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ADJUVANTES ANALGÉSICOS

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ADJUVANTES ANALGÉSICOS:
O principais grupo farmacológicos utilizados para a terapia antálgica = Anti-inflamatórios e opioides
Entretanto, em dores muito intensas e dor crônica, geralmente de origem neuropática, esses dois grupos podem não dar conta do recado →Neste caso, utiliza-se então os Adjuvantes analgésicos para melhorar a terapia multimodal do paciente.
· ADJUVANTES UTILIZADOS EM INFUSÕES CONTÍNUAS: 
Utilizados no período transoperatório e pós operatório
- Funções: diminuir a quantidade de anestésico geral e com isso os efeitos indesejáveis desses medicamento; Promover analgesia.
O ideal é que sejam utilizados medicamentos que atuem em locais diferentes para que, com isso, seja realizada uma terapia multimodal melhor
· Lidocaína: 
É um dos principais medicamentos utilizados como adjuvante analgésico no período trans e pós operatório.
Seu efeito analgésico se dá pelo bloqueio dos canais de sódio nas fibras Aδ e C que são as fibras ascendentes = Inibição da estabilidade das fibras.
Mas a lidocaína atua também nos canais de cálcio, potássio e é antagonistas de receptores NMDA e Glicina.
- Efeitos clínicos em relação a analgesia: analgesia visceral e somática + efeito pró cinético que aumenta a motilidade intestinal →Por isso, é um dos medicamentos mais utilizados pra analgesia trans e pós operatória para equinos com cólica.
Também é muito utilizada em infusão contínua em cães, o que diminui o requerimento de anestésico geral e também confere excelente analgesia pós operatória
Uso em gatos é QUESTIONÁVEL →As principais bibliografias não indicam o uso de lidocaína por infusão contínua em gatos. 
	Cães
	Bólus 1-2mg/kg (2-5min)
 25 – 50mg/kg/min
	IV
	Infusão contínua
	Equinos
	Bólus 1,5 - 2,5mg/kg (2-5min)
 50-100mg/kg/min
	IV
	Infusão contínua
	Bovinos
	Bólus 1-2mg/kg (2-5min)
 25 -100mg/kg/min
	IV
	Infusão contínua
			
· Cetamina:
É um dos anestésicos mais utilizados na medicina veterinária, principalmente devido à sua versatilidade.
A analgesia produzida pela Cetamina se dá pelo bloqueio não competitivo nos receptores NMDA e AMPA, localizados principalmente na medula espinhal →Trabalha na modulação da dor, sendo muito eficiente em dor crônica.
As doses utilizadas são bem menores quando comparadas à anestesia dissociativa, pois o que espera-se é uma analgesia e não um estado dissociativa.
	Cães e gatos
	0,2 – 0,4 mg/kg
	Epidural
	1 - 2 horas
	
	Bolus 0,5-2mg/kg + 5-20mg/kg/min
	IV
	Infusão contínua
	Equinos e bovinos
	0,5 – 2mg/kg
	Epidural
	1 – 2 horas
	
	Bolus 0,6 a 1mg/kg + 5-10mg/kg/min
	IV
	Infusão contínua
· Agonistas alfa-2:
Também são ótimos analgésicos quando administrados em infusão contínua.
Atuam nos receptores alfa-2 que estão localizados na medula espinhal e em certas áreas do cérebro.
Eles têm sido muito utilizados em pequenos e grandes animais.
	Equinos
	Xilazina
	Bolus 0,5-1mg/kg
 1mg/kg/h
	Infusão contínua
	
	Romifidina
	Bolus 20mg/kg
 20mg/kg/h
	Infusão contínua
	
	Detomidina
	Bolus 5mg/kg
 5-10mg/kg/h
	Infusão contínua
	
	Dexmedetomidina
	Bolus 3mg/kg
 1-1,75mg/kg/h
	Infusão contínua
	Cães e gatos
	Dexmedetomidina
	Bolus 5mg/kg
 1-5 mg/kg/h
	Infusão contínua
Agonistas alfa-2 adrenérgicos também podem ser administrados por via epidural e combinados ao anestésico local em bloqueios loco-regionais.
Associações IV: O uso de 1, 2 ou 3 medicamentos associados na infusão depende muito da situação, não existe um padrão para tudo.
Geralmente são associadas Lidocaína + Cetamina + Opioide ou alfa2 →Todo medicamento tem efeito indesejado e essas misturas devem ser feitas de maneira adequada.
· ADJUVANTES UTILIZADOS POR VIA ORAL:
· Gabapentina:
Começou a ser utilizada como anticonvulsivante, entretanto, logo foi descoberto que ela tinha uma boa resposta em dor crônica, principalmente de origem neuropática.
O mecanismo de ação que confere a analgesia ainda não está bem determinada. Acredita-se que seja pela ação nos canais de cálcio e sódio.
Uma característica importante desse medicamento é a demora para acertar uma dose efetiva, que não promova efeitos indesejáveis; isso pode durar dias. Assim, é importante começar a terapia com doses baixas e irmos titulando-a, até encontrarmos o melhor para cada caso.
- Principais efeitos indesejáveis: sedação, xerostomia e ataxia. 
	Cães
	10-20 mg/kg
	PO
	8 – 12 horas
	Gatos
	5-10 mg/kg
	PO
	8 – 12 horas
	Equinos
	5-20 mg/kg
	PO
	8 – 12 horas
	Bovinos
	10-15 mg/kg
	PO
	8 - 12 horas
· Amitriptilina:
É um antidepressivo, geralmente utilizado no tratamento de distúrbio de comportamento em gatos.
Seu efeito se dá pela inibição de recaptação de serotonina. Entretanto, há indícios de que ela bloqueie os receptores NMDA e os canais de sódio.
Geralmente é a segunda escolha no tratamento da dor neuropática, normalmente em pacientes refratários à Gabapentina. Entretanto, ela demora, de 2 a 4 semanas para começar a haver algum efeito analgésico →Do mesmo modo que a Gaba, deve-se titular a Amitriptilina para que ela promova efeito analgésico sem efeitos indesejáveis.
CUIDADO: Um efeito importante da Amitriptilina, é a associação dela com tramadol, Meperidina ou Fentanilas (Fentanil, Remifentanil, Sufentanil, Alfentanil – trabalham na inibição da recaptação de serotonina) = síndrome serotoninérgica, sendo que taquicardia, taquipneia, hipertensão, hipertonia e convulsão, podendo levar até a morte.
	Cães
	1 - 4 mg/kg
	PO
	12 – 24 horas
	Gatos
	2,5 – 12,5mg/kg
	PO
	24 horas
Até o momento, não há doses estabelecidas para o uso com segurança em grandes animais.
· Amantadina:
Originalmente era utilizada como agente antiviral e como tratamento da doença de Parkinson →Posteriormente começou a ser utilizada em pacientes com lesão no SNC, amputação, outras neuropatias e atrites.
	Cães
	3 – 5 mg/kg
	PO
	12 – 24 horas
	Gatos
	3 – 5 mg/kg
	PO
	12- 24 horas
Seu efeito se dá pelo bloqueio dos receptores NMDA, mas também atua na inibição da recaptação e dopamina e serotonina →Deve-se tomar cuidado com a síndrome serotoninérgica.
Não deve-se esquecer de titular esse medicamento também.
· Maropitant:
Seu principal efeito é antiemético →Como atua inibindo os receptores de neurocinina e esse receptor está ligado no estímulo nociceptivo da periferia, acredita-se que ele tem algum efeito analgésico, principalmente na fase de transmissão.
PORÉM, os estudos demonstram que ele não tem nenhum efeito analgésico, principalmente no pós operatório.
CONCLUSÃO: 
Adjuvantes analgésico não conseguem por si só promover analgesia adequada, mas são interessantes para a terapia multimodal.
	Alguns deles podem ser utilizados em infusões contínuas e geralmente são ótimas escolhas em dores agudas.
	Outros utilizados principalmente em dores crônicas, devem ser titulados.
Deve-se tomar cuidado com a associação de analgésicos para promover a terapia multimodal, uma vez que todo medicamento é passível de promover efeitos indesejáveis.

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