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Infanticídio: definição e características

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OBS
: 
Infanticídio 
 
 
 
 O infanticídio significa a morte de um infante; 
 É uma forma privilegiada de homicídio; 
 É desnecessária a perícia para se averiguar o estado 
puerperal, pois este é presumido. 
 
Por ser praticado pela mãe contra seu próprio filho, 
nascente ou recém-nascido, durante o parto ou logo após, 
influenciada pelo estado puerperal, a pena é sensivelmente 
menor do que a do homicídio, ainda que a conduta 
praticada também seja matar. 
 
“O processo do parto exerce reflexivamente uma tão 
profunda ação física sobre a parturiente, que pode 
determinar facilmente uma transitória conturbação 
da consciência.” 
 
Objetividade jurídica 
É a vida humana. 
Objeto material 
É a criança contra quem se dirige a conduta, seja ela 
nascente ou recém-nascida. 
 
A diferença entre infanticídio e aborto é que no aborto o 
homicídio ocorre antes do parto, enquanto no infanticídio é 
durante ou após o parto. 
 
 
OBS: o parto tem início com a dilatação. 
 
Sujeitos 
→ Sujeito ativo: a mãe → crime próprio – é possível 
ocorrer por omissão. Ex.: deixar de amamentar o 
recém-nascido para que morra desnutrido; 
→ Sujeito passivo: nascente ou recém-nascido. 
 
Não incidem as agravantes genéricas previstas no 
artigo 61, inciso II, alíneas “e” e “h” do Código Penal, 
pois tais circunstâncias são elementares da descrição 
típica. 
 
Concurso de agentes 
Pode ocorrer a hipótese de um terceiro concorrer 
para a prática do crime. Nesse caso, de acordo com o 
art. 30, que preceitua que “não se comunicam as 
circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo 
quando elementares do crime”, nestes termos, a 
influência do estado puerperal (elementar) é 
comunicável aos participantes. Ou seja, todos que 
concorrem para um infanticídio, por ele 
responderão. 
 
Elemento subjetivo 
O infanticídio só é punido a título de dolo ou direito 
eventual. 
Consumação e tentativa 
A consumação se dá com a morte do nascente ou 
neonato e é possível a tentativa de infanticídio. Além 
disso, se trata de um crime material, sendo necessário 
um resultado externo. 
 
Ocorre a tentativa, sempre que iniciada a execução, a 
morte do nascente ou do neonato, não se consumar 
por motivos alheios a vontade da agente. 
 
Crime impossível → a criança é expulsa morta do 
útero, e a mãe, supondo-a viva, realiza atos de matar. 
O mesmo ocorre quando o nascente ou recém-
nascido é acometido de anencefalia. 
 
Classificação doutrinária 
 
Crime próprio, de forma livre, comissivo ou omissivo, 
material, instantâneo, de dano, unissubjetivo, 
unilateral ou de concurso eventual, plurissubsistente 
e progressivo. 
 
 
 Influência do estado puerperal 
 
Puerpério é o período que vai do deslocamento e expulsão 
da placenta à volta do organismo a condições pré-
gravídicas. No estado puerperal se incluem os casos em que 
a mulher, mentalmente sã, mas abalada pela dor física do 
fenômeno obstétrico, fatigada, enervada, sacudida pela 
emoção, vem a sofrer um colapso do senso moral, uma 
liberação de impulsos maldosos, chegando por isso a matar 
o próprio filho. É uma situação intermediária da mulher 
normal sob o trauma do parto, dominada por elementos 
psicológicos. É necessária uma relação de causalidade entre 
a morte do neonato ou nascente e o estado puerperal. Já 
existe jurisprudência dizendo que o estado puerperal é 
efeito normal e corriqueiro de qualquer parto. 
Art. 123 do Código Penal 
Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.

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