RELATÓRIO DA INTERVENÇÃO

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 
SECRETARIA DE ESTADO DO TRABALHO, DA HABITAÇÃO E DA 
ASSISTÊNCIA SOCIAL - SETHAS 
FUNDAÇÃO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DA INTERVENÇÃO JUDICIAL 
DA FUNDASE/RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
Dezembro/2018 
 
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Sumário 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................................. 3 
2. A FUNDASE: AS MEDIDAS PARA A ESTRUTURAÇÃO DE UMA NOVA ENTIDADE DE 
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO ................................................................................................ 7 
3. ORÇAMENTO NECESSÁRIO PARA O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO 
RIO GRANDE DO NORTE ................................................................................................................ 9 
4. OS INVESTIMENTOS REALIZADOS PARA A RECUPERAÇÃO E AMPLIAÇÃO DAS VAGAS NO 
SISTEMA SOCIOEDUCATIVO ........................................................................................................ 12 
5. REESTRUTURAÇÃO ADMINISTRATIVA (LEI ORGÂNICA E PLANO DE CARGOS, CARREIRA E 
REMUNERAÇÃO) ......................................................................................................................... 16 
6. RECURSOS HUMANOS ......................................................................................................... 20 
7. FINANCIAMENTO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO ............................................................. 23 
8. A SOCIOEDUCAÇÃO: AS BASES PARA UMA NOVA POLÍTICA DE ATENDIMENTO ................ 25 
9. A INTERSETORIALIDADE: A NECESSÁRIA ARTICULAÇÃO COM AS DEMAIS POLÍTICAS 
GOVERNAMENTAIS ..................................................................................................................... 29 
10. ÓRGÃO GESTOR DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO ........................................................... 31 
11. ESCOLARIZAÇÃO .............................................................................................................. 34 
12. ATIVIDADES CULTURAIS .................................................................................................. 37 
13. ATIVIDADES DE ESPORTE E LAZER ................................................................................... 40 
14. PROFISSIONALIZAÇÃO ..................................................................................................... 41 
15. SEGURANÇA DAS UNIDADES DE ATENDIMENTO ............................................................ 43 
16. ATENDIMENTO INTEGRAL À SAÚDE DO ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA 
SOCIOEDUCATIVA ........................................................................................................................ 46 
17. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 48 
18. ANEXOS ........................................................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RELATÓRIO FINAL DE AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO JUDICIAL DA 
FUNDAC/RN 
PROCESSO Nº 0108149-70.2014.8.20.0001-2ª VIJ/NATAL 
 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
 A Intervenção Judicial na então Fundação Estadual da Criança e do 
Adolescente do Estado do Rio Grande do Norte (FUNDAC/RN) foi decretada em 12 de 
março de 2014, por decisão interlocutória proferida pela 3ª Vara da Infância e da 
Juventude da Comarca de Natal, na Ação Civil Pública nº 0108149-70.2014.8.20.0001. 
Na ação promovida, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte postulava 
o completo reordenamento da instituição responsável pela execução das medidas 
socioeducativas em meio fechado no Rio Grande do Norte, visando a sua adequação à 
Lei nº 12.594/2012, que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
(SINASE). 
 
 Esse processo, resultado de uma investigação conduzida pela 21ª Promotoria 
de Justiça da Comarca de Natal desde 2012, contém a fotografia real das precárias 
condições de funcionamento das unidades de atendimento socioeducativo. Concluiu-se 
que tal cenário era resultado do completo caos administrativo e gerencial que imperava 
na FUNDAC/RN, fruto de perniciosas interferências políticas na condução do Sistema 
Socioeducativo Potiguar. Vale salientar que, antes do ajuizamento da referida ação civil 
pública, diversas tentativas de resolução negociada do problema foram empreendidas. 
Porém os resultados esperados sempre esbarravam nos entraves burocráticos, na falta de 
competência e capacidade dos gestores, além da completa indiferença da cúpula do 
Governo do Estado à época com a temática. 
 
 
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 O problema era tão grave que exigia (e isso já era possível antever) a 
construção de uma nova FUNDAC/RN, sob bases totalmente diferentes, que 
privilegiassem a atuação estritamente técnica e profissional, a fim de proporcionar aos 
adolescentes atendidos a oportunidade de construírem um novo projeto de vida. Para 
tanto, era preciso adotar providências tão amplas e profundas que foi necessária uma 
medida extrema de intervenção judicial, como forma de acelerar esse processo de 
restruturação da entidade responsável pelo atendimento socioeducativo em meio 
fechado. 
 
 A Intervenção Judicial na FUNDAC/RN foi efetivamente instalada no dia 25 
de março de 2014, com a nomeação e posse de KALINA LEITE GONÇALVES, 
conforme ato publicado no Diário Oficial n° 13.159, edição de 25/03/2014. 
Inicialmente, o foco do trabalho foi no cumprimento das medidas determinadas na 
decisão da 3ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Natal, promovendo-se o 
reordenamento dos recursos humanos, bem como a deflagração dos processos para 
recuperação das unidades socioeducativas, além da contratação de uma empresa de 
consultoria para conduzir o processo de reordenamento institucional da fundação. 
 
 Ocorre que a interventora judicial teve sua gestão encerrada no início de 2015, 
ao assumir a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social 
(SESED/RN). Na mesma época, foi realizada audiência judicial, ocasião em que o Juízo 
da 2ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Natal (que passou a ter 
competência para processar a Ação Civil Pública nº 0108149-70.2014.8.20.0001) 
determinou a substituição da intervenção expropriatória pela intervenção fiscalizatória, 
tendo sido indicado para a função o Sr. FLÁVIO HOLANDA PINTO. Na época, o 
recém-empossado Governador do Estado nomeou para a presidência da FUNDAC/RN 
RICARDO DE SOUSA CABRAL, que fora o Diretor Administrativo e Financeiro 
durante o período em que KALINA LEITE GONÇALVES esteve à frente da instituição. 
 
 
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 No entanto, em audiência realizada no dia 13 de abril de 2015, constatou-se 
que não foram promovidas as ações que haviam sido definidas anteriormente, de modo 
que, ao prolatar a sentença do processo, o Juízo da 2ª Vara da Infância e da Juventude da 
Comarca de Natal julgou procedentes os pedidos do Ministério Público e, mais do que 
isso, restabeleceu a intervenção judicial da FUNDAC/RN por mais 1 (um) ano, 
nomeandoRICARDO DE SOUSA CABRAL como interventor e FLÁVIO HOLANDA 
PINTO como interventor-adjunto, conforme Ato Governamental publicado no DOE nº 
13.450, de 03 de junho de 2015. Esse último permaneceu na função por pouco mais de 2 
(dois) meses, sendo substituído por PEDRO CALDAS MACHADO FERREIRA, que 
exerceu as atribuições de interventor-adjunto de 25 de julho de 2015 a 30 de setembro 
daquele ano. 
 
 Em abril de 2016, atendendo a um pedido de reconsideração do Ministério 
Público, o Juízo da 2ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Natal prorrogou a 
intervenção judicial, determinando algumas providências a serem alcançadas até o final 
daquele ano. 
 
 A prorrogação do decreto interventivo se justificava pois, a despeito dos 
esforços para a recuperação das unidades socioeducativas e a aquisição de materiais 
necessários, o objetivo principal da intervenção ainda não havia sido alcançado, uma 
vez que o projeto de lei dispondo sobre a Lei Orgânica e o novo Plano de Cargos, 
Carreira e Remuneração (PCCR) da instituição sequer tinha sido enviado à Assembleia 
Legislativa, ao passo que a proposta de socioeducação ainda não havia sido construída. 
 
 No entanto, aproximado o prazo estabelecido pela 2ª Vara da Infância e da 
Juventude da Comarca de Natal, a Comissão Interinstitucional de Acompanhamento da 
Intervenção Judicial avaliou que, a despeito das medidas adotadas para efetivar o 
integral cumprimento da sentença proferida na Ação Civil Pública nº 0108149-
70.2014.8.20.0001, muitas dessas providências dependiam de ações e propostas 
legislativas do Poder Executivo Estadual que não foram efetivadas. 
 
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 Por isso, nos últimos dois meses do ano de 2016, a intervenção da 
FUNDAC/RN, com o apoio do Ministério Público, iniciou um processo de diálogo com 
o Estado do Rio Grande do Norte no sentido de pactuar compromissos que, 
verdadeiramente, viabilizassem o integral cumprimento da sentença que determinou o 
reordenamento institucional da fundação. 
 
 Nesse diapasão, foram identificadas três questões fundamentais que ainda não 
haviam sido equacionadas: a aprovação e implantação da Lei Orgânica e do PCCR, a 
reformulação da Política de Atendimento Socioeducativo e a integração das políticas 
setoriais no atendimento ao adolescente em cumprimento de medida socioeducativa. 
 
 Como resultado dessas discussões, em 12 de dezembro de 2016, foi celebrado 
um termo de acordo judicial, no qual foram firmadas diversas obrigações sob a 
responsabilidade do Estado do Rio Grande do Norte e da FUNDAC/RN. Em 
contrapartida, pactuou-se a prorrogação da intervenção judicial até 30 de setembro de 
2017. 
 Contudo, com a proximidade do prazo final da intervenção, novas reuniões 
foram realizadas com os diversos órgãos da Administração Direta Estadual, com o 
objetivo de rediscutir os compromissos e os prazos firmados no termo de acordo 
judicial. Na oportunidade, constatou-se que vários desafios ainda precisariam ser 
enfrentados, tendo em vista que, fundamentalmente, o tripé da reestruturação da 
FUNDAC/RN não havia sido plenamente equacionado. 
 
 Com efeito, em 25 de setembro de 2017, o Ministério Público, o Estado do Rio 
Grande do Norte e a FUNDAC/RN assinaram o primeiro aditivo ao termo de acordo 
judicial, repactuando os compromissos firmados anteriormente e estendendo a 
intervenção judicial até 31 de dezembro de 2018. 
 
 
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 Vale salientar que, em 04 de abril de 2018, foi assinado o segundo aditivo ao 
termo de acordo, alterando apenas os compromissos pertinentes à reformulação do 
atendimento socioeducativo. 
 
 Destarte, considerando a aproximação do prazo final da intervenção, o presente 
relatório conclusivo constitui uma das últimas obrigações assumidas pela Administração 
Judicial (cláusula quadragésima primeira do 1º aditivo ao termo de acordo), na 
perspectiva de apresentar ações desenvolvidas, apontando os avanços alcançados ao 
longo desse percurso, bem como as dificuldades que ainda precisam ser superadas para 
o efetivo e pleno funcionamento da entidade responsável pela execução das medidas 
socioeducativas em meio fechado do Estado do Rio Grande do Norte. 
 
 Nesse sentido, é importante dividir o presente relatório em três principais 
eixos: a) A Fundase: as medidas para a estruturação de uma nova entidade de 
atendimento socioeducativo; b) A socioeducação: as bases para uma nova política de 
atendimento; c) A intersetorialidade: a necessária articulação com as demais políticas 
governamentais. 
 
2. A FUNDASE: AS MEDIDAS PARA A ESTRUTURAÇÃO DE UMA 
NOVA ENTIDADE DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO 
 
 Assim que a intervenção judicial assumiu a gestão da FUNDAC/RN, foi 
necessário adotar um conjunto de medidas emergenciais, visando restabelecer, ainda que 
com muitas dificuldades, o regular funcionamento da entidade e de suas unidades 
descentralizadas. Isso porque a FUNDAC/RN se encontrava em um completo caos 
administrativo e gerencial, com unidades interditadas e desabastecidas; suspensão dos 
contratos com os fornecedores e prestadores de serviços por falta de pagamento; 
veículos sucateados; ausência de profissionais, além de diversas irregularidades no 
provimento de cargos comissionados, dentre outros problemas. 
 
 
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 Para superar essa grave crise, indiscutivelmente, foi primordial a colaboração do 
Governo do Estado ao garantir a execução do orçamento da FUNDAC/RN, como forma 
de viabilizar a realização das despesas e dos investimentos necessários para a 
recuperação da fundação. 
 
 Com a garantia dos recursos, foi possível retomar obras paralisadas (como o 
caso do CEDUC PITIMBU), adquirir materiais de consumo (limpeza, expediente, água 
mineral, gás gêneros alimentícios etc.), realizar a manutenção dos veículos, fazer a 
aquisição/locação de equipamentos de informática; restabelecer o fornecimento da 
alimentação (inicialmente com a aquisição de gêneros alimentícios e, posteriormente, 
com a contratação de uma empresa terceirizada que fornece cinco refeições por dia). 
 
 No entanto, essas medidas de recuperação não eram suficientes para resolver, de 
uma maneira sustentável e duradoura, os problemas da FUNDAC/RN. Era notório que a 
entidade precisaria ser refundada sob novos alicerces. Do contrário, a desorganização 
administrativa que havia ensejado a intervenção judicial rapidamente voltaria a se 
instalar na fundação. Era preciso, portanto, propor um novo marco legal que 
verdadeiramente reestruturasse a FUNDAC/RN, rompendo com o seu passado, 
vinculado a diversas áreas da política de atendimento à criança e ao adolescente, para se 
dedicar, exclusivamente, à socioeducação. 
 
 A mudança era tão necessária que até o próprio nome da entidade não era mais 
compatível com a sua finalidade. Antes do SINASE, a FUNDAC/RN também se 
dedicava ao atendimento de crianças, seja através de unidades de acolhimento 
institucional, seja com o funcionamento de programas de proteção, como o extinto 
“SOS Criança”. 
 
 Com efeito, era preciso alinhar a instituição à sua finalidade precípua, que é o 
atendimento socioeducativo em regime de internação e semiliberdade. Para tanto, seria 
necessário promover uma ampla e profunda reforma administrativa, extinguindo setores 
 
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e cargos que não tinham relação com o atendimento socioeducativo e, ao mesmo tempo, 
dimensionar essa estrutura para as novas exigências introduzidas pelo SINASE. 
 Outra grande distorção encontrada pela Intervenção Judicial foi no tocante aos 
recursos humanos. Embora a FUNDAC/RN tivesse cerca de 1.000 (mil) servidores, que 
se observava era um grave déficit de pessoal, especialmente de agentes socioeducativos 
e de profissionais para compor as equipes técnicas das unidades socioeducativas. Essa 
fragilidade era potencializada pelas interferências políticas nas nomeações de cargos 
comissionados, bem como na definição quanto à lotação e cessão de servidores. Além 
disso, era preocupante o fato de que um número significativo de servidores já reunia os 
requisitos para aposentadoria, o que só agravaria a dificuldade de recursos humanos, 
ante a iminente possibilidade de paralisação dos serviços por absoluta falta de pessoal. 
 
 Portanto, as dificuldades apontadas acima faziam parte do grande desafio de 
reestruturação administrativa da FUNDAC/RN. Ainda não seja considerado o ideal, 
ante a necessidade de se fazer concessões durante das discussões com o Governo do 
Estado, pode-se dizer que a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Estado do Rio 
Grande do Norte (FUNDASE/RN) é o modelo que foi possível aprovar nas atuais 
circunstâncias políticas, administrativas e financeiras do Estado. 
 
 Abaixo, detalharemos todo o percurso para se chegar à atual FUNDASE/RN. 
 
3. ORÇAMENTO NECESSÁRIO PARA O FUNCIONAMENTO DO 
SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 Quando a Intervenção Judicial foi decretada, um dos principais problemas 
observados desde aquela época e que contribuíram diretamente para o caos do Sistema 
Socioeducativo Estadual era a ausência de autonomia administrativa e financeira da 
FUNDAC/RN. 
 
 
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 Embora seja uma fundação de direito público, a FUNDAC/RN funcionava 
como qualquer outro órgão da Administração Direta, de modo que a realização de todas 
despesas orçamentárias dependia, inevitavelmente, de autorização da Secretaria de 
Estado do Planejamento e das Finanças (SEPLAN). 
 
 Ao longo do período interventivo, a questão orçamentária e financeira foi 
sendo contornada por meio de decisões judiciais que determinavam o repasse de 
recursos para a fundação ou, então, mediante acertos firmados entre o interventor 
judicial da FUNDAC/RN e a SEPLAN. 
 
 Contudo, em função da grave crise fiscal do Estado ao longo dos últimos 5 
(cinco) anos, o que demandou diversas medidas de contingenciamento de despesas, a 
autonomia financeira da FUNDAC/RN nunca chegou a ser implementada. 
 
 Como alternativa, foram pactuados compromissos no sentido de garantir a 
aprovação de um orçamento compatível com as despesas estimadas para o 
funcionamento da entidade, enquanto que a liberação dos recursos dependeria de 
solicitações encaminhadas à SEPLAN. 
 
 Dessa feita, por ocasião do 1º aditivo termo de acordo judicial (cláusula 
segunda), a FUNDASE/RN estimou uma despesa (custeio e investimentos) no 
montante de R$ 10.585.580,00 (dez milhões, quinhentos e oitenta e cinco mil, 
quinhentos e oitenta reais). No entanto, a SEPLAN estabeleceu um teto de gastos na 
ordem de apenas R$ 8.948.000,00 (oito milhões, novecentos e quarenta e oito mil reais). 
Diante disso, a FUNDASE/RN teve que readequar a sua estimativa de despesas, o que 
trouxe dificuldades para a Administração Judicial, num contexto de expansão do 
atendimento socioeducativo em contraste com uma significativa redução orçamentária. 
 
 Conforme o orçamento estabelecido pela SEPLAN/RN, para o exercício de 
2018, Fonte 100, 105 e 290, foram executados até o fechamento deste Relatório o valor 
 
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de R$ 6.523.589,95 (seis milhões, quinhentos e vinte e três mil, quinhentos e oitenta e 
nove reais e noventa e cinco centavos), aplicados em custeio, manutenção e 
investimentos. 
 
 Esse montante corresponde à execução das despesas até agosto de 2018, de 
modo que para concluir o ano a FUNDASE/RN tem no seu orçamento apenas R$ 
2.424.411,00 (dois milhões, quatrocentos e vinte e quatro mil, quatrocentos e onze reais) 
para pagar as despesas de setembro, outubro, novembro e dezembro. 
 
 Em função do agravamento da crise financeira, o Governo do Estado, no 
último trimestre de 2018, não vem realizando a liberação dos recursos de acordo com as 
solicitações feitas pela fundação. Nesse diapasão, o Secretário da SEPLAN chegou a 
reunir o secretariado em 19/10/2018 para informar e orientar quanto aos gastos com a 
Administração Pública, com sugestão, inclusive, de suspensão de processos licitatórios 
em curso. 
 
 É preciso reforçar que, nos últimos anos, tem havido uma redução progressiva 
dos tetos orçamentários destinados à FUNDASE/RN, enquanto vem havendo um 
aumento sistemático das despesas, em decorrência da expansão do atendimento 
socioeducativo. Exemplo dessas graves restrições, é que em 2017 houve a necessidade 
de uma suplementação orçamentária de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais), 
através da Emenda Coletiva nº 352/2016, o que permitiu uma previsão suficiente para a 
execução das despesas ordinárias. 
 
 Para o exercício de 2019, a SEPLAN informou à FUNDASE/RN que o teto 
orçamentário da fundação seria de R$ 7.288.000,00 (sete milhões, duzentos e oitenta e 
oito mil reais). No entanto, a entidade estimou uma despesa da ordem de R$ 
12.622.000,00 (doze milhões, seiscentos e vinte e dois mil reais). 
 
 
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 Como se pode inferir, o teto estipulado pela SEPLAN encontra-se muito aquém 
do necessário para adimplir os compromissos necessários para a manutenção das 
condições mínimas de funcionamento da FUNDASE/RN. 
 
 Reafirmamos que a proposta encaminhada não condiz com as necessidades 
desta Fundação e não atenderá à demanda institucional para o próximo ano. Caso venha 
a ser aprovado o orçamento de acordo com teto imposto pela SEPLAN, as atividades da 
FUNDASE/RN serão interrompidas por volta do 3º trimestre do próximo exercício 
financeiro. 
 
 Assim considerando, a sugestão é de que a proposta orçamentária para 2019 da 
FUNDASE/RN seja urgentemente revisada, promovendo-se uma suplementação da 
ordem de R$ 5.334.000,00 (cinco milhões, trezentos e trinta e quatro mil de reais), 
de modo a assegurar um orçamento condizente com as reais necessidades da instituição. 
 
 Esse acréscimo se justifica não apenas pela necessidade de manutenção das 
estruturas já existentes, mas também diante da crescente demanda por novas vagas no 
Sistema Socioeducativo, a partir da abertura de novas unidades, o que demanda 
investimentos e aquisições dos recursos necessários ao funcionamento dessas novas 
estruturas (equipamentos, mobiliário, veículo, alimentação, vestuário etc.). 
 
4. OS INVESTIMENTOS REALIZADOS PARA A RECUPERAÇÃO E 
AMPLIAÇÃO DAS VAGAS NO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO 
 
 Sem dúvida, o problema mais evidente do Sistema Socioeducativo do Estado 
do Rio Grande do Norte era a insuficiência de vagas para internação de adolescentes 
autores de atos infracionais cometidos com violência ou grave ameaça. Essa situação 
estava diretamente relacionada com a interdição parcial ou total das unidades 
socioeducativas.Ainda que o problema não fosse apenas de estrutura física (como foi 
 
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possível observar ao longo da intervenção judicial), a recuperação desses 
estabelecimentos era uma ação que indiscutivelmente precisaria ser executada, como 
forma de retirar a FUNDAC/RN do caos absoluto em que se encontrava. 
 
 No tocante aos investimentos em infraestrutura, cumpre primeiramente 
registrar a conclusão da reforma do CEDUC Pitimbu, a principal unidade 
socioeducativa do Estado e que estava interditada desde 2012. A primeira fase da obra 
foi finalizada em 21 de dezembro de 2015, com a oferta de 36 (trinta e seis) vagas de 
internação para adolescentes do sexo masculino, atendendo as demandas de Natal e 
região metropolitana. A segunda etapa da obra foi entregue em 02 de fevereiro de 2017, 
com a criação de mais 36 (trinta e seis) vagas, além da construção de uma quadra 
poliesportiva, estação de tratamento de água e a instalação de um gerador próprio. 
 
 Atualmente, o CEDUC Pitimbu possui 72 (setenta e duas) vagas, mas apenas 
56 (cinquenta e seis) estão sendo efetivamente disponibilizadas, conforme decisão da 
Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Parnamirim. A ampliação do Ceduc 
Pitimbu foi um compromisso assumido pela FUNDAC/RN no termo de acordo judicial 
(cláusula terceira) celebrado com o Ministério Público e o Estado do Rio Grande do 
Norte. 
 
 Na mesma cláusula, também estava prevista a conclusão da obra do CIAD 
Natal. Essa unidade passou por ampla reforma e ampliação, oferecendo atualmente 70 
(setenta) vagas para a internação provisória de adolescentes do sexo masculino, além de 
10 (dez) vagas para o Pronto Atendimento. 
 
 A cláusula quarta do termo de acordo, posteriormente substituída pela 
cláusula terceira do 1º aditivo, estabeleceu a obrigação de ser criado o CIAD Caicó. 
Nesse sentido, a fundação entregou a referida unidade em 01 de outubro de 2018, com 
12 (doze) vagas para internação provisória de adolescentes daquela comarca. 
 
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 Vale ressaltar a Fundação também providenciou toda a estrutura física, bem 
como a aquisição de bens móveis e equipamentos para a implantação do Núcleo de 
Atendimento Integrado (NAI) Natal, anexo ao CIAD Natal, atendendo ao que está 
previsto na cláusula décima do termo de acordo judicial. Contudo, a utilização desse 
espaço ainda depende da assinatura de um Termo de Cooperação Técnica entre os 
órgãos, instituições e Poderes que deverão funcionar no local (Poder Judiciário, 
Ministério Público, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, órgãos da 
Assistência Social e de outras políticas públicas etc.). 
 
 Podemos ressaltar que a minuta do termo foi elaborada e se encontra sob 
análise dos órgãos participantes, sendo que até a presente data ainda não houve um 
posicionamento definitivo, sobretudo do Poder Judiciário e do Ministério Público, 
acerca da viabilidade dessa estrutura. Dessa feita, embora a FUNDAC/RN tenha 
promovido as discussões para a implantação do NAI, atendendo ao que determinava a 
cláusula décima primeira do termo de acordo judicial, conclui-se que o seu objetivo 
não foi alcançado pelos motivos anteriormente expostos. Diante do impasse para a 
implantação do NAI Natal, as discussões para a implantação do núcleo de Mossoró 
também não avançou. 
 
 Diante disso, o espaço destinado ao NAI passou a ser utilizado, por decisão do 
Interventor Judicial, como sede do Núcleo Gestor Estadual da Escola Nacional de 
Socioeducação. 
 
 O Sistema Socioeducativo potiguar ainda conta com mais uma unidade 
socioeducativa, em funcionamento desde o dia 22 de março de 2017. O denominado 
Centro Educacional (CEDUC) Santa Catarina, localizado na Zona Norte de Natal, é 
destinado ao cumprimento de medida em semiliberdade exclusivamente para 
adolescentes do sexo feminino, com um total de 10 (dez) vagas. A abertura dessa 
unidade solucionou uma dificuldade que existia quando CEDUC Padre João Maria 
 
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concentrava a execução das medidas de internação e semiliberdade, além da internação 
provisória, que dificultava o desenvolvimento de um trabalho socioeducativo 
compatível com a natureza de cada medida. 
 
 Além de todas essas providências, a Intervenção Judicial também realizou a 
reforma das seguintes unidades: CEDUC e CIAD Mossoró (cláusula quarta do 1º 
aditivo ao termo de acordo judicial), e CEDUC Nazaré (cláusula quinta do 1º aditivo ao 
termo de acordo judicial). 
 
 Por outro lado, além do NAI Mossoró, não houve a estruturação do CEDUC 
Alecrim. Nesse segundo caso, a adequação do espaço (que corresponde ás antigas Casa 
Menino Jesus e Casa da Criança e do Adolescente Deficiente) também depende da 
definição da nova proposta de medida de semiliberdade, já elaborada pela 
FUNDASE/RN e aguardando análise e aprovação da comissão constituída para essa 
finalidade. 
 
 No tocante ao Centro de Treinamento e Profissionalização (CTP), embora tenha 
sido instaurados dois processos administrativos, a reforma dessa unidade não foi 
executada, conforme incialmente havia sido prevista. No entanto, está um curso um 
terceiro processo (03510016000234/2018-66), com o objetivo de promover a integração 
entre os prédios do CTP e do NAI Natal, a fim de viabilizar a utilização de alguns 
espaços do CTP pelo Núcleo Gestor Estadual da Escola Nacional de Socioeducação. 
 
 Ressaltamos que nessa unidade está reservado espaço para o funcionamento do 
Núcleo Estadual da Escola Nacional de Socioeducação (cláusula vigésima primeira do 
1º aditivo ao termo de acordo judicial). 
 
 Em 2014, ao assumir a gestão da antiga FUNDAC/RN, a Administração 
Judicial recebeu o sistema socioeducativo com apenas 80 (oitenta) vagas disponíveis, 
situação essa que era resultado das sucessivas interdições (totais e parciais) das unidades 
 
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socioeducativas do estado, por completa falta de gestão. Convictos do dever cumprido, 
podemos afirmar que, após passar por um período negro, a FUNDASE/RN conta hoje 
com 10 (dez) unidades em funcionamento. Além da recuperação, houve a ampliação de 
vagas em algumas unidades, além da abertura de novos estabelecimentos, totalizando 
347 (trezentos e quarenta e sete) vagas, distribuídas conforme quadro abaixo: 
 
CAPACIDADE DAS UNIDADES SOCIOEDUCATIVAS DA FUNDASE/RN 
 
UNIDADES META DE ATENDIMENTO 
PRONTO ATENDIMENTO NATAL 10 
CIAD NATAL – INTERNAÇÃO PROVISÓRIA MASCULINA 70 
PRONTO ATENDIMENTO MOSSORÓ 08 
CIAD MOSSORÓ – INTERNAÇÃO PROVISÓRIA MASCULINA 36 
CEDUC PADRE JOÃO MARIA – INTERNAÇÃO PROVISÓRIA E 
INTERNAÇÃO FEMININA 
20 (5+15) 
CEDUC MOSSORÓ – INTERNAÇÃO MASCULINA 48 
CEDUC PITIMBU – INTERNAÇÃO MASCULINA 72 
CEDUC CAICÓ – INTERNAÇÃO MASCULINA 31 
CIAD CAICÓ - INTERNAÇÃO PROVISÓRIA MASCULINA 12 
CEDUC NAZARÉ – SEMILIBERDADE MASCULINA 20 
CEDUC SANTA CATARINA – SEMILIBERDADE FEMININA 10 
CEDUC SANTA DELMIRA – SEMILIBERDADE MASCULINA 10 
TOTAL 347 
 
 
5. REESTRUTURAÇÃO ADMINISTRATIVA (LEI ORGÂNICA E PLANO 
DE CARGOS, CARREIRA E REMUNERAÇÃO) 
 
 Em virtude das profundas modificações promovidas com a instituição do 
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), primeiramente com a 
Resolução nº 119/2006do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 
e, posteriormente, com a aprovação da Lei nº 12.594/2012, era notório que a estrutura 
organizacional da FUNDAC/RN precisaria passar por profundas modificações. Aliás, 
essa incompatibilidade entre as novas demandas do SINASE e a capacidade operacional 
da instituição foi um dos motivos da grave crise do Sistema Socioeducativo do Estado 
do Rio Grande do Norte, culminando com a intervenção judicial da referida fundação. 
 
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 Um dos principais produtos a ser apresentado pela equipe de intervenção 
judicial era um modelo de gestão mais eficiente e que fosse capaz de atender às novas 
exigências do SINASE. Para tanto, inicialmente foi contratada a empresa de consultoria 
BASECORP, ao custo de R$ 156.275,00 (cento e cinquenta e seis mil, duzentos e 
setenta e cinco reais), a fim de auxiliar a FUNDAC/RN nesse processo. A empresa que 
realizou um diagnóstico da fundação, tanto do ponto de vista administrativo como 
operacional, tendo apresentado os seguintes produtos: Mapa Estratégico/Reestruturação 
Organizacional; Plano de Trabalho/Ação (com métricas e indicadores de desempenho); 
Arquitetura Organizacional; Manuais de Processos; Plano de Ação; Modelos de Gestão 
de Desempenho; Relatórios das Auditorias de Processos; e, Suporte Contínuo às 
Tomadas de Decisões e Consultoria Jurídica. 
 
 Complementarmente, houve a contratação de uma segunda consultoria, junto à 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da Fundação Norte-
rio-grandense de Pesquisa e Cultura (FUNPEC), no valor de R$ 313.777,80 (trezentos e 
treze mil, setecentos e setenta e sete reais e oitenta centavos), referente a contração de 
projeto de pesquisa denominado “Concepção Socioeducativa nas unidades de restrição 
de liberdade no Estado do Rio Grande do Norte”. Esse contrato contempla a entrega dos 
Projetos-Político Pedagógicos (PPP’s), o Regimento Interno das unidades 
socioeducativas e a revisão do Manual de Segurança Socioeducativa. 
 
 O documento intitulado “Projeto de Excelência em Gestão da FUNDAC/RN” 
faz uma revisão do então vigente Plano de Cargos Carreiras e Remuneração da entidade, 
chegando à conclusão de que a FUNDAC/RN praticava os piores salários do país, 
estando abaixo, inclusive, na comparação com outros órgãos e fundações do próprio 
Estado do Rio Grande do Norte, o que demandaria uma revisão da política 
remuneratória, visando à valorização dos servidores da instituição. 
 
 
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18 
 
 Além disso, foram identificados os processos de trabalho e as competências 
dos cargos e funções existentes na FUNDAC/RN, com vistas ao seu 
redimensionamento. O estudo também se debruçou sobre a modernização 
organizacional, o que interferiu, diretamente, na redefinição dos cargos comissionados e 
funções de confiança, propondo-se um enxugamento desses quadros da ordem de 35% 
(trinta e cinco por cento). 
 
 O resultado desse trabalho culminou com a elaboração da primeira minuta do 
projeto de lei dispondo sobre a nova Lei Orgânica e o novo Plano de Cargos, Carreiras e 
Remunerações da FUNDAC/RN, a qual foi entregue ao Excelentíssimo Governador do 
Estado, Robinson Mesquita de Faria, por meio do ofício nº 753/2015-GP. 
 
 Ocorre que, devido ao impacto financeiro decorrente da aprovação do referido 
projeto de lei, o processo administrativo nº 280585/2015-5 não avançou, exigindo-se 
que a questão voltasse a ser discutida e negociada entre a intervenção judicial, o 
Ministério Público e o Governo do Estado. 
 
 O resultado dessas discussões foi cristalizado nas cláusulas quinta, sexta e 
sétima do termo de acordo judicial celebrado entre a FUNDAC/RN, o Ministério 
Público e o Estado do Rio Grande do Norte. Dessa feita, por meio do Decreto nº 26.538, 
de 26 de dezembro de 2016, foi constituída a Comissão Especial de Estudos para 
Reestruturação Administrativa da FUNDAC/RN. 
 
 Essa comissão ficou encarregada de revisar o Anteprojeto de Lei Orgânica e o 
Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações da FUNDAC/RN, devendo sugerir medidas 
compensatórias que viabilizassem o envio do projeto à Assembleia Legislativa, como 
forma de minimizar o impacto no Orçamento Geral do Estado e respeitar os limites 
estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. 
 
 
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 A comissão foi composta por representantes da FUNDAC/RN, da Secretaria de 
Estado de Administração e dos Recursos Humanos (SEARH), da Secretaria de Estado 
do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS), do Gabinete Civil do 
Estado, da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Norte e do Sindicato dos 
Servidores Públicos da Administração Indireta do Rio Grande do Norte (SINAI/RN). 
 
 Em face das dificuldades no tratamento da questão, o que demandou ampla 
discussão e avaliações técnicas, o trabalho foi concluído além do prazo inicialmente 
estipulado. Dessa feita, a minuta aprovada pela Comissão só foi enviada ao Exmo. Sr. 
Governador do Estado em 30 de maio de 2017, por meio do ofício nº 268/2017-GP. 
 
 Ocorre que, chegando ao Gabinete Civil do Governo do Estado, novas 
discussões foram travadas, ensejando a repactuação dos compromissos inicialmente 
firmados no termo de acordo judicial, conforme se infere da cláusula décima do 1º 
aditivo. 
 Após essa repactuação, o projeto foi finalmente enviado ao Poder Legislativo. 
Mesmo com alguns percalços (modificações do projeto enviado pelo Governo por meio 
de emendas parlamentares, veto parcial ao projeto aprovado pela Assembleia e posterior 
derrubada desse veto), o projeto foi finalmente sancionado, dando origem à Lei 
Complementar Estadual nº 614, de 05 de janeiro de 2018, que dispõe sobre a Lei 
Orgânica e o Plano de Cargos Carreira e Remuneração do Quadro de Pessoal da 
Fundação de Atendimento Socioeducativo do Estado do Rio Grande do Norte 
(FUNDASE/RN), atendendo com isso a um dos principais objetivos da intervenção 
judicial. 
 
 Entretanto, cumpre registrar que a implantação do PCCR foi suspensa a partir 
de novembro do corrente ano, quanto ao pagamento do retroativo referente ao período 
compreendido entre fevereiro e junho de 2018. 
 
 
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20 
 
 Com efeito, pode-se afirmar que as obrigações relativas à restruturação 
administrativa da FUNDAC/RN, dando origem à atual FUNDASE/RN, foram 
cumpridas, com a ressalva para a suspensão do pagamento dos retroativos referentes ao 
período de fevereiro a junho deste ano. 
 
6. RECURSOS HUMANOS 
 
 Além do PCCR defasado, uma outra demanda importante no processo de 
restruturação da FUNDAC/RN era a superação do preocupante deficit de pessoal, 
agravado pela constatação de que a maioria dos servidores da entidade já reuniam os 
requisitos necessários para aposentadoria. Tal cenário significa um risco iminente de 
profunda desmobilização das forças de trabalho, podendo gerar, consequentemente, a 
interrupção de serviços essenciais por absoluta falta de pessoal. 
 
 Nesse diapasão, compreendia-se que a realização de concurso público seria 
necessária, tendo em vista a insuficiência de pessoal para determinadas áreas, 
especialmente de técnicos para o atendimento socioeducativo.No entanto, compreendia-se também que um eventual concurso público deveria 
caminhar pari passu ao processo de reordenamento institucional da entidade. Somente 
com a aprovação da nova Lei Orgânica da FUNDAC/RN e do novo PCCR seria 
possível dimensionar as verdadeiras necessidades da instituição, tendo em vista que essa 
legislação contemplaria a criação e extinção cargos e funções, bem como a modificação 
do perfil e dos requisitos necessários para o desempenho de determinadas atividades 
específicas. Exemplo disso foi a exigência de nível superior para o cargo de agente 
socioeducativo. 
 
 A fim de solucionar emergencialmente o deficit de pessoal da FUNDAC/RN, 
em 2015, após a aprovação da Lei Estadual nº 9.957/2015 (que dispõe sobre a 
 
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realização de contratação por prazo determinado para atender necessidade de 
excepcional interesse público), a intervenção judicial realizou o primeiro processo 
seletivo, organizado pela Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento 
Tecnológico do RN (FUNCERN). 
 
 Os contratos eram por um ano, prorrogáveis por mais um, na perspectiva de 
que, nesse período, o concurso público, que é objeto do processo administrativo nº 
55322/2015-4, fosse realizado. 
 
 Contudo, a aprovação do projeto de lei de reestruturação administrativa e de 
recursos humanos acabou demorando mais do que o esperado, comprometendo a 
realização do concurso público. Desse modo, os contratos temporários foram sendo 
extintos sem a devida reposição. Além disso, após análise da Lei Estadual nº 
9.957/2015, considerou-se que a realização de uma segunda contratação temporária 
demandaria, primeiramente, a aprovação de uma lei modificando o referido diploma 
legal. 
 Nesse diapasão, foi firmado o compromisso de ser enviado um projeto 
legislativo, alterando a Lei Estadual nº 9.957/2015 (cláusula oitava do termo de 
acordo judicial), como forma de viabilizar a realização de mais um processo seletivo. 
No entanto, tal compromisso não foi cumprido, de modo que acabou sendo repactuado, 
dando ensejo às cláusulas sexta, sétima e oitava do 1º aditivo. 
 
 Em janeiro de 2018, junto com a Lei Orgânica da FUNDASE/RN, foi 
sancionada a Lei Complementar nº 615/2018 que, ao promover as alterações na Lei 
Estadual nº 9.957/2015, assegurou as condições necessárias para a realização da 
segunda contratação temporária. 
 
 O edital do processo seletivo foi publicado em abril de 2018, prevendo cerca de 
400 (quatrocentas) vagas. O certame foi novamente organizado pela FUNCERN e teve 
o seu resultado homologado em entre maio e junho de 2018. 
 
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 No entanto, compreende-se que o salto qualitativo em termos de recursos 
humanos pressupõe, inexoravelmente, a realização de concurso público, sendo a 
contratação temporária uma medida provisória para suprir a forte carência de pessoal no 
âmbito da FUNDASE/RN. 
 
 Com efeito, na cláusula nona do 1º aditivo ao termo de acordo judicial, 
restou consignada a obrigação de o Estado do Rio Grande do Norte dar andamento ao 
processo administrativo nº 55322/2015-4, de modo que o edital do concurso público 
fosse publicado até o final de 2018. 
 
 Por se tratar de matéria primordial no contexto da reestruturação pretendida no 
âmbito da FUNDAC/RN, junto com a aprovação da Lei Orgânica e do Plano de Cargos, 
Carreiras e Remunerações, o processo referente ao concurso público foi sobrestado, a 
fim de aguardar a aprovação do projeto de lei que versava sobre as matérias 
mencionadas anteriormente. 
 
 No entanto, com a aprovação da Lei Complementar nº 614/2018, compreende-
se que o processo administrativo referente ao concurso público já poderá ser retomado. 
Espera-se que o certame venha a ocorrer até o próximo ano, tendo em vista que os 
contratos temporários se encerram em julho de 2019, permitida apenas uma 
renovação/prorrogação. 
 
 Sobre o compromisso previsto na cláusula nona do 1º aditivo termo de 
acordo judicial, o Gabinete Civil informou que a demanda foi encaminhada para a 
SEARH para dar prosseguimento aos atos preparatórios para a realização do concurso 
público da FUNDASE/RN. 
 
 Até o fechamento deste relatório, a SEARH se limitou a enviar à 
FUNDASE/RN um ofício, solicitando indicação de dois servidores para compor a 
Comissão de Concurso Público para provimento dos Cargos Gerais do Quadro desta 
 
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Fundação. Na oportunidade, foram indicados os servidores JOÃO APRÍGIO DE 
AZEVEDO NETO, Assessor do Núcleo de Planejamento (NUPLAN), matrícula nº 
171.353-1, e WASHINGTON CARLOS DE LIMA, Gerente de Unidade de 
Treinamento e Profissionalização (UTP), matrícula nº 171.674-3, ainda sem notícia de 
sua concretização e publicação. 
 
 Observa-se, portanto, que não existe uma movimentação por parte do Governo 
do Estado, no sentido de cumprir o compromisso acima destacado, com a publicação do 
edital do concurso público da FUNDASE/RN ainda neste ano. A essa altura, pode-se 
afirmar que a obrigação em comento (concurso público) não será atendida no tempo 
inicialmente estipulado, ficando pendente para a próxima gestão estadual. 
 
 Contudo, deve-se salientar que a consolidação do reordenamento institucional 
promovido pela Intervenção Judicial depende, fundamentalmente, da recomposição do 
quadro de pessoal da FUNDASE/RN com servidores efetivos. Não basta a realização de 
contratação temporária pois, além de ser medida excepcional, esta não assegura o 
necessário salto de qualidade na gestão da FUNDASE/RN e, consequentemente, no 
atendimento socioeducativo, o que só será possível com a formação de um novo quadro 
de servidores de carreira. 
 
7. FINANCIAMENTO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO 
 
 Como forma de potencializar o Sistema Socioeducativo, justamente num cenário 
de crise financeira pelo qual atravessa o Rio Grande do Norte, foi discutida e gestada a 
proposta de se instituir um fundo, como uma fonte suplementar de recursos, a fim de 
viabilizar os investimentos necessários para a qualificação e ampliação do atendimento 
socioeducativo no Estado. 
 
 Com efeito, a cláusula trigésima quinta do termo de acordo judicial 
celebrado no processo de intervenção da FUNDASE/RN, traz o compromisso do Estado 
 
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do Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Estado da Tributação (SET), de 
estudar a viabilidade de um fundo para financiar o Sistema Socioeducativo do Rio 
Grande do Norte. 
 
 Por meio do Ofício nº 020/2017 – GS/SET, de 07/03/2017, o Secretário de 
Estado da Tributação informou que havia sido enviado à Assembleia Legislativa um 
projeto de lei, criando o Fundo de Equilíbrio Fiscal do Estado do Rio Grande do Norte 
(FUNDERN) Estadual. Desse modo, sugeriu que a FUNDAC/RN poderia ser 
contemplada com os recursos desse fundo, não havendo, obrigatoriamente, a 
necessidade de criação de um específico para o Sistema Socioeducativo. 
 
 No entanto, não houve tempo de alterar o projeto, o qual acabou sendo aprovado 
sem incluir a FUNDAC/RN como beneficiária do fundo, como se pode observar da Lei 
Complementar Estadual nº 595/2017. 
 
 Dessa feita, no 1º aditivo ao termo de acordo judicial, foram inseridas as 
cláusulas trigésimaoitava e trigésima nona, estabelecendo o compromisso de o 
Estado do Rio Grande do Norte encaminhar um projeto modificando a supracitada lei 
complementar, inserindo a FUNDAC/RN como beneficiária do FUNDERN, no 
percentual de 8% (oito por cento), limitado ao teto de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de 
reais). 
 
 Posteriormente, a SET sugeriu que a alteração fosse promovida por meio de 
Decreto Regulamentar, conforme autorizado pelo art. 4º da Lei Complementar Estadual 
nº 595/2017. Logo, foi instaurado o processo nº 132655/2017, cuja tramitação ainda não 
foi concluída no âmbito da administração Pública Estadual. 
 
 Dessa feita, conclui-se que a obrigação referente ao financiamento do 
Sistema Socioeducativo não foi cumprida, dificultando ainda mais o cenário de 
 
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limitações orçamentárias e financeiras da FUNDASE/RN impostas pelo Governo do 
Estado, conforme apresentado no tópico 2.1 deste relatório. 
 
8. A SOCIOEDUCAÇÃO: AS BASES PARA UMA NOVA POLÍTICA DE 
ATENDIMENTO 
 
 O segundo pilar do reordenamento da FUNDAC/RN é a reformulação da sua 
política de atendimento. A medida socioeducativa era (e talvez ainda seja) 
compreendida fortemente sob a sua perspectiva punitiva. Assim, desde o início da 
intervenção, verificou-se que as atividades sociopedagógicas não eram desenvolvidas 
nas unidades pela ausência de equipes técnicas, pela recusa dos socioeducadores de 
retirar os adolescentes dos alojamentos e pela falta de integração das demais políticas 
públicas com o Sistema Socioeducativo. Dessa feita, as unidades socioeducativas eram 
ambientes onde predominava a ociosidade. 
 
 Além disso, era flagrante a centralização dos poderes e das decisões na pessoa 
do dirigente do estabelecimento socioeducativo e a ausência de procedimentos 
operacionais de funcionamento, de modo que cada unidade funcionava de acordo as 
determinações do seu diretor, sem qualquer supervisão por parte da gestão central da 
FUNDAC/RN. Como a rotatividade dos diretores era grande, a cada nova mudança, as 
rotinas também eram alteradas. 
 
 Toda essa instabilidade e falta de padrão de atendimento gerava a insatisfação, 
tanto dos servidores como dos socioeducandos, e desembocava, não raras vezes, em 
conflitos internos, motins e evasões. 
 
 A partir de uma análise inicial desse cenário, chegou-se à inexorável conclusão 
de que era preciso rever todos os programas de atendimento, estabelecer novas rotinas 
de trabalho, enfim, implantar uma proposta socioeducativa completamente nova, que 
rompesse com as práticas e os equívocos até então praticados na FUNDAC/RN. 
 
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26 
 
 
 Na época, percebeu-se a necessidade de um olhar externo e técnico para o 
problema do atendimento socioeducativo, por se compreender que, diante das suas 
próprias limitações de pessoal, a FUNDAC/RN não teria condições de conduzir sozinha 
esse processo. 
 
 Nesse diapasão, por força da cláusula nona do termo de acordo judicial, a 
FUNDAC/RN contratou a FUNPEC para que, por meio do Observatório da População 
Infantojuvenil em Contextos de Violência (OBIJUV), elaborasse os Projetos Político-
Pedagógicos (PPP’s), o Regimento Interno e o Plano de Segurança das unidades 
socioeducativas, ao custo de R$ 313.777,80 (trezentos e treze mil, setecentos e setenta e 
sete reais e oitenta centavos). 
 
 Primeiramente, o OBIJUV entregou à FUNDAC/RN um relatório do trabalho 
de imersão desenvolvido nas unidades, a partir do qual foi realizado o diagnóstico do 
atendimento socioeducativo. Esse documento foi apresentado aos atores do Sistema 
Socioeducativo do Rio Grande do Norte e serviu de base para a construção de 
documentos norteadores das práticas e rotinas do atendimento sociopedagógico. 
 
 Entretanto, esgotado o prazo inicialmente estabelecido, sem que houvesse a 
finalização dos produtos demandados à FUNPEC/OBIJUV, as obrigações relativas à 
reformulação do atendimento socioeducativo foram repactuadas no 1º aditivo ao termo 
de acordo judicial. 
 
 Nesse sentido, a FUNDAC/RN deveria apresentar os Projetos Político-
Pedagógicos, o Regimento Interno e o Plano De Segurança das unidades 
socioeducativas já devidamente revisados (cláusula décima segunda do 1º aditivo) até 
o final de novembro de 2017. 
 
 
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 Além disso, deveriam ser apresentadas as diretrizes de funcionamento do 
Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) e formulada uma nova proposta de 
atendimento para as unidades de semiliberdade (cláusula décima quarta do 1º 
aditivo). 
 
 Por fim, a partir da finalização dos documentos norteadores do funcionamento 
das unidades, as rotinas de trabalho deveriam ser implantadas até dezembro de 2018, 
cumprindo à FUNDAC/RN assegurar também a formação continuada dos servidores, na 
perspectiva da consolidação desse processo de reformulação da política de atendimento 
socioeducativo (cláusula décima quinta do 1º aditivo). 
 
 No entanto, ao longo do percurso, a FUNDAC/RN concluiu que os produtos 
apresentados pela FUNPEC/OBIJUV ainda precisariam de adequações. Exemplo disso 
foi o fato de que o PPP das unidades de semiliberdade seria praticamente idêntico ao das 
unidades de internação. 
 
 Além disso, compreendeu-se que esses documentos deveriam ser validados por 
uma comissão interinstitucional, com a participação de representantes do Ministério 
Público e do Poder Judiciário. Nesse sentido, foi celebrado o 2º aditivo ao termo de 
acordo, reformulando as obrigações relativas à construção da nova proposta 
sociopedagógica da FUNDASE/RN. 
 
 Feitas as adequações solicitadas, a FUNPEC/OBIJUV entregou o Projeto 
Político-Pedagógico (PPP) das unidades de internação, internação provisória e 
semiliberdade, os quais ainda deverão ser validados e o Regimento Interno das 
Unidades. No tocante ao Plano de Segurança, a consultoria realizou uma revisão do 
Manual de Segurança, elaborado por equipe técnica da FUNDASE/RN, em parceria 
com o Ministério Público e a Polícia Militar, o qual foi considerado apropriado para sua 
efetiva aplicação no Sistema Socioeducativo do Estado do Rio Grande do Norte. 
 
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 Antes de submeter os documentos à validação pela Comissão Interinstitucional, 
a FUNDAC/RN decidiu formar um grupo de servidores, inclusive com a participação de 
representantes das equipes técnicas das unidades de atendimento socioeducativo, a fim 
de analisar os documentos entregues pela consultoria (PPP’s e Regimento Interno). 
 
 Entretanto, como a FUNDASE/RN não atestou o recebimento formal dos 
referidos produtos, a última parcela do convênio ainda não foi paga, conforme previsto 
na cláusula quarta do 2º aditivo ao termo de acordo judicial. Consequentemente, os 
planos de ação para a implantação dos PPP’s também não foram elaborados, o que, de 
acordo com a cláusula terceira do 2º aditivo ao termo de acordo judicial, deveria ter 
ocorrido até 30 de junho de 2018. 
 
 Na verdade, como existem divergências com relação aos produtos apresentados 
pela FUNPEC/OBIJUV, a própria FUNDASE/RN, por meio da Diretoria de 
Desenvolvimento Institucional-DDI, resolveu implantar as rotinas e as atividades das 
unidades socioeducativas, tomando por basealguns documentos já finalizados (Manual 
de Segurança Socioeducativa) e os poucos avanços obtidos junto à rede intersetorial. 
 
 Entretanto, a fundação reconhece que o atendimento socioeducativo atualmente 
ofertado ainda é bastante frágil, tendo em vista um conjunto de fatores prejudicam a 
qualidade do serviço: a precariedade dos vínculos de trabalho e a consequentemente 
rotatividade de profissionais; a ausência de suporte da rede intersetorial, de maneira que 
se possa prever quais atividades serão efetivamente ofertadas as socioeducandos; e a 
dificuldade para realizar a supervisão técnica do trabalho desenvolvido nas unidades. 
 
 No que se refere às obrigações que tratam do Enfoque Restaurativo nas 
medidas socioeducativas e de contratação de consultoria para o monitoramento e 
avaliação do atendimento socioeducativo (cláusula décima quinta do 1º aditivo ao 
termo de acordo), foram deflagrados os respectivos processos. No entanto, diante à 
indisponibilidade de dotação orçamentária, os procedimentos foram sobrestados, de 
 
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modo que essas contratações somente poderão ocorrer no próximo ano, mediante 
disponibilidade orçamentária. 
 
 Da mesma forma, o processo referente ao Sistema de Controle Gerencial e 
cadastro dos socioeducandos (cláusula décima sétima do 1º aditivo ao termo de 
acordo) aguarda disponibilidade orçamentária e financeira para a realização da 
contratação. 
 
 Em resumo, pode-se afirmar que a FUNDASE/RN cumpriu o compromisso de 
contratar uma consultoria especializada para a produção dos documentos técnicos 
norteadores, visando à implantação de uma nova proposta socioeducativa. No entanto, 
como não houve recebimento formal dos produtos apresentados pela 
FUNPEC/OBIJUV, não se pode considerar que a obrigação referente à reformulação do 
atendimento socioeducativo tenha sido cumprida em sua integralidade. 
 
 Essa indefinição quanto ao modelo de atendimento gera para o novo Governo 
do Estado a necessidade e o dever de se debruçar sobre os documentos produzidos pela 
consultoria técnica e tomar uma decisão de como executará a necessária e urgente 
reformulação do atendimento socioeducativo, seja acolhendo a proposta gestada pela 
FUNPEC/OBIJUV, seja potencializando o modelo que já vem sendo adotado nas 
unidades socioeducativas, com o suporte da Diretoria de Desenvolvimento Institucional 
da FUNDASE/RN. 
 
9. A INTERSETORIALIDADE: A NECESSÁRIA ARTICULAÇÃO COM AS 
DEMAIS POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS 
 
 O terceiro eixo do processo de reestruturação do Sistema Socioeducativo 
Estadual diz respeito à construção e ao fortalecimento da intersetorialidade. Em função 
do princípio da incompletude institucional, o órgão ou entidade responsável pela 
execução das medidas socioeducativas deve contar com a colaboração das demais 
 
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30 
 
políticas públicas, de modo a garantir aos adolescentes privados de liberdade o acesso 
aos direitos fundamentais, notadamente aqueles elencados no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA) e na Lei do SINASE: educação, saúde, esporte, cultura, lazer e 
profissionalização. 
 
 No entanto, é fato que o Sistema Socioeducativo nunca esteve inserido na 
agenda das demais Secretarias de Estado, de modo a que os adolescentes em 
cumprimento de medida socioeducativa em meio fechado tivessem, efetivamente, 
acesso aos direitos assegurados pela legislação vigente. Em outras palavras, não era (e 
ainda não é) possível visualizar ações institucionais visando integrar as políticas 
públicas setoriais ao Sistema Socioeducativo, a fim de atender as demandas e as 
particularidades desse sistema. 
 
 Assim, pode-se dizer que a intersetorialidade foi um grande desafio para a 
intervenção judicial da FUNDAC/RN, visto que as medidas necessárias não 
dependeriam apenas da Administração Judicial, mas, fundamentalmente, de ações do 
Governo do Estado, por meio dos demais órgãos integrantes do Poder Executivo 
Estadual. 
 
 Como a FUNDAC/RN (e atualmente a FUNDASE/RN) não possui status de 
Secretaria, a entidade sempre esteve numa posição de inferioridade nas discussões com 
as demais pastas de governo, o que dificultava a construção de entendimentos na 
perspectiva de efetivamente inserir as políticas sociais no Sistema Socioeducativo. 
 
 Não é por outra razão que o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo 
previu a necessidade de criação de um órgão gestor do Sistema Socioeducativo, com 
envergadura capaz de provocar o diálogo institucional, a fim de aproximar os diversos 
órgãos que possuem responsabilidades no sistema e verdadeiramente implicá-los nesse 
processo. 
 
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31 
 
 No entanto, embora a Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da 
Assistência Social (SETHAS) tenha sido designada para desempenhar essa função, é 
fato que a intersetorialidade no Sistema Socioeducativo avançou muito pouco e, 
certamente, não foi fruto do trabalho do órgão gestor. 
 
 Na verdade, as poucas conquistas resultam da atuação dos atores do Sistema de 
Justiça que, ao lado da intervenção judicial, promoveram o diálogo interinstitucional 
para que as Secretarias de Estado assumissem as suas respectivas responsabilidades com 
relação ao Sistema Socioeducativo. 
 
 Assim, não resta dúvida que um grande desafio para a consolidação desse 
processo de reordenamento perpassa, necessariamente, pela implicação e pelo 
comprometimento dos diversos órgãos estaduais em inserir as demandas do Sistema 
Socioeducativo nas suas agendas de trabalho, de modo a assegurar aos adolescentes em 
cumprimento de medida socioeducativa o acesso aos direitos legalmente previstos. 
 
 
10. ÓRGÃO GESTOR DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO 
 
 Por meio do Decreto Estadual nº 25.224, de 26 de maio de 2015, a Secretaria de 
Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS) foi designada 
como órgão gestor do Sistema Socioeducativo do Rio Grande do Norte. Contudo, tal ato 
sequer especificou quais seriam as atribuições da SETHAS. Nesse diapasão, foi 
realizado um trabalho de sensibilização junto ao Governo do Estado, com o apoio do 
Ministério Público, acerca da necessidade de alteração desse decreto. As modificações 
sugeridas foram encampadas pelo Chefe do Poder Executivo Estadual, resultando na 
publicação do Decreto nº 26.209, de 11 de julho de 2016. 
 
 A criação/definição do órgão gestor estadual do Sistema Socioeducativo atende a 
um dos objetivos previstos no Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo, 
 
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32 
 
considerando a indiscutível necessidade de articulação e coordenação das ações do 
Estado e dos Municípios para o funcionamento do Sistema Socioeducativo, bem como 
entre os órgãos responsáveis pelas políticas públicas que dão suporte ao atendimento 
socioeducativo, em razão do princípio da incompletude institucional. 
 
 Dentre outras atribuições, compete ao órgão gestor coordenar o Sistema 
Socioeducativo; elaborar e monitorar o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo; 
criar, desenvolver e manter programas de execução de medidas em meio fechado; 
prestar apoio técnico e financeiro aos municípios para a oferta de programas em meio 
aberto etc. 
 
 Comefeito, por ocasião da elaboração do termo de acordo judicial, foram 
definidas duas obrigações básicas para a SETHAS, na condição de órgão gestor do 
sistema. Primeiramente, deveria ser apresentado o cronograma de reuniões da Comissão 
Intersetorial de Acompanhamento do Sistema Socioeducativo (cláusula trigésima 
terceira do termo de acordo judicial). 
 
 Essa comissão, que também é uma dos objetivos do Plano Estadual de 
Atendimento Socioeducativo, seria uma instância formada por representantes das 
diversas políticas que participam do Sistema Socioeducativo, sendo responsável pela 
deliberação das ações institucionais, bem como pelo monitoramento e avaliação do 
plano estadual. 
 
 A referida comissão foi formalizada pelo Decreto nº 26.116, de 31 de maio de 
2016, sendo composta por representantes da SETHAS; FUNDAC/RN; Secretaria de 
Estado da Justiça e da Cidadania (SEJUC), Secretaria de Estado da Saúde Pública 
(SESAP); Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC); Secretaria de Estado 
do Esporte e do Lazer (SEEL); Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa 
Social (SESED); Fundação José Augusto (FJA); e Conselho Estadual dos Direitos da 
Criança e do Adolescente (CONSEC). 
 
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33 
 
 A respeito do cronograma das reuniões de 2017 da Comissão Intersetorial, a 
SETHAS publicou a Portaria nº 072/2017-GS. No entanto, as reuniões previstas não 
chegaram a ocorrer (ou ocorreram com número reduzido de participantes, 
inviabilizando qualquer discussão/deliberação ampliada sobre questões relevantes 
pertinentes ao sistema). 
 
 Além disso, a SETHAS se comprometeu a apresentar o relatório avaliativo da 
execução do Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo, o qual também não foi 
entregue, muito em razão do não funcionamento da comissão intersetorial (cláusula 
trigésima quarta do termo de acordo judicial). 
 
 Diante do descumprimento acima relatado, os compromissos acabaram sendo 
repactuados no 1º aditivo ao termo de acordo judicial. Inicialmente, ficou estabelecido 
que a SETHAS deveria indiciar um servidor ou setor específico para ficar encarregado 
de executar as competências relativas à gestão do Sistema Socioeducativo (cláusula 
trigésima segunda do 1º aditivo ao termo de acordo judicial). Nesse sentido, foi 
designada a coordenadora da Proteção Social Especial, Maria Ester Araújo de Oliveira. 
 
 Ademais, a SETHAS deveria apresentar dois relatórios avaliativos. O primeiro 
seria referente ao funcionamento do Sistema Socioeducativo no Estado e nos 
Municípios (cláusula trigésima terceira do 1º aditivo ao termo de acordo judicial). 
Já o segundo seria respeito do cumprimento ou não das metas e objetivos do Plano 
Estadual de Atendimento Socioeducativo (cláusula trigésima quarta do 1º aditivo ao 
termo de acordo judicial). No entanto, até a presente data, esses documentos não 
foram apresentados. 
 
 Vale salientar que, com a designação do servidor da SETHAS responsável pelo 
Sistema Socioeducativo, houve a tentativa de reativar a Comissão Intersetorial e, nesse 
sentido, chegaram a ser realizadas algumas reuniões. No entanto, com o passar do 
 
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tempo, esses encontros foram sendo esvaziados, a ponto de não haver deliberações por 
insuficiência de quorum. 
 
 Destarte, no que diz respeito ao órgão gestor do Sistema Socioeducativo, as 
obrigações pactuadas não foram cumpridas. 
 
11. ESCOLARIZAÇÃO 
 
 No tocante à Escolarização, a FUNDASE/RN promoveu as adaptações 
necessárias nas unidades socioeducativas, a fim de assegurar espaços adequados para a 
oferta de ensino aos adolescentes, atendendo ao que foi estabelecido na cláusula 
décima terceira do termo de acordo judicial. 
 
 Já a disponibilização dos professores, bem como a definição do formato de 
ensino a ser desenvolvido nas unidades de internação (e também de internação 
provisória), foram compromissos assumidos pela Secretaria de Estado da Educação e da 
Cultura (SEEC), nas cláusulas décima quarta e décima quinta do termo de acordo 
judicial. 
 
 Acionada pela FUNDASE/RN, a SEEC, por meio do Ofício nº 620/2017-GS, 
informou a abertura de processo seletivo específico com o objetivo de contratar 
professores para as unidades socioeducativas (Processo nº 411966/2016-1). 
 
 Entretanto, a disponibilização dos docentes não ocorreu no prazo inicialmente 
estabelecido, ensejando a repactuação dos compromissos firmados. Conforme a 
cláusula décima oitava do 1º aditivo ao termo de acordo judicial, a SEEC deveria 
encaminhar os professores para as unidades em duas etapas, a primeira ainda em 2017 e 
a segunda no início de 2018, conforme a tabela abaixo: 
 
1ª Etapa – prazo: 2017 (imediato) 
 
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DIRED/MUNICÍPIOS/UNIDADES ÁREA DE CONHECIMENTO Nº DE PROFESSORES 
1ª DIRED/Natal/CEDUC Padre João 
Maria e CIAD Natal 
Pedagogo 02 
Linguagens 01 
2ª DIRED/Parnamirim/CEDUC 
Pitimbú 
Pedagogo 02 
Linguagens 01 
Ciências Humanas 01 
Ciências da natureza 01 
Matemática 01 
1ª e 2ª DIRED/Parnamirim e 
Natal/CEDUC Padre João Maria, 
CIAD Natal e Pitimbu 
Educação Física 01 
12ª DIRED/Mossoró/CEDUC 
Mossoró e CIAD Mossoró 
Pedagogo 03 
Linguagens 01 
Ciências Humanas 01 
Ciências da natureza 01 
Matemática 01 
Educação Física 01 
10ª DIRED/Caicó/CEDUC Caicó Matemática 01 
Linguagens 01 
Ciências Humanas 01 
 
2ª Etapa – prazo: 2018 
 
DIRED/MUNICÍPIOS/UNIDADES ÁREA DE CONHECIMENTO Nº DE PROFESSORES 
1ª DIRED/Natal/Ceduc Padre João 
Maria 
Ciências Humanas 01 
Ciências da natureza 01 
Matemática 01 
10ª DIRED/Caicó/Ceduc Caicó Educação Física 01 
Ciências da natureza 01 
Pedagogo 01 
 
 Entretanto, o compromisso não foi plenamente atendido, uma vez que 
permanece a necessidade de professores nas unidades de atendimento 
socioeducativo. Abaixo, segue o atual quadro de professores do Sistema 
Socioeducativo: 
 
DIRED/MUNICÍPIOS/UNIDADES ÁREA DE CONHECIMENTO Nº DE PROFESSORES 
1ª DIRED/Natal 
(CEDUC Padre João Maria e CIAD 
Natal) 
Pedagogo 02 
Linguagens 00 
2ª DIRED/Parnamirim 
(CEDUC Pitimbu) 
Pedagogo 02 
Linguagens 01 
Ciências Humanas 01 
Ciências da natureza 00 
 
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Matemática 00 
1ª DIRED/Natal 
(CEDUC Padre João Maria, CEDUC 
Nazaré, CEDUC Santa Catarina e 
CIAD Natal) 
Educação Física 00 
2ª DIRED/Parnamirim 
(CEDUC Pitimbu) 
Educação Física 00 
12ª DIRED/Mossoró 
(CEDUC Mossoró, CEDUC Santa 
Delmira e CIAD Mossoró) 
Pedagogo 02 
Linguagens 01 
Ciências Humanas 01 
Ciências da natureza 00 
Matemática 00 
Educação Física 00 
10ª DIRED/Caicó 
(CEDUC Caicó) 
Matemática 01 
Linguagens 00 
Ciências Humanas 
Pedagogo 
01 
01 
 
 Já com relação à cláusula décima nona do 1º aditivo ao termo de acordo, 
referente ao modelo de ensino a ser ofertado aos socioeducandos, a FUNDASE/RN 
realizou levantamento nas unidades de internação provisória e internação definitiva, em 
que foi observado que a obrigação não foi cumprida pela SEEC, restando pendente 
a adequação do modelo de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) para atender 
adolescentes com idade inferior à exigida pelas normas de referência (Resolução nº 
02/2016 – CEB/CEE/RN, 19 de outubro de 20161). 
 
 Por outro lado, a estrutura curricular de2018 foi apresentada pela 
Subcoordenadora de Organização e Inspeção Escolar – SOINSPE/SEEC à 
 
1 Art. 9º A Educação de Jovens e Adultos, desenvolvida por instituição pública ou privada, é oferecida 
em uma ou mais das seguintes etapas da educação básica: 
 
I – alfabetização, por meio de programas ou projetos específicos, pedagogicamente adequados a essa 
fase educacional; 
II – ensino fundamental, subdividido em dois segmentos distintos e oferecido de acordo com a 
seguinte caracterização: 
a) primeiro segmento, estruturado para alunos já alfabetizados, com idade mínima de 14 (quatorze) 
anos, funcionando, preferencialmente, em turno diurno e com duração correspondente a, no mínimo, 
1.600 (mil e seiscentas) horas; 
b) segundo segmento, estruturado com duração mínima de 1.600 (mil e seiscentas) horas, exigida do 
aluno, para o início, a idade mínima de 15 (quinze) anos; 
III – ensino médio, estruturado com duração mínima de 1.200 (mil e duzentas) horas, exigida do 
aluno, para o início, a idade mínima de 18 (dezoito) anos. 
 
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FUNDASE/RN, estando esse compromisso atendido (parágrafo primeiro da cláusula 
décima nona do 1º aditivo). 
 
 Por fim, a oferta de aulas de educação física, conforme pactuado no 
parágrafo segundo da supracitada cláusula, não foi cumprida até o momento pela 
SEEC, tendo em vista que os profissionais da área não foram encaminhados para as 
unidades socioeducativas. 
 
12. ATIVIDADES CULTURAIS 
 
A oferta de atividades culturais no âmbito do Sistema Socioeducativo foi 
idealizada a partir de uma parceria com a Fundação José Augusto (FJA), dando origem 
ao “Projeto Reeducar-te”. Nesse sentido, a cláusula décima sexta do termo de acordo 
judicial estabeleceu como obrigação para a FJA a execução desse projeto, cumprindo à 
FUNDAC/RN o pagamento do montante estabelecido no convênio nº 01/2016 (processo 
nº 135992/2016), da ordem de R$ 255.200,00 (duzentos e cinquenta e cinco mil e 
duzentos reais). 
 
A Fundação José Augusto, a partir da contratação de oficineiros, iniciou suas 
atividades nas unidades socioeducativas localizadas em Natal (20/10/2016). Contudo, 
essas oficinas não estavam acontecendo em conformidade com o que constava no termo 
de convênio, tendo em vista que os materiais necessários não haviam sido adquiridos 
pela FJA. Em razão dessas dificuldades operacionais, o convênio teve a sua execução 
interrompida. 
 
Diante disso, por ocasião da assinatura do 1º aditivo ao termo de acordo judicial, 
restou firmado o compromisso de que o convênio entre a FUNDAC/RN e a FJA seria 
aditivado (cláusula vigésima), com a redefinição de algumas obrigações. Estabeleceu-
se que os materiais seriam adquiridos pela própria FUNDAC/RN, repercutindo sobre o 
 
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montante a ser transferido à Fundação José Augusto. Em virtude disso, a quantia que já 
havia sido repassada à FJA teve que ser devolvida à FUNDAC/RN. 
 
Somente após o saneamento dessas questões administrativas é que o projeto 
começou a ser executado. Dessa feita, a Fundação José Augusto elaborou um novo 
cronograma das oficinas, sendo que as atividades já foram iniciadas nas unidades 
localizadas em Natal e Parnamirim, conforme os quadros abaixo: 
 
CRONOGRAMA SINTETIZADO EM EXECUÇÃO 
 
CEDUC PADRE JOÃO MARIA 
OFICINA OFICINEIRO CARGA HORARIA DIAS E HORARIO 
PINTURA MURILO 
NOBRE 
60H SEG 13 ÀS 15H 
SAB 08 ÀS 10H 
DANÇA MOISÉS JOSE 60H SEXTA 13 AS 15H 
SAB 10 AS 12H 
MUSICA/PERCURSSÃO VALDINEI 60H TERÇAS 13 AS 15H 
 
CEDUC NAZARÉ 
OFICINA OFICINEIRO CARGA HORARIA DIAS E HORARIO 
DANÇA MOISÉS JOSE 60H SEG 14;30 ÀS 16:30H 
SEXTAS 09 ÀS 11H 
GRAFITE MARCELO 60H TERÇA 14 AS 16H 
QUINTA 14:30 AS 16:30H 
FOTOGRAFIA DIOGO 
FERREIRA 
60H QUARTAS 09 AS 11H 
QUINTA 09 ÀS 11H 
 
CIAD NATAL 
OFICINA OFICINEIRO CARGA HORARIA DIAS E HORARIO 
CAPOEIRA JADSON LIRA 60H SEG 14;30 ÀS 16:30H 
SABADO 09 ÀS 11H 
GRAFITE MIGUEL NERY 60H QUINTA 14:30 AS 16:30H 
DANÇA ROZEANE 
OLIVEIRA 
60H TERÇAS 09 AS 11H 
QUINTA 09 ÀS 11H 
 
CEDUC PITIMBU 
OFICINA OFICINEIRO CARGA HORARIA DIAS E HORARIO 
FLAUTA JOEDSON 60H SEG 09 ÀS 11:00H 
E DAS 09 ÀS 11H 
 
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39 
 
GRAFITE MIGUEL NERY 60H SEGUNDA 09 AS 11H E 
TEATRO MOISES JOSE 60H TERÇAS 09 AS 11H 
E DAS 14 AS 16H 
DANÇA ROZEANE 
OLIVEIRA 
60 H QUARTAS 09 AS 11H E 
DAS 14 AS 16H 
GRAFITE MIGUEL NERY 60H QUARTAS 09 AS 11H 
MALABARES/CIRCO 60H QUINTAS 14 AS 16H 
PERCURSSÃO MIGUEL NERY 60 H SEXTAS 09 AS 11H E DAS 
14:30 as 16:30H 
CAPOEIRA ALEXANDRE 
FRANÇA 
60 H SAB 09 AS 11H E DAS 
14:30 ÀS 16:30H 
 
 Vale salientar que existe previsão de expansão das atividades para o Mossoró e 
Caicó, de modo a integralizar o objeto do convênio celebrado entre FUNDASE/RN e 
FJA. Estão sendo ultimados esforços para a implementação das oficinas culturais no 
CEDUC Caicó (internação, 32 vagas masculino), com atividades de dança, capoeira, 
teatro, música flauta, música percussão, e pintura em tela. Da mesma forma, a 
implantação no CEDUC Mossoró (internação, 48 vagas, masculino) de oficinas nas 
áreas de música (percussão e musicalidade nordestina), teatro de boneco e rua, arte 
circense (clowns e malabares), dança de rua e contemporânea, dança folclórica, cultura 
afro/musicalidade, teatro, religiosidade afro-brasileira e Grafite. Para o CEDUC Santa 
Delmira (semiliberdade, 10 vagas, masculino), estão previstas oficinas de artesanato em 
papel-jornal, artesanato de reciclagem, escultura em cimento e música (violão). Já no 
CIAD Mossoró (internação provisória, 43 vagas, masculino), há previsão de oferta de 
oficinas de grafite, mamulengo e de argila, previstos para implantação em 
novembro/2018. 
 
 No entanto, cumpre registrar que o convênio atual se encerra em 10 de 
dezembro de 2018. Embora exista o interesse na sua renovação para 2019, diante dos 
limites impostos pelo Governo do Estado para o orçamento do próximo ano, não haverá 
disponibilidade orçamentária e financeira para dar continuidade ao projeto, o que 
significará um duro retrocesso na construção da intersetorialidade do Sistema 
Socioeducativo. 
 
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 Como as oficinas ainda não estão sendo desenvolvidas em todas as unidades 
socioeducativas (restando Mossoró e Caicó), conforme previsto no Convênio nº 
01/2016, pode-se concluir que as obrigações a respeito da oferta de atividades 
culturais foram parcialmente cumpridas. 
 
13. ATIVIDADES DE ESPORTE E LAZER 
 
 Outra dificuldade enfrentada na temática da intersetorialidade é a introdução de 
atividades esportivas nas unidades socioeducativas. Desde o início das tratativas, a 
Secretaria de Estado do Esporte e do Lazer (SEEL) deixava claro que não teria 
condições de ofertar essas atividades, tendo em vista que nos seus quadros não haveria 
profissionais de educação física em quantidade suficiente para atender à demanda do 
sistema socioeducativo. Como forma de implicar o referido órgão no processo 
socioeducativo, pactuou-se o compromisso de que a SEEL ofereceria uma capacitação 
para professores e instrutores que viessem a ser disponibilizados para tal finalidade 
(cláusula décima oitava do termo de acordo