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Tétano nos Animais Domésticos

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oiiKKTÉTANO NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
DOENÇAS INFECCIOSAS
Se tratando de tétano, há alguns fatores envolvidos: Clostridium tetani, neurotoxina, tetanospasmina, hiperestesia e paralisia espástica.
O Clostridium tetani produz a toxina tetanospasmina, que é uma neurotoxina causadora da paralisia espástica e hiperestesia.
· Definição:
Enfermidade tóxi-infecciosa, aguda, não é contagiosa (doença absolutamente individual). O fator desencadeante é uma potente neurotoxina biológica produzida por cepas de Clostridium tetani, chamada tetanospasmina, que faz parte da tríade das mais poderosas toxinas biológicas (toxina botulínica, toxina tetânica e toxina diftérica). O botulismo causa paralisia flácida, diferente do tétano.
· Características:
Severa paralisia espástica e intensa hiperexcitabilidade à estímulos mecânicos, sonoros e luminosos.
· Histórico:
Em 1925, Gaston Ramón (médico veterinário) e Descombey detoxificaram a tetanospasmina pela formalina a 0°C. Obtiveram a anatoxina ou toxóide tetânico (o ultimo termo é o mais correto). Utilização como vacina atualmente.
· Etiologia:
Clostridium tetani – bactéria gram positiva, bacilo alongado e fino, anaeróbica estrita, desprovida de cápsula, formação de esporos na presença de oxigênio. Seu esporo terminal confere a ela morfologia característica de “palito de fósforo” “baqueta”. Dimensões: 2,5 a 5 micrometros de comprimento, 0,4 a 0,6 micrometros de largura.
· Isolamento:
A partir de tecido necrótico de ferimentos. Deve ser cultivado em anaerobiose a 37°C por 72 a 96 horas, em jarra fechada (mais pratica) ou estufa.
Opções de meio de cultura:
Ágar acrescido de sangue ovino ou bovino.
Meios seletivos contendo tiogliconato (tarosi).
Ágar sangue – colônias hemolíticas de aspecto rizoide/raízes.
O diagnóstico de tétano é muito competente feito na forma clínica, por isso pode não ser procurado fazer cultura.
· Habitat do Clostridium tetani:
Microbiota intestinal normal de equídeos, ruminantes, cães, gatos, aves, espécie humana, e outras pelo mundo.
É eliminado pelas fezes para o solo. Contaminação permanente. Os solos agricultáveis com adubação orgânica são muito ricos em todos os Clostridium, incluindo o tetani.
É constantemente jogada ao solo pelas fezes!
É chamada de doença telúrica pois está relacionada à terra.
· Resistencia ambiental:
Quando a bactéria ingressa no organismo, encontra área de anaerobiose e produz a toxina, que nada mais é que um dejeto da bactéria pois de nada serve para ela.
A resistência ambiental na forma vegetativa é muito baixa, é sensível ao calor e aos desinfetantes.
Esporos podem durar de 10 a 15 minutos numa autoclave a 121°C. No solo são viáveis até 100 anos. Resistem ao fenol e demais desinfetantes.
· Produção de toxinas:
Existem 11 cepas de C. tetani. A classificação é baseada em antígenos flagelares.
Todas as cepas produzem as mesmas toxinas (são duas), que são codificadas por plasmídeos.
A única diferença entre as 11 cepas é a capacidade de produção de toxinas (capacidade toxigênica).
Existem dois tipos de cepas:
· Altamente toxigênicas;
· Baixamente toxigênicas (uma cepa baixamente toxigenica pode ter quantia imensa de clostridium numa área machucada);
O C. tetani (as 11 cepas) produz duas toxinas:
· Tetanolisina (só serve para aumentar a área de anaerobiose ao redor do machucado/inoculação, se não existisse ela o tétano ocorreria da mesma forma);
· Tetanospasmina (“toxina má”);
Tetanolisina:
É uma hemolisina. Se não fosse produzida a ocorrência de tétano não seria afetada. Provoca danos em membranas celulares no foco de infecção. Leva ao aumento na área de anaerobiose.
Tetanospasmina:
Corretamente denominada de “toxina tetânica”. 
É uma neurotoxina lipoproteica extremamente potente, produzida pelas células bacterianas em multiplicação. Porém, é liberada apenas na lise celular.
Não apresenta qualquer função ou utilidade para a bactéria.
Foi chamada de “anomalia natural” por um pesquisador pois atua no SNC, local onde a bactéria que a produz jamais tem acesso. Por exemplo, se o indivíduo espetar o pé, o C. tetani não sai daquele local jamais.
É termolábil, destruída em 5 minutos a 56°C. 
Quando purificada e tratada com formalina a 0°C vira toxóide (vacina de Gaston e Descombey).
É um dímero (tem duas cadeias), tem peso molecular de 150.000 Dáltons (D). 
É uma cadeia polipepitídica chamada de “toxina progenitora inativa”.
A toxina progenitora inativa sofre clivagem no meio extra-celular pela ação de proteases bacterianas de bactérias aeróbicas. A clivagem libera a tetanospasmina para exercer seus efeitos.
É composta por duas cadeias ligadas por pontes de dissulfeto (cadeia pesada pesa 100.000 D, e a leve 50.000 D).
Cadeia pesada:
Metade carboxiterminal – Tem ligação neuroespecífica e grande afinidade pelos terminais nervosos.
Metade aminoterminal – Responsável pela internalização da tetanospasmina nas células nervosas.
Resumindo, a metade carboxiterminal se agarra no neurônio e a aminoterminal joga a toxina para dentro da célula nervosa.
Após a penetração, a metade carboxiterminal é responsável pelo transporte axonal retrógrado (a toxina tetânica caminha pelo tecido nervoso/nervos).
Cadeia leve:
Impede a liberação de neurotransmissores inibidores específicos.
Há ocorrência de paralisia espástica e hiperestesia. Em resumo, o responsável pelo quadro de tétano é a cadeia leve, mas sem a cadeia pesada nada aconteceria, visto que a cadeia leve não poderia entrar no tecido nervoso.
· Susceptibilidade das espécies frente ao tétano:
*Correção: Na tabela mostra equinos mas o correto é equídeos de modo geral.
A Ligação da tetanospasmina no tecido nervoso e capacidade de internalização no citoplasma neuronal são fatores que explicam a maior ou menor resistência das diferentes espécies animais frente ao tétano. Ex.: Nos equídeos é mais fácil.
A quantia de tetanospasmina com a qual se consiga um quadro grave num equino/equídeo é considerada 1, ao se pensar em causar o mesmo quadro numa cobaia, seria necessário o dobro de toxina, na espécie humana necessitaria do triplo, o gato necessitaria de 7.200 vezes mais toxinas, e por assim vai.
A ligação da tetanospasmina no tecido nervoso é irreversível. Nesses locais do tecido nervoso tem capacidade de regeneração (os terminais se regeneram). 
1 mol de toxina se liga em 2 moles de gangliosídeos – estudo.
· Epidemiologia:
Ocorrência mundial; 
Presente no solo (rico e pobre);
Fezes – capacidade de contaminação;
Espécies apresentam escala de susceptibilidade (mostrado anteriormente);
Não depende de sexo, raça, estação do ano e clima.
A idade é um fator interessante devido o cordão umbilical, podendo ser desenvolvido tétano por conta dele. Antigamente, sem cuidado com os neonatos havia morte na primeira semana por conta do tétano. Era chamado de “mal dos sete dias” na espécie humana.
· Ingresso no organismo hospedeiro:
Esporos de C. tetani:
- Cordão umbilical;
- Castrações;
- Cirurgias;
- Ferimentos pérfuro-cortantes;
Quando há área de anaerobiose, os esporos vegetam e produzem tetanospasmina.
*A toxina tetânica tem capacidade de cair na circulação, é absorvida nos pequenos vasos do local e ganha a circulação. Por isso é utilizado soro-antitetânico, que nada mais é que anticorpos contra a tetanospasmina fornecido por soro de cavalos altamente vacinados contra o tétano.
· Letalidade:
A letalidade do tétano nos animais domésticos é inversamente proporcional ao período de incubação. Período de incubação curto, letalidade alta.
Comparação com o botulismo: Para se desenvolver botulismo é necessário ingerir a toxina botulínica. Já no tétano, não adianta ser ingerido (a não ser que o animal tenha uma ulcera no estomago), pois não aconteceria nada. 
· Fatores que influenciam o período de incubação:
Poder toxigênico da amostra de C. tetani infectante;
Título de anticorpos anti-tetanospasmina do hospedeiro (animal vacinado a muitos anos atrás e restando presença de célula de memória acaba fazendo com que o P.I retarde um pouco);
Dimensão e grau de necrose e consequente área de anaerobiose do ferimento(as vezes a cepa pode ser medianamente toxigenica, mas pode ter uma área de necrose extensa).
· Patogenia:
Não ocorrem lesões estruturais (desse modo não observável na necropsia), ocorrem lesões bioquímicas. 
Ferimentos Contaminação com terra e fezes Esporos de C. tetani adentra o local + Bactérias piogênicas (Staphylococcus spp., Streptococcus spp., Trueperella pyogenes e outras gram negativas). SEMPRE haverão bactérias piogenicas. As bactérias se multiplicam no local C. tetani encontra a área de necrose Necrose tem anaerobiose Anaerobiose faz com que haja vegetação dos esporos de C. tetani Produção de tetanospasmina Tetanospasmina pela sua porção carboxiterminal da cadeia pesada se liga nas terminações nervosas periféricas em receptores proteicos que possuem alta afinidade pela neurotoxina na placa neuromuscular terminal Porção aminoterminal da cadeia pesada faz internalização da tetanospasmina (faz com que penetre na terminação nervosa alcançando o citoplasma neuronal) Neste momento se tem a quebra das ligações dissulfeto Liberação da cadeia livre Cadeia livre faz transporte retrógrado através dos axônios motores (em velocidade de 75 a 250 nm/dia) A tetanospasmina progride para o corpo celular neuronal da medula espinhal (cornos ventrais da medula espinhal). Não lesiona a medula espinhal (quando o animal se recupera de tétano não tem sequela) Ascenção bilateral da tetanospasmina no sentido cranial Áreas de tronco encefálico (mas não heverá sintomas e nem sequelas neurológicas, está no tronco porque inibe um inibidor).
· Cadeia leve da tetanospasmina:
É uma metaloproteinase zinco dependente, que promove a clivagem da sinaptobrevina (sinaptobrevina existente dentro das vesículas nas junções neuromusculares, é uma proteína necessária para a liberação de neurotransmissores – glicina e GABA). A glicina está na medula espinhal e o GABA no tronco encefálico.
Os neurotransmissores inibidores inibem e evitam que o indivíduo seja hiperestimulado.
As consequências são uma descarga excitatória sustentada de neurônios alfamotores, causando rigidez muscular e espasmos musculares graves.
· Glicina: 
Aminoácido liberado pelos interneurônios inibidores da medula espinhal (células de Renschau).
Bloqueia a excitação e a consequente liberação de acetilcolina nas placas motoras terminais inibitórias.
Responsável pelo relaxamento muscular.
Consequências da liberação de glicina: Contração muscular sustentada; paralisia espástica, hiperestesia.
· Ácido gama-amino-butírico (GABA):
Inibição da liberação no tronco cerebral.
Consequência: Os alfa neurônios motores pós-sinápticos não são mais inibidos, são ininterruptamente ativados por impulsos nervosos descontrolados, gerando o quadro de tetania característico. 
· Paralisia espástica:
É um bloqueio inibitório irreversível de neurônios que evitam a contração de um músculo ou grupo muscular se seus antagonistas estiverem contraídos.
· Ligação da tetanospasmina:
É irreversível. A recuperação se dá pela formação de novos terminais nervosos (longo período de tempo – 1 mês no máximo). O cavalo deve fazer toda a readequação física durante a recuperação (se botar em esforço excessivo possível mioglobinúria e morte).
· Situação pouco comum:
Envolvimento de neurônios autonômicos pré-ganglionares da coluna lateral da substancia cinzenta (centros parassimpáticos afetados pela tetanospasmina). Há uma cinética retardada e o transporte mais lento da toxina. Dias após o início do quadro clínico. Ocorre hiperatividade parassimpática vagal – bradiarritmia e morte súbita por parada cardíaca.
· Outros conceitos:
· Tétano ascendente:
Sinais clínicos de tétano tem início a partir dos grupos musculares da área do ferimento.
· Tétano descendente:
Sinais clínicos tem início na cabeça e pescoço em grupos musculares distantes do ferimento. Explicação: Isso ocorre quando há hiperprodução de toxina que penetra nos terminais nervosos de onde ela está. 
· Quadro clínico:
· Equinos: 
Dificuldade de locomoção; “andar envarado”; “cauda em bandeira”; “orelhas em tesoura”; paralisia espástica. Na cabeça, o animal tem as “fácies de tétano”, com narinas dilatadas, olhos esbugalhados, paralisia da mandíbula. No pescoço, rigidez total, ao toque do musculo esternocleidomastóideo o animal reage violentamente. Os membros tem ampliação da base de apoio além do andar envarado. Hiperestesia (falar alto ou acender luz perto do animal reage violentamente). Quando se estimula o animal pode-se ter protusão da terceira pálpebra.
A temperatura corporal sobe pelo trabalho muscular exacerbado (queima de glicogênio e acumulo de ácido lático gerando acidose metabólica).
Taquicardia, taquipnéia, sudorese intensa, decúbito, opistótono, sofrimento. 
O pior dos prognósticos.
Morte por exaustão e/ou por paralisia dos músculos intercostais.
Veterinário deve levar em consideração se há necessidade de eutanásia.
Complicações: Pneumonia secundária, cólicas, quedas e fraturas.
A droga utilizada para combate do C. tetani é a penicilina.
· Bovinos, bubalinos e pequenos ruminantes:
O tétano pode advir de castração, partos, vacinações.
Também pode ocorrer protusão da terceira pálpebra quando estimulado.
O que não ocorre no bovino é a sudorese.
Temperatura retal elevada.
· Cães:
Atendimento na MI ao redor de 70 casos.
Origem: Ferimentos como nas demais espécies; Cordão umbilical; Ferimentos em cavidade oral.
Tem fácies de tétano, temperatura retal elevada, andar envarado, calda em bandeira, opistotono, orelha em tesoura.
Cães tem vantagem da massa corporal para manuseio, o que leva a uma sedação mais efetiva.
· Gatos:
Atendimento na MI – 1 caso em 38 anos. Lembrando que é necessário 7.200 vezes mais toxinas do que no equino.
Quadro clinico: o mesmo.
· Diagnóstico:
É clinico e direto.
Diagnostico diferencial: Em vacas a hipocalcemia pós-parto (“paradoxo do cálcio”). Em cadelas hipocalcemia pós-parto também. Em cães a intoxicação por estricnina.
Nesse caso a vaca fica rígida mas não fica tão dura como no tétano. Caso se confunda e administre cálcio para vaca, o cálcio possivelmente estimula produção de toxinas pelo clostridium.
No caso das cadelas é mais fácil de fazer a diferenciação, na hipocalcemia as cadelas babam.
· Prognóstico:
Depende de:
- Período de incubação (quanto menor mais grave);
- Extensão da lesão necrótica (quanto maior mais grave);
- Toxigenicidade da amostra de C. tetani (quanto maior mais grave);
- Tempo de intervenção veterinária;
- Qualidade do atendimento (colocar em baia acolchoada com piso macio por ex., evitando que ao cair tenha mais complicações).
· Tratamento:
· Equinos/equídeos:
Cumprir os objetivos, que é propiciar o relaxamento muscular, evitar asfixia mecânica, redução da acidose metabólica, diminuição do estado de hiperestesia.
Manter o animal em estação, em baias adequadas; Manutenção da hidratação; Manutenção do equilíbrio ácido-básico (Ringer lactato); Eliminação do C. tetani do local de necrose para interromper a produção de tetanospasmina (Penicilina); Neutralização da tetanospasmina circulante (soro anti-tetânico); Propiciar ambiente calmo, escuro e silencioso; Piso adequado e paredes acolchoadas (previne laminite e traumas – piso de areia, sempre trocar a areia depois para que outro animal não tenha contato com fezes e etc.); Baia equipada com aparelho de sustentação – manutenção dos animais em estação.
Caso haja ferida – fazer debridação, cureta, limpeza, retirar pus, encher de agua oxigenada e tintura de iodo. Não adianta colocar a penicilina no local pois é inativada em qualquer ph fora do indicado.
Tranquilização e relaxamento muscular: Escolher entre os abaixo
· Benzodiazepínicos: 1 mg/kg a cada 12 horas – IV ou IM.
· Clorpromazina: 0,4 a 1,0 mg/kg a cada 6 horas ou 12 horas.
· Acepromazina: 0,02 a 0,1 mg/kg em intervalos de 6 a 12 horas.
São sedativos e relaxantes musculares. 
O Tiocolchicosídeo (coltrax) é um miorrelaxante, há uma problemática em seu uso devido a indicação ser 2mg/kg, e levando em consideração o peso do equino seriam utilizadas muitas ampolas. Não usaresse medicamento não fará grande diferença, mas se usar ele ajuda um pouco.
Para manutenção da volemia e reposição de eletrólitos se utiliza Solução de Ringer Lactato. Adicionar 5% de solução de glicose a 50% (ou seja 50ml de glicose a cada 500 ml de Ringer).
Para combater a acidose usar Solução de Bicarbonato de Sódio a 10%, 0,5 a 1,0 ml/kg, infusão lenta. Isto é diluído no Ringer Lactato. No hospital é realizado teste de hemogasometria ou por olho clínico mesmo.
Se não houver paralisia de mandíbula e o animal estiver comendo e bebendo é algo bom, pois diminui o processo de hidratação.
*É necessário após o tratamento fazer a reeducação alimentar (risco de cólica).
Combate direto ao C. tetani: Uso de Penicilina cristalina 40.000 UI/kg/IV (UI = unidades internacionais). Pode-se usar o composto de múltiplas penicilinas, fazendo 40.000 UI/kg da fração benzatina IM profunda, e neste caso SÓ IRÁ REPETIR APÓS 5 DIAS!! A benzatina tem até 7 dias de ação.
Neutralização da tetanospasmina circulante: Soro anti-tetânico, que é uma suspensão de anticorpos anti tetanospasmina, obtido de cavalos vacinados. Pode-se fazer em um cavalo adulto 200.000 a 250.000 UI (esse é o valor ao todo, não é por kg), intravenoso, dose única. Se for potro, fazer 100.000 UI, intravenoso, dose única. Se for cão, fazer entre 20.000 – 50.000 UI.
Enfermaria de qualidade – acompanhar e monitorar o animal.
Caso haja pneumonia secundária no cavalo que chegou com tétano, tem as opções de usar Ceftiofur, Ceftriaxona, Cefquimona, outros.
No retorno a vida normal: Exercício cuidadoso.
· Bovinos e outros ruminantes:
É do mesmo jeito. Penicilina, soro antitetânico, tranquilização com os mesmos medicamentos e combate à acidose.
Atenção: O tratamento pode exceder o custo do animal.
· Cães:
- Sedação e relaxamento muscular – para diminuição do opistótono e rigidez muscular.
- Diminuição da hiperestesia.
Clorpromazina é a droga de escolha – 0,5 a 2,0 mg/kg IV a cada 6 horas ou 12 horas. Os Benzodiazepínicos são uma alternativa – 2,0 a 5,0 mg/kg IV ou IM a cada 4 horas. O Diazepam não é a melhor opção – agita o animal. Midazolam é mais interessante se usar: 0,1 a 0,2 mg/kg IV ou IM a cada 4 horas. Mas em geral a clorpromazina “dá conta do recado”.
Como miorrelaxante pode-se usar o Tiocolchicosídeo – 2,0 mg/kg SC a cada 12 horas.
Soro antitetânico: 50.000 UI, intravenoso, dose única. Podem ocorrer vômitos (cuidado, pois o animal está com paralisia espástica).
Penicilina cristalina 40.000 UI/kg, intravenoso. Compostos de múltiplas penicilinas – 40.000 UI/kg SC ou IM.
Para infecções secundárias – Ceftiofur, Cefquimona, Ceftriona, Amoxicilina injetável.
Fluidoterapia – Solução de Ringer lactato, 5% de solução de glicose a 50%. Bicarbonato de sódio – 0,5 a 1,0 ml/kg IV lentamente se o animal estiver taquicardíaco e taquipneico.
· Profilaxia:
· Equinos:
Manejo sanitário em haras; Cuidar de cordão umbilical, castrações e ferimentos.
Caso os animais estejam sem vacinação: dar soroantitetanico 10.000 UI, intravenoso ou intramuscular. Além disso tratar o animal com penicilina.
Se o animal já for vacinado, fazer reforço imediato e aplicação de penicilina.
A vacinação dos equídeos é com toxóide tetânico (tetanospasmina detoxificada). Tem boa antigenicidade. Potros de éguas não vacinadas – vacinação aos 3 meses. Potros de éguas vacinadas – vacinação aos 6 meses.
Esquema vacinal potros de éguas não vacinadas: Vacinar aos 3 meses, depois aos 4 meses e depois aos 12 meses.
Esquema vacinal potros de éguas vacinadas: Vacinar aos 6 meses, depois aos 7 meses, depois aos 12 meses.
O reforço é feito a cada 5 anos. Caso haja acidentes perfuro-cortantes, castrações ou algum parto imediato, fazer reforço imediato.
Reforço vacinal em matrizes 4 a 6 semanas antes do parto – transferência de excelente imunidade passiva via colostro (lembrando que a placenta do equino não tem transferência de anticorpos).
· Bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos:
Manejo sanitário; Cuidado com umbigo, castrações, cirurgias (orientar os peões a lavar a mão, cortar as unhas, usar luva se possível e desinfetar o material que usam), ferimentos e outros.
Soro antitetânico 10.000 UI, intramuscular ou intravenoso.
Quando é o caso de cirurgia/castração fazer duas aplicações de compostos de múltiplas penicilinas em intervalos de 5 dias.
Vacinas polivalentes contra clostridioses – todas elas tem o toxóide tetânico. O uso é semestral ou anual. 
· Cães:
Cuidados com cordão umbilical, cirurgias, castrações e ferimentos.
Soro antitetânico profilático: 5.000 a 10.000 UI, intramuscular, subcutâneo ou intravenoso.
A imunidade pós doença clínica é discutível.
Não tem vacina para cão (até uns anos atrás ainda se tinha no mercado, mas hoje em dia não).

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