. ADH MODULA A ABSORÇÃO DE ÁGUA, ATRAVES DA EXPRESSAO DE CANAIS DE AQUAPORINA NO TUBULO COLETOR. O túbulo coletor é o local de modificação do ultrafiltrado e produção urinaria. Principais patologias associadas ao túbulo distal e túbulo coletor: • Síndrome de Gitelman (TCD) • Síndrome de Liddle • Acidose tubular distal (ATR tipo I) • Diabetes insipidus nefrogenica → alteração no nível de ADH Local de ação dos diuréticos em nível tubular 1. Acetazolamida → inibidor da anidrase carbônica → age em túbulo contorcido proximal. Diurético muito pouco utilizado 2. Furosemida→ diurético de alça, age na alça de henle inibindo o transporte de Na-K2Cl 3. Tiazídicos → túbulo contorcido distal → inibe o transportador Na-Cl 4. Espironolactona → age no túbulo coletor, poupando potássio bloqueia a ação da aldosterona em nível de túbulo coletor. Hemodinâmica e vasculatura renal Macula densa e aparelho justa glomerular Vamos lembrar das etapas de ativação do sistema renina-angiotensina aldosterona: Diminuição da perfusão renal → é identificada pela macula densa, no glomérulo pela arteríola aferente faz com que estimule a produção local de RENINA. RENINA → FUNÇÃO DE CONVERTER O ANGIOTENSINOGENIO PRODUZIDO NO FIGSDO EM ANGIOTENSINA I. A ANGIOTENSINA I É CONVERTIDA EM ANGIOTENSINA II PELA ECA (PRODUZIDO NO ENDOTÉLIO PULMONAR E RENAL). A angiotensina II é o hormônio mais biologicamente ativo, o qual age no nível de receptor AT1, que tem como ação principal a VASOCONSTRIÇÃO. Ações da angiotensina II: • Estimulo a secreção de aldosterona → age na reabsorção tubular de Na, Cl e agua, em troca da eliminação de K. • Vasoconstrição arteriolar • Aumento da pressão arterial sistêmica • Aumento da atividade simpática • ↑ secreção de ADH → retenção de água via túbulo coletor. Importante Hemodimica glomerular • Em situações de vasoconstrição da arteríola aferente, teremos uma diminuição do fluxo sanguíneo glomerular, com uma diminuição da pressão de filtração glomerular. Isso pode ser deletério ou protetor. Existem duas medicações que vão agir a nível de arteríola glomerular que vão causar a vasoconstrição, uma delas é deletéria e outra é protetora. 1. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO HORMONAIS VÃO REDUZIR A PRODUÇÃO DE PROSTAGLANDINAS CAUSANDO UMA VASOCONSTRIÇÃO IMPORTANTE COM EFEITO NEGATIVO A NIVEL GLOMERULAR. DIMINUINDO A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR, PRINCIPALMENTE EM PACINTES DO GRUPO DE RISCO. 2. INIBIDORES DO TRANSPORTADOR DE SÓDIO TIPO 2 (Isglt2) QUE AGEM EM NIVEL DE ARTERIOLA AFERENTE, CAUSANDO UMA MENOR VASOCONSTRIÇÃO DO VASO, POREM LEVANDO A EFEITO PROTETOS, ONDE DIVERSOS ESTUDOS TEM MOSTRADO ESSA NEFROPROTEÇÃO DESSA CLASSE DE MEDICAÇÕES. As iSGLT2, também conhecidas como glifosinas, mostram a eficácia no controle da nefropatia diabética, e no manejo da insuficiência cardíaca, mesmo nos pacientes não diabéticos. • Em situação de vasodilatação da arteríola eferente → vamos aumentar o fluxo sanguíneo glomerular, e diminuir a pressão intraglomerular. As classes que atuam nesse aspecto são: IECAS E BRAS, que são medicações antiproteinuricas. Os mesmos tem efeito protetor!!! Mecanismos de regulação da filtração glomerular: • Para filtrar mais: devemos aumentar a pressão glomerular, com isso abrimos a porta de entrada e fechamos a porta de saída → CONSTRIÇÃO DA EFERENTE • Para filtrar menos: fechamos a porta de entrada e abrimos a porta de saída: CONSTRIÇÃO DA AFERENTE. ANGIOTENSINA II → FECHA A EFERENTE → AUMENTO DA PRESSAO GLOMERULAR PROSTAGLANDINAS → RELAXA A AFERENTE → AUMENTA A PRESSAO GLOMERULAR. Os AINES inibem as prostaglandinas, com isso a aferente não relaxa, se a mesma não relaxa menos sangue entra, menos sangue é filtrado, com o tempo → NECROSE DE PAPILA. IECA → inibe a produção de angiotensina. A angiotensina fecha a eferente, se não tem angiotensina, a eferente relaxa, se relaxa, mais sangue sai, se mais sangue sai, menos TGF, ou seja, IRA. Paciente seco: desidratado Frio: mal perfundido Imunofluorescência: exame capaz de mostrar anticorpos e imunocomplexos se estiverem no local. Teremos 2 padrões clássicos: • Padrão granular → subendotelial ou suepitelial • Linear → pega a membrana basal (é a única estrutura contínua do glomérulo) Se a PA ↓ → menos NaCl na macula densa, isso faz com que as células justaglomerulares aumentem a produção de renina. A renina converte angiotensinogenio em angiotensina, e a mesma tem por função contrair a eferente, fazendo com que se aumente a pressão, aumentando assim a TGF. Outra coisa que acontece se ↓ PA é que ↑ as PGE2, cinina e NO, isso a com que dilatemos a via aferente, aumentando a PA dentro do glomérulo, aumentando a TGF.
Compartilhar