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REAÇÕES IgE MEDIADAS

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IMUNOLOGIA
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
Julya Pavão
REAÇÕES IGE MEDIADAS
· Reações de hipersensibilidade são respostas imunológicas exacerbadas, decorrentes de mecanismos habituais do sistema imunológico, causando lesão tecidual, sendo, por isso, deletérias ao organismo.
· São decorrentes de características próprias do indivíduo diante de determinados antígenos ou devidas ao alto poder antigênico ou à quantidade excessiva de antígeno.
· As reações de hipersensibilidade são as doenças alérgicas ou alergias.
· Estado de hipersensibilidade é o período durante o qual o paciente se encontra em reação alérgica.
· Fala-se em organismo sensibilizado quando o indivíduo, perante um processo de hipersensibilidade, se apresenta mais susceptível, podendo apresentar alergias concomitantes.
· Alérgeno é o antígeno causador da alergia e atopia é a reação IgE-mediada com predisposição genética.
· As alergias ou reações de hipersensibilidade podem ser: humorais, quando predominam linfócitos B, sendo intermediadas por anticorpos; celulares, quando decorrentes de linfócitos T, mediadas por ações resultantes do próprio linfócito.
· Segundo a classificação de Gell e Coombs, as reações humorais podem ser dos tipos I, II e III, enquanto as celulares são do tipo IV.
· As reações humorais são conhecidas também como imediatas, pois geralmente ocorrem imediatamente após o contato com o alérgeno, embora isso nem sempre aconteça, como é o caso das reações tipo III, que surgem cerca de três semanas após o contato.
· Nas reações celulares, a sintomatologia aparece após alguns dias da interação com o antígeno, daí serem conhecidas como reações tardias, embora possam ocorrer de forma mais rápida, sobretudo após contatos subseqüentes com o alérgeno.
· Hipersensibilidade Tipo I ou IgE-mediada:
· São estados inflamatórios de pele e/ou de mucosas, mediados por IgE específica ao alérgeno, a qual se une a mastócitos contendo receptores de alta afinidade para IgE, resultando em degranulação de mastócitos e afluxo de eosinófilos.
· Na reação tipo I, o contato com o alérgeno resulta na ativação de linfócitos Th2, os quais liberam citocinas (IL 4 e IL 13) que promovem a diferenciação de B em plasmócitos produtores de IgE, a qual se une ao alérgeno e a mastócitos, por meio de receptores de alta afinidade para IgE; IL 5, que atrai eosinófilos.
· A IgE específica sintetizada une-se a receptores de alta afinidade para a região Fc da cadeia £ de IgE, existentes em mastócitos de indivíduos predispostos à hipersensibilidade tipo I. os mastócitos unidos ao fragmento Fc da IgE são então denominados “mastócitos sensibilizados”, ficando livre o fragmento Fab da IgE.
· A IgE une-se, ainda, a receptores de baixa afinidade presentes principalmente em basófilos. É possível que a união a esses receptores de baixa afinidade resulte em diminuição da síntese de IgE, segundo pesquisas que mostraram que camundongos com ausência de receptores de baixa afinidade apresentam altos níveis de IgE sérica.
· Há degranulação de mastócitos e ativação de eosinófilos, resultando em processo inflamatório alérgico e lesão tecidual.
· As primeiras exposições ao alérgeno são responsáveis pela etapa de sensibilização. Alérgeno associado a antígeno leucocitário humano (HLA) classe II de célula apresentadora de antígeno (APC) ativa T auxiliar (CD4+) tipo 2 (Th2), o qual libera citocinas: IL 4, IL 5, IL 9, IL13, IL 25 e IL 31.
· Os mastócitos também sintetizam citocinas: IL 1, IL 2, IL 3, IL 4, IL 5, IL 9, IL 13, TGF B E TNF (fator de necrose tumoral), aumentando a resposta inflamatória alérgica. Estima-se que 20% da IgE sejam resultantes da ação de citocinas liberadas pelo próprio mastócito.
· Na reexposição ao alérgeno, este se une ao fragmento Fab da IgE de mastócitos sensibilizados, ocasionando influxo de cálcio para o mastócito e diminuição de AMP cíclico intracelular. O resultado desses fenômenos é a liberação de mediadores por mastócitos. Entre os mediadores liberados encontram-se os pré-formados (histamina, triptase e proteoglicanos) e os neoformados (fator ativador de plaquetas e metabólitos do ácido araquidônico).
· A histamina é responsável por parte da maifestação clínica, sendo rapidamente degradada. A triptase pode ser considerada como um marcador de atividade de mastócitos por manter níveis séricos elevados nas horas iniciais; auxilia o diagnóstico de anafilaxia em casos fatais.
· Após 4 a 10 horas do início da resposta efetora há acentuação ou recidiva das manifestações clínicas, sendo essa fase considerada tardia. Os eosinófilos são os principais responsáveis pela fase tardia. Eles afluem para o local da hipersensibilidade atraídos por CCL5, CCL11, leucotrieno B4 e PAF; e sofrem diferenciação e ativação por IL-5.
· As células epiteliais brônquicas de portadores de asma produzem fatores quimiotáticos para eosinófilos em maior quantidade, assim como CCL17, o qual mantém a diferenciação para Th2. As células epiteliais e endoteliais sintetizam, ainda, citocinas inflamatórias, óxido nítrico (NO) e linfopoetina do estroma tímico, a qual também induz ao perfil Th2.
· As manifestações clínicas da etapa efetora inicial das reações IgE mediadas são determinadas por mediadores pré e neoformados. A histamina é a principal causadora de prurido, espirros e coriza; determina também eritema, vasodilatação periférica, levando a edema e broncoconstricção de curta duração. A histamina é a responsável pela positividade dos testes cutâneos de leitura imediata.
· Entre os metabólitos do ácido araquidônico, os leucotrienos C4, D4 e E4 determinam broncoconstricção prolongada e vasodilatação periférica, um dos motivos pelos quais a anafilaxia é acompanhada de vasodilatação periférica.
· O leucotrieno B4 é fator quimiotático para eosinófilos e neutrófilos; as prostaglandinas aumentam a permeabilidade vascular, permitindo a saída de células para o local do processo inflamatório, além de aumentarem o muco.
· Na etapa efetora tardia, os eosinófilos atraídos para o local do processo alérgico liberam proteínas causadoras de lesão de pele e/ou mucosas. As quimiocinas liberadas atraem mais eosinófilos e a diferenciação para Th2, perpetuando a reação.
· Nas reações IgE mediadas, os alérgenos geralmente são proteínas de baixo peso molecular. Nas respiratórias, há formação de IgE específica contra alérgenos suspensos no ar, conhecidos como aeroalérgenos.
· O Projeto Alergia aponta como ordem de frequência dos aeroalérgenos: ácaros do pó doméstico, pelos de animais e restos de baratas. Os restos de baratas podem estar suspensos no ar por até 72 horas depois da retirada de baratas. 
· Aeroalérgenos menos freqüentes em nosso meio são os polens, as gramíneas e os fungos.
· Existem agravantes que pioram a alergia, sem que haja formação de IgE contra esses agravantes: fumaça de tabaco, perfumes, odores de produtos de limpeza, fiapos de tecido, poluição, mudanças de temperatura.
· Há uma tendência genética nas atopias: se mãe e pai tiverem atopia, existe a possibilidade de 50 a 70% de o filho apresentar atopia; se mãe ou pai forem atópicos, essa possibilidade se reduz para 25%.
· A herança é atribuída a vários genes. O cromossomo 5 contém genes responsáveis pela síntese de IL 4, IL 13 e de receptor B2-adrenérgico.
· As manifestações clínicas das reações IgE mediadas podem ser localizadas ou generalizadas. Entre as localizadas que, apesar de apresentarem sinais e sintomas localizados, também são doenças sistêmicas, encontram-se: rinite alérgica, conjuntivite alérgica, asma alérgica, dermatite atópica, urticária/angioedema alérgicos, alergia alimentar e alergia ao látex. Anafilaxia é a forma generalizada. As reações IgE mediadas localizadas podem progredir para anafilaxia, em especial a urticária/angioedema, as reações medicamentosas e alimentares.
· As principais causas de anafilaxia são alimentos, medicamentos e ferroada de insetos. A anafilaxia compromete dois ou mais sistemas, independentes do sistema cardiovascular. Na grande maioria há início agudo com envolvimento de pele e/ou mucosas, pode haverquadro respiratório, incontinência urinária, hipotensão, hipotonia, síncope e até óbito. Após o tratamento, os sintomas podem desaparecer e haver reaparecimento após 4 a 10 horas (fase tardia ou anafilaxia bifásica).
· Os graus de gravidade da anafilaxia são considerados como grau 1 (prurido, urticária, mal-estar, ansiedade); grau 2 (um dos anteriores, angioedema e dois entre broncoconstricção, dor abdominal, náuseas, vômitos e diarréia); grau 3 (um dos anteriores e dois entre dispnéia, sibilos, estridor, disfagia, disartria, confusão mental e sensação de morte)); grau 4 (um dos anteriores e dois entre hipotensão, cianose, colapso, perda da consciência e incontinência urinária).
· A anafilaxia é uma urgência médica, devendo ser iniciado o tratamento no local e imediatamente acompanhado em hospital. Usa-se adrenalina. Pode-se orientar a aplicação de epinefrina autoinjetável em casos de urgência e como conduta inicial. Corticoesteroides são utilizados por via oral, endovenosa ou intramuscular, na tentativa de redução do processo inflamatório. Os anti-histamínicos podem atuar como coadjuvantes.
· Hipersensibilidade tipo II ou citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC): 
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IMUNOLOGIA
 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
 
Julya Pavão
 
 
REAÇÕES IGE MEDIADAS
 
 
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Reações de hipersensibilidade são 
respostas imunológicas exacerbadas, 
decorrentes de mecanismos habituais do 
sistema imunológico, causando lesão 
tecidual, sendo, por isso, deletérias ao 
organismo.
 
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S
ão 
decorrentes de carac
terísticas próprias 
do indivíduo diante de determinados 
antígenos ou devidas ao alto poder 
antigênico ou à quantidade excessiva de 
antígeno.
 
·
 
A
s 
reações de hipersensibilidade são as
 
doenças alérgicas ou alergias.
 
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E
stado 
de
 
hipersensibilidade é o período 
durante o qual o paciente se encontra em 
reação alérgica.
 
·
 
F
ala
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se em organismo sensibilizado 
quando o indivíduo, perante um processo 
de hipersensibilidade, se apresenta mais 
susceptível, podendo apresentar alergias 
conco
mitantes.
 
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lérgeno 
é o antígeno causador da alergia 
e atopia é a reação IgE
-
mediada com 
predisposição genética.
 
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A
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alergias ou reações de 
hipersensibilidade podem ser: humorais, 
quando predominam linfócitos B, sendo 
intermediadas por anticorpos; celulare
s, 
quando decorrentes de linfócitos T, 
mediadas por ações resultantes do próprio 
linfócito.
 
·
 
S
egundo 
a classificação de Gell e Coombs, 
as reações humorais podem ser dos tipos I, 
II e III, enquanto as celulares são do tipo 
IV.
 
·
 
As reações humorais são conhec
idas 
também como imediatas, pois geralmente 
ocorrem imediatamente após o contato 
com o alérgeno, embora isso nem sempre 
aconteça, como é o caso das reações tipo 
III, que surgem cerca de três semanas após 
o contato.
 
·
 
N
as 
reações celulares, a sintomatologia 
aparece após alguns dias da interação com 
o antígeno
, daí serem conhecidas como 
reações tardias, embora possam ocorrer de 
forma mais rápida, sobretudo após 
contatos 
subseqüentes
 
com o alérgeno.
 
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Hipersensibilidade Tipo I ou IgE
-
mediada:
 
o
 
São esta
dos inflamatórios de pele e/ou 
de mucosas, mediados por IgE 
específica ao alérgeno, a qual se une a 
mastócitos contendo receptores de alta 
afinidade para IgE, resultando em 
degranulação de mastócitos e afluxo de 
eosinófilos.
 
o
 
Na reação tipo I, o contato com o 
alérgeno resulta na ativação de 
linfócitos Th2, os quais liberam 
citocinas (IL 4 e IL 13) que promovem 
a diferenciação de B em plasmócitos 
produtores de IgE, a qual se une ao 
alérgeno e a mastócitos, por meio de 
receptores
 
de alta afinidade para IgE; 
IL 5, que atrai eosinófilos.
 
o
 
A
 
IgE específica sintetizada une
-
se a 
receptores de alta afinidade para a 
região Fc da cadeia £ de IgE, existentes 
em mastócitos de indivíduos 
predispostos à hipersensibilidade tipo 
I. os mastócito
s unidos ao fragmento 
Fc da IgE são então denominados 
“
mastócitos sensibilizados
”
, ficando 
livre o fragmento Fab da IgE.
 
o
 
A
 
IgE une
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se, ainda, a receptores de 
baixa afinidade presentes 
principalmente em basófilos. É 
possível que a união a esses receptore
s 
de baixa afinidade resulte em 
diminuição da síntese de IgE, segundo 
pesquisas que mostraram
 
que

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