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O trabalho do Serviço Social em instituições sociais APRESENTAÇÃO A atuação profissional está respaldada pelos estatutos legais da profissão, como o Código de Ética de 1993 e a Lei de Regulamentação (8.662/93), que definem quais são as atribuições e competências profissionais que fundamentam e direcionam as ações do assistente social, no sentido de promover a transformação social da realidade cotidiana dos usuários. Portanto, o profissional tem autonomia para definir a direção do seu trabalho, bem como o uso dos instrumentais de acordo com o projeto profissional adotado, contudo não pode deixar de considerar que as instituições são espaços contraditórios, e que muitas vezes impõem ao profissional como deve ser realizado o seu trabalho. Nesta Unidade de Aprendizagem, você está convidado a refletir acerca dos limites e possibilidades que o assistente social enfrenta em seu cotidiano de trabalho na contemporaneidade, além de perceber que tem uma relativa autonomia no desenvolvimento de seu trabalho, mesmo com o apoio dos estatutos normativos que sustentam a atuação profissional, devido à imposição da ideologia da organização que tecnifica o seu trabalho. Você também aprenderá acerca do planejamento como uma estratégia de ação diante das demandas institucionais e uma forma de enfrentamento contra-hegemônica. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os limites e as possibilidades do trabalho em instituições sociais na contemporaneidade. • Analisar a autonomia do assistente social em seus espaços socio-ocupacionais.• Desenvolver um planejamento de prática profissional perante as demandas institucionais e o contexto macrossocial. • DESAFIO As instituições sociais são espaços de atuação do Serviço Social que estão inseridos na dinâmica da sociedade capitalista, portanto são espaços contraditórios. O assistente social é chamado a intervir na realidade cotidiana dos usuários que chegam para atendimento, e deve apropriar-se da teoria social crítica e das políticas sociais para assim promover a transformação social. Percebendo a dinamicidade da sociedade e as várias modificações das políticas sociais, que estão alinhadas com a política econômica, é imprescindível que o profissional se mantenha atualizado acerca das mudanças que ocorrem no cenário social, econômico, político e cultural, entre outros. Você vê esse curso como importante oportunidade para se atualizar acerca da política social para a pessoa idosa, mas não conseguiu dispensa do trabalho, o que faria para conseguir participar do curso? INFOGRÁFICO A inserção do assistente social nas instituições sociais é permeada pela contradição que envolve os processos sociais na sociedade capitalista. Ao passo que deve atender às demandas institucionais, o profissional também deve manter o compromisso com o projeto ético-político profissional de promover a transformação social na realidade cotidiana dos usuários. Neste Infográfico, você vai aprender acerca dos limites e das possibilidades do trabalho profissional do assistente social nos diversos espaços ocupacionais. Você vai entender que o projeto ético-político da profissão exige que se ultrapassem as demandas institucionais imediatas, vislumbrando a transformação social da vida dos usuários que são atendidos. CONTEÚDO DO LIVRO Neste livro, você vai aprender sobre a prática do Serviço Social em instituições sociais e identificar os limites, as possibilidades e os desafios do fazer profissional no espaço sócio- ocupacional em que atua. No capítulo O trabalho do Serviço Social em instituições sociais, da obra Análise institucional e Serviço Social, você verá acerca dos limites e possibilidades enfrentados pelo assistente social nas instituições que pregam a sua ideologia burocrática e fazem o trabalho do profissional se tornar apenas mera execução da política, desconsiderando o caráter teórico-metodológico e ético-político da atuação profissional. Boa leitura. ANÁLISE INSTITUCIONAL E SERVIÇO SOCIAL Láis Vila Verde Teixeira O trabalho do Serviço Social em instituições sociais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os limites e possibilidades do trabalho em instituições sociais na contemporaneidade. Analisar a autonomia do assistente social em seus espaços socio-ocupacionais. Desenvolver um planejamento de prática profissional frente às de- mandas institucionais e ao contexto macrossocial. Introdução Neste capítulo, você vai estudar a prática do Serviço Social em institui- ções sociais. Como você vai ver, as instituições sociais são um espaço privilegiado para a atuação dos assistentes sociais. Contudo, elas também envolvem grandes desafios. Primeiramente, você vai refletir sobre o trabalho do assistente social em instituições na contemporaneidade, atentando aos seus limites e às suas possibilidades. Em seguida, você vai acompanhar uma discus- são acerca da relativa autonomia do assistente social em seu espaço socio-ocupacional. Por fim, você vai ver como ocorre o planejamento da prática profissional diante das demandas institucionais e do contexto macrossocial. O planejamento foi reconhecido legalmente como uma das atribuições do assistente social e pode ser utilizado para o tensionamento da luta política e para a defesa dos direitos sociais. O trabalho do assistente social na contemporaneidade: limites e possibilidades O assistente social é um profi ssional conhecido por implementar políticas sociais. Por isso, muitos o consideram um mero executor terminal dessas políticas, que atua diretamente com os usuários. Contudo, o mercado atual exige um profi ssional que, além de executar as políticas sociais, participe da sua formulação e da sua gestão. Veja o que Iamamoto (2000, p. 20) afi rma a respeito das demandas contemporâneas: Responder a tais requerimentos exige uma ruptura com a atividade burocrática e rotineira, que reduz o trabalho do assistente social a mero emprego, como se esse se limitasse ao cumprimento burocrático de horário, à realização de um leque de tarefas as mais diversas, ao cumprimento de atividades preestabelecidas. O exercício da profissão envolve muito mais do que cumprir a rotina bu- rocrática da instituição. Está em jogo a atuação de um profissional que possui competência para propor ações, para apresentar e negociar seus projetos. Tal profissional deve defender seu campo de trabalho e seu Código de Ética, além de possuir qualificação e conhecer as suas funções. É tarefa primordial do assistente social fazer a leitura crítica da realidade para retirar dela possibili- dades e transformá-las em alternativas, projetos e frentes de trabalho. É importante você compreender que a conjuntura impõe limites e possibili- dades. Porém, é possível propor alternativas inovadoras a partir da apropriação das possibilidades e contradições da própria dinâmica da vida social. Entender essa dinâmica evita atitudes fatalistas ou messiânicas diante do processo histórico que se desenvolve. Afinal, “Tal visão determinista e a-histórica da realidade conduz à acomodação, à otimização do trabalho, ao burocratismo e à mediocridade profissional” (IAMAMOTO, 2000, p. 21). Para uma atuação profissional que vislumbre a transformação da vida dos usuários, é essencial romper com uma visão rotineira, reiterativa e burocrática do Serviço Social. Tal visão impede o alcance de possibilidades inovadoras para as ações que se pretendem desenvolver. Considere o seguinte: Embora regulamentado como uma profissão liberal na sociedade, o Serviço Social não se realiza como tal. Isso significa que o assistente social não detém todos os meios necessários para a efetivação de seu trabalho: finan- ceiros, técnicos e humanos necessários ao exercício profissional autônomo. Depende de recursos previstos nos programas e projetos da instituiçãoque o requisita e o contrata, por meio dos quais é exercido o trabalho especiali- O trabalho do Serviço Social em instituições sociais2 zado. Em outros termos, parte dos meios ou recursos materiais, financeiros e organizacionais necessários ao exercício desse trabalho é fornecida pelas entidades empregadoras. Portanto, a condição de trabalhador assalariado não só enquadra o Assistente Social na relação de compra e venda da força de trabalho, mas molda a sua inserção socioinstitucional na sociedade brasileira (IAMAMOTO, 2000, p. 62). A autonomia do profissional é afetada pela dependência da organização que viabiliza aos usuários o acesso a seus serviços, fornecendo meios e re- cursos. Além disso, tal instituição estabelece prioridades e prazos a serem cumpridos, define papéis e funções que interferem no cotidiano de trabalho e, muitas vezes, requisita do profissional tarefas que não são de sua compe- tência. Portanto, é a instituição que organiza o processo de trabalho de que o assistente social participa. Nesse contexto, o assistente social deve sempre observar os limites e possibilidades que permeiam o cotidiano da instituição e, assim, elaborar as estratégias de ação em consonância com o Código de Ética de 1993. Para assumir um posicionamento ético-político, o profissional deve romper com o teoricismo sem fundamento, bem como com o pragmatismo que busca apenas respostas a demandas imediatas. Ele, na verdade, necessita materializar a sua competência, mas não aquela competência da organização. Ou seja, o assistente social deve se imbuir de uma competência crítica para fazer a leitura da gênese dos processos sociais e das desigualdades, refletindo sobre estratégias de ação. Como afirma Iamamoto (2000, p. 79), o trabalho do assistente social “Supõe competência teórica e fidelidade ao movimento da realidade; competência técnica e ético-política que subordine o 'como fazer' ao 'o que fazer' e, este, ao 'dever ser', sem perder de vista seu enraizamento no processo social”. Essa postura do assistente social reflete a preocupação com a qualidade dos serviços prestados, bem como o respeito aos usuários dos serviços. É essencial pensar sempre na melhoria dos programas e serviços institucionais e da rede de aten- dimento, bem como lutar sempre contra os critérios de elegibilidade. O novo ethos profissional exige que o assistente social elabore propostas criativas e viáveis para políticas institucionais, ultrapassando os limites e demandas da organização. Isso não significa a não realização de tarefas atribuídas, mas implica dar uma nova roupagem teórico-metodológica e ético-política a elas. Tais requisições para o enfrentamento dos limites e a criação de novas possibilidades exigem que o assistente social esteja em constante formação. A ideia é que ele compreenda as mediações que envolvem os processos sociais e suas expressões nos diversos espaços ocupacionais em que atua. É o arcabouço teórico-metodológico que subsidia a elaboração de uma interpretação crítica 3O trabalho do Serviço Social em instituições sociais da realidade em seu contexto de trabalho. O profissional deve analisar a con- juntura para estabelecer estratégias de ação e negociar propostas de trabalho tanto com a população usuária dos serviços quanto com a própria organização. Veja o que afirma Iamamoto (2000, p. 79) a respeito dos objetivos do projeto profissional do Serviço Social: Os assistentes sociais, apesar do pouco prestígio social e dos baixos salários, formam uma categoria que tem ousado sonhar, que tem ousado ter firmeza na luta, que tem ousado resistir aos obstáculos, porque aposta na história, construindo o futuro, no presente. Em seu cotidiano, o assistente social não pode esquecer que sua atuação profissional está assegurada pelo Código de Ética. Portanto, estão em jogo direitos e deveres. Além disso, você deve considerar que ter compromisso ético cotidianamente é relevante para superar a alienação em relação ao contexto das instituições. Contudo, segundo Faleiros (2014), as instituições em que os assistentes sociais atuam com outros profissionais impõem como valores a produtividade, a exequibilidade, o controle pelo alto e a eficiência na redução de tempo e custo, utilizando as tecnologias e concentrando os dados nas mãos dos gestores. Assim, a atuação na perspectiva do projeto ético-político, embora contra- ditória, contribui para o fortalecimento da categoria e permite indicar algumas estratégias para reflexão e aprofundamento. Segundo Cardoso e Lopes (2009), tais estratégias podem ser potencializadas nos espaços de organização da classe trabalhadora, com vistas à sua mobilização e à sua articulação. A proposta é formular e implementar uma política que concretize a participação das mas- sas por meio da prática concreta, rompendo limites e, de forma organizada, construindo novas relações hegemônicas. Elaborar propostas de intervenção em conjunto com demais equipes da organização fortalece o trabalho coletivo e ultrapassa demandas imediatas. O trabalho do Serviço Social em instituições sociais4 A relativa autonomia do assistente social O Serviço Social é uma profi ssão que, para se realizar no mercado de trabalho, deve estar inserida nas organizações empregadoras. Nesses espaços, o profi ssio- nal dispõe de relativa autonomia para realizar o seu trabalho. Como você sabe, nem todos os profi ssionais são idênticos. Portanto, é importante que a atuação dos assistentes sociais esteja alinhada ao projeto ético-político da profi ssão. O Serviço Social ainda carrega parte do estigma histórico de ser reconhe- cido como uma profissão disciplinadora, visto que antigamente a atuação se voltava para a manutenção da ordem social e o trabalho desenvolvido tinha por objetivo inserir os indivíduos nessa lógica. Contudo, muita coisa mudou: O Código de Ética do assistente social, a democratização do debate profissional impulsionado por suas entidades representativas e os resultantes da revisão curricular dos anos 1980 contribuíram para construir um projeto profissional em uma outra direção social, contraposta à anteriormente mencionada. E a nova proposta de diretrizes curriculares para o curso de Serviço Social, aprovada pelas unidades de ensino do país, vem somar-se no desenvolvimento das preocupações apontadas (IAMAMOTO, 2000, p. 71). O Código de Ética é um instrumento de direcionamento para a atuação profissional. Portanto, possui validade política. Contudo, é sempre um de- safio materializar os princípios contidos nesse código, devido à inserção do profissional em relações sociais e institucionais contraditórias. Ainda assim, você deve estar atento para que tais princípios não se tornem abstratos e desconectados da processualidade histórico-social. O Código de Ética profissional preconiza, no primeiro de seus princípios, o “Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes — autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais” (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2012, p. 23). Além disso, no art. 2º, o Código ressalta a “[…] ampla autonomia no exercício da Profissão, não sendo [o assistente social] obrigado a prestar ser- viços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções” (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2012, p. 26). A seguir, você vai acompanhar uma discussão acerca da autonomia do assistente social no exercício das suas funções nos diversos espaços socio-ocupacionais. Acerca da autonomia do profissional em seu trabalho, Iamamoto (2000, p. 97) afirma que “O assistente social preserva uma relativa independência na definição de prioridades e das formas de execução de seu trabalho, sendo o controle exercido 5O trabalho do Serviço Social em instituições sociais sobre sua atividade distinto daquele a que é submetido, por exemplo, um operário na linha de produção”. Assim, o assistente social possui uma autonomia relativa no exercício de seu trabalhoporque ele é funcionário de uma organização, vende sua força de trabalho para o empregador e está submetido às exigências da organização, que, por conseguinte, lhe paga o seu salário. Portanto, a relativa autonomia se dá na relação entre o empregador (que possui os meios de produção, recursos humanos e financeiros) e o assistente social (que possui a relativa autonomia teórica, técnica e ético-política na condução de suas atividades). Você deve considerar que a autonomia profissional não se restringe ao exercício da atividade profissional com liberdade nem se reduz à dimensão operativa. Também estão em jogo as dimensões teórica e ética, particularizando a intervenção do assistente social na divisão sociotécnica do trabalho. No contexto institucional em que o assistente social se insere, as dimensões contempladas pelo seu trabalho devem estar bem claras. Ou seja, é necessário definir o que é e o que faz o Serviço Social. Essa definição possibilita ao profis- sional apresentar propostas de trabalho para além daquilo que lhe é requisitado. Dessa forma, ele amplia o seu campo de atuação em consonância com as suas competências e atribuições, definidas tanto no Código de Ética de 1993 quanto na lei de regulamentação da profissão (Lei nº. 8.662/1993), dando legitimidade ao seu espaço na divisão sociotécnica do trabalho. Segundo Silva e Souza (2017, documento on-line), a relativa autonomia é parte constitutiva da profissão, “[...] apresentando-se como uma ferramenta que possibilita ao/à assistente social construir sua intervenção profissional tendo como referência a compreensão de seu papel profissional na reprodução contraditória das relações sociais”. Compreender o que é e o que faz o Serviço Social é o que fundamenta o entendimento acerca da sua relativa autonomia. A partir daí, o assistente social pode trabalhar para ampliar o seu campo de autonomia. Essa dinâmica funciona como uma forma de manobra e de garantia de liberdade na condução das respostas profissionais, por sua vez orientadas pelos estatutos éticos e legais que regulamentam a atividade. Considere o seguinte: O trabalho do Serviço Social em instituições sociais6 [...] o projeto de profissão assumido pelos profissionais constitui uma mediação para o exercício da relativa autonomia. Não esqueçamos que, embora prevaleça uma direção social para a profissão, o corpo profissional não é homogêneo, o que implica dizer que as respostas profissionais podem vincular-se ou não ao projeto profissional hegemônico. Portanto, devemos dar a devida importância a cada mediação que se coloca à relativa autonomia, analisando com cautela os condicionantes e determinantes éticos, culturais e objetivos que dinamizam o seu exercício (SILVA; SOUZA, 2017, documento on-line). O exercício da relativa autonomia é mediado pela sistematização da projeção ético-política do Serviço Social, pela direção teórico-metodológica que orienta uma formação crítica e pela intervenção profissional. A relativa autonomia se torna um elemento de resistência do Serviço Social diante da ofensiva neoconservadora do capital. Nesse contexto, mesmo que o Serviço Social seja uma profissão liberal, o exercício da autonomia não se efetiva em sua plenitude, justamente porque a atuação dos assistentes sociais é mediada pela ideologia da organização. Dessa forma, o assistente social deve ter clareza a respeito de seu fazer pro- fissional. A ideia é que ele execute não apenas as tarefas institucionais que lhe são atribuídas, mas também exerça suas competências e atribuições específicas. Nenhum outro profissional pode exercer tais competências e atribuições porque elas estão asseguradas nos aparatos legais que moldam o Serviço Social. Nesta reflexão, é importante você considerar também a instrumentalidade que envolve o trabalho profissional. Tal instrumentalidade é inerente à prática do assistente social e exprime determinado modo de ser e atuar na divisão sociotécnica do trabalho. Tal modo específico foi construído pelo Serviço Social e é reconstruído cotidianamente em meio à reprodução das relações sociais capitalistas. Considerar a instrumentalidade sob essa óptica significa: […] tomá-la como mediação para a construção e qualificação das res- postas profissionais, pois ela possibilita aos assistentes sociais perceberem criticamente o modo como operam sua utilidade social, problematizando-a, a ponto de fundamentar o exercício da relativa autonomia (SILVA; SOUZA, 2017, documento on-line). Assim: Cabe-nos apenas reafirmar que a atual conjuntura põe e repõe muitos desafios ao exercício profissional do/a assistente social e é preciso que o mesmo esteja preparado teórica e politicamente para enfrentá-los. O exercício profissional, na atualidade, está amplamente tensionado pelas determinações sociais e políticas do capital mundializado, nesse sentido, afirmamos que a relativa autonomia não é suprimida do exercício profissional, mas é preciso referenciá-la no 7O trabalho do Serviço Social em instituições sociais debate profissional para que os/as profissionais possam encontrar o respaldo técnico-profissional e político necessário para seu exercício (SILVA; SOUZA, 2017, documento on-line). Você ainda deve considerar que a categoria dos assistentes sociais possui representatividade a nível federal, regional, no ensino e na formação. Isso se dá por meio, respectivamente, dos seguintes órgãos: Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO). Esses órgãos têm por objetivo não apenas fiscalizar o exercício profissional, mas também defender a atuação do assistente social nos diversos espaços socio-ocupacionais. Eles têm como base o Código de Ética de 1993 e as demais normas e resoluções federais e regionais. Além disso, determinam em que consiste a formação profissional (tanto estágio quanto desenvolvimento de pesquisas na área do Serviço Social) e também atuam na organização dos estudantes para compor os espaços de discussão. Como você viu, a relativa autonomia constitui um componente de resis- tência que, a partir da formação crítica, possibilita problematizar os dilemas sociopolíticos da atual conjuntura socioeconômica. A ideia é articular as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa como suporte ao exercício profissional, mesmo em uma realidade adversa ao projeto profissional emancipatório. Se o assistente social se encontrar em situação de desagravo por parte de seus supe- riores ou for obrigado a realizar atividades que não são coerentes com o seu exercício profissional, ele pode acionar o CRESS de sua região para uma avaliação. Assim, ele vai estar respaldado legalmente pelo Conselho e protegido para realizar aquilo que realmente são as suas competências e atribuições profissionais. O trabalho do Serviço Social em instituições sociais8 Planejamento da prática profissional: demandas institucionais e contexto macrossocial O Serviço Social é uma profi ssão inscrita na divisão sociotécnica do trabalho. Ele atua com as expressões da Questão Social que emergem das relações so- ciais e trabalhistas contraditórias da sociedade capitalista. Como você sabe, a contemporaneidade é marcada pelo capital fi nanceiro. Além disso, a busca acelerada pelo avanço tecnológico é uma das prioridades dos governos capita- listas. Dessa forma, a maioria da população sofre com as mazelas da Questão Social, ocasionada pela distribuição desigual da riqueza socialmente produzida. Diante desse cenário, o assistente social deve assumir valores éticos e morais que dão suporte à sua prática profissional. A sua intervenção deve ser reflexiva e transformadora, buscando a efetivação do projeto ético-político do Serviço Social. Em síntese, o papel do assistente social é contribuir com a organização social da classe trabalhadora, estabelecendoestratégias de ação e construindo com os sujeitos alternativas para a melhoria das suas condições de vida e para a efetivação de seus direitos. Um instrumento muito utilizado pelo assistente social em seu cotidiano é o planejamento. Uma leitura da realidade e uma análise histórica mostram que o contexto político, econômico e social influencia na forma como esse instrumento é utilizado para atender às demandas que chegam para o Serviço Social. Assim, se você observar a conjuntura das décadas de 1950 a 1970, vai notar que as políticas sociais pensadas pelo Estado possuíam caráter tecnocrá- tico, a fim de afirmar a ideologia desenvolvimentista. Tais políticas tinham como objetivo adequar o Brasil ao novo modelo econômico, assegurando a reprodução desse modelo e mantendo o seu ritmo de acumulação. O Estado ditador se firmou como uma estrutura burocrática para gerenciar esse modelo, requisitando o conhecimento de profissionais especializados para a condução de práticas intervenientes, dinamizadoras e integradoras no processo de desenvolvimento capitalista. Assim, o planejamento se afirmou como um instrumento a ser manipulado por técnicos para a reprodução do modelo desenvolvimentista proposto pelo Estado. A racionalidade exigida consistia na busca pela eficiência, a fim de que o sistema funcionasse perfei- tamente. Portanto, no que concerne ao planejamento, a população era chamada a colaborar com o processo de modernização dentro dos limites e interesses econômicos e políticos impostos pelo Estado. Nesse período, os profissionais operacionalizaram práticas no âmbito do projeto de modernização utilizando instrumentos e técnicas sociais, entre eles o planejamento. Considere o seguinte: 9O trabalho do Serviço Social em instituições sociais [...] a participação no planejamento nesta época é apenas construção de canais para dinamizar a integração, ou seja, é apenas aderência dos setores subalternos ao projeto de desenvolvimento do Estado e, portanto, exclusão dos processos de decisão. A participação dos setores subalternos é vista como importante na medida em que ela mobiliza as energias dos indivíduos, grupos e comu- nidades para contribuir consensualmente com a modernização do país e, ao mesmo tempo, legitimar a ordem vigente. Neste sentido, as ações planejadas não apontam para rupturas, mas se voltam para o ajuste e a conservação do sistema. Trata-se de uma participação controlada, circunscrita aos parâmetros da ordem dominante (FREITAS, 2015, documento on-line). Devido ao seu rigor técnico, o planejamento é encarado como uma atividade que tem a função de tornar bem-sucedidas instituições e sociedades, sem promover reflexões acerca do caráter ideológico implícito na concepção de “sucesso” inscrita no trabalho dos planejadores. Em uma sociedade marcada pela desigualdade em vários âmbitos da vida social, sem tradição de parti- cipação política, o sucesso, enquanto realização e emancipação individual e coletiva, não é acessível a todos, não há oportunidades para todos. Portanto, a fim de alcançar um planejamento de “sucesso”, é necessário refletir: para quem planejar, com quem e a favor de quem. Todo planejamento é direcionado por um projeto ético-político de sociedade, que alcança sucesso na medida em que os seus ideais se materializam em ações concretas. De forma geral, a instituição não tem o costume de ouvir a fala dos sujeitos como condição prévia para propor um planejamento, seja na composição de planos, projetos ou programas sociais. A possibilidade de se dialogar com os sujeitos é anulada, pois a instituição acredita que apenas os saberes técnico e científico são capazes de definir de forma eficiente o que é melhor para os setores menos favorecidos. Um planejamento que se apoia em valores democráticos considera a realidade vivida pelos usuários e o aprendizado acumulado (conhecimento formal, técnico e científico). Tal planejamento rompe com a compreensão unilateral do conhecimento e constrói um olhar que considera a totalidade. Com os avanços da Constituição Federal de 1988, nos espaços de participa- ção de caráter democrático, encontram-se discussões acerca de experiências de planejamento. Portanto, o protagonismo dos sujeitos, grupos e comunidades na O trabalho do Serviço Social em instituições sociais10 construção de políticas públicas mais horizontalizadas se coloca como desafio para os gestores e técnicos que têm a pretensão de organizar projetos, planos e programas sociais. Nesse sentido, a lei de regulamentação da profissão, em seus arts. 4º e 5º, estabelece as competências e atribuições profissionais dos assistentes sociais. Aqui, você vai ver o que esses artigos determinam acerca do planejamento. O art. 4º, que estabelece as competências do profissional, destaca: [...] VI – planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; [...] VII – planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; [...] X – planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social (BRASIL, 1993, documento on-line). Já o art. 5º, que determina as atribuições do profissional, ressalta: I – coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; II – planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social; III – assessoria e consultoria em órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social (BRASIL, 1993, documento on-line). Assim, o planejamento é reconhecido legalmente como uma das atri- buições do assistente social e pode ser exercido nos diversos espaços socio- -ocupacionais. Ele pode ser utilizado para tensionar o âmbito de luta política e para a defesa dos direitos sociais, bem como para a sua operacionalização junto aos indivíduos. Veja: Um dos pontos principais que se enfatiza é que, ao reconhecer o planejamento enquanto um ato técnico, mas também político, reforça-se a necessidade e pertinência da operacionalização deste em consonância com o que o projeto ético-político da profissão propõe a fim de superar formas centralizadoras, burocráticas e funcionais à ordem hegemônica e colocar-se no âmbito do tensionamento e alargamento da esfera política de atuação do Serviço Social (BERTOLLO, 2016, documento on-line). Como você pode notar, os estatutos normativos que fundamentam e mol- dam o exercício profissional do assistente social possuem um direcionamento político crítico. Eles, contudo, não podem ser descolados do contexto social, muito menos executados fora do âmbito coletivo. O projeto profissional do 11O trabalho do Serviço Social em instituições sociais Serviço Social tem como premissa a construção de uma nova ordem societária, ou seja, o projeto é contra-hegemônico ao que está estabelecido. O assistente social é requisitado a elaborar, operacionalizar e avaliar pro- gramas e projetos, que são os meios para a materialização do planejamento nas várias áreas de atuação desse profissional. O Serviço Social, com o passar do tempo, conquistou seu espaço e se inseriu tanto no setor público quanto no setor privado. Hoje, o assistente social não ocupa apenas cargos técnicos, mas também chefia e faz a gestão de várias políticas sociais. Ele se destaca nas políticas de assistência social, saúde, educação e habitação, de modo que se exige o seu conhecimento acerca do planejamento profissional. No setor privado, o assistente social precisa desenvolver planos, programas e projetos para os funcionários e suas famílias. Além disso, nas empresas, tem crescido muito a preocupação com a responsabilidade social, de modo que o assistente social é um dos profissionais requisitados para intervir. Para materializar o projeto profissional hegemônico e não cair em uma atu- ação pragmática, é importante que o assistente social tenha umconhecimento crítico da realidade. Ou seja, ele deve compreender como a Questão Social incide na vida dos indivíduos, bem como entender que a história é feita pelos sujeitos. Portanto, “[...] cabe ao assistente social planejador, executor e avaliador de planos, programas e projetos superar a tensão entre o projeto profissional e os limites postos pelo processo de assalariamento” (BERTOLLO, 2016, documento on-line). O que se propõe é o desafio de reconstruir o objeto de intervenção a fim de não se submeter ao imediatismo e à praticidade exigidos pela instituição. A ideia é construir junto aos usuários dos serviços ofertados o enfrentamento e a busca pela superação das expressões da Questão Social. Além disso, o assistente social deve reestruturar as demandas e mediar interesses diversos numa determinada direção ético-política. O profissional deve analisar a realidade operacionalizando o planejamento e seus instrumentos a partir da estrutura das classes sociais, no contexto das relações econômicas da sociedade capitalista. Veja: O trabalho do Serviço Social em instituições sociais12 É consenso que para se alcançar patamares superiores de civilidade, superan- do a barbárie que se põe atualmente no cotidiano e vida dos sujeitos, faz-se necessário superar o Estado político centralizado e burocrático do capital. A partir desta perspectiva, o planejamento torna-se uma mediação do exercício profissional do assistente social (BERTOLLO, 2016, documento on-line). Portanto, você deve considerar que os usuários são capazes de realizar as suas escolhas, criando mecanismos de superação dos limites sociais. Nesse mo- vimento, o planejamento participativo é uma metodologia para o alargamento da esfera política, visto que o Serviço Social é uma profissão interventiva e que o viés da transformação deve se localizar no eixo do trabalho profissional. Segundo Bertollo (2016, documento on-line), entre as inúmeras metodologias em que o planejamento pode ser realizado, destaca-se o planejamento parti- cipativo, já que ele “[...] ‘horizontaliza’ o ato de planejar, executar e avaliar, pois considera os indivíduos sujeitos políticos com capacidade de interferir nas deliberações, no que e como está sendo proposto”. Como você pode notar, esse posicionamento está alinhado com o projeto ético-político do Serviço Social. Em tempos de capital financeiro, é necessário refletir sobre os impactos da ideologia neoliberal no trabalho do assistente social, na forma como a institui- ção compreende esse trabalho, nas políticas sociais mínimas e na proposta de implantação dessas políticas por meio do Serviço Social. A instituição carrega a proposta de trabalho do Estado mínimo, portanto entende que o profissional é, prioritariamente, um executor terminal de políticas, alinhando a prática dos atendimentos ao projeto societário dominante. Nesse contexto, o assistente social é chamado a refletir sobre sua prática, compreendendo que suas ações devem se alinhar ao projeto profissional e societário hegemônico da categoria, consoante com o projeto ético-político. O assistente social deve planejar, executar e avaliar planos, programas e projetos. Ao se apropriar de metodologias, precisa incorporá-las ao seu cotidiano de trabalho de forma crítica. Além disso, ele deve reconhecer os determinantes da realidade social (econômicos, sociais, políticos, etc.), per- cebendo os usuários como sujeitos de direitos. Essas são condutas essenciais para a superação da burocratização e da tecnificação do planejamento, que, como você viu, contribuem para a manutenção de uma ordem social desigual e contraditória, que não se relaciona com o projeto profissional do Serviço Social. 13O trabalho do Serviço Social em instituições sociais Uma das atribuições do assistente social é executar e gerir políticas sociais. No vídeo disponível no link a seguir, você pode acompanhar uma reflexão acerca do trabalho desenvolvido pelo assistente social na sociedade capitalista, tendo como instrumento as políticas sociais e considerando as especificidades da realidade brasileira. https://goo.gl/KJygby BERTOLLO, K. Planejamento em serviço social: tensões e desafios no exercício profis- sional. Temporalis, v. 16, nº. 31, jan./jun. 2016. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/ temporalis/article/view/11943/10111. Acesso em: 6 mar. 2019. BRASIL. Lei nº. 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências. Brasília: Senado Federal, 1993.Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8662.htm. Acesso em: 6 mar. 2019. CARDOSO, F. G.; LOPES, J. B. O trabalho do assistente social nas organizações da classe trabalhadora. In: CFESS (org.). Serviço social: direitos sociais e competências profissio- nais. unidade IV. Brasília: CFESS, 2009. Disponível em: http://www.cressrn.org.br/files/ arquivos/7td9938a021b2W55LR0Y.pdf. Acesso em: 6 mar. 2019. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de Ética do/a assistente social: lei 8662/93 de regulamentação da profissão. 10. ed. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2012. FALEIROS, V. P. O serviço social no cotidiano: fios e desafios. Serviço Social & Sociedade, nº. 120, out./dez. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n120/07.pdf. Acesso em: 1 mar. 2019. FREITAS, B. P. Caminhos do planejamento: alternativas de reflexão e ação na contempora- neidade. Cadernos Zigmunt Bauman, v. 5, nº. 10, 2015. Disponível em: http://www.periodi- coseletronicos.ufma.br/index.php/bauman/article/view/4148/2279. Acesso em: 6 mar. 2019. IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profis- sional. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2000. SILVA, J. A.; SOUZA, M. A. S. P. A relativa autonomia na literatura do serviço social: elementos constitutivos do debate. Textos & Contextos, v. 16, nº. 2, ago./dez. 2017. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/fass/ojs/index.php/fass/article/ view/26658/16420. Acesso em: 6 mar. 2019. O trabalho do Serviço Social em instituições sociais14 Leitura recomendada DESAFIO profissão: serviço social nas políticas públicas. Produzido pela equipe de Orientação Profissional do curso de Psicologia em parceria com o NACE – Orientação Vocacional, sendo apresentado pelo professor Silvio Bock. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (28 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_ws1neELq0k. Acesso em: 6 mar. 2019. 15O trabalho do Serviço Social em instituições sociais DICA DO PROFESSOR O Serviço Social desenvolve o seu trabalho em diversos espaços ocupacionais. É certo dizer que são espaços contraditórios e que, em sua maioria, têm um pensamento voltado à ideologia dominante. Dessa forma, é comum o assistente social enfrentar em seu cotidiano profissional certos embates com seus superiores, visto defender um projeto profissional diferente daquele que está instaurado. Nesta Dica do Professor, você vai conhecer sobre a relativa autonomia do assistente social em seus espaços sócio-ocupacionais. Importante lembrar que os assistentes sociais são respaldados em sua atuação pelas normativas legais, tais como o Código de Ética e a Lei de Regulamentação da Profissão, que, em seu texto, trazem a autonomia profissional como uma das prerrogativas das competências e atribuições que são desempenhadas por este profissional. Entretanto, a lógica institucional impede, muitas vezes, que o(a) assistente social exerça a sua autonomia por impor a sua ideologia burocrática, tornando o trabalha desenvolvido meramente técnico. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O assistente social é chamado a desenvolver algumas competências e atribuições no seu trabalho profissional. Segundo os estatutos normativos da profissão, o planejamento envolve quais competências? A) Realizar a gestão de políticas sociais de forma pragmática. B) Elaborar ações e atividades conforme os interesses da instituição. C) Elaborar, operacionalizare avaliar programas e projetos. D) Executar os projetos da instituição. E) Executar e inserir os usuários nos programas da instituição. 2) O planejamento é uma competência profissional a ser desenvolvida pelo assistente social no seu cotidiano de trabalho, e deve materializar-se conforme os princípios éticos da profissão. Para além de um ato técnico, o planejamento também é: A) um ato operacional. B) um ato burocrático. C) um ato regulador. D) um ato político. E) um ato organizativo. 3) A autonomia profissional do assistente faz parte do exercício profissional e está assegurada no Código de Ética de 1993. A relativa autonomia do assistente social, embora mediada pela lógica institucional, se configura como: A) um elemento de resistência do Serviço Social diante da ofensiva do capital. B) um mecanismo para perpetuação da lógica institucional. C) uma dimensão que se restringe apenas à dimensão operativa. D) um elemento de fortalecimento das ideias institucionais. E) um elemento para a manutenção da ordem estabelecida. 4) O assistente social, em sua atuação, deve se apropriar da teoria social crítica para realizar uma leitura de realidade crítica e apreender as mediações da totalidade social. A fim de evitar atitudes fatalistas em sua atuação profissional, o assistente social deve: A) pautar suas ações no regimento interno da instituição. B) direcionar as ações para o alívio imediato das demandas atendidas. C) se apropriar das possibilidades e contradições presentes na dinâmica social. D) compreender as demandas apenas na sua imediaticidade. E) não considerar o contexto social para análise das demandas. 5) Na atual forma de organização da sociedade capitalista e com o adensamento da ideologia neoliberal, o profissional conta com políticas sociais residuais para atender às demandas que chegam à instituição. Embora o assistente social tenha competências para ultrapassar uma atuação técnica e burocrática, em muitos espaços de atuação, o profissional é chamado a atender essas demandas imediatas; portanto, para as instituições, o assistente social acaba se tornando: A) um importante profissional para a conduzir ações que superem desigualdades sociais. B) um profissional capaz de mobilizar grupos sociais para solucionar demandas. C) um profissional qualificado, que pauta suas ações em princípios éticos. D) um agente que possibilita a transformação social. E) um mero executor terminal de políticas sociais. NA PRÁTICA Para o desenvolvimento do trabalho profissional, o assistente social tem algumas competências profissionais que o auxiliam em sua atuação; uma dessas competências é o planejamento. Você verá Na Prática como o planejamento da prática profissional, executado nas dimensões do Código de Ética do Serviço Social, pode trazer resultados positivos para os usuários, para o enfrentamento das demandas institucionais e do contexto macrossocial. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Planejamento e gestão na responsabilidade social: desafios para o Serviço Social (Tamiris Garcia da Silveira) Nesta dissertação de mestrado, a autora teve por objetivo conhecer, a partir de estudo de caso, pautado em pesquisa bibliográfica, documental e de campo, o trabalho profissional do assistente social na área organizacional, analisando sob a perspectiva do planejamento e da gestão do trabalho no desenvolvimento de ações de responsabilidade social. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A relativa autonomia: a questão do caráter de profissional liberal do assistente social - Dissertação de mestrado (Adriéli Volpato Craveiro) Nesta dissertação de mestrado, a autora traz como objeto da pesquisa a autonomia do assistente social perante o caráter liberal e a sua condição de assalariado. O objetivo principal é verificar se a tese da relativa autonomia resolve o conflito entre o caráter liberal e a condição assalariada do trabalho dos assistentes sociais. O recurso à relatividade não resolve o problema da inserção subordinada ao mercado de trabalho e apresenta novos problemas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A relativa autonomia do assistente social na implementação das políticas sociais: elementos explicativos Este artigo tem como objetivo refletir sobre a inter-relação de dois elementos que permeiam a ação profissional em seu espaço sócio-ocupacional: a relativa autonomia do Estado capitalista e a apreensão da ação profissional como um trabalho em serviço. Apresentam-se esses dois elementos, destacando-se como eles explicam e favorecem a relativa autonomia profissional. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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