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Os anestésicos locais são fármacos que suprimem a condução do estímulo nervoso de forma reversível, promovendo a insensibilidade de uma determinada região do corpo. Teoria do Receptor Específico: É o mecanismo de ação dos anestésicos locais.- Ocorre na sua forma não ionizada, atravessam a membrana do axônio e penetram na célula nervosa. - No interior da célula nervosa, as moléculas ionizadas de anestésico se ligam a receptores específicos nos canais de sódio, reduzindo ou impedindo a entrada do íon na célula. - Isso resulta no bloqueio da condução nervosa e, consequentemente, na percepção da dor.- Os anestésicos locais podem inibir a condução nervosa não apenas no tecido nervoso periférico, mas também no SNC e em outros tecidos excitáveis, como os músculos cardíaco, esquelético e liso. - COMPOSIÇÃO Os anestésicos locais são bases fracas, pouco solúveis em água e instáveis quando expostos ao ar. - Para uso clínico, são adicionados ao ácido clorídrico, formando um sal, o cloridrato, que apresenta maior solubilidade e estabilidade na solução. - A alcalinização de uma solução de anestésico local agiliza sua ação.- Na forma de Cloridrato apresentam pH ácido variando: 5,5 (soluções sem vasoconstritor);ü 3,3 (soluções com vasoconstritor).ü CONFIGURAÇÃO QUÍMICA Os anestésicos locais exibem três porções bem definidas em sua estrutura. 1. Porção Hidrofílica - que permite sua injeção nos tecidos. 2. Porção Lipofílica - responsável pela difusão do anestésico através da bainha nervosa. 3. Cadeia Intermediária - que une as porções hidrofílica e lipofílica e, de acordo com sua estrutura química, permite classificar os anestésicos locais em ésteres ou amidas. ÉSTERES Foram os primeiros anestésicos locais a serem sintetizados.• São hidrolisados no plasma pela enzima pseudocolinesterase.• Fazem parte desse grupo: Cocaína ü Procaína;ü Cloroprocaína;ü Tetracaína;ü Benzocaína.ü A Benzocaína é o único usado, e de forma tópica em mucosas. AMIDAS Apresentam menor toxidade.• Amenor capacidade de produzir reações alérgicas foi determinante para o sucesso desse grupo de anestésicos. • A biotransformação é mais complexa que a dos ésteres.• Seu local primário de biotransformação é o fígado.• Praticamente todo o processo metabólico ocorre no fígado para a lidocaína, mepivacaína, etidocaína e bupivacaína. • A prilocaína sofre o metabolismo primário no fígado, com algum metabolismo ocorrendo também possivelmente no pulmão. • Já a articaína, uma molécula híbrida contendo componentes tanto éster quanto amida, é metabolizada tanto no sangue quanto no fígado. • Fazem parte do grupo: Lidocaína;ü Mepivacaína;ü Prilocaína;ü Articaína;ü Bupivacaína;ü Ropivacaína;ü Etidocaína.ü Forma Atípica da Enzima Pseudocolinesterase: Causa uma incapacidade de hidrolisar anestésicos do tipo éster e outras substâncias quimicamente relacionadas. - Sua presença leva a um prolongamento dos níveis sanguíneos elevados de anestésicos e um aumento do potencial de toxicidade. - Avaliar história confirmada ou suspeita, no paciente na família. - Constitui contraindicação relativa ao uso de anestésicos tipo éster.- LIDOCAÍNA Anestésico local mais empregado, é considerado como padrão.- Início de ação (latência) - entre 2-4min. Devido a sua ação vasodilatadora, o que promove sua rápida eliminação do local da injeção. - A duração da anestesia pulpar é limitada a apenas 5-10 min. - Por isso, praticamente não há indicação do uso da lidocaína sem vasoconstritor em odontologia. - Associada a um vasoconstritor é de 40-60 min de anestesia pulpar. - Em tecidos moles pode permanecer em torno de 120-150 min.- Metabolização/Excreção - fígado e eliminada pelos rins. Meia-Vida Plasmática - 1,6 h. Toxicidade - os níveis plasmáticos para o início de reações tóxicas são: 4,5 μg/mL no Sistema Nervoso Central - 7,5 μg/mL no Sistema Cardiovascular- Sobredosagem - promove a estimulação inicial do SNC, seguida de depressão, convulsão e coma. MEPIVACAÍNA Potência similar à da lidocaína.- Início de ação - 1,5-2 min. Produz discreta ação vasodilatadora. - Por isso, quando empregada na forma pura, sem vasoconstritor (3%), promove anestesia pulpar mais duradoura do que a lidocaína. - Metabolização/Excreção - fígado e eliminada pelos rins. Meia-Vida Plasmática - 1,9 h. Toxicidade - semelhante à da lidocaína. PRILOCAÍNA Potência similar à da lidocaína.- Início de ação - 2-4min. Por sua baixa atividade vasodilatadora (50% menor que a lidocaína), pode ser usada sem vasoconstritor, na concentração de 4%. - Metabolização/Excreção - fígado e nos pulmões e eliminação renal. É metabolizada mais rapidamente do que a lidocaína.- Meia-Vida Plasmática - 1,6 h. Menos tóxica do que a lidocaína e a mepivacaína.- Sobredosagem - produz o aumento dos níveis de metemoglobina no sangue. É recomendado maior cuidado no uso deste anestésico em pacientes com deficiência de oxigenação: Portadores de Anemias, ü Alterações Respiratórias ou Cardiovasculares;ü Gestante.ü - ARTICAÍNA Início de ação - 1-2 min (rápido). Potência 1,5 vezes maior do que a da lidocaína.- Possui baixa lipossolubilidade e alta taxa de ligação proteica.- Metabolização/Excreção - fígado e plasma sanguíneo, eliminada pelos rins. Meia-Vida Plasmática - 40min Como a biotransformação começa no plasma, suameia-vida é mais curta, e a eliminação é mais rápida. - Por essas características farmacocinéticas, a articaína reúne as condições ideais de ser o anestésico de escolha para uso rotineiro em: Adultos, ü Idosos,ü Pacientes portadores de Disfunção Hepática.ü - Toxicidade - semelhante à da lidocaína. A presença de um anel tiofeno em sua estrutura química parece ser responsável pela maior difusão tecidual da articaína, permitindo seu uso em técnica infiltrativa, mesmo na mandíbula, dispensando assim o uso de técnicas anestésicas de bloqueio. - BUPIVACAÍNA Sua potência é 4 vezes maior do que a da lidocaína.- Sua cardiotoxicidade também é 4 vezesmaior que a lidocaína. - Por isso, é utilizada na concentração de 0,5%.- Ação vasodilatadora maior em relação à lidocaína, mepivacaína e prilocaína.- Início de ação - Quando associada à epinefrina, apresenta, em técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior, tempo de latência variando de 10-16 min na região de molares e pré-molares. Possui longa duração de ação. - No bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual, produz anestesia pulpar por 4 h e em tecidos moles, por até 12 h. - Meia-Vida Plasmática - 2,7 h. Metabolização/Excreção - fígado e eliminada pelos rins. Após 24 h do procedimento promove aumento da concentração de prostaglandina E2 (PGE2) no local da aplicação, aumentando a intensidade da dor sentida pelo paciente. - Não é recomendada para pacientes menores que 12 anos, pelo maior risco de lesões por mordedura do lábio, em razão da longa duração da anestesia dos tecidos moles. - BENZOCAÍNA Único anestésico do grupo éster disponível para uso odontológico no Brasil. - É empregada apenas como anestésico tópico ou de superfície.- Não deve ser usada em história de hipersensibilidade aos ésteres.- Na concentração de 20%, após aplicação por 2 min, promove anestesia da mucosa superficial (previamente seca), diminuindo ou eliminando a dor à punção da agulha, especialmente na região vestibular. - Na região palatina essa ação é menos eficaz.- Anestésicos 28/07/2021
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