Buscar

O trabalho do Serviço Social em Instituições Sociais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O trabalho do Serviço Social em 
instituições sociais
APRESENTAÇÃO
A atuação profissional está respaldada pelos estatutos legais da profissão, como o Código de 
Ética de 1993 e a Lei de Regulamentação (8.662/93), que definem quais são as atribuições e 
competências profissionais que fundamentam e direcionam as ações do assistente social, no 
sentido de promover a transformação social da realidade cotidiana dos usuários.
Portanto, o profissional tem autonomia para definir a direção do seu trabalho, bem como o uso 
dos instrumentais de acordo com o projeto profissional adotado, contudo não pode deixar de 
considerar que as instituições são espaços contraditórios, e que muitas vezes impõem ao 
profissional como deve ser realizado o seu trabalho.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você está convidado a refletir acerca dos limites e 
possibilidades que o assistente social enfrenta em seu cotidiano de trabalho na 
contemporaneidade, além de perceber que tem uma relativa autonomia no desenvolvimento de 
seu trabalho, mesmo com o apoio dos estatutos normativos que sustentam a atuação 
profissional, devido à imposição da ideologia da organização que tecnifica o seu trabalho. Você 
também aprenderá acerca do planejamento como uma estratégia de ação diante das demandas 
institucionais e uma forma de enfrentamento contra-hegemônica.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os limites e as possibilidades do trabalho em instituições sociais na 
contemporaneidade.
•
Analisar a autonomia do assistente social em seus espaços socio-ocupacionais.•
Desenvolver um planejamento de prática profissional perante as demandas institucionais e 
o contexto macrossocial.
•
DESAFIO
As instituições sociais são espaços de atuação do Serviço Social que estão inseridos na dinâmica 
da sociedade capitalista, portanto são espaços contraditórios. O assistente social é chamado a 
intervir na realidade cotidiana dos usuários que chegam para atendimento, e deve apropriar-se 
da teoria social crítica e das políticas sociais para assim promover a transformação social. 
Percebendo a dinamicidade da sociedade e as várias modificações das políticas sociais, que 
estão alinhadas com a política econômica, é imprescindível que o profissional se mantenha 
atualizado acerca das mudanças que ocorrem no cenário social, econômico, político e cultural, 
entre outros.
Você vê esse curso como importante oportunidade para se atualizar acerca da política social 
para a pessoa idosa, mas não conseguiu dispensa do trabalho, o que faria para conseguir 
participar do curso?
INFOGRÁFICO
A inserção do assistente social nas instituições sociais é permeada pela contradição que envolve 
os processos sociais na sociedade capitalista. Ao passo que deve atender às demandas 
institucionais, o profissional também deve manter o compromisso com o projeto ético-político 
profissional de promover a transformação social na realidade cotidiana dos usuários.
Neste Infográfico, você vai aprender acerca dos limites e das possibilidades do trabalho 
profissional do assistente social nos diversos espaços ocupacionais. Você vai entender que o 
projeto ético-político da profissão exige que se ultrapassem as demandas institucionais 
imediatas, vislumbrando a transformação social da vida dos usuários que são atendidos. 
CONTEÚDO DO LIVRO
Neste livro, você vai aprender sobre a prática do Serviço Social em instituições sociais e 
identificar os limites, as possibilidades e os desafios do fazer profissional no espaço sócio-
ocupacional em que atua.
No capítulo O trabalho do Serviço Social em instituições sociais, da obra Análise institucional e 
Serviço Social, você verá acerca dos limites e possibilidades enfrentados pelo assistente social 
nas instituições que pregam a sua ideologia burocrática e fazem o trabalho do profissional se 
tornar apenas mera execução da política, desconsiderando o caráter teórico-metodológico e 
ético-político da atuação profissional.
Boa leitura.
ANÁLISE 
INSTITUCIONAL E 
SERVIÇO SOCIAL
Láis Vila Verde Teixeira
O trabalho do Serviço Social 
em instituições sociais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os limites e possibilidades do trabalho em instituições 
sociais na contemporaneidade.
  Analisar a autonomia do assistente social em seus espaços 
socio-ocupacionais.
  Desenvolver um planejamento de prática profissional frente às de-
mandas institucionais e ao contexto macrossocial.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar a prática do Serviço Social em institui-
ções sociais. Como você vai ver, as instituições sociais são um espaço 
privilegiado para a atuação dos assistentes sociais. Contudo, elas também 
envolvem grandes desafios.
Primeiramente, você vai refletir sobre o trabalho do assistente social 
em instituições na contemporaneidade, atentando aos seus limites e 
às suas possibilidades. Em seguida, você vai acompanhar uma discus-
são acerca da relativa autonomia do assistente social em seu espaço 
socio-ocupacional. Por fim, você vai ver como ocorre o planejamento 
da prática profissional diante das demandas institucionais e do contexto 
macrossocial. O planejamento foi reconhecido legalmente como uma das 
atribuições do assistente social e pode ser utilizado para o tensionamento 
da luta política e para a defesa dos direitos sociais.
O trabalho do assistente social na 
contemporaneidade: limites e possibilidades
O assistente social é um profi ssional conhecido por implementar políticas 
sociais. Por isso, muitos o consideram um mero executor terminal dessas 
políticas, que atua diretamente com os usuários. Contudo, o mercado atual 
exige um profi ssional que, além de executar as políticas sociais, participe da 
sua formulação e da sua gestão. Veja o que Iamamoto (2000, p. 20) afi rma a 
respeito das demandas contemporâneas:
Responder a tais requerimentos exige uma ruptura com a atividade burocrática 
e rotineira, que reduz o trabalho do assistente social a mero emprego, como se 
esse se limitasse ao cumprimento burocrático de horário, à realização de um 
leque de tarefas as mais diversas, ao cumprimento de atividades preestabelecidas.
O exercício da profissão envolve muito mais do que cumprir a rotina bu-
rocrática da instituição. Está em jogo a atuação de um profissional que possui 
competência para propor ações, para apresentar e negociar seus projetos. Tal 
profissional deve defender seu campo de trabalho e seu Código de Ética, além 
de possuir qualificação e conhecer as suas funções. É tarefa primordial do 
assistente social fazer a leitura crítica da realidade para retirar dela possibili-
dades e transformá-las em alternativas, projetos e frentes de trabalho.
É importante você compreender que a conjuntura impõe limites e possibili-
dades. Porém, é possível propor alternativas inovadoras a partir da apropriação 
das possibilidades e contradições da própria dinâmica da vida social. Entender 
essa dinâmica evita atitudes fatalistas ou messiânicas diante do processo 
histórico que se desenvolve. Afinal, “Tal visão determinista e a-histórica da 
realidade conduz à acomodação, à otimização do trabalho, ao burocratismo 
e à mediocridade profissional” (IAMAMOTO, 2000, p. 21).
Para uma atuação profissional que vislumbre a transformação da vida dos 
usuários, é essencial romper com uma visão rotineira, reiterativa e burocrática 
do Serviço Social. Tal visão impede o alcance de possibilidades inovadoras 
para as ações que se pretendem desenvolver. Considere o seguinte:
Embora regulamentado como uma profissão liberal na sociedade, o Serviço 
Social não se realiza como tal. Isso significa que o assistente social não 
detém todos os meios necessários para a efetivação de seu trabalho: finan-
ceiros, técnicos e humanos necessários ao exercício profissional autônomo. 
Depende de recursos previstos nos programas e projetos da instituiçãoque 
o requisita e o contrata, por meio dos quais é exercido o trabalho especiali-
O trabalho do Serviço Social em instituições sociais2
zado. Em outros termos, parte dos meios ou recursos materiais, financeiros 
e organizacionais necessários ao exercício desse trabalho é fornecida pelas 
entidades empregadoras. Portanto, a condição de trabalhador assalariado não 
só enquadra o Assistente Social na relação de compra e venda da força de 
trabalho, mas molda a sua inserção socioinstitucional na sociedade brasileira 
(IAMAMOTO, 2000, p. 62).
A autonomia do profissional é afetada pela dependência da organização 
que viabiliza aos usuários o acesso a seus serviços, fornecendo meios e re-
cursos. Além disso, tal instituição estabelece prioridades e prazos a serem 
cumpridos, define papéis e funções que interferem no cotidiano de trabalho 
e, muitas vezes, requisita do profissional tarefas que não são de sua compe-
tência. Portanto, é a instituição que organiza o processo de trabalho de que o 
assistente social participa.
Nesse contexto, o assistente social deve sempre observar os limites e 
possibilidades que permeiam o cotidiano da instituição e, assim, elaborar 
as estratégias de ação em consonância com o Código de Ética de 1993. Para 
assumir um posicionamento ético-político, o profissional deve romper com o 
teoricismo sem fundamento, bem como com o pragmatismo que busca apenas 
respostas a demandas imediatas. Ele, na verdade, necessita materializar a sua 
competência, mas não aquela competência da organização. Ou seja, o assistente 
social deve se imbuir de uma competência crítica para fazer a leitura da gênese 
dos processos sociais e das desigualdades, refletindo sobre estratégias de ação.
Como afirma Iamamoto (2000, p. 79), o trabalho do assistente social “Supõe 
competência teórica e fidelidade ao movimento da realidade; competência 
técnica e ético-política que subordine o 'como fazer' ao 'o que fazer' e, este, 
ao 'dever ser', sem perder de vista seu enraizamento no processo social”. Essa 
postura do assistente social reflete a preocupação com a qualidade dos serviços 
prestados, bem como o respeito aos usuários dos serviços. É essencial pensar 
sempre na melhoria dos programas e serviços institucionais e da rede de aten-
dimento, bem como lutar sempre contra os critérios de elegibilidade. O novo 
ethos profissional exige que o assistente social elabore propostas criativas e 
viáveis para políticas institucionais, ultrapassando os limites e demandas da 
organização. Isso não significa a não realização de tarefas atribuídas, mas 
implica dar uma nova roupagem teórico-metodológica e ético-política a elas.
Tais requisições para o enfrentamento dos limites e a criação de novas 
possibilidades exigem que o assistente social esteja em constante formação. A 
ideia é que ele compreenda as mediações que envolvem os processos sociais e 
suas expressões nos diversos espaços ocupacionais em que atua. É o arcabouço 
teórico-metodológico que subsidia a elaboração de uma interpretação crítica 
3O trabalho do Serviço Social em instituições sociais
da realidade em seu contexto de trabalho. O profissional deve analisar a con-
juntura para estabelecer estratégias de ação e negociar propostas de trabalho 
tanto com a população usuária dos serviços quanto com a própria organização. 
Veja o que afirma Iamamoto (2000, p. 79) a respeito dos objetivos do projeto 
profissional do Serviço Social:
Os assistentes sociais, apesar do pouco prestígio social e dos baixos salários, 
formam uma categoria que tem ousado sonhar, que tem ousado ter firmeza 
na luta, que tem ousado resistir aos obstáculos, porque aposta na história, 
construindo o futuro, no presente.
Em seu cotidiano, o assistente social não pode esquecer que sua atuação 
profissional está assegurada pelo Código de Ética. Portanto, estão em jogo 
direitos e deveres. Além disso, você deve considerar que ter compromisso ético 
cotidianamente é relevante para superar a alienação em relação ao contexto 
das instituições. Contudo, segundo Faleiros (2014), as instituições em que os 
assistentes sociais atuam com outros profissionais impõem como valores a 
produtividade, a exequibilidade, o controle pelo alto e a eficiência na redução 
de tempo e custo, utilizando as tecnologias e concentrando os dados nas mãos 
dos gestores.
Assim, a atuação na perspectiva do projeto ético-político, embora contra-
ditória, contribui para o fortalecimento da categoria e permite indicar algumas 
estratégias para reflexão e aprofundamento. Segundo Cardoso e Lopes (2009), 
tais estratégias podem ser potencializadas nos espaços de organização da classe 
trabalhadora, com vistas à sua mobilização e à sua articulação. A proposta é 
formular e implementar uma política que concretize a participação das mas-
sas por meio da prática concreta, rompendo limites e, de forma organizada, 
construindo novas relações hegemônicas.
Elaborar propostas de intervenção em conjunto com demais equipes da organização 
fortalece o trabalho coletivo e ultrapassa demandas imediatas.
O trabalho do Serviço Social em instituições sociais4
A relativa autonomia do assistente social
O Serviço Social é uma profi ssão que, para se realizar no mercado de trabalho, 
deve estar inserida nas organizações empregadoras. Nesses espaços, o profi ssio-
nal dispõe de relativa autonomia para realizar o seu trabalho. Como você sabe, 
nem todos os profi ssionais são idênticos. Portanto, é importante que a atuação 
dos assistentes sociais esteja alinhada ao projeto ético-político da profi ssão.
O Serviço Social ainda carrega parte do estigma histórico de ser reconhe-
cido como uma profissão disciplinadora, visto que antigamente a atuação se 
voltava para a manutenção da ordem social e o trabalho desenvolvido tinha 
por objetivo inserir os indivíduos nessa lógica. Contudo, muita coisa mudou:
O Código de Ética do assistente social, a democratização do debate profissional 
impulsionado por suas entidades representativas e os resultantes da revisão 
curricular dos anos 1980 contribuíram para construir um projeto profissional 
em uma outra direção social, contraposta à anteriormente mencionada. E 
a nova proposta de diretrizes curriculares para o curso de Serviço Social, 
aprovada pelas unidades de ensino do país, vem somar-se no desenvolvimento 
das preocupações apontadas (IAMAMOTO, 2000, p. 71).
O Código de Ética é um instrumento de direcionamento para a atuação 
profissional. Portanto, possui validade política. Contudo, é sempre um de-
safio materializar os princípios contidos nesse código, devido à inserção do 
profissional em relações sociais e institucionais contraditórias. Ainda assim, 
você deve estar atento para que tais princípios não se tornem abstratos e 
desconectados da processualidade histórico-social.
O Código de Ética profissional preconiza, no primeiro de seus princípios, 
o “Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes — autonomia, emancipação e plena expansão dos 
indivíduos sociais” (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2012, 
p. 23). Além disso, no art. 2º, o Código ressalta a “[…] ampla autonomia no 
exercício da Profissão, não sendo [o assistente social] obrigado a prestar ser-
viços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções” 
(CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2012, p. 26). A seguir, você 
vai acompanhar uma discussão acerca da autonomia do assistente social no 
exercício das suas funções nos diversos espaços socio-ocupacionais.
Acerca da autonomia do profissional em seu trabalho, Iamamoto (2000, p. 97) 
afirma que “O assistente social preserva uma relativa independência na definição 
de prioridades e das formas de execução de seu trabalho, sendo o controle exercido 
5O trabalho do Serviço Social em instituições sociais
sobre sua atividade distinto daquele a que é submetido, por exemplo, um operário 
na linha de produção”. 
Assim, o assistente social possui uma autonomia relativa no exercício de 
seu trabalhoporque ele é funcionário de uma organização, vende sua força de 
trabalho para o empregador e está submetido às exigências da organização, 
que, por conseguinte, lhe paga o seu salário. Portanto, a relativa autonomia se 
dá na relação entre o empregador (que possui os meios de produção, recursos 
humanos e financeiros) e o assistente social (que possui a relativa autonomia 
teórica, técnica e ético-política na condução de suas atividades).
Você deve considerar que a autonomia profissional não se restringe ao exercício da 
atividade profissional com liberdade nem se reduz à dimensão operativa. Também 
estão em jogo as dimensões teórica e ética, particularizando a intervenção do assistente 
social na divisão sociotécnica do trabalho.
No contexto institucional em que o assistente social se insere, as dimensões 
contempladas pelo seu trabalho devem estar bem claras. Ou seja, é necessário 
definir o que é e o que faz o Serviço Social. Essa definição possibilita ao profis-
sional apresentar propostas de trabalho para além daquilo que lhe é requisitado. 
Dessa forma, ele amplia o seu campo de atuação em consonância com as suas 
competências e atribuições, definidas tanto no Código de Ética de 1993 quanto 
na lei de regulamentação da profissão (Lei nº. 8.662/1993), dando legitimidade 
ao seu espaço na divisão sociotécnica do trabalho. Segundo Silva e Souza (2017, 
documento on-line), a relativa autonomia é parte constitutiva da profissão, “[...] 
apresentando-se como uma ferramenta que possibilita ao/à assistente social 
construir sua intervenção profissional tendo como referência a compreensão 
de seu papel profissional na reprodução contraditória das relações sociais”.
Compreender o que é e o que faz o Serviço Social é o que fundamenta 
o entendimento acerca da sua relativa autonomia. A partir daí, o assistente 
social pode trabalhar para ampliar o seu campo de autonomia. Essa dinâmica 
funciona como uma forma de manobra e de garantia de liberdade na condução 
das respostas profissionais, por sua vez orientadas pelos estatutos éticos e 
legais que regulamentam a atividade. Considere o seguinte:
O trabalho do Serviço Social em instituições sociais6
[...] o projeto de profissão assumido pelos profissionais constitui uma mediação 
para o exercício da relativa autonomia. Não esqueçamos que, embora prevaleça 
uma direção social para a profissão, o corpo profissional não é homogêneo, o 
que implica dizer que as respostas profissionais podem vincular-se ou não ao 
projeto profissional hegemônico. Portanto, devemos dar a devida importância 
a cada mediação que se coloca à relativa autonomia, analisando com cautela 
os condicionantes e determinantes éticos, culturais e objetivos que dinamizam 
o seu exercício (SILVA; SOUZA, 2017, documento on-line).
O exercício da relativa autonomia é mediado pela sistematização da projeção 
ético-política do Serviço Social, pela direção teórico-metodológica que orienta uma 
formação crítica e pela intervenção profissional. A relativa autonomia se torna um 
elemento de resistência do Serviço Social diante da ofensiva neoconservadora do 
capital. Nesse contexto, mesmo que o Serviço Social seja uma profissão liberal, 
o exercício da autonomia não se efetiva em sua plenitude, justamente porque a 
atuação dos assistentes sociais é mediada pela ideologia da organização.
Dessa forma, o assistente social deve ter clareza a respeito de seu fazer pro-
fissional. A ideia é que ele execute não apenas as tarefas institucionais que lhe 
são atribuídas, mas também exerça suas competências e atribuições específicas. 
Nenhum outro profissional pode exercer tais competências e atribuições porque 
elas estão asseguradas nos aparatos legais que moldam o Serviço Social.
Nesta reflexão, é importante você considerar também a instrumentalidade 
que envolve o trabalho profissional. Tal instrumentalidade é inerente à prática 
do assistente social e exprime determinado modo de ser e atuar na divisão 
sociotécnica do trabalho. Tal modo específico foi construído pelo Serviço 
Social e é reconstruído cotidianamente em meio à reprodução das relações 
sociais capitalistas. Considerar a instrumentalidade sob essa óptica significa: 
[…] tomá-la como mediação para a construção e qualificação das res-
postas profissionais, pois ela possibilita aos assistentes sociais perceberem 
criticamente o modo como operam sua utilidade social, problematizando-a, 
a ponto de fundamentar o exercício da relativa autonomia (SILVA; SOUZA, 
2017, documento on-line). 
Assim:
Cabe-nos apenas reafirmar que a atual conjuntura põe e repõe muitos desafios 
ao exercício profissional do/a assistente social e é preciso que o mesmo esteja 
preparado teórica e politicamente para enfrentá-los. O exercício profissional, na 
atualidade, está amplamente tensionado pelas determinações sociais e políticas 
do capital mundializado, nesse sentido, afirmamos que a relativa autonomia 
não é suprimida do exercício profissional, mas é preciso referenciá-la no 
7O trabalho do Serviço Social em instituições sociais
debate profissional para que os/as profissionais possam encontrar o respaldo 
técnico-profissional e político necessário para seu exercício (SILVA; SOUZA, 
2017, documento on-line).
Você ainda deve considerar que a categoria dos assistentes sociais possui 
representatividade a nível federal, regional, no ensino e na formação. Isso se dá 
por meio, respectivamente, dos seguintes órgãos: Conselho Federal de Serviço 
Social (CFESS), Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), Associação 
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e Executiva 
Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO). Esses órgãos têm por 
objetivo não apenas fiscalizar o exercício profissional, mas também defender 
a atuação do assistente social nos diversos espaços socio-ocupacionais. Eles 
têm como base o Código de Ética de 1993 e as demais normas e resoluções 
federais e regionais. Além disso, determinam em que consiste a formação 
profissional (tanto estágio quanto desenvolvimento de pesquisas na área do 
Serviço Social) e também atuam na organização dos estudantes para compor 
os espaços de discussão.
Como você viu, a relativa autonomia constitui um componente de resis-
tência que, a partir da formação crítica, possibilita problematizar os dilemas 
sociopolíticos da atual conjuntura socioeconômica. A ideia é articular as 
dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa como 
suporte ao exercício profissional, mesmo em uma realidade adversa ao projeto 
profissional emancipatório.
Se o assistente social se encontrar em situação de desagravo por parte de seus supe-
riores ou for obrigado a realizar atividades que não são coerentes com o seu exercício 
profissional, ele pode acionar o CRESS de sua região para uma avaliação. Assim, ele 
vai estar respaldado legalmente pelo Conselho e protegido para realizar aquilo que 
realmente são as suas competências e atribuições profissionais.
O trabalho do Serviço Social em instituições sociais8
Planejamento da prática profissional: 
demandas institucionais e contexto 
macrossocial
O Serviço Social é uma profi ssão inscrita na divisão sociotécnica do trabalho. 
Ele atua com as expressões da Questão Social que emergem das relações so-
ciais e trabalhistas contraditórias da sociedade capitalista. Como você sabe, 
a contemporaneidade é marcada pelo capital fi nanceiro. Além disso, a busca 
acelerada pelo avanço tecnológico é uma das prioridades dos governos capita-
listas. Dessa forma, a maioria da população sofre com as mazelas da Questão 
Social, ocasionada pela distribuição desigual da riqueza socialmente produzida.
Diante desse cenário, o assistente social deve assumir valores éticos e 
morais que dão suporte à sua prática profissional. A sua intervenção deve ser 
reflexiva e transformadora, buscando a efetivação do projeto ético-político 
do Serviço Social. Em síntese, o papel do assistente social é contribuir com a 
organização social da classe trabalhadora, estabelecendoestratégias de ação 
e construindo com os sujeitos alternativas para a melhoria das suas condições 
de vida e para a efetivação de seus direitos.
Um instrumento muito utilizado pelo assistente social em seu cotidiano é 
o planejamento. Uma leitura da realidade e uma análise histórica mostram 
que o contexto político, econômico e social influencia na forma como esse 
instrumento é utilizado para atender às demandas que chegam para o Serviço 
Social. Assim, se você observar a conjuntura das décadas de 1950 a 1970, vai 
notar que as políticas sociais pensadas pelo Estado possuíam caráter tecnocrá-
tico, a fim de afirmar a ideologia desenvolvimentista. Tais políticas tinham 
como objetivo adequar o Brasil ao novo modelo econômico, assegurando a 
reprodução desse modelo e mantendo o seu ritmo de acumulação.
O Estado ditador se firmou como uma estrutura burocrática para gerenciar 
esse modelo, requisitando o conhecimento de profissionais especializados 
para a condução de práticas intervenientes, dinamizadoras e integradoras no 
processo de desenvolvimento capitalista. Assim, o planejamento se afirmou 
como um instrumento a ser manipulado por técnicos para a reprodução do 
modelo desenvolvimentista proposto pelo Estado. A racionalidade exigida 
consistia na busca pela eficiência, a fim de que o sistema funcionasse perfei-
tamente. Portanto, no que concerne ao planejamento, a população era chamada 
a colaborar com o processo de modernização dentro dos limites e interesses 
econômicos e políticos impostos pelo Estado. Nesse período, os profissionais 
operacionalizaram práticas no âmbito do projeto de modernização utilizando 
instrumentos e técnicas sociais, entre eles o planejamento. Considere o seguinte:
9O trabalho do Serviço Social em instituições sociais
[...] a participação no planejamento nesta época é apenas construção de canais 
para dinamizar a integração, ou seja, é apenas aderência dos setores subalternos 
ao projeto de desenvolvimento do Estado e, portanto, exclusão dos processos 
de decisão. A participação dos setores subalternos é vista como importante 
na medida em que ela mobiliza as energias dos indivíduos, grupos e comu-
nidades para contribuir consensualmente com a modernização do país e, ao 
mesmo tempo, legitimar a ordem vigente. Neste sentido, as ações planejadas 
não apontam para rupturas, mas se voltam para o ajuste e a conservação do 
sistema. Trata-se de uma participação controlada, circunscrita aos parâmetros 
da ordem dominante (FREITAS, 2015, documento on-line).
Devido ao seu rigor técnico, o planejamento é encarado como uma atividade 
que tem a função de tornar bem-sucedidas instituições e sociedades, sem 
promover reflexões acerca do caráter ideológico implícito na concepção de 
“sucesso” inscrita no trabalho dos planejadores. Em uma sociedade marcada 
pela desigualdade em vários âmbitos da vida social, sem tradição de parti-
cipação política, o sucesso, enquanto realização e emancipação individual e 
coletiva, não é acessível a todos, não há oportunidades para todos. Portanto, 
a fim de alcançar um planejamento de “sucesso”, é necessário refletir: para 
quem planejar, com quem e a favor de quem.
Todo planejamento é direcionado por um projeto ético-político de sociedade, 
que alcança sucesso na medida em que os seus ideais se materializam em 
ações concretas. De forma geral, a instituição não tem o costume de ouvir a 
fala dos sujeitos como condição prévia para propor um planejamento, seja na 
composição de planos, projetos ou programas sociais. A possibilidade de se 
dialogar com os sujeitos é anulada, pois a instituição acredita que apenas os 
saberes técnico e científico são capazes de definir de forma eficiente o que é 
melhor para os setores menos favorecidos.
Um planejamento que se apoia em valores democráticos considera a realidade vivida 
pelos usuários e o aprendizado acumulado (conhecimento formal, técnico e científico). 
Tal planejamento rompe com a compreensão unilateral do conhecimento e constrói 
um olhar que considera a totalidade.
Com os avanços da Constituição Federal de 1988, nos espaços de participa-
ção de caráter democrático, encontram-se discussões acerca de experiências de 
planejamento. Portanto, o protagonismo dos sujeitos, grupos e comunidades na 
O trabalho do Serviço Social em instituições sociais10
construção de políticas públicas mais horizontalizadas se coloca como desafio 
para os gestores e técnicos que têm a pretensão de organizar projetos, planos e 
programas sociais. Nesse sentido, a lei de regulamentação da profissão, em seus 
arts. 4º e 5º, estabelece as competências e atribuições profissionais dos assistentes 
sociais. Aqui, você vai ver o que esses artigos determinam acerca do planejamento.
O art. 4º, que estabelece as competências do profissional, destaca:
[...] VI – planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; [...]
VII – planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a 
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; [...]
X – planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de 
Unidade de Serviço Social (BRASIL, 1993, documento on-line).
Já o art. 5º, que determina as atribuições do profissional, ressalta:
I – coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, 
planos, programas e projetos na área de Serviço Social;
II – planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de 
Serviço Social;
III – assessoria e consultoria em órgãos da Administração Pública direta e 
indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social 
(BRASIL, 1993, documento on-line).
Assim, o planejamento é reconhecido legalmente como uma das atri-
buições do assistente social e pode ser exercido nos diversos espaços socio-
-ocupacionais. Ele pode ser utilizado para tensionar o âmbito de luta política 
e para a defesa dos direitos sociais, bem como para a sua operacionalização 
junto aos indivíduos. Veja:
Um dos pontos principais que se enfatiza é que, ao reconhecer o planejamento 
enquanto um ato técnico, mas também político, reforça-se a necessidade e 
pertinência da operacionalização deste em consonância com o que o projeto 
ético-político da profissão propõe a fim de superar formas centralizadoras, 
burocráticas e funcionais à ordem hegemônica e colocar-se no âmbito do 
tensionamento e alargamento da esfera política de atuação do Serviço Social 
(BERTOLLO, 2016, documento on-line).
Como você pode notar, os estatutos normativos que fundamentam e mol-
dam o exercício profissional do assistente social possuem um direcionamento 
político crítico. Eles, contudo, não podem ser descolados do contexto social, 
muito menos executados fora do âmbito coletivo. O projeto profissional do 
11O trabalho do Serviço Social em instituições sociais
Serviço Social tem como premissa a construção de uma nova ordem societária, 
ou seja, o projeto é contra-hegemônico ao que está estabelecido.
O assistente social é requisitado a elaborar, operacionalizar e avaliar pro-
gramas e projetos, que são os meios para a materialização do planejamento 
nas várias áreas de atuação desse profissional. O Serviço Social, com o passar 
do tempo, conquistou seu espaço e se inseriu tanto no setor público quanto 
no setor privado. Hoje, o assistente social não ocupa apenas cargos técnicos, 
mas também chefia e faz a gestão de várias políticas sociais. Ele se destaca 
nas políticas de assistência social, saúde, educação e habitação, de modo que 
se exige o seu conhecimento acerca do planejamento profissional.
No setor privado, o assistente social precisa desenvolver planos, programas e projetos 
para os funcionários e suas famílias. Além disso, nas empresas, tem crescido muito a 
preocupação com a responsabilidade social, de modo que o assistente social é um 
dos profissionais requisitados para intervir.
Para materializar o projeto profissional hegemônico e não cair em uma atu-
ação pragmática, é importante que o assistente social tenha umconhecimento 
crítico da realidade. Ou seja, ele deve compreender como a Questão Social incide 
na vida dos indivíduos, bem como entender que a história é feita pelos sujeitos. 
Portanto, “[...] cabe ao assistente social planejador, executor e avaliador de planos, 
programas e projetos superar a tensão entre o projeto profissional e os limites 
postos pelo processo de assalariamento” (BERTOLLO, 2016, documento on-line).
O que se propõe é o desafio de reconstruir o objeto de intervenção a fim de 
não se submeter ao imediatismo e à praticidade exigidos pela instituição. A ideia 
é construir junto aos usuários dos serviços ofertados o enfrentamento e a busca 
pela superação das expressões da Questão Social. Além disso, o assistente social 
deve reestruturar as demandas e mediar interesses diversos numa determinada 
direção ético-política. O profissional deve analisar a realidade operacionalizando 
o planejamento e seus instrumentos a partir da estrutura das classes sociais, no 
contexto das relações econômicas da sociedade capitalista. Veja:
O trabalho do Serviço Social em instituições sociais12
É consenso que para se alcançar patamares superiores de civilidade, superan-
do a barbárie que se põe atualmente no cotidiano e vida dos sujeitos, faz-se 
necessário superar o Estado político centralizado e burocrático do capital. A 
partir desta perspectiva, o planejamento torna-se uma mediação do exercício 
profissional do assistente social (BERTOLLO, 2016, documento on-line).
Portanto, você deve considerar que os usuários são capazes de realizar as 
suas escolhas, criando mecanismos de superação dos limites sociais. Nesse mo-
vimento, o planejamento participativo é uma metodologia para o alargamento 
da esfera política, visto que o Serviço Social é uma profissão interventiva e 
que o viés da transformação deve se localizar no eixo do trabalho profissional. 
Segundo Bertollo (2016, documento on-line), entre as inúmeras metodologias 
em que o planejamento pode ser realizado, destaca-se o planejamento parti-
cipativo, já que ele “[...] ‘horizontaliza’ o ato de planejar, executar e avaliar, 
pois considera os indivíduos sujeitos políticos com capacidade de interferir nas 
deliberações, no que e como está sendo proposto”. Como você pode notar, esse 
posicionamento está alinhado com o projeto ético-político do Serviço Social.
Em tempos de capital financeiro, é necessário refletir sobre os impactos da 
ideologia neoliberal no trabalho do assistente social, na forma como a institui-
ção compreende esse trabalho, nas políticas sociais mínimas e na proposta de 
implantação dessas políticas por meio do Serviço Social. A instituição carrega 
a proposta de trabalho do Estado mínimo, portanto entende que o profissional 
é, prioritariamente, um executor terminal de políticas, alinhando a prática dos 
atendimentos ao projeto societário dominante. Nesse contexto, o assistente 
social é chamado a refletir sobre sua prática, compreendendo que suas ações 
devem se alinhar ao projeto profissional e societário hegemônico da categoria, 
consoante com o projeto ético-político.
O assistente social deve planejar, executar e avaliar planos, programas 
e projetos. Ao se apropriar de metodologias, precisa incorporá-las ao seu 
cotidiano de trabalho de forma crítica. Além disso, ele deve reconhecer os 
determinantes da realidade social (econômicos, sociais, políticos, etc.), per-
cebendo os usuários como sujeitos de direitos. Essas são condutas essenciais 
para a superação da burocratização e da tecnificação do planejamento, que, 
como você viu, contribuem para a manutenção de uma ordem social desigual e 
contraditória, que não se relaciona com o projeto profissional do Serviço Social.
13O trabalho do Serviço Social em instituições sociais
Uma das atribuições do assistente social é executar e gerir políticas sociais. No vídeo 
disponível no link a seguir, você pode acompanhar uma reflexão acerca do trabalho 
desenvolvido pelo assistente social na sociedade capitalista, tendo como instrumento 
as políticas sociais e considerando as especificidades da realidade brasileira.
https://goo.gl/KJygby
BERTOLLO, K. Planejamento em serviço social: tensões e desafios no exercício profis-
sional. Temporalis, v. 16, nº. 31, jan./jun. 2016. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/
temporalis/article/view/11943/10111. Acesso em: 6 mar. 2019.
BRASIL. Lei nº. 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social 
e dá outras providências. Brasília: Senado Federal, 1993.Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8662.htm. Acesso em: 6 mar. 2019.
CARDOSO, F. G.; LOPES, J. B. O trabalho do assistente social nas organizações da classe 
trabalhadora. In: CFESS (org.). Serviço social: direitos sociais e competências profissio-
nais. unidade IV. Brasília: CFESS, 2009. Disponível em: http://www.cressrn.org.br/files/
arquivos/7td9938a021b2W55LR0Y.pdf. Acesso em: 6 mar. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de Ética do/a assistente social: lei 8662/93 
de regulamentação da profissão. 10. ed. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2012.
FALEIROS, V. P. O serviço social no cotidiano: fios e desafios. Serviço Social & Sociedade, 
nº. 120, out./dez. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n120/07.pdf. 
Acesso em: 1 mar. 2019.
FREITAS, B. P. Caminhos do planejamento: alternativas de reflexão e ação na contempora-
neidade. Cadernos Zigmunt Bauman, v. 5, nº. 10, 2015. Disponível em: http://www.periodi-
coseletronicos.ufma.br/index.php/bauman/article/view/4148/2279. Acesso em: 6 mar. 2019.
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profis-
sional. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
SILVA, J. A.; SOUZA, M. A. S. P. A relativa autonomia na literatura do serviço social: 
elementos constitutivos do debate. Textos & Contextos, v. 16, nº. 2, ago./dez. 2017. 
Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/fass/ojs/index.php/fass/article/
view/26658/16420. Acesso em: 6 mar. 2019.
O trabalho do Serviço Social em instituições sociais14
Leitura recomendada
DESAFIO profissão: serviço social nas políticas públicas. Produzido pela equipe de 
Orientação Profissional do curso de Psicologia em parceria com o NACE – Orientação 
Vocacional, sendo apresentado pelo professor Silvio Bock. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (28 
min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_ws1neELq0k. Acesso em: 
6 mar. 2019.
15O trabalho do Serviço Social em instituições sociais
DICA DO PROFESSOR
O Serviço Social desenvolve o seu trabalho em diversos espaços ocupacionais. É certo dizer que 
são espaços contraditórios e que, em sua maioria, têm um pensamento voltado à ideologia 
dominante. Dessa forma, é comum o assistente social enfrentar em seu cotidiano profissional 
certos embates com seus superiores, visto defender um projeto profissional diferente daquele 
que está instaurado. 
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer sobre a relativa autonomia do assistente social em 
seus espaços sócio-ocupacionais. Importante lembrar que os assistentes sociais são respaldados 
em sua atuação pelas normativas legais, tais como o Código de Ética e a Lei de Regulamentação 
da Profissão, que, em seu texto, trazem a autonomia profissional como uma das prerrogativas 
das competências e atribuições que são desempenhadas por este profissional. Entretanto, a 
lógica institucional impede, muitas vezes, que o(a) assistente social exerça a sua autonomia por 
impor a sua ideologia burocrática, tornando o trabalha desenvolvido meramente técnico.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) O assistente social é chamado a desenvolver algumas competências e atribuições no 
seu trabalho profissional. Segundo os estatutos normativos da profissão, o 
planejamento envolve quais competências?
A) Realizar a gestão de políticas sociais de forma pragmática.
B) Elaborar ações e atividades conforme os interesses da instituição.
C) Elaborar, operacionalizare avaliar programas e projetos.
D) Executar os projetos da instituição.
E) Executar e inserir os usuários nos programas da instituição.
2) O planejamento é uma competência profissional a ser desenvolvida pelo assistente 
social no seu cotidiano de trabalho, e deve materializar-se conforme os princípios 
éticos da profissão. Para além de um ato técnico, o planejamento também é:
A) um ato operacional.
B) um ato burocrático.
C) um ato regulador.
D) um ato político.
E) um ato organizativo.
3) A autonomia profissional do assistente faz parte do exercício profissional e está 
assegurada no Código de Ética de 1993. A relativa autonomia do assistente social, 
embora mediada pela lógica institucional, se configura como:
A) um elemento de resistência do Serviço Social diante da ofensiva do capital.
B) um mecanismo para perpetuação da lógica institucional.
C) uma dimensão que se restringe apenas à dimensão operativa.
D) um elemento de fortalecimento das ideias institucionais.
E) um elemento para a manutenção da ordem estabelecida.
4) O assistente social, em sua atuação, deve se apropriar da teoria social crítica para 
realizar uma leitura de realidade crítica e apreender as mediações da totalidade 
social. A fim de evitar atitudes fatalistas em sua atuação profissional, o assistente 
social deve:
A) pautar suas ações no regimento interno da instituição.
B) direcionar as ações para o alívio imediato das demandas atendidas.
C) se apropriar das possibilidades e contradições presentes na dinâmica social.
D) compreender as demandas apenas na sua imediaticidade.
E) não considerar o contexto social para análise das demandas.
5) Na atual forma de organização da sociedade capitalista e com o adensamento da 
ideologia neoliberal, o profissional conta com políticas sociais residuais para atender 
às demandas que chegam à instituição. Embora o assistente social tenha 
competências para ultrapassar uma atuação técnica e burocrática, em muitos espaços 
de atuação, o profissional é chamado a atender essas demandas imediatas; portanto, 
para as instituições, o assistente social acaba se tornando:
A) um importante profissional para a conduzir ações que superem desigualdades sociais.
B) um profissional capaz de mobilizar grupos sociais para solucionar demandas.
C) um profissional qualificado, que pauta suas ações em princípios éticos.
D) um agente que possibilita a transformação social.
E) um mero executor terminal de políticas sociais.
NA PRÁTICA
Para o desenvolvimento do trabalho profissional, o assistente social tem algumas competências 
profissionais que o auxiliam em sua atuação; uma dessas competências é o planejamento.
Você verá Na Prática como o planejamento da prática profissional, executado nas dimensões do 
Código de Ética do Serviço Social, pode trazer resultados positivos para os usuários, para o 
enfrentamento das demandas institucionais e do contexto macrossocial.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Planejamento e gestão na responsabilidade social: desafios para o Serviço Social (Tamiris 
Garcia da Silveira)
Nesta dissertação de mestrado, a autora teve por objetivo conhecer, a partir de estudo de caso, 
pautado em pesquisa bibliográfica, documental e de campo, o trabalho profissional do assistente 
social na área organizacional, analisando sob a perspectiva do planejamento e da gestão do 
trabalho no desenvolvimento de ações de responsabilidade social.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A relativa autonomia: a questão do caráter de profissional liberal do assistente social - 
Dissertação de mestrado (Adriéli Volpato Craveiro)
Nesta dissertação de mestrado, a autora traz como objeto da pesquisa a autonomia do assistente 
social perante o caráter liberal e a sua condição de assalariado. O objetivo principal é verificar se 
a tese da relativa autonomia resolve o conflito entre o caráter liberal e a condição assalariada do 
trabalho dos assistentes sociais. O recurso à relatividade não resolve o problema da inserção 
subordinada ao mercado de trabalho e apresenta novos problemas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A relativa autonomia do assistente social na implementação das políticas sociais: elementos 
explicativos
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a inter-relação de dois elementos que permeiam a 
ação profissional em seu espaço sócio-ocupacional: a relativa autonomia do Estado capitalista e 
a apreensão da ação profissional como um trabalho em serviço. Apresentam-se esses dois 
elementos, destacando-se como eles explicam e favorecem a relativa autonomia profissional.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Continue navegando