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Hipertensão arterial na criança

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HIPERTENSÃO ARTERIAL NA CRIANÇA
· Um estudo mostrou que a hipertensão começa aos 3 anos de idade. Então, temos que ficar muito atentos a isso, uma vez que a maioria dos pediatras não afere a pressão das crianças.
FATORES DE RISCO
· História familiar de doença renal crônica.
· História familiar de hipertensão arterial – mães, pais e avós hipertensos. 
· RN prematuros e de baixo peso – temos o bioimpedanciômetro, que mede a pressão arterial do RN.
· Malformações, tumores e traumas medulares – lembrar sempre que, se temos uma criança com trauma, ela pode estar hipertensa.
· Displasia renal.
· Malformações do trato urinário – por exemplo, a criança com epispádia ou hipospadia.
· História de síndrome hemolítico urêmica – é uma doença grave, aguda, secundária a uma infecção. 
· História de glomerulopatias.
· Crianças com sobrepeso e obesidade. 
· “É muito importante o desenvolvimento de meios para identificação dos jovens em alto risco de uma hipertensão persistente posterior, assim como sua prevenção”.
TÉCNICA DE MENSURAÇÃO
· É preciso que o manguito na criança obedeça às características normais. Então, temos que utilizar os manguitos certos para as idades certas. 
· O manguito tem que contemplar pelo menos 40% do braço, da circunferência do braço.
AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
· O método de escolha é o auscultatório.
· A criança deve estar em posição sentada, tranquila, de preferência com encosto, apoio para os pés e braço direito ao nível do coração.
· Devemos medir em pelo menos 3 ocasiões diferentes. 
· PAS: primeiro ruído de Korotkoff (K1).
· PAD: quinto ruído de Korotkoof (K5).
· A técnica é a mesma utilizada para aferir a pressão do adulto.
EXAME FÍSICO
· Medida da pressão arterial em membro superior e inferior.
· Palpação cuidadosa de pulsos em 4 extremidades.
· Auxiliando o diagnóstico de coarctação da aorta; achados sugestivos de genitália ambígua lembram hiperplasia congênita da suprarrenal.
· Sinais físicos sugestivos de doenças genéticas.
· Sinais sugestivos de causa endócrina.
· Sinais de doença renal ou renovascular.
CAUSAS DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
· As principais causas de hipertensão arterial, por faixa etária, são descritas a seguir:
· Recém-nascidos: trombose de artéria renal, estenose de artéria renal, trombose venosa renal, anormalidades renais congênitas, coarctação da aorta, displasia broncopulmonar (menos comum), PCA (menos comum), hemorragia intraventricular (menos comum).
· O primeiro sinal de que tem algo errado é que o bebê para de mamar!!!!
· Primeiro ano de vida: coarctação da aorta, doença renovascular, doença do parênquima renal. 
· De 1 a 6 anos: doença do parênquima renal, doença renovascular, coarctação da aorta, hipertensão essencial (quando não consegue achar causa pra ela), causas endócrinas (menos comum).
· De 6 a 12 anos: doença do parênquima renal, doença renovascular, hipertensão essencial, coarctação da aorta, causas endócrinas (menos comum), iatrogênicas (menos comum).
· De 12 a 18 anos: hipertensão essencial, iatrogênicas, doença do parênquima renal, doença renovascular (menos comum), causas endócrinas (menos comum), coarctação da aorta (menos comum).
A PA AFERIDA ESTÁ ELEVADA?
· A PA se altera constantemente através da infância e mesmo os valores normais se modificam quanto ao sexo, idade e estatura.
· O normal está abaixo do percentil 90.
· Existe um gráfico de percentil peso x altura, tanto para meninos quanto para meninas. Através dele, conseguimos saber se está normal ou não. 
· Cálculo da pressão normal na criança:
· Sistólica: 2. Idade + 80 mmHg.
· Diastólico: Sistólica/2 + 10mmHg.
· A pressão máxima do RN é 80/50mmHg.
· Para criança de 3 anos, a pressão máxima é 86/53mmHg.
MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS
· Em menores de 3 anos, deve ser realizado rotineiramente (conduta ainda não suficientemente incorporada na prática pediátrica).
· Em maiores de 3 anos, nas seguintes situações:
· Prematuros, baixo peso ao nascimento, cuidados neonatais em UTI.
· Cardiopatia congênita.
· ITU recorrente, hematúria, proteinúria.
· Anomalia renal ou urológica conhecida.
· História familiar de doença renal.
· Tx de órgão sólido/MO.
· Tratamento com drogas que interferem na PA.
· Malignidade.
· Doenças sistêmicas que podem estar associadas à hipertensão arterial.
· Aumento da pressão intracraniana. 
HIPERTENSÃO ARTERIAL NA INFÂNCIA
· Está associada a maior incidência de formas secundárias que em adultos, na maioria das vezes por anomalias renais.
· A hipertensão primária está se tornando mais comum na infância tardia/adolescência devido principalmente à obesidade, aumento da população com tendência genética à hipertensão, além da existência hoje de programas de screening populacional e de melhor educação médica. 
· Muitas vezes vamos falar para a família que os filhos estão obesos e recebemos a seguinte resposta “meu filho não é obeso, ele é forte”. Então, devemos ter cuidado para comunicar.
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
· IMC: peso/altura²
SÍNDROME METABÓLICA
· Aumento de triglicerídeos.
· HDL diminuído.
· Obesidade central.
· Resistência à insulina.
· Hipertensão arterial.
· A síndrome metabólica encontra-se presente em 30% das crianças com IMC acima do percentil 95. 
· A hipertensão arterial e a obesidade são fatores de risco importantes para doença cardiovascular, acidente vascular cerebral e doença renal, mas sabe-se que o diagnóstico e tratamento precoces reduzem o risco destas complicações. 
PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA NA INFÂNCIA
· Medidas eficazes:
· Diminuir a ingestão de sal desde os primeiros meses de vida.
· Evitar o aumento excessivo de peso desde o primeiro ano de vida.
· Estimular atividade física precocemente.
· Alimentação saudável. 
· Medidas seriadas de pressão arterial. 
· Tratamento farmacológico – indica-se a terapia farmacológica da hipertensão arterial na infância e adolescência nos seguintes casos:
· Hipertensão arterial secundária.
· Hipertensão arterial sintomática.
· Hipertensão arterial com lesão em órgão-alvo.
· Hipertensão arterial grave: quando os níveis pressóricos estão 20% acima do percentil 95. 
· Hipertensão arterial que não melhora com a terapia não farmacológica.
· Lembrar que temos os efeitos colaterais. Temos que nos atentar ao remédio adequado e a dose adequada. Os mais indicados são os inibidores da ECA, como losartana e enalapril.

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