Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIOPATOLOGIA 2 EDEMA CEREBRAL, HIDROCEFALIA, HIPERTENSÃO INTRACRANIANA E HERNIAÇÃO ———————————————————————————————————————--- Pressão Intracraniana ➔ parênquima cerebral ocupa cerca de 1400 m no adulto ➔ líquido céfalo raquidiano ● 10% do conteúdo intracraniano ● 100-200ml ● produzindo cerca de 20 ml/h ➔ sangue ● perfusão cerebral ● componentes sanguíneos (o que circula nos vasos) ● 12% de sangue circulante ● 100-150 ml ➔ pressão se mantém constante ● mesmo com aumento da PA, a PIC continua constante ● o crânio não permite variações de volume em grandes proporções ● alguma alteração significa alteração de um dos componentes, para manter a pressão ○ reduzindo um deles, permite a constância, uma vez que nao se pode diminuir o volume encefálico ○ líquor e sangue são os fatores alteráveis ○ existe um limite, e a partir dele não há mais como compensar ○ a constância vai se mantendo até que subitamente há aumento abrupto de PIC ○ se a instalação da alteração é feita de maneira lenta, o cérebro pode acomodar os componentes ● lei de Monroe-Kellie ○ se houver alteração de um dos volumes de um dos compartimentos deve ser acompanhada por alterações no volume de outro compartimento para que a PIC mantenha-se constante ➔ cérebro ● maior parte consiste em água ○ compartimento LIC (85% - substância cinzenta e branca) e LEC ○ substância cinzenta é pouco compressível acomodando menos variações no componente de água intracelular, sendo menos resistente no edema ○ a substância branca é mais frouxa podendo acomodar mais 10% de aumento do volume, podendo lesar a célula ○ o LEC corresponde a 15-20% dos cérebro sendo composto de componentes sanguíneos e líquido intersticial ● como o cérebro aumenta de tamanho e determina o aumento da PIC ○ desenvolvimento de tumores ○ ocorrência de edema cerebral ➢ vasogênico → ruptura da barreira hematoencefálica → alterações dos vasos sanguíneos, onde ocorre aumento de permeabilidade do endotélio capilar cerebral gerando FISIOPATOLOGIA 2 passagem de líquidos para o interstício, aumento de água extracelular → ocorre principalmente quando há processo inflamatório → ao redor de tumores, abscessos, traumatismos cranioencefálicos com processo inflamatório em neurônios ou astrócitos, lesões de células difusas, em meningites com perda da barreira hematoencefálica → esse mecanismo pode lesar neurônio, célula da glia, dissociação de fibras nervosas, vacuolização da mielina → edema é secundário a ruptura/lesão da barreira hematoencefálica ➢ citotóxico → lesão primária de neurônios ou células da glia → secundário a um processo patológico que pode ser uma isquemia, um AVC isquêmico, um afogamento, uma encefalite → edema é o processo secundário a lesão celular → esse dano causa mal funcionamento das bombas de sódio e potássio ATPase (controle Na/K) permitindo entrada de sódio no compartimento intracelular, junto a água → o processo pode evoluir rapidamente (lesão difusa, meningoencefalite herpética) → pode causar hipoxia, isquemia determinada pelo AVCi, hiperamonemia (encefalopatia hepática), encefalites, lesão opcional difusa (lesão do boxeador) → depende da gravidade etiológica → pode só representar uma degeneração hidrópica, porém se for outro processo, grave e prolongado, passa por fase irreversível de morte neuronal → pode ocorrer necrose liquefativa se for um caso irreversível, e apoptótico se for um dano mais lento e leve FISIOPATOLOGIA 2 ➢ osmótico → hiposmolaridade, principalmente em hiponatremia grave (concentração plasmática de sódio habitual 135-145, sendo menor que isso, denominada hiponatremia) → células tendem a entrar em equilíbrio osmótico com o plasma, se tem sódio baixo tem menor quantidade de água circulante, células dos sistema nervoso tentam equilibrar e absorver mais água → intoxicação hídrica → também pode ocorrer em hiperosmolaridade em como hiperosmolar de DM 2, cetoacidose diabética DM1, internacao hipernatrémica (criancas desidratadas com sódio altíssimo) → as células tentam se proteger para não se desidratarem → hiperosmolaridade plasmática → tendência de equilíbrio com as células perdendo líquido para compensar → acúmulo de substância osmoticamente ativas para preservar a quantidade de água intracelular de maneira progressiva, se de repente se corrige rapidamente (soro glicosado ou água destilada) → a células hipernatremizadas irão absorver o líquido e inchar → edema celular e intersticial → células mais afetadas são astrócitos ➢ intersticial → transependimária → extravasamento de líquido para substância branca por aumento da pressão intraventricular → processo que determinou aumento da FISIOPATOLOGIA 2 produção do líquido, ou nao circulação, ou nao absorção → ocorre em hidrocefalia descompensada → ventrículos alargados, não se vê sulcos cerebrais pois estão achatados → devido a alguma obstrução ➢ macroscopia → redução dos giros, apagamento dos sulcos e redução das cavidades ventriculares ➢ microscopia → acúmulo intersticial de líquidos, palidez cerebral, menos corado ———————————————————————————————————————— Hidrocefalia ➔ LCR ● secretado pelos plexos coróides dos ventrículos laterais ● pequena parte formada pelos ademais ventrículos, membranas aracnoides e espaços perivasculares dos espaços cerebrais ○ ventrículos laterais → terceiro ventrículo (forame de M) → 4 ventrículo (aqueduto de S) → circulação pelo espaço aracnóide → espaço peridural → crânio e medula ● produção constante e reabsorção constante FISIOPATOLOGIA 2 ○ reabsorvido nas vilosidade aracnóides ○ drenado para o seio venoso sagital e do prosencéfalo ● pressão normal do líquor ○ 130 mmH2O ○ variações conforme posição decubital, ortostática, tossindo ou em atividade… ○ pressão sempre em equilíbrio com o resto do conteúdo intracraniano ➔ hidrocefalia ● aumento de volume de líquor dentro dos ventrículos (intracelular) ● o que pode causar ○ aumento na produção → presença de tumores (papiloma do plexo coróide) → infrequente → comunicante ○ redução na reabsorção → inflamação crônica onde ocorre fibrose do plexo coróide das leptomeninges ou aumento das células da glia no aqueduto de S ou IV ventrículo → casos de hemorragia subaracnóide onde acúmulo de sangue leva ao acúmulo de fibrina e fibrose do plexo aracnóide ou em hemorragia intraventricular do prematura que é extremamente sensível ao desenvolvimento da hemorragia, meningite com ventriculite onde a meningite se propaga para ventrículos causando meningite grave com aumento de proteínas do líquor, em processos inflamatório cônicos como neurotuberculose, neurossífilis, criptococose, toxoplasmose, leucemia, leptomeninge → comunicante ○ obstrução ao fluxo → não comunicante → malformação, neurocisticercose, tumor → depende da idade de início, duração do processo e velocidade de instalação → atrofia da substância branca lentamente → HIC instalada → sintomatologia de cefaleia,vômitos, HAS, alterações de comportamento e raciocínio → crianças em fase de envolvimento do sistema nervoso são acometidas com retardo mental FISIOPATOLOGIA 2 ● classificação ○ comunicante → não há obstáculo da circulação para os espaços aracnóides → aumento da produção ou defeito reabsortivo ○não comunicante → malformações congênitas → malformação de Arnold Chiari, Malformação do aqueduto de Sylvius → associada a outros defeitos do fechamento do tubo neural → pode ser adquirida por tumores (fossa posterior) ou neuro cistite (localização preferencial em IV) ventrículo → dilatação a montante do local de obstrução, atrofia de substância branca por compressão → congênita: associada a outras malformações, crescimento do perímetro cefálico pela não fusão de suturas, fronte ampla, fontanelas tensa, olhar do sol poente, retardo de desenvolvimento neuropsicomotor, hiper espasticidade, sinal de Babinski, irritabilidade, letargia, vômitos FISIOPATOLOGIA 2 ○ ex-vácuo → aumento do espaço ventricular, aumento do volume de liquor, secundário a atrofia cerebral → processo focal com AVC isquêmico, difuso em paciente com parada cardiovascular com hipoxemia prolongada levando a perda de parênquima e atrofia → neuronal atrofiado retrai substância branca e cinzenta com alargamento do espaço ventricular → não determina HIC → giros e sulcos muito proeminentes ———————————————————————————————————————--- Hipertensão Intracraniana (HIC) FISIOPATOLOGIA 2 ➔ características do líquido ● até 20 cm de água → normal ● quando > 20cm por período prolongado acima de 2 min ○ aumento dos componente intracranianos ○ aumento do volume cerebral principalmente edema cerebral ou algo que determine efeito de massa → tumor neoplasia hematoma, sangramento parenquimatoso subaracnóideo ○ aumento do volume de liquor → aumento de produção, diminuição de reabsorção, obstrução do fluxo ○ pseudotumor cerebral → pode estar relacionado → aumento da produção juntamente a diminuição da produção de líquor ○ aumento de volume sanguíneo → trombose de seio venoso, trombose de veia jugular ● consequências ○ perfusão cerebral → depende da pressão sanguínea que chega para perfundir o cérebro (carotídea), drenagem da pressão jugular (diferença carótida e jugular) como paciente em choque, vasoconstrição cerebral ● regulação ○ manutenção do FSC constante mesmo com grandes variações na PAM ○ depende da pressão arterial média e da pressão craniana ○ aumento da pressão → AVCh ○ diminuição da pressão → choque ○ ● sintomas ○ cefaleia ○ sonolência ○ alterações de motricidade ocular ○ papiledema ○ tríade de cushing → hipertensão, bradicardia e bradipnéia ○ herniação cerebral ———————————————————————————————————————--- Herniação ➔ definição ● quando ocorre o deslocamento do parênquima cerebral através das dobras da duramater ○ através da foice do cérebro → herniação subfalcina ( do cíngulo) FISIOPATOLOGIA 2 ➢ ➢ quando há deslocamento do giro do cíngulo sob a foice ➢ edema vasogênico ➢ diferença de pressão entre os hemisférios ➢ consequência → compressão da artéria cerebral anterior → isquemia do lobo frontal e do lobo temporal ➢ tipo menos grave ○ através da tenda do cerebelo → herniação transtentorial ➢ uncinada ou mesial temporal ➢ ➢ herniação pela face medial do lobo temporal através da tenda do cerebelo → comprometimento da circulação → isquemia ➢ isquemia → comprometimento do nervo III (oculomotor) → sintomatologia do mesmo lado FISIOPATOLOGIA 2 ➢ ➢ sinais e sintomas → dilatação pupilar ipsilateral, anisocoria, dilatação e sem resposta a luz e comprometimento da movimentação ocular, compressão da artéria cerebral posterior determinando isquemia dos lobos occipitais, compressão do córtex visual podendo desenvolver cegueira, compressão do pedúnculo cerebral contralateral levando a alteração motora do hemicorpo contralateral → dilatação pupilar direita e hemiparesia pupilar esquerda → compressão da artéria cerebral posterior, compressão do córtex visual, compressão do pedúnculo cerebral com hemiparesia do lado da herniação, compressão dos vasos que irrigam a ponte e mesencéfalo, compressão do III par → hemorragia por hipertensão venosa de Duret (lesão de centros vitais do tronco cerebral → óbito) ➢ ○ através do forame magno → herniação tonsilar ➢ deslocamento das tonsilas cerebelares pelo forame magno ➢ compressão do tronco encefálico e estruturas vitais do centro respiratório e cardiovascular FISIOPATOLOGIA 2 ➢ ➔ causa → aumento da pressão intracraniana ● local ● generalizada ● ➔ síndromes de herniação ● alteração de nível da consciência → coma ● alteração respiratória, hipertensão, bradipneia ● alterações pupilares ● descerebração ● decorticação ● arreflexia ● morte ———————————————————————————————————————— Referências ➔ "Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças, 9 Edição, Editora Elsevier, 2016, Capítulo 28: O Sistema Nervoso Central, KUMAR, Vinay, ABBAS, Abul K., ASTER, Jon C."
Compartilhar