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Monumento, monumento histórico_Cristisne Faria

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História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
 
 
História e 
patrimônio 
 
Unidade Nº2 - Monumento, monumento 
histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
 
 
 
Christiane Alves Faria 
 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
O que entendemos como patrimônio? Será que podemos classificar como 
cultural tudo o que nos rodeia como um bem? Como se classificam os bens 
materiais e os motivos dessa classificação? É isso o que estudaremos nesta 
unidade. 
Vamos entender o que é um tombamento histórico e como o Brasil chegou, 
no decorrer da sua formação populacional, nessa diversidade cultural e 
compreender como podemos classificá-las, registrá-las e protegê-las através de 
leis junto às entidades governamentais. O entendimento de cultura material e 
imaterial, as diferentes classificações de patrimônio, sua importância e sua 
história serão tratados nesta unidade. 
Portanto, estude o conteúdo com atenção para a realização das atividades, 
atente-se às normas, tente entender e identificar o patrimônio brasileiro sob a 
ótica do turismo, bem como pelas entidades zeladoras, a fim de compreender 
como esse processo de turismo cultural deve ser tratado com cuidado. 
Acessem o material complementar para melhor aprimoramento e 
compreensão dos temas. 
Bons Estudos! 
 
1. O conceito de patrimônio Histórico e Artístico 
Segundo o Iphan (2017), na teoria, Patrimônio é o conjunto de vários 
fatores e ou singularidade e até mesmo características únicas. Por exemplo: a 
biodiversidade e o ecossistema de determinados locais, o fator estético, artístico, 
documental, científico, antropológico, religioso, histórico, espiritual e outros. 
Segundo o mesmo instituto, a definição de Patrimônio pode ser dividida em: Bem 
Móvel: são coleções arqueológicas, documentais, bibliográficos, videográficos, 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
fotográficos, cinematográficos, acervos museológicos, etc; Bem Imóvel ou 
Natural: são os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens 
individuais, etc. 
Tratando-se de patrimônio artístico, podemos dizer que uma coleção de 
obras consideradas de elevado valor artístico é um bem cultural. Temos como 
exemplo renomadas obras de pintura, arquitetura ou escultura. Essas obras, que 
possuem reconhecido valor artístico, costumam ser usadas como reserva de 
valor, ou seja, foi a forma encontrada também de proteger o patrimônio pessoal 
contra alguma crise, que pode ser também usado no balanço final. 
Obras de autores conhecidos como Tarsila do Amaral, Pablo Picasso, 
Vincent Van Gogh também podem ser usados como especulação, no caso de 
futuro aumento de cotação das suas obras. 
Você sabia? É possível visitar os museus do mundo sem sair de casa. Descubra 
as maravilhas desses lugares. Acesse aqui. 
 
 
 Imagem 1 - ABAPORU (1928) de Tarsília do Amaral Imagem 2 - MONA Lisa (1503 - 1506) de Leonardo da Vinci. 
 
Fonte: MONA Lisa (1503 - 1506) de Leonardo da Vinci. 2018 e ABAPORU (1928) de Tarsília 
do Amaral. Fonte: Pensador. 
https://www.greenme.com.br/viver/arte-e-cultura/4938-10-museus-visitar-sem-sair-de-casa
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
 
 
Imagem 3 - A NOITE Estrelada (1889) de Vincent Van Gogh
 
 Fonte: A NOITE Estrelada (1889) de Vincent Van Gogh. 2018. Imagem. Disponível em: 
https://www.pensador.com/obras_de_arte_famosas/. Acesso em: 13 jul. 2019. 
 
“A imagem que a expressão “patrimônio histórico e artístico” evoca 
entre as pessoas é a de um conjunto de monumentos antigos que 
deveríamos preservar, ou porque constituem obras de arte 
excepcionais, ou por terem sido palco de eventos marcantes, 
referidos em documentos e em narrativas dos historiadores. 
Entretanto, é forçoso reconhecer que essa imagem, construída 
pela política de patrimônio conduzida pelo Estado por mais de 
sessenta anos está longe de refletir a diversidade, assim como as 
tensões e os conflitos que caracterizam a produção cultural do 
Brasil, sobretudo a atual, mas também a do passado” (ABREU; 
CHAGAS; LONDRES FONSECA, 2003, p.59). 
 
A interpretação depende da história e da sociedade desse patrimônio, e é 
realizada por profissionais como museólogos, sociólogos, arquitetos, 
historiadores, turismólogos, entre outros. 
É importante lembrarmos que, em se tratando de um patrimônio histórico 
ou artístico, são necessárias medidas de proteção para a manutenção do mesmo. 
Essas medidas são realizadas através de muito estudo e acompanhamento de 
entidades públicas, desde sua identificação, captação e manutenção. Até 
chegarmos formalmente a um patrimônio cultural devidamente protegido por lei. 
A sociedade contemporânea exige que esses patrimônios não sejam de 
difícil entendimento popular e que também haja um acesso mais fácil a eles do 
que no século anterior. É necessária a gestão de um patrimônio em espaços 
museológicos de compreensão ou fruição, conforme explica Funari: 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
 
“Em função disso, é urgente e primordial fornecer a turismólogos, 
historiadores e aos quadros locais dos municípios envolvidos com 
planos de desenvolvimento cultural a formação necessária e 
continuada acerca dos instrumentos de reconhecimento, de 
apreensão e de preservação do patrimônio histórico, artístico e 
cultural que compõe um acervo memorialístico que se apresenta 
ao público.” (FUNARI; PINSKY; MELO NETO, 2007, p.56). 
 
1.1 O Brasil e a formação do seu patrimônio Cultural. 
Conforme nos esclarece Souza (2005), a respeito da ampliação dos 
conceitos de patrimônios e a criação do conceito de patrimônio imaterial: 
 
“A adoção deste conceito por parte de órgãos internacionais como 
a Unesco se deu dentro do contexto do pós-guerra. Foram 
reconhecidos os direitos humanos em âmbito internacional. O 
redirecionamento das preocupações mundiais foi fator 
importante para que o mundo enxergasse novos patrimônios e de 
desprendesse do reducionismo artístico e histórico. As convenções 
e os tratados internacionais refletem o despertar para o 
dinamismo inerente às manifestações culturais: Convenção sobre 
a Proteção do patrimônio Mundial Cultural e Natural, 
Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e 
Popular, ambas aprovadas pela UNESCO respectivamente em 
1972 e 1989, Convenção de Diversidade Biológica, assinada 
durante a ECO 92, Declaração Universal sobre a Diversidade 
Cultural, de 2001, e Convenção para a Salvaguarda do patrimônio 
Cultural Imaterial, de 2003, todas elas são importantes na 
contextualização acerca da nova concepção de patrimônio 
cultural. (Souza,2005, p.7). 
 
Segundo Finazzi Porto (2015), a Constituição Brasileira de 1998 pautou-se 
na proteção do patrimônio cultural sob a ótica do seu conceito antropológico e 
da Declaração Universal de Direitos do Homem de 1948 para a criação dos art. 
215 e 216. Nossa a Carta Magna tem um capítulo exclusivo à cultura, onde 
reconhece o patrimônio como material e imaterial. Entendendo o conceito de 
patrimônio cultural e imaterial equiparando às manifestações que ocorrem na 
interação social, as formas de se fazer, viver e ou recriar algo, a língua, a dança e 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
os costumes, entre outros. Os artigos também preveem formas de proteção e 
resguardo do patrimônio cultural dos grupos formadores de nação. 
Nos primeiros anos o Iphan trabalhou para aflorar a sensibilização da 
população para entender o ao valor e à importância do acervo cultural que são 
os edifícios que fazem partedos núcleos tombados e dos bens móveis neles 
existentes, com o desejo de proteger o que fosse possível, principalmente os bens 
excepcionais de “pedra e cal”, conforme vimos no e-book anterior, ou seja, toda a 
arquitetura monumental e as cidades históricas. Essas ações levaram o Iphan a 
ter um grande prestígio internacional e deixou um considerável número de bens 
culturais culturais salvos do desaparecimento. (POLÍTICA, IPHAN, 2017). 
 
1.2. Políticas públicas de Proteção do patrimônio Cultural. 
Antes de serem implementadas no Brasil, as Políticas Públicas foram 
originadas nos EUA. Porém, as políticas públicas brasileiras receberam influências 
dos EUA e também da Europa. 
[...] na Europa, a área de política pública vai surgir como um 
desdobramento dos trabalhos baseados em teorias 
explicativas sobre o papel do Estado e de uma das mais 
importantes instituições do Estado - o governo -, produtor, 
por excelência, de políticas públicas. Nos EUA, ao contrário, 
a área surge no mundo acadêmico sem estabelecer 
relações com as bases teóricas sobre o papel do Estado, 
passando direto para a ênfase nos estudos sobre a ação 
dos governos (SOUZA, 2006, p. 21). 
 
O patrimônio Cultural faz parte dos direitos culturais, já estabelecidos pela 
Constituição. 
“A expressão direito cultural surgiu pela primeira vez na história 
constitucional brasileira com o advento do art. 215 da Constituição 
Federal de 5 de outubro de 1988. De acordo com esse artigo, o 
Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e 
o acesso às fontes da cultura nacional, além de apoiar a incentivar 
a valorização e a difusão das culturas populares, indígenas e afro-
brasileiras, bem como das de outros grupos participantes do 
processo civilizatório nacional, democratiza o acesso aos bens de 
cultura e valoriza a diversidade étnica e regional”. (FINAZZI PORTO, 
2015, p. 95). 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
O conteúdo sobre patrimônio na constituição encontra-se no art. 216. Nele 
temos as definições, instrumentos, agentes e fundos que devem ser organizados 
para a preservação do patrimônio cultural brasileiro. (FINAZZI PORTO, 2015, p 
94.). 
O art. 216 discorre também sobre os instrumentos que devem ser usados 
pelo Poder Público, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e 
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. Devemos 
reforçar que todas essas garantias só ocorrem após processo oficial, feito por 
instância federal, estadual ou municipal. (FINAZZI PORTO, 2015, p 96.) 
Você quer ler? Saiba mais sobre os artigos abordados neste tópico. Acesse o 
texto da Constituição Federal, em material disponível no site do Senado aqui. 
 
 
2. A Carta Internacional sobre Turismo Cultural 
 
“As cartas patrimoniais são referências mundiais para que os 
signatários elaborem normatizações e legislações próprias que 
venham ao encontro dessas diretrizes universais, compreendendo 
que o patrimônio da humanidade é um bem comum. Na Europa, 
na Itália e a França foram os primeiros países a contarem com esse 
tipo de corpo legal, já no início do século XX, e muitas de suas 
orientações foram seguidas por outras nações da Europa e outros 
continentes”. (HTTP://WWW.patrimônioCULTURAL.GOV.PT/PT/, 
1999) 
 
O ICOMOS, (Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios) , em 
1985, que foi o autor da Carta patrimonial juntamente com outras organizações 
internacionais e algumas indústrias de turismo mostraram reflexão diante do 
agravamento das desigualdades sociais e as transformações da sociedade. 
Os objetivos da Carta Internacional sobre o Turismo Cultural são quatro. 
Abaixo vamos relacioná-los e explicar um a um: 
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_216_.asp
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
1- Encorajar e facilitar o trabalho dos que participam na conservação e na 
gestão do patrimônio cultural a fim de o tornar mais acessível às comunidades de 
acolhimento e aos visitantes. 
2- Encorajar e facilitar o trabalho da indústria turística para promover e 
gerir o turismo no respeito e valorização do patrimônio e das culturas vivas das 
comunidades de acolhimento. 
3- Encorajar e facilitar o diálogo entre os responsáveis pelo patrimônio e 
pelo turismo, a fim de compreenderem a importância e a fragilidade dos 
conjuntos patrimoniais, dos acervos culturais e das culturas vivas, com o objetivo 
de as preservar, a longo prazo. 
4- Encorajar os que propõem programas e políticas que tenham por 
objetivo o desenvolvimento de projetos precisos e mensuráveis, e estratégias que 
integrem a apresentação e a interpretação dos conjuntos patrimoniais, bem 
como as atividades culturais, no contexto da sua proteção e da sua conservação. 
 
PRINCÍPIOS DA CARTA INTERNACIONAL SOBRE O TURISMO CULTURAL: 
 
PRINCÍPIO 1 
O turismo nacional e internacional são alguns dos principais veículos do 
intercâmbio cultural. A proteção do patrimônio cultural deve oferecer 
oportunidades responsáveis e bem geridas aos membros das comunidades de 
acolhimento e aos visitantes, para fruição e compreensão do patrimônio e da 
cultura das diversas comunidades. 
 
PRINCÍPIO 2 
A relação entre os conjuntos patrimoniais e o turismo é dinâmica e deve 
ultrapassar os conflitos de valores que atravessam os dois conceitos. Esta relação 
deve ser gerida, numa ótica duradoura, em benefício das gerações atuais e 
futuras. 
 
PRINCÍPIO 3 
As ações de valorização dos conjuntos patrimoniais devem assegurar aos 
visitantes uma experiência enriquecedora e agradável. 
 
PRINCÍPIO 4 
As comunidades de acolhimento e as populações locais devem participar 
em programas de valorização turística dos sítios patrimoniais. 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
 
PRINCÍPIO 5 
As atividades de turismo e a proteção do patrimônio cultural devem 
beneficiar as comunidades de acolhimento. 
 
PRINCÍPIO 6 
Os programas de promoção turística devem proteger e valorizar as 
características do patrimônio cultural e natural. 
 
 
2.1. O turismo cultural e sua regulamentação internacional 
O turismo cultural é um dos segmentos que mais tem crescido nas 
últimas décadas em todo o mundo. A organização dos receptivos, 
além da melhoria das condições de acesso, com mais meios de 
transporte, propiciada pela popularização do transporte aéreo, 
fizeram com que o turismo não fosse apenas visto pelo lado do 
lazer, como ocorria na época de nosso avós. Durante todo o século 
XX, a prioridade das viagens familiares era sempre o lazer, com as 
idas às praias ou montanhas, com o intuito de passar as merecidas 
férias de fim de ano. A partir do final do século XX, principalmente 
na década de 1990, aumentou o turismo dirigido a cidades 
históricas, como Paraty, Ouro Preto e Olinda, localidades 
difundidas graças à iniciativa de grandes formadores de opinião. 
(FINAZZI PORTO, 2015, p.48). 
 
Segundo o Ministério do Turismo, o Turismo Cultural significa que as 
atividades turísticas devem ser realizadas com o foco voltado para os elementos 
do patrimônio histórico e cultural juntamente dos eventos culturais, de forma que 
valorize e promova os bens materiais e imateriais da cultura. 
É considerado como patrimônio histórico e cultural segundo o Ministério 
do Turismo (2014), os bens de natureza material e imaterial, ou seja que 
expressam ou revelam a memória e a identidade das populações e comunidades. 
Esses bens culturais possui valor histórico, artístico, científico ou simbólico, e que 
gerem interesse público a ponto de se tornarem atrações turísticas, como por 
exemplo: arquivos, edificações, conjuntos urbanísticos, sítios arqueológicos, 
ruínas, museus, sítio e outros espaços destinadosà apresentação ou 
contemplação desses bens, também podemos incluir as , manifestações como 
música, gastronomia, artes visuais e cênicas, festas e celebrações, como por 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
exemplo o Carnaval e a Parada LGBT. Esses eventos culturais podem incluir as 
manifestações que são temporárias, que seja enquadradas ou não na definição 
de patrimônio, incluindo-se nessa categoria os eventos gastronômico, religiosos, 
musicais, de dança, de teatro, de cinema, exposições de arte, de artesanato e 
outros. 
 
“A pluralidade da cultura brasileira tem sido aclamada pelos 
governos e pela sociedade como uma das principais características 
do patrimônio do país, ao lado dos recursos naturais, o que pode 
significar para o turismo a possibilidade de estruturação de novos 
produtos diferenciados, com o consequente aumento do fluxo de 
turistas. O grande mérito desta possibilidade é fazer do turismo 
uma atividade capaz de promover e preservar a nossa cultura. 
Nesse caso, cultura e turismo configuram, em suas diversas 
combinações, um segmento denominado Turismo Cultural – que 
se materializa quando o turista é motivado a se deslocar 
especialmente com a finalidade de vivenciar aspectos e situações 
que podem ser considerados particularidades da cultura”. 
(HTTP://WWW.DOMINIOPUBLICO.GOV.BR/PESQUISA/PESQUISAO
BRAFORM.JSP, 2006) 
 
No entanto, o Brasil não tem conseguido, historicamente, garantir o 
desenvolvimento do turismo local. 
 
“O Brasil tem os patrimônios naturais e a biodiversidade mais ricos 
do planeta, mas seu potencial turístico é limitado por deficiências 
em segurança, infraestrutura, mão de obra e outros fatores. Essa 
é a conclusão do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em 
inglês). Numa lista de 136 países, o Brasil aparece em primeiro 
lugar em potencial de recursos naturais, mas perde 
competitividade em quase todos os outros 13 itens listados. No 
ranking geral, fica na 27ª posição.” (BRASIL, G1, 2017, p.1). 
 
Conforme descrito acima, o Brasil está no 22º posição do ranking da WEF 
entre os países da América Latina, por conta das melhorias na sustentabilidade, 
atendimento, saúde e infraestruturas. No entanto para que seja compatível com 
os países das primeiras posições nesse ranking, o governo atualiza 
constantemente as leis e regras de cada setor para cada setor, seja turismo rural, 
a parques nacionais, arqueológicos, etc. São leis podem ser acessíveis no site do 
Ministério do Turismo e estão disponíveis aos público, como a Portaria Nº 27, que 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
“estabelece requisitos e critérios para o exercício da atividade de Guia de Turismo 
e dá outras providências.” 
Em 17 de setembro de 2008, foi aprovada a Lei Nº 11.771, intitulada como 
LGT (Lei Geral do Turismo), que “dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, 
define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e 
estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13 de dezembro de 1977, o 
Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos da Lei no 8.181, 
de 28 de março de 1991; e dá outras providências”. (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS, 2008). 
A LGT (Lei Geral do Turismo) reuniu as diversas normas relativas ao turismo 
que estavam desalinhadas na legislação brasileira, na qual havia interpretações 
diferentes e confusas, e as alinhou de forma a desenvolver o setor de turismo. 
 
 
2.2. Regulamentos e leis. 
“Brasília (03/12/2010) – O Diário Oficial da União publicou hoje o 
Decreto 7.381 que regulamenta a Lei do Turismo. Dividida em dez 
capítulos, a legislação define as atribuições das instâncias 
responsáveis pelo planejamento, desenvolvimento e estímulo ao 
setor e as regras para cadastramento, classificação e fiscalização 
dos prestadores de serviços turísticos. Disciplina ainda as 
atividades das empresas do setor.” (MINISTÉRIO DO TURISMO, 
2010) 
Esse decreto trata da relação de consumo entre turista e empresa, que em 
acordo com o Código de Defesa do Consumidor regula as atividades de 
hospedagem, das agências de turismo, das empresas que abrangem o serviço de 
turismo como organizadoras de eventos, parques temáticos, etc, sendo assim 
essas empresas ter a necessidade de se cadastrar no sistema Cadastur, conforme 
descrito pelo Ministério do Turismo (2010) 
Ainda segundo o Ministério do Turismo, a sustentabilidade ambiental da 
atividade turística é outro foco do decreto. Toda a parte física de sua construção 
até o funcionamento de estabelecimentos de turismo que podem ser poluidores, 
por exemplo, devem te licenciamento ambiental. Bem como, a qualquer atividade 
de turismo na Antártica, por parte de operadoras brasileiras, deverá ser aprovada 
pelo Ministério do Turismo. A legislação também é responsável por todas as 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
regras que garantam boas condições de higiene, salubridade e segurança para o 
usuário. 
Um exemplo, a íntegra do Decreto 7.381 que regulamenta a Lei do Turismo 
pode ser acessada através planalto.gov, conforme descreve o decreto em si: 
“Regulamenta a Lei no 11.771, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre a 
Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no 
planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico, e dá outras 
providências.” Portanto, existem atividades que necessitam de aprovação prévia 
do governo por termos leis e regras a serem cumpridas pelas empresas de 
turismo e suas parcerias e filiadas. 
 
3. O patrimônio cultural: teorização. 
Quando pensamos em patrimônio, logo 
imaginamos dinheiro, posses, terras, fábricas, 
ações e heranças. mas também pensamos naquilo 
que nossos ancestrais nos deixaram como legado 
no sentido amplo, ou seja, naquelas coisas, objetos 
e lugares deixados para as gerações vindouras. 
(FINAZZI PORTO, 2015, p.23) 
A partir do pensamento de posse individual para se ter a noção de bem 
coletivo, o qual é entendido como um legado comum, algo conjunto, que tem 
importância primordial para a conformação de um povo é necessário lermos essa 
definição de patrimônio. Segundo Finazzi Porto (2015) “Dessa forma, constituiu-
se em um conjunto de bens, expressões, significados, realidade, paisagens e 
modos de vida que compõem determinada civilização, nação, tribo ou 
povo”...Logo o patrimônio que não seja individual, está dentro de um tempo, 
relacionado a um povo, e que transmite memória coletiva e não apenas individual 
e que precisa de conservação para que se permaneça na história. Sem devida 
conservação através dos anos, sua existência pode ser comprometida. Portanto, 
o que chamamos de preservação do patrimônio é de importância capital para a 
civilização humana. 
Para melhor exemplificar a teoria sobre patrimônio, temos as categorias 
classificadas pelo Iphan conforme abaixo segundo o Iphan: 
Patrimônio Cultural Material: 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
O patrimônio material protegido pelo Iphan é composto por um conjunto 
de bens culturais classificados segundo sua natureza, conforme os quatro Livros 
do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das 
artes aplicadas. Os bens tombados de natureza material podem ser imóveis como 
os cidades históricas, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; ou 
móveis, como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, 
bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos. 
(patrimônio, Iphan, 2014) 
Patrimônio Cultural Imaterial: 
Os bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes, às habilidades,às crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas. Desta forma podem ser 
considerados bens imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano das 
comunidades; manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; 
rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do 
entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, 
santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem 
práticas culturais. (patrimônio, Iphan, 2014) 
 No Brasil, a ideia de patrimônio cultural foi construída ao longo de um 
processo histórico que conformou um campo da política pública e também um 
campo de estudos acadêmicos. Embora o marco legal para a política de 
patrimônio imaterial seja a Constituição Federal de 1988, Fonseca (2005, p. 99) 
observa que o anteprojeto de criação do Serviço do patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional (SPHAN), elaborado por Mário de Andrade em 1936, já 
apresentava a ideia de que fatos culturais, hoje chamados de imateriais ou 
intangíveis, teriam interesse patrimonial para os poderes públicos. Entretanto, o 
projeto efetivo de criação da instituição não deu ênfase a este aspecto. 
(patrimônio, Iphan, 2014) 
Patrimônio da Humanidade: 
patrimônio Mundial ou ainda patrimônio da Humanidade é uma região ou 
área (denominadas "sítios") que vem a ser considerado pela comunidade 
científica de inigualável e fundamental importância para a humanidade. Pode vir 
a ser um único monumento ou construção, ou o conjunto arquitetônico 
delimitado em uma cidade, vila ou região, ou toda a área, pode ser uma única 
caverna, ou vale, ou toda a região devido ao seu valor histórico, arqueológico, 
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/608
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/608
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
natural, ambiental, ou um conjunto desses fatores e vem a ser reconhecida pela 
UNESCO fazer parte da Lista do patrimônio Mundial, também se inclui na lista, 
pela importância e singularidade, manifestações e rituais, como outros, 
reconhecendo sua dimensão histórica, praticado por algumas comunidades ou 
povos. (patrimônio, Iphan, 2017). 
 
3.1. Entendendo a teorização do patrimônio. 
Conforme o IPHAN: O que a Roda de Capoeira, o Samba de Roda do 
Recôncavo Baiano (BA), à Arte Kusiwa - Pintura Corporal (AP), ao Frevo (PE) e o 
Círio de Nazaré (PA), têm em comum? 
Todos possuem o título de patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, 
reconhecido pelo Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda da UNESCO 
(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura). 
(patrimônio, Iphan, 2017) 
 Imagem 4 - Arte de pintura corporal dos índios Wapaji
 
Foto: Iphan/Heitor Reali, Imagem. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/54. 
 
Na lista de bens imateriais brasileiros estão a festa do Círio de Nossa 
Senhora de Nazaré, a Feira de Caruaru, o Frevo, a capoeira, o modo artesanal de 
fazer Queijo de Minas e as matrizes do Samba no Rio de Janeiro. (patrimônio, 
Iphan, 2017) 
Entre os bens materiais brasileiros estão os conjuntos arquitetônicos de 
cidades como Ouro Preto (MG), Paraty (RJ), Olinda (PE) e São Luís (MA) ou 
paisagísticos, como Lençóis (BA), Serra do Curral (Belo Horizonte), Grutas do Lago 
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/#c1414250
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/54
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
Azul e de Nossa Senhora Aparecida (Bonito, MS) e o Corcovado (Rio de Janeiro). 
(patrimônio, Iphan, 2017) 
 
Imagem 6 - Praça Tiradentes em Ouro Preto MG 
 
Fonte: Acervo Iphan, Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/30. 
3. 2. Classificação e inventário patrimonial. 
Não é de hoje que o inventário tem sido utilizado como 
instrumento destinado a se conhecer e proteger o 
patrimônio cultural brasileiro. Quando a sociedade 
brasileira, através de seus intelectuais e lideranças, iniciou, 
nos anos 20 do século passado, a luta pela preservação do 
nosso patrimônio cultural, a preocupação com a 
institucionalização do inventário veio formalmente à tona. 
(SOUZA MIRANDA, 2008) 
Para salvaguardar um bem, é preciso cumprir uma série de procedimentos, 
pelo município, pelo estado, ou pelo país. É através dos órgãos públicos que 
temos as principais ferramentas que executam de forma legal esse processo: O 
inventário, o registro e o tombamento. 
"Assim concebido, o inventário poderá ser a base de uma 
nova política de preservação, que, ao invés de tutelar 
apenas os bens excepcionais normalmente produzidos 
pelas elites, buscará administrar o patrimônio amplo e 
pluralista construído por todos os brasileiros"(AZEVEDO, 
2008, p.82). 
“O inventário, segundo Finazzi Porto (2015): é um conjunto de itens de 
determinado âmbito, que atendem a um padrão específico. Podemos fazer o 
inventário de móveis, imóveis, bens naturais, bens materiais, entre outros 
https://jus.com.br/tudo/inventario
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
elementos. É possível ainda os relacionar com fatos ocorridos ali, criando assim 
um dossiê sobre essa localizada de ou sítio, ou mesmo monumento ou bem 
móvel. Trata-se de um processo de coleta de informações, com uma metodologia 
apropriada e a busca de comprovação da origem de todas as peças e fatos 
ocorridos”. 
O registro se constitui em um instrumento de salvaguarda. Ao contrário do 
tombamento, cujo objetivo é a preservação das características originais de uma 
obra - seja móvel, seja imóvel -, o registro trata apenas de salvaguardar o desejo 
de uma comunidade em manter viva uma tradição, que pode vir a sofrer 
mudanças com o tempo. Um exemplo é o modo de produção de queijo em Minas 
Gerais, cujo registro preservar e repassar o saber do ofício da fabricação de queijo 
tipo minas, difundido em todo o Brasil. (FINAZZI PORTO, 2015, p 97.) 
De acordo com o documento do Iphan, o embasamento do ato de 
tombamento e a legitimidade para a atuação do instituto nas cidades se dão pelo 
Processo de Tombamento, que deve ser, portanto, corretamente instruído. A 
Portaria n. 11, de 11 de setembro de 1986 (Iphan,1986), regulamentou sua 
organização, determinando a apresentação, de forma clara e organizada, de 
instrução técnica contendo os aspectos necessários à compreensão do objeto a 
ser tombado (como localização, contextualização histórica, análise dos principais 
elementos, caracterização e propriedade)e, principalmente, a justificativa para 
que ele seja considerado patrimônio nacional. O processo de tombamento é 
administrativo e, além do número de protocolo vinculam-se à chamada "série 
histórica" (ou série "T"), que enumera sequencialmente todos os processos já 
abertos pelo Iphan. Esse controle é feito pelo Arquivo Central situado no Palácio 
Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. (FINAZZI PORTO, 2015, p.99). 
4. A turistificação do patrimônio 
O turismo nacional e internacional foi e continua a ser um dos principais 
veículos do intercâmbio cultural. Proporciona experiências profissionais, não só a 
partir da observação dos vestígios do passado, mas também através do contacto 
com a vida atual de outros grupos humanos. 
 Patrimônios brasileiros como as cidades de Ouro Preto, Olinda, São Luiz, 
entre outras, passaram por muitas dificuldades onde suas comunidades não 
tenham mais esperança de manter viva sua história para as futuras gerações. São 
cidades que vivem um dilema eterno, pois como sobreviver a era moderno e se 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
manter com o seus bens sem alteração? Como manter a economia da cidades, os 
empregos de forma que não mudem sua história? Opassado, por não ser mais 
produtivo, engenhoso, tecnológico, perde atratividade para os menos avisados, 
gerando uma sensação de abandono -ou atraso, melhor dizendo. 
É nesse momento que o turismo desempenha um papel importante para 
o desenvolvimento sustentado desses lugares, porém é necessário ter muito 
cuidado para a atividade turística não acabar com com culturas centenárias e, 
muitas vezes, milenares. A falta de cuidado dos turistas em determinadas festas 
como o carnaval em Salvador onde as pessoas urinam nas ruas mesmo tendo 
banheiro químico distribuído pelas ruas, a depredação que ocorre no Rio de 
Janeiro por exemplo, a extração de materiais sem autorização em Diamantina, 
são exemplos de problemas que o turismo pode trazer se não houver uma 
regulamentação e fiscalização presente. 
No entanto devemos lembrar que o turismo também pode ser um 
fator preponderante para a preservação da natureza, como 
acontece com o Pantanal e na Amazônia hoje, locais onde a 
visitação turística tem trazido recursos financeiros e possibilidade 
da preservação da cultura e da fauna e flora. (FINAZZI PORTO, 
2015, p.205). 
É, pois, cada vez mais reconhecido como uma força positiva que favorece a 
conservação do patrimônio natural e cultural. O turismo pode aproveitar as 
vantagens económicas do patrimônio e utilizá-las para a conservação deste, 
criando recursos, desenvolvendo a educação e reorientando as políticas. 
Cuidar de uma patrimônio é um constante desafio econômico para 
numerosos países e regiões, mas é um fator importante de desenvolvimento, se 
for gerido com sucesso e que traz benefícios para a região, os nativos e o país.. 
4.1. Cultura e patrimônio 
Existem claras aproximações entre o método de história e o método do 
turismo cultural quando observamos as duas disciplinas em seu fazer teórico-
prático. O historiador, a partir do seu lugar social, sensibiliza-se por um objeto do 
passado e, através de fontes documentais de variada espécie, busca 
compreender esse objeto e construir, a partir de sua apreensão, uma 
interpretação desveladora de acontecimentos, de ações humanas, enfim, de 
culturas passadas. Essa interpretação para ele e para o seu público, é o modelo 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
possível daquilo que pode ter ocorrido em um contexto, muitas vezes, bem 
distante do momento de vivência de ambos. Parte, portanto, do tempo presente 
e apresenta hipóteses sobre o passado, enunciando possíveis soluções para um 
problema dado. (MENESES, 2006, p.41). 
 
Meneses (2006) explica que “o exercício teórico e prático do turismólogos 
que se dedica ao planejamento e desenvolvimento de um turismo cultural tem 
sua base fundamental na interpretação de manifestações culturais que ele 
apreende, inventaria, documenta e transforma esses conhecimentos em 
momento de abstração e de fruição prazerosa”, ou seja, que através dos olhos 
desses profissionais, é possível que os turistas, assim como os nativos, tenham 
uma dimensão sobre o significado do patrimônio para apreciá-lo e ainda .... 
“Parte, na maioria das vezes, de interpretação histórica, antropológicas e 
sociológicas, de uma tradição de saberes, mas, cada vez mais, abre-se para novas 
interpretações, acadêmicas e para novas manifestações recentes, em uma 
dinâmica que a indústria cultural estimula e promove”.... ou seja, se bem 
apresentados, os projetos e planos sobre a atratividade, em conjunto com as 
instituições responsáveis, é possível que todos se beneficiem. 
 
São esses profissionais que estudam e trabalham diariamente para salvar 
muitas vezes uma cultura já esquecida em prol de ter a possibilidade de mostrar 
aos mundo um costume ou época já esquecidos, ou ainda mais difícil, devido 
muitas vezes a questões burocráticas e financeiras que seja mantidas. Esses 
mesmos profissionais, podem trabalhar em conjunto ou a obra de um servir de 
base ou complemento para outro ou ambos terem uma interpretação 
interdisciplinar. 
 
4.2. Diversidades Culturais. 
 
Diversidade é um termo que diz respeito a variedade, seja de ideias, 
crenças, costumes, origens, etc. A convivência de pessoas diferentes, ideias, 
características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, 
situação ou ambiente. Já cultura é um termo com várias acepções, seria todo o 
complexo de conhecimento, crenças, moral, arte, costumes e hábitos de uma 
determinada sociedade. 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
O povo brasileiro realmente é novo, tanto numérica quanto socialmente. 
Os traços das etnias que o formam são recentes. Esse vertiginoso crescimento 
que se deu a partir do início do século XX, fortemente ancorado no sincretismo e 
na miscigenação do século XIX, forma um novo povo. Ainda segundo Darcy 
Ribeiro (1995): 
 
“Novo por que surge como uma etnia nacional, diferenciada 
culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente 
mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada 
pela redefinição de traços culturais delas oriundo. Também novo 
porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo 
gênero humano diferente de quantos existiam. Povo novo, porque 
é um novo modelo de estruturação societária, que inaugura uma 
forma singular de organização socioeconômica, fundada num tipo 
renovado de escravismo e numa servidão continuada ao mercado 
mundial. Novo inclusive, pela inverossímil alegria e espantosa 
vontade de felicidade, num povo tão sacrificado, que alenta e 
comove a todos os brasileiros”. 
 
Imagem 6 - Diversidade cultural do Brasil 
 
Fonte: Disponível em: 
https://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Brasil/diversidadebrasil.php. 
 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
“Essa conformação poderia ter gerado uma sociedade multiétnica, 
fragmentada e dividida pela oposição de componentes diferenciados e 
impossíveis de miscigenação. Ocorre que o Brasil não se dividiu em minorias 
raciais, culturais ou regionais, vinculadas a lealdade étnicas próprias e conflitantes 
perante a nação. Essa amálgama, apesar de criar uma nova etnia, não desfaz a 
diversidade nacional, obtida principalmente por três fatores: o ecológico, dadas a 
diversidade ambiental distinta que criou paisagens humanas diversas e a 
adaptabilidade desse novo povo; o econômico, que criou formas diferenciadas de 
modos de produção, como suas diversas formas de organização social; e, por fim, 
o migratório, que ajudou a completar essa miscigenação, especialmente com a 
presença de europeus, japoneses e árabes”.(FINAZZI PORTO, 2015, p.176). 
Foi justamente a nossa miscigenação que criou um povo único e com 
modos diversos em um único país que pode ser notada hoje, como sertanejos do 
Nordeste, caboclos da Amazônia, crioulos do litoral, caipiras do Sudeste e Centro-
Oeste, gaúchos das campanhas sulistas, além de ítalo-brasileiros, germano-
brasileiros, nipo-brasileiros, entre outras tantas miscigenações conforme explica 
Finazzi Porto(2015). 
 
Síntese 
Nos estudos realizados nesta unidade, podemos observar que o nosso 
país, devido a sua grande diversidade, é um país com ampla possibilidade de 
atrativo turístico cultural, onde é possível se sentir em casa, mesmo sendo de 
outro país devido a miscigenação que ocorre desde a formação do Brasil. Além 
da diversidade cultural, temos um país rico em sua natureza, que é um grande 
atrativo. 
 
Nossas festas, comemorações, se bem organizadas, é um grande propulsor 
da economia e gera faturamento considerável pois atrai turismo tanto nacional 
quanto internacional. Mas também temos que considerar o desgaste ocasionado 
devido a essa massificação do turismo, e senão for devidamente controlado por 
leis, infelizmente não temos um bom desenvolvimento nosetor turístico. 
 
Nossa demanda oscila ainda, mas o conceito de viagem, hoje passou a ser 
mais considera cultural do que de descanso, e isso nos leva a questão educacional 
com relação ao turismo. Preparar nativos para bem receber turistas sem alterar 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
seus costumes é o desafio das instituições que hoje atuam em conservação do 
patrimônio cultural brasileiro. Entender a complexidade das políticas públicas 
hoje aplicadas para a defesa de nosso patrimônio é essencial para mantermos 
uma cultura tão rica e diversificada e também mantermos o patrimônio cultural 
de cada região bem cuidado para que se não se perca na história e no tempo. 
Por todos os aspectos estudados, podemos concluir que nesta unidade 
foi possível: 
● Entender e identificar o patrimônio brasileiro tombado pelo IPHAN. 
● Compreender como se dá o gerenciamento do patrimônio Histórico 
Nacional. 
● Compreender a importância do patrimônio Cultural. 
● Conhecer a Carta Internacional sobre Turismo Cultural (1999). 
● Compreender os conceitos de patrimônio cultural material, patrimônio 
cultural imaterial e patrimônio da humanidade. 
● Analisar as diferentes classificações do patrimônio já estudadas em sala 
de aula. 
● Identificar as características culturais e diversidades dos grupos humanos: 
proximidades e diferenças e cultura. 
● Conhecer alguns patrimônios brasileiros. 
● Compreender as leis sobre tombamento e que protegem os bens 
patrimoniais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia: 
 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
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Contexto, 2007. Disponível em: Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade 
Anhembi Morumbi. 
 
MENESES, José Newton Coelho. História & turismo cultural. Belo Horizonte: 
Autêntica, 2006. Disponível em: Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade 
Anhembi Morumbi. 
 
VARGAS, Heliana Comin; CASTILHO, Ana Luisa Howard (Orgs.). Intervenções em 
centros urbanos Objetivos, estratégias e resultados. 2ª edição. Manole: 
Barueri-SP, 2009. Disponível em: Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade 
Anhembi Morumbi. 
 
ABREU, Regina; CHAGAS, Mário. Memória e patrimônio - Ensaios 
Contemporâneos. Rio de Janeiro: Lamparina, 2003. 
 
SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto 
Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez 2006, p. 20-45. 
 
MARCHETTE, T.D. Educação Patrimonial e políticas públicas de preservação 
no Brasil. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
 
FINAZZI PORTO, Aloísio. patrimônio Turístico do Brasil. In: FINAZZI PORTO, 
Aloísio. patrimônio Turístico do Brasil. Curitiba: Intersaberes, 2015. 
 
Bibliografia Complementar 
 
CAMARGO, L.O.L. Hospitalidade. São Paulo: ALEPH, 2004. Disponível em: 
Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade Anhembi Morumbi. 
 
PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2007. Disponível 
em: Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade Anhembi Morumbi. 
 
PINSKY, C. B.; LUCA, T. R. (org.) O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 
2009. Disponível em: Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade Anhembi 
Morumbi. 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
viagem 
 
 
LASHLEY, Conrad e MORRISON, Alison (orgs.). Em busca da hospitalidade: 
perspectivas de um mundo globalizado. São Paulo: Manole, 2004. Disponível 
em: Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade Anhembi Morumbi. 
 
MARCHETTE, T.D. Educação Patrimonial e políticas públicas de preservação 
no Brasil. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: Biblioteca Virtual de 
Consulta; Universidade Anhembi Morumbi. 
 
Leis: 
MINISTÉRIO DO TURISMO. PORTARIA Nº 27, DE 30 DE JANEIRO DE 2014 nº 
Portaria Nº27, de 30 de janeiro de 2014. Estabelece requisitos e critérios para o 
exercício da atividade de Guia de Turismo e dá outras providências. Rio de Janeiro, 
2014. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/legislacao/?p=117. Acesso em: 5 
jul. 2019. 
 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. 
LEI Nº 11.771, DE 17 DE SETEMBRO DE 2008. nº LEI Nº 11.771, de 17 de setembro 
de 2008. Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do 
Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico; 
revoga a Lei no 6.505, de 13 de dezembro de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 
de novembro de 1986, e dispositivos da Lei no 8.181, de 28 de março de 1991; e 
dá outras providências. Brasília, 2008. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11771.htm. Acesso 
em: 5 jul. 2019. 
 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. 
DECRETO Nº 7.381 nº LEI Nº 11.771, de 2 de dezembro de 2010. Regulamenta a 
Lei no 11.771, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional 
de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, 
desenvolvimento e estímulo ao setor turístico, e dá outras providências. Brasília, 
2010. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20072010/2010/Decreto/D7381.htm. 
Acesso em: 5 jul. 2019. 
 
Artigo: 
História e patrimônio - Unidade 2 - Monumento, monumento histórico e as razões culturais da 
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MIRANDA, Marcos Paulo de Souza. O inventário como instrumento constitucional 
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https://jus.com.br/artigos/11164. Acesso em: 3 jul. 2019. 
 
JUNDURIAN CORÁ, Maria Amelia. Políticas públicas culturais no Brasil: dos 
patrimônios materiais aos imateriais. Políticas públicas culturais no Brasil: dos 
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http://www.scielo.br/pdf/rap/v48n5/02.pdf. Acesso em: 4 jul. 2019. 
 
Site: 
POLÍTICA de preservação do patrimônio Cultural Brasileiro completa 80 anos. 
Brasília, 12 jan. 2017. Disponível em: 
http://portal.iphan.gov.br/indl/noticias/detalhes/3949/politica-de preservacao-
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HTTP://WWW.UNESCO.ORG. Trabalho do patrimônio Mundial no Brasil. Brasília, 
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http://www.patrimôniocultural.gov.pt/media/uploads/cc/cartaintsobreturismocu
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http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp, 2006.. 
Acesso em: 4 jul. 2019. 
 
Imagens: 
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https://www.pensador.com/obras_de_arte_famosas/. Acesso em: 13 jul. 2019. 
 
 
 
 
Imagem 2 - ABAPORU (1928) de Tarsília do Amaral. 
ABAPORU (1928) de Tarsília do Amaral. 2018. Imagem. Disponível em: 
https://www.pensador.com/obras_de_arte_famosas/. Acesso em: 13 jul. 2019. 
 
Imagem 3 - A NOITE Estrelada (1889) de Vincent Van Gogh. 
(A NOITE..., 2018) 
 
Imagem 4 - REALI, Heitor. Arte de pintura corporal dos índios wapaji. 2018. 
Imagem. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/54. Acesso 
em: 13 jul. 2019. 
 
Imagem 5 - PRAÇA Tiradentesem Ouro Preto - MG. 2018. Imagem. Disponível 
em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/30. Acesso em: 13 jul. 2019. 
 
Imagem 6 - DIVERSIDADE cultural do Brasil. 2018. Imagem. Disponível em: 
https://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Brasil/diversidadeb
rasil.php. Acesso em: 13 jul. 2019.

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