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ATIVIDADES ritmicas e dança

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ATIVIDADES 
RITMICAS E 
DANÇA
Vanessa Dias Possamai 
Ritmo e musicalidade: som, 
movimento e expressão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os princípios da teoria musical.
  Descrever os diferentes parâmetros sonoros.
  Analisar a notação musical.
Introdução
A música e o ritmo têm um papel importante na vida das pessoas e estão 
presentes no cotidiano de cada um. O ritmo especialmente se manifesta 
por meio do nosso próprio corpo, por exemplo, nos nossos batimentos 
cardíacos e em nossa respiração. Na educação física escolar, o ritmo se 
encontra como um auxiliar no desenvolvimento da criança, pois pode 
ser trabalhado na formação básica e técnica do movimento, além de na 
criatividade. Já para a música o ritmo é fundamental, tendo em vista que 
dita o tempo e o espaço para a criação de uma boa melodia.
Assim, conhecer os elementos constitutivos mais elementares dessa 
linguagem, visando principalmente seu material sonoro, suas característi-
cas, conhecidas como propriedades musicais do som, e seus parâmetros, 
pode contribuir para a compreensão da linguagem musical. Os elementos 
originam os parâmetros do som, e desses, por sua vez, originam-se os 
elementos de uma composição musical. É preciso, no entanto, reconhecer 
a estreiteza desses limites conceituais e ter claro que, na verdade, são 
maneiras distintas de se fazer referência às diversas dimensões de um 
mesmo evento sonoro.
Neste capítulo, você vai identificar os princípios da teoria musical, vai 
conhecer os diferentes parâmetros sonoros e, além disso, vai aprender 
sobre notação musical. 
Princípios da teoria musical
Para começar o nosso estudo, é preciso conceituar alguns termos, como o 
de música, para entendermos os princípios da teoria musical. A música é 
uma forma de linguagem que faz parte da cultura humana há muitos anos, 
podendo ser considerada uma forma de expressão e comunicação (BRASIL, 
1998). Como características da linguagem musical, destaca-se o seu caráter 
lúdico e a existência de diferentes sistemas de composição musical. Podemos 
considerar a música como uma arte que pode infl uenciar diretamente as pes-
soas, especialmente em seus lados afetivo, emocional e motivacional. Muitas 
vezes, ela tem um poder de recordação, ou seja, é capaz de fazer com que 
recordemos alguém ou algum momento que passou, estimulando a memória 
(BRASIL, 1998). 
Neste cenário, existem alguns elementos ou conceitos básicos que devem 
ser conhecidos e percebidos no contexto por eles formado e que se tratam 
dos elementos principais para a constituição da música, quais sejam: ritmo, 
harmonia e melodia. 
Partindo disso, consideramos ritmo como a percepção de duração do 
tempo, sua periodicidade; é algo que flui, move-se de modo regular e ao 
longo de um tempo. Segundo Cordero (2014), o ritmo pode ser definido como 
a estruturação de durações sonoras. Além disso, o ritmo tem como função 
expressar a energia por meio de acentuações e de alternância de tempos fortes 
e fracos dentro de uma peça musical. 
Outro elemento que constitui a música é a harmonia, que está relacionada 
à arte de combinar os sons, de fazer com que diferentes sons estejam em 
consonância entre si. A partir da harmonia, pode-se estudar a combinação 
de notas que soam simultaneamente. Em outras palavras, seria o resultado 
das sonoridades obtidas a partir da sobreposição de diferentes notas, isto é, 
soando ao mesmo tempo. Quando você mistura as notas musicais, o som 
dessa combinação pode expressar diversas sensações e emoções. Na música, 
observamos, muitas vezes, em acordes que acontecem durante os versos. 
A harmonia é importante para você compreender como montar os acordes, 
como combiná-los durante o acompanhamento e principalmente como usá-los 
para a transmissão de ideias e emoções; por isso, para muitos, é um principio 
considerado capaz de despertar emoções nas pessoas.
Uma sequência de notas musicais, com uma sucessão de sons ritmados, 
organizados de forma adequada e que proporcionam um sentido musical é 
denominada melodia. A melodia faz com que reconheçamos a música logo no 
momento em que ela toca; é considerada a parte principal de uma composição 
Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão2
e é essencial que ela esteja equilibrada com a harmonia e o ritmo do som em 
questão. Podemos associar a melodia com uma forma de definir uma música, 
identificando-a mesmo sem a presença de outro componente musical — por 
isso, ela é considerada fundamental para uma música. Como observamos, esses 
três elementos estão ligados entre si e é a partir deles que a música é constituída.
Existe uma relação próxima entre os princípios da teoria musical e a edu-
cação física escolar, e o ritmo é um dos elementos que mais se aproxima dos 
conteúdos das aulas dessa disciplina. Porém, o professor deve entender que 
“[...] cada pessoa tem um ritmo próprio que lhe permite executar diversas 
atividades motoras que estimulem e impulsionem o movimento” (CORDERO, 
2014, documento on-line), de modo que se trata de um fator inerente ao de-
senvolvimento humano. Nesse sentido, o papel do professor é gerar estímulos 
que possam utilizar o ritmo como um elemento fundamental para trabalhar a 
coordenação motora, ao mesmo tempo que ocorre a integração funcional entre 
as estruturas corporais, psíquicas e espirituais (CORDERO, 2014). Laban, 
em 1978, interpretava o ritmo relacionado ao movimento como um manifes-
tado por ondas rítmicas, constituídas pela velocidade, fluidez, intensidade 
e tamanho. Assim, o ritmo estava presente entre diversas combinações e, 
consequentemente, em diferentes movimentos. Laban (1978 apud CORDERO, 
2014, documento on-line) observou “[...] que poderia haver certa relação entre 
acústica e o centro nervoso superior, pois, ao ouvir uma música ou ritmos, 
as pessoas fazem movimentos corporais espontâneos, como: movimentos de 
cabeça, pés, mãos, dedos, entre outros”. Podemos observá-lo em situações 
simples: por exemplo, ao tocar uma música em algum lugar com o uso ou 
não de um instrumento, o nosso corpo responde com gestos ou, muitas vezes, 
procuramos algo para reproduzir os sons escutados.
Quando várias vozes ou sons são ouvidos em igual nível de importância, temos uma 
polifonia. Na polifonia, o compositor experimenta como as linhas melódicas se relacio-
nam consigo mesmas. Então, as várias linhas são como que “trançadas”, elaboradas em 
um entrelaçamento. Na verdade, a polifonia soa muito mais como várias conversações 
paralelas acontecendo ao mesmo tempo. Sua leitura é “horizontal”, já que consiste na 
compreensão das várias linhas discursivas, que se relacionam em uma disputa entre 
si (COLÉGIO PEDRO II, [2019]).
3Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão
Cordero (2014) complementa o que já dizia Laban em 1978: utiliza-se o sentido 
rítmico por meio da música para trabalhar diversas atividades físicas; o ritmo 
pode servir como ferramenta metodológica para a aprendizagem e a fixação de 
habilidades motoras e, a partir disso, o professor pode sugerir diversas atividades 
devidamente organizadas e sequenciadas para o aprendizado de uma destreza. 
Para o autor, uma criança com uma boa percepção e assimilação do ritmo 
conseguiria fixar de melhor forma uma determinada habilidade, considerando 
que pode ordenar o sistema muscular à percepção da intensidade.
Então, o que é teoria musical? Não há exatamente um conceito determinado 
e único para definir teoria musical, mas podemos, a partir dos conceitos de 
harmonia, ritmo e melodia, defini-la como a constituição de toda a estrutura e 
do processo de formação da música. Além disso, precisamos considerar que a 
teoria musical está próxima de nós, em ações e sons escutados em nosso cotidiano. 
Mesmo não tendo conhecimento, passamos e sentimos as sensações fornecidas 
pela música, buscando reproduzir o ritmo a partir da nossa percepção temporal. 
Cabe comentar, ainda, que a música fez parte da sociedadeantiga e segue 
na moderna, de modo que pode ser considerada um elemento cultural que 
acompanhou, e acompanha, a humanidade em diversas épocas e sociedades. É 
a partir da música que muitas histórias são transmitidas e conhecimentos são 
produzidos e adquiridos. Quando refletimos sobre o assunto, podemos trazê-lo 
para a nossa realidade, na qual temos muito contato com os elementos musicais. 
Assim, é importante que o professor de educação física os inclua em suas aulas, 
tendo em vista que eles podem oferecer suporte para trabalhar questões como, 
por exemplo, ritmo corporal, sentir os batimentos cardíacos e nossa respiração.
A música é um conjunto de sons e silêncios harmônicos de modo agradável 
ao ouvido. Porém, para conhecermos a música, que é o produto final de um 
conjunto de elementos, como vimos anteriormente, devemos aprofundar os 
nossos conhecimentos em alguns elementos denominados parâmetros sonoros, 
que são originados a partir de vibrações sonoras (ondas sonoras). 
A quantidade de vibrações por segundo é chamada de Hertz (Hz), e é a diferença 
nessa frequência (vibrações por segundo) que torna as notas diferentes entre si. Por 
exemplo, quando uma corda do piano vibra a 440 Hz, considera-se que produz o som 
identificado como Lá (GRIFFITHS, 1995). 
Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão4
Diferentes parâmetros sonoros 
Os parâmetros sonoros ou parâmetros de som são considerados propriedades 
básicas do som. Essas propriedades são denominadas qualidades intrínsecas 
do som e são quatro: altura, intensidade, duração e timbre. Segundo Wisnik 
(2007), podemos defi nir as propriedades sonoras da seguinte forma:
  altura: relaciona-se à criação de melodias; 
  intensidade: refere-se à expressão dinâmica (sons fortes ou fracos); 
  duração: determina a organização da música no tempo (ritmo);
  timbre: depende da sua fonte de produção sonora. 
O quanto serão usados ou não esses elementos vai depender do tipo de 
música que se irá produzir ou fornecer. É preciso reconhecer a importância dos 
diferentes parâmetros de som para a composição de uma música, pois esses 
quatros citados terão papel essencial para originar os elementos da música, 
o que veremos em breve.
Cada um dos parâmetros do som mencionados tem suas características 
e definições particulares, e é preciso compreender que, sem equipamentos 
específicos, as pessoas não conseguem observar essas propriedades visivel-
mente. Na Figura 1, por meio da demonstração de diferentes ondas sonoras, 
é possível ter uma base de como podemos assimilar visivelmente o que esses 
parâmetros seriam: altura, intensidade, duração e timbre. Todavia, devemos 
conhecer melhor essas propriedades especificamente. 
Figura 1. Representação gráfica dos parâmetros do som.
Fonte: Nepomuceno ([2012], documento on-line). 
5Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão
Para definir as propriedades de som, utilizaremos as definições propostas 
por Ibañez (2010). A partir da Figura 1, a primeira propriedade que estudare-
mos é a altura, que permite que possamos distinguir sons graves (som mais 
“grossos”), médios e agudos (sons mais “finos”). Ibañez (2010) explica que a 
altura é determinada pela frequência de uma onda e refere-se a quantas vezes 
por segundo uma onda completa um ciclo dentro de determinado referencial 
em um intervalo de tempo — representa, assim, a taxa de vibração no tempo 
da onda senoidal. É importante observar que a altura não tem relação com o 
volume da música. Então, podemos dizer que o fator que determina a altura 
seria a frequência da onda? Sim, e podemos relacionar com a faixa entre os 
20 Hz a 20.000 Hz, na qual os ouvidos humanos conseguem captar sons. Os 
sons graves ou baixos são aqueles que estão na faixa de baixa frequência, 
enquanto sons agudos ou altos são aqueles que possuem suas ondas com uma 
frequência de vibração alta. 
A segunda propriedade é denominada intensidade e se refere à percepção 
da amplitude da onda sonora, sendo o elemento que permite distinguir sons 
fortes e sons fracos. Baseando-se em Hast (1999 apud IBAÑEZ, 2010, p. 48) 
ainda completa que “[...] este parâmetro mede a força da vibração e indica a 
amplitude, o barulho ou a suavidade do som”. A intensidade é o que muitas 
pessoas confundem com “altura” ou “volume” do som e pode ser mensurada 
em uma unidade de medida conhecida como decibéis (dB). Baixos valores 
de dB dizem respeito a um som fraco, enquanto altos valores de dB se refe-
rem a um som forte. Nesse contexto, considera-se que, quando mexemos no 
botão de volume de um aparelho de som, estamos alterando a intensidade da 
música. Aproximando do nosso campo de estudo, por exemplo: entre uma 
turma em silêncio fazendo uma prova e essa mesma turma animada durante 
o campeonato entre turmas na escola, ocorre uma variação da intensidade do 
som (alturas diferentes).
A terceira propriedade do som é a duração, que é definida por Ibañez 
(2010) como a duração de um som dependendo do tempo de vibração da fonte 
sonora. Um som que dura um segundo a mais do que outro será, logicamente, 
percebido como um som mais longo. Vimos anteriormente que a intensidade 
está relacionada à força de vibração, enquanto a duração dependerá do período 
de tempo em que o corpo sonoro está vibrando. Na música, por exemplo, a 
duração também se aplica a momentos de silêncio, conhecidos como pausas. 
Analisando uma onda sonora, a duração produzirá um número maior (som 
longo) ou menor (som curto de ondas sonoras). Um exemplo de duração é o 
apito final de um jogo de futebol ou o tempo total de uma música.
Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão6
O último parâmetro é o timbre, característica do som que nos permite 
distinguir uma fonte sonora de outra tendo praticamente os mesmos parâme-
tros. A partir de Schafer (1991), Ibañez (2010, p. 49) cita timbre como “[...] 
superestrutura característica de um som que distingue um instrumento de 
outro, na mesma frequência e amplitude” (SCHAFER, 1991, p. 76). Ibañez 
(2010) esclarece que, na física, essa distinção de timbres entre dois sons pode 
ser percebida devido à variação na amplitude da frequência e dos harmônicos, 
resultando em uma onda não mais senoidal, mas, sim, em uma onda irregular, 
cheia de cristas e vales, que cada tipo de fonte sonora produz de maneira pe-
culiar. Um exemplo de distinção de timbre é quando escutamos um conjunto 
musical e é possível distinguir os sons emitidos por cada instrumento que 
faz parte do conjunto, assim como também distinguimos os sons emitidos 
durante uma conversa entre diversas pessoas. Ainda podemos completar que 
é possível distinguir o timbre analisando como um som se inicia, mantém-se 
e termina ao longo do tempo.
Wisnik (2007) aborda que os parâmetros sonoros atuam em uma dinâmica 
entre si por meio das alturas e durações, do timbre e das intensidades; repetido 
e/ou variado, o som se diferencia ilimitadamente. Essas conjunções dos parâ-
metros considerando as durações produzem as figuras rítmicas, as alturas, os 
movimentos melódico-harmônicos, os timbres, a multiplicação colorística das 
vozes, as intensidades, as quinas e curvas de força na sua emissão. 
Como vimos, os parâmetros sonoros são constituídos por elementos pre-
sentes em uma onda sonora que, consequentemente, está relacionada à música. 
Quando essas propriedades perceptíveis reconhecidas organizadas geram 
uma composição musical, criam diversos estilos musicais. Mas onde entra a 
educação física nesse meio? O professor utiliza as propriedades musicais não 
diretamente, mas a partir da música e dos diversos tipos de sons, que provocam 
certa “movimentação no corpo”, dando diversos sentidos e sensações. Para a 
educação física, o desenvolvimento da percepção auditiva é essencial, tendo 
em vista que sua estimulação promoverá a utilização de diversos segmentos 
corporais que, pela sua movimentação, gerarão o som rítmico de acompa-
nhamento desejado. 
Como dito anteriormente, a música tem uma capacidade de transmitir e 
provocarestímulos diversos, mobilizar sistemas cerebrais e gerar respostas 
emocionais a partir de suas propriedades. Dependendo do estilo musical (dife-
rentes intensidades, alturas, harmonias, ritmos), a execução e a motivação para 
a prática corporal mudam. O ritmo ou as batidas da música são interligados 
proporcionalmente aos movimentos repetitivos do praticante de atividade física, 
como passadas, braçadas ou pedaladas. Inclusive, acredita-se que o ritmo 
7Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão
musical tem influência durante um esforço submáximo em esteira; músicas 
de ritmo acelerado (mais integradas às passadas), como o rock, produzem 
melhorias significantes no humor — mais que músicas lentas, como o bolero. 
Além disso, o estímulo rítmico gera a interação entre a audição rítmica e a 
resposta física, de modo que é importante aproveitar e trabalhar atividades 
com grande repertório motor. 
Notação musical 
Os tópicos anteriores abordaram a construção da música e seus elementos 
constituídos e deram ênfase aos parâmetros sonoros. Agora, abordaremos 
outro elemento musical básico, que, além de contribuir no aperfeiçoamento 
da percepção auditiva e no domínio da linguagem musical básica, permite-nos 
entender como é registrada a música. Esse registro é feito por meio da notação 
musical, ou seja, dos sinais que representam a escrita musical. Os símbolos 
utilizados na notação musical são uma forma de representar grafi camente a 
música e existem há milhares de anos.
Representar a música por meio da escrita foi um processo criado há muito 
tempo, antes das atuais tecnologias, com o intuito de que as composições 
musicais ficassem registradas para que todos pudessem entender e reproduzi-
-las. O sistema de notação ocidental moderno é o sistema gráfico, que utiliza 
símbolos escritos sobre uma pauta de 5 linhas paralelas e equidistantes e que 
formam entre si quatro espaços. Para conceituar alguns termos presentes na 
notação musical, vamos utilizar como base as compreensões de Braga (2002), 
que cita que existem sete termos importantes que devem ser considerados: 
notas, escalas, pauta, clave, figuras positivas e negativas (pausas) e acidentes.
As notas musicais, segundo Braga (2002), são as representações gráficas 
do som no papel e representam a duração e a altura do som. França (2010) 
especifica que, em um plano bidimensional, a notação musical supõe um 
eixo horizontal para representar o tempo (as durações), e um vertical para as 
alturas, como em um plano cartesiano. “Do encontro dessas duas dimensões, 
temos diagonais para registrar subidas e descidas. Elas podem ser contínuas 
(melismas ou glissandi) ou descontínuas (sons discretos ou separados), com 
alturas definidas (por exemplo, de Dó a Lá), aproximadas ou indefinidas” 
(FRANÇA, 2010, documento on-line). As notas principais são 7, quais sejam: 
Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si. Essas 7 notas ouvidas sucessivamente formam uma 
série de sons denominada escala. 
Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão8
Quando a série de sons segue a sua ordem natural (Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si), 
tem-se um som mais agudo (Figura 2); escalas descendentes soam quando 
a série de sons segue a ordem inversa à natural (Si-Lá-Sol-Fá-Mi-Ré-Dó) e 
representam um som mais grave (Figura 3).
Figura 2. Escala ascendente.
Fonte: Braga (2002, documento on-line).
Figura 3. Escala descendente.
Fonte: Braga (2002, documento on-line).
As claves estão ligadas à construção da pauta (já citada anteriormente) e 
servem para dar nomes às notas, sendo representadas por meio de um sinal 
antes da pauta. São três os tipos de claves: Sol, Fá e Dó. Braga (2002) explica 
que a clave de Sol é registrada a partir da segunda linha da pauta, o que sig-
nifica que a nota localizada na segunda linha da pauta recebe o mesmo nome: 
Sol. A partir dela, todas as demais notas são nomeadas, seguindo a sequência 
conhecida. Na escrita a partir da 4ª linha da pauta, a nota ganha o nome de 
fá. Assim, podemos pensar que a clave de Sol é utilizada para escrever as 
notas mais agudas do piano ou as notas que cantar ão vozes femininas de um 
coral. Na clave de Fá, ocorre o contrário: som mais grave no piano ou notas 
que cantarão vozes masculinas. 
As figuras positivas e negativas (pausas) foram definidas por Braga (2002) 
a partir do fato de que nem todas as notas têm a mesma duração, e as figuras 
positivas servem para representar as várias durações dos sons musicais. As 
pausas representam a ausência/interrupção do som, ou seja, o silêncio, com a 
mesma duração das respectivas figuras positivas. Os nomes das notas, seus 
valores e suas respectivas figuras estão representadas pela na Figura 4. 
9Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão
Figura 4. Quadro representativos dos nomes das notas, valores e figuras.
Fonte: Braga (2002, documento on-line).
Já os acidentes são sinais que servem para alterar o som das notas naturais. 
São eles, de acordo com Braga (2002, documento on-line), “[...] o sustenido, que 
aumenta meio tom (seminton) à nota, ou seja, torna aquela nota mais aguda; 
o bemol, que abaixa meio tom (semiton), ou seja, torna a nota mais grave; e 
bequadro, que anula a alteração realizada pelos dois acidentes citados”.
Podemos considerar, ainda, que existe uma diferenciação dentro do con-
ceito de notação musical que são as denominadas notação musical analógica 
e tradicional. 
A notação musical analógica, como o nome indica, baseia-se na analogia entre 
propriedades do campo auditivo e do visual. Alto, baixo, horizontal, vertical, 
contorno, proporção e outras são qualidades compartilhadas por esses dois 
domínios perceptivos. Já a escrita tradicional é o registro das durações que 
requer longo aprendizado (padrões rítmicos, compassos e divisão), No processo 
de musicalização, ela tende a se desenvolver naturalmente, como continuidade 
da movimentação pelo espaço (FRANÇA, 2010, documento on-line). 
A relação da educação física e notação musical surge a partir da dança, 
exatamente com Rudolf Laban, que, em seu livro Choreographie (1926), 
detalhou não somente um formulário novo da notação da dança, mas também 
os princípios e a teoria de um sistema completo da dança que se transformou, 
mais tarde, na “análise do movimento de Laban”. A partir do século XIX, essa 
técnica recebeu o nome de “notação coreográfica”. 
Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão10
Além disso, atualmente, é importante, ao trabalhar com música e movi-
mentos, conhecer os elementos básicos sobre os quais ela se constitui. Por 
exemplo, você pode produzir uma música ou uma coreografia, transcrevê-la 
ela em forma de notação e reproduzir a música ou coreografia sem sequer 
tê-la ouvido ou visto antes. A notação de Laban foi elaborada justamente para 
solucionar esse “problema”. Em suma, a pessoa escuta, teoriza e analisa sobre 
o que escutou, permeia suas teorizações e análises no seu processo de escolha 
sonora (regência), de maneira a criar uma composição musical, baseada no 
atendimento ou na negação de suas preferências. Essa composição musical 
pode ser performada pelo próprio indivíduo compositor. Nesse caso, ela pode 
estar registrada em partitura (notação) ou não. Essa partitura pode ser entregue 
a outros indivíduos para que eles possam performar a composição musical ou 
analisar a forma de seu registro. 
Veja, a seguir, exemplos de como trabalhar harmonia com os alunos.
  Perceber, em diferentes músicas, os contrastes sonoros entre sons individuais 
(melodias) e sons simultâneos (harmonia).
  Por meio de exercícios de escuta musical, tentar identificar sons simultâneos. Buscar 
identificar se os sons simultâneos são resultado de fontes sonoras diferentes ou 
semelhantes. Por exemplo: acorde apenas com vozes, ou com vozes e instrumentos, 
com diferentes instrumentos, etc.
  Dividir os alunos em dois grupos e ensinar a melodia principal da canção “Marcha 
soldado” para um dos grupos. Ensinar a melodia secundária da mesma marcha 
ao outro grupo e pedir que ambostentem cantá-las ao mesmo tempo, criando 
uma harmonia. Sugerir que, depois de dominadas as melodias, cantem, tentando 
ouvir o resultado melódico. Dependendo do resultado, pode-se acrescentar uma 
terceira melodia secundária e tentar fazer o mesmo.
Para o trabalho com o ritmo, veja os seguintes exemplos. 
  Relacionar o ritmo com a linguagem gestual desportiva.
  Fazer percussão corporal diversa; ora todos fazem o mesmo som, ora aumentam 
os sons corporais a cada música de linha. Podem ser definidos os sons corporais 
por linha rítmica.
11Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão
A pauta não é suficiente para conter todos os sons musicais que o ouvido pode apreciar. 
Por esse motivo, usam-se linhas chamadas suplementares superiores ou suplementares 
inferiores, quando são colocadas, respectivamente, acima ou abaixo da pauta. Costuma-se, 
também, escrever notas nos espaços formados por essas linhas (espaços suplementares 
superiores ou inferiores). As linhas e os espaços suplementares são contados de baixo 
para cima, quando superiores, e de cima para baixo, quando inferiores. O número de 
linhas ou espaços suplementares não é limitado, mas não é comum empregar-se mais 
de 5 linhas e espaços suplementares superiores (SWANWICK, 2004).
Neste capítulo, você viu que os princípios da teoria musical são divididos 
em ritmo, melodia e harmonia, e que a interação entre eles gera o que cha-
mamos de música. Associados a eles, estão os diferentes parâmetros sonoros, 
identificados como: altura, duração, intensidade e timbre — que também 
exercem grande influencia na música. Finalmente, para que a música seja 
reproduzida por diferentes pessoas, gerações, instrumentos musicais, entre 
outros, é transcrita a partir de notações musicais. 
BRAGA, J. M. P. Elementos musicais a serem abordados na formação profissional em edu-
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13Ritmo e musicalidade: som, movimento e expressão

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