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Sistematização da Assistência de Enfermagem POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) O que é: A SAE é uma atividade privativa do enfermeiro segundo a lei do exercício profissional nº 7.498/86 e a resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 358/2009 e a sua implantação deve ser realizada em toda a instituição de saúde pública e privada. Objetivo: Monitorar o estado de saúde e à resposta aos tratamentos, visando reduzir riscos, às necessidades humanas básicas, aos cuidados específicos das patologias ou agravos à saúde, ao auxílio das atividades da vida diária, dando a informação necessária para a tomada de decisões de forma a intervir no processo saúde-doença individual ou coletivo. Ao aplicar a SAE o Enfermeiro deve realizar o julgamento clínico (método utilizado com base no conhecimento, pensamento, tomada de decisões clínicas) com suporte das evidências científicas obtidas após a avaliação dos dados subjetivos e objetivos do indivíduo, família ou comunidade, melhorando assim a prática assistencial e trazendo mais segurança aos pacientes. Processo de Enfermagem O processo de enfermagem representa um instrumento no planejamento e execução dos cuidados de enfermagem. É um método usado por enfermeiros para coletar dados, planejar, implementar e avaliar o cuidado. Requer habilidades especiais de coleta de dados, entrevista, de comunicação, bem como a capacidade de agrupar informações, identificar objetivos e os meios para alcança- los. O processo de enfermagem organiza a forma de prestação dos cuidados e seguem uma ordem definida: I. Coleta de dados de Enfermagem (Histórico de enfermagem); II. Diagnóstico de Enfermagem; III. Planejamento de Enfermagem; IV. Implementação; V. Avaliação de Enfermagem; Processo de Enfermagem x SAE SAE: Organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do PROCESSO DE ENFERMAGEM. PROCESSO DE ENFERMAGEM: É uma ferramenta metodológica utilizada para tornar a assistência de enfermagem sistemática, organizada em fases com o objetivo de orientar o cuidado profissional de enfermagem, de promover a qualidade no cuidado prestado. 1° Etapa: Histórico de Enfermagem Na investigação você realiza a coleta de dados e examina informações sobre a situação de saúde buscando evidências de funcionamento anormal ou fatores de risco que possam estar contribuindo para os problemas de saúde. MÉTODOS DE COLETA DE DADOS: • Observação; • Entrevista; • Exame físico; DESCRIÇÃO DA ENTREVISTA: • Objetiva, sem preconceito, valor, julgamento ou opinião pessoal; • Descrição ou interpretação de dados objetivos deve ter apoio de observações específicas; • Sistematização da Assistência de Enfermagem POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) • Devem ser evitadas generalizações (bom, regular, normal e etc.); • Os achados devem ser descritos de modo mais completo possível o que inclui a definição de características como tamanho e forma; • Documentar os dados de modo claro e conciso; • Escrever de modo legível; • Registro deve estar gramatical e foneticamente corretos. EXAME FÍSICO: É a verificação dos sinais vitais e o exame minucioso de todos os segmentos utilizando técnicas de: Inspeção; Palpação; Percussão; Ausculta. 2° Etapa: Diagnóstico de Enfermagem É a determinação do problema real ou potencial do estado de saúde do paciente. O propósito geral do diagnóstico de enfermagem é interpretar dados de avaliação e então identificar os problemas de saúde que envolvem o paciente, família e a comunidade. TIPOS DE DIAGNÓSTICO: No NANDA identifica- se três categorias de diagnósticos, tais como: • Com foco no problema: DE Real e de Síndrome; • DE de promoção da saúde; • DE de Risco; DE COM FOCO NO PROBLEMA (REAL): Julgamento clínico de uma ou mais respostas humanas indesejadas à condições de saúde/processos de vida existentes em um indivíduo, família, grupo ou comunidade. Nestes incluem DE Real e de Síndrome. Estes tem características definidoras e fatores relacionados. DE DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: Inclui motivação e desejo do indivíduo em aumentar seu bem estar, e concretizar o potencial de saúde humana. Estas respostas estão expressas por uma disposição para aumentar comportamentos específicos de saúde para serem utilizados em qualquer condição de saúde. Respostas de promoção podem ser individuais, da família ou comunidade. Estes incluem características definidoras e fatores relacionados, e no título trazem as palavras Disposição para Tipos de Diagnóstico. DE DE RISCO: Julgamento clínico sobre a vulnerabilidade de indivíduo, família, grupo ou comunidade para desenvolvimento de uma resposta humana indesejada a condições de saúde/processos de vida. Componentes estruturais dos Diagnósticos de Enfermagem: Título: Nome do diagnóstico Ex: integridade tissular prejudicada Fatores relacionados: é a origem dos problemas, de ordem fisiológica, psicológica, sociocultural, ambiental, espiritual. Ex: Integridade tissular prejudicada relacionada a imobilização física e circulação alterada. Características definidoras: são as provas de que existe um problema. São sinais e sintomas e, ainda as manifestações indicativas de um distúrbio. Ex: Integridade tissular prejudicada relacionada a imobilização física e circulação alterada evidenciada por ferida com área de solapamento, 8 cm, na região trocantérica.. Sistematização da Assistência de Enfermagem POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) Fatores de risco: Fatores de natureza fisiológica, psicológica, genética, química que tornam uma família, comunidade ou individuo suscetíveis a um evento insalubre. Ex: Risco de infecção relacionado a inserção de uma sonda vesical de demora. Definição: é a descrição do problema de forma a não deixar dúvidas quanto ao real diagnóstico. Visa a não ocorrência de ambiguidades. Titulo: eliminação urinária prejudicada Definição: distúrbios na eliminação da urina 3° Etapa: Planejamento de Enfermagem Os planos assistenciais envolvem 4 áreas: I. Problema; II. Ações; III. Objetivos; IV. Avaliação. Determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem. Dentro do Plano Assistencial de Enfermagem, ou seja, planejamento de enfermagem temos, que estabelecer 2 tópicos importantes: META OBJETIVO Caminho a ser percorrido... Aonde eu quero chegar... Essa fase engloba: • Designar as prioridades para os diagnósticos de enfermagem e problemas interdependentes; • Especificar os resultados esperados; • Especificar as metas imediatas, intermediárias e de longo prazo da ação de enfermagem; Metas imediatas: São aquelas que podem ser atingidas dentro de um intervalo curto de tempo. Metas intermediárias e de longo prazo: Exigem um período de tempo mais longo para serem alcançadas. Englobam a prevenção das complicações, a promoção do autocuidado e a reabilitação. Determinação das intervenções: Que intervenções (ações de enfermagem) serão prescritas para prevenir ou controlar os problemas e alcançar os resultados? Registros ou individualização do plano de cuidados: O enfermeiro dirigirá o seu próprio plano ou irá adaptar um plano padronizado ou informatizado para tratar da situação específica de seu paciente. As prescrições devem incluir: a data em que foram redigidas. a ação a ser realizada (verbo no infinitivo) e quem deve realizá-la. a frase descritiva (o que, onde, como e quando (que envolve a frequência, por quanto tempo ou quanto / o aprazamento (pode serpor horário ou período). a assinatura do enfermeiro responsável por sua confecção, (nome e sobrenome) com número do Sistematização da Assistência de Enfermagem POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Usar verbo no infinitivo e de ação (fazer, encaminhar, aplicar, banhar, orientar, administrar, esclarecer, controlar, avaliar, explicar, informar, lubrificar, acompanhar, aferir, supervisionar, realizar, auxiliar, manter); Numerada de acordo com o diagnóstico correspondente / grau de prioridade; Atividade privativa do enfermeiro. As prescrições devem ser redigidas de maneira completa e clara, a fim de evitar dúvidas a respeito das atividades a executar. Exemplo: paciente grave com instabilidade hemodinâmica, em monitoração cardíaca contínua. Errado: Monitorar frequência cardíaca. Certo: Monitorar frequência cardíaca (FC) pelo monitor cardíaco de 1/1 hora. Comunicar ao enfermeiro se FC maior que 110 bpm e menor que 50 bpm. 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 01 02 03 04 05 06 07. Exemplo: paciente com cateter vascular central em veia subclávia direita. Errado: Trocar curativo do cateter central a cada 24 horas. Certo: Trocar curativo do acesso vascular central puncionado na veia subclávia direita, usando clorexidina degermante a 0,5% para antissepsia peri inserção do cateter e remover a solução com soro fisiológico (SF) a 0,9% aquecido, 10 ml. Ocluir com gaze e fita hipoalergênica estéril 1 vez ao dia, e sempre que estiver sujo, úmido ou solto. Caso detecte sinais flogísticos (dor, calor, rubor, edema) em inserção, solicite avaliação do enfermeiro. Errado: aspirar vias aéreas 3/3 h Certo: aspirar secreção do TOT, naso e orofaringe (nesta ordem) quando perceber roncos durante ausculta pulmonar. Hiperoxigenar o cliente aumentando FiO2 para 100 % antes da aspiração. Anotar aspecto e quantidade estimada em cada aspiração. Atentar para queda de saturação (se baixar de 92,5%, interromper a aspiração e retornar o cliente para ventilação mecânica). Errado: Monitorar saturação de O2. Certo: Monitorar a saturação de O2 com oxímetro de pulso, anotar valores reais, de 1/1 h e comunicar valores abaixo de 92% ao enfermeiro de plantão. Errado: trocar curativo de acesso central Certo: tocar curativo do acesso central na subclávia direita a cada 24 horas ou sempre que estiver sujo, úmido, ou solto. Limpar área com clorexidina degermante e remover a solução com SF a 0,9% (10 ml). Realizar curativo com gaze e micropore. Anotar no curativo a data de punção e do curativo. Assinar. Caso detecte sinais flogísticos (dor, calor, rubor, edema e disfunção) solicite avaliação do enfermeiro. 4° Etapa: Implementação É a execução pela equipe de enfermagem (enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem) das atividades prescritas na etapa de planejamento da assistência. Em outras palavras, é o cumprimento pela equipe de enfermagem da prescrição de enfermagem. Nesta etapa coloca-se o plano em ação. Sistematização da Assistência de Enfermagem POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) Nesta etapa, toda equipe pode e deve realizar anotações relacionadas as intervenções, atividades prescritas pelo enfermeiro sejam elas independentes, dependentes ou interdependentes. Estas anotações contribuem significativamente na reavaliação da pessoa cuidada a ser realizada pelo enfermeiro (avaliação, evolução de enfermagem) e são importantes também para reavaliação dos demais profissionais de saúde. 5° Etapa: Evolução de Enfermagem Esta etapa também é chamada de evolução de enfermagem. É o relato diário ou periódico das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano enquanto estiver sob assistência profissional. A evolução é, em síntese, uma avaliação global do plano de cuidados. Por meio da evolução, o enfermeiro pode responder às seguintes perguntas: 1) Os diagnósticos de enfermagem eram precisos? 2) O paciente alcançou os resultados esperados dentro dos intervalos de tempo previstos? 3) Os diagnósticos de enfermagem do paciente foram resolvidos? 4) Os problemas interdependentes foram selecionados? 5) As prescrições de enfermagem devem ser continuadas, revistas ou interrompidas? 6) Surgiram novos problemas para os quais as prescrições de enfermagem não foram planejadas ou implementadas? 7) Que fatores influenciaram a realização ou falta de realização dos objetivos? 8) As prioridades precisam ser realinhadas? 9) Devem ser feitas alterações nos resultados esperados? Avaliação: A avaliação não se concluiu, pois deve levar à reavaliação, que resulta em reiniciar o processo.
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