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Laísa Dinelli Schiaveto Hematose e Transporte de Gases HEMATOSE ALVÉOLO-CAPILAR A hematose consiste nas trocas dos gases respiratórios (O2 e CO2), que ocorrem na estrutura alvéolo-capilar pulmonar. Este processo se faz por difusão, sem gasto de energia, indo sempre da região de maior concentração ou pressão parcial de um gás para a região de menor concentração ou pressão parcial do referido gás. A difusão do oxigênio é no sentido do alvéolo para o capilar pulmonar e a difusão do dióxido de carbono é no sentido do capilar para o alvéolo. O sangue que chega na extremidade arterial do capilar (desoxigenado), vindo da circulação sistêmica (veias cavas), tem pO2 média de 40mmHg; este valor vai depender da taxa metabólica do indivíduo (variação entre 25 a 50 mmHg). • Taxa Metabólica Elevada: consumo de oxigênio é maior e o valor da pO2 é menor. • Taxa Metabólica Baixa: consumo de oxigênio é menor e o valor da pO2 é maior. Este sangue, ao alcançar os alvéolos pelos capilares pulmonares, encontra uma pO2 alveolar de 100mmHg. Assim, como se tem uma diferença de pressão parcial, ocorre a difusão do oxigênio para o capilar pulmonar, de modo que a extremidade venosa do capilar pulmonar (indo para as veias pulmonares) tenha pO2 de 100mmHg (sangue oxigenado), o que também é observado nas artérias sistêmicas. Este mesmo sangue que chega na extremidade arterial do capilar pulmonar vai ter uma pCO2 alta, em média 46mmHg; este valor vai depender da taxa metabólica do indivíduo e do equilíbrio ácido-base (variação entre 38 a 55 mmHg). • Taxa Metabólica Elevada: produção de dióxido de carbono é elevada e a pCO2 é maior. • Taxa Metabólica Baixa: produção de dióxido de carbono é menor e a pCO2 é menor. Este sangue, ao alcançar os alvéolos pelos capilares pulmonares, encontra uma pCO2 na faixa de 40mmHg. Assim, como se tem uma diferença de pressão parcial, ocorre a difusão de CO2 do capilar para o alvéolo, de modo que, na extremidade venosa do capilar pulmonar (veias pulmonares) tenha pCO2 de 40mmHg, o que é observado nas artérias sistêmicas (e não nas veias, pois as veias recebem CO2 dos tecidos). O sangue que chega agora na extremidade arterial do capilar dos diferentes tecidos (capilar tecidual) com uma pO2 tecidual menor (na dependência de sua taxa metabólica), então o oxigênio difunde-se para os tecidos e o sangue na extremidade venosa que deixa este tecido o faz com uma pO2 média de 40mmHg, seguindo até a circulação pulmonar. Este mesmo sangue que na extremidade arterial do capilar tecidual tem uma pCO2 média de 40mmHg, recebe dióxido de carbono do tecido (na dependência de sua taxa metabólica) e deixa a extremidade venosa tecidual com uma pCO2 média de 46mmHg, seguindo em direção aos pulmões para hematose. Laísa Dinelli Schiaveto CURVA DA OXI-HEMOGLOBINA Todo gás possui uma propriedade chamada solubilidade; isto é, qual o volume deste gás que pode ficar dissolvido na água (ou plasma). SOLUBILIDADE DOS GASES RESPIRATÓRIOS NO PLASMA à Dióxido de Carbono (CO2) = 2,5 ml% à Oxigênio (O2) = 0,3 ml% Há pouco oxigênio está dissolvido no plasma, o que é incompatível com a vida. Isto faz com que o transporte do oxigênio exija um mecanismo diferente, através da ligação reversível (frouxa) com a hemoglobina. Obs: Os alvéolos não são capazes de retirar o O2 da água e, mesmo se conseguissem, não seria muito eficiente. A coleta de uma amostra de sangue nos permite observar as hemácias e, no seu interior, a existência de pigmento hemoglobina. Nessa amostra, a parte mais pesada é a parte celular, onde está 97% das hemácias. Biossíntese da Hemoglobina – está dividida em 4 etapas fundamentais: (1) Ácido 2 α cetoglutarato + glicina = pirrol (2) Ligação de 4 pirrol = protoporfirina IX (3) Protoporfirina IX + Fe = heme (4) Globina + 4 heme = hemoglobina Obs: O átomo de ferro fica localizado no centro de cada grupo heme, portanto níveis baixos de ferro causam a diminuição da produção de hemoglobina e, consequentemente, causando anemia. A hemoglobina tem propriedade alostérica (proteína inteligente; que consegue se modificar com as propriedades do meio, seja ele rico ou pobre em oxigênio), de modo que consiga doar e receber oxigênio. Além disso, esta é composta por 4 grupos hemes e 4 cadeias polipeptídicas (α1, α2, β1 e β2). • 1g de hemoglobina carreia 1,34 ml de oxigênio • 100ml de sangue contém 15 g de hemoglobina (14-16%) • 100ml de sangue carreia cerca de 20,1 ml de oxigênio Tendo esse valores, sabe-se que um músculo recebe um fluxo sanguíneo de 200ml/min e sua capacidade de extração é de 20%. Considerando a concentração de hemoglobina de 15%, qual o consumo de oxigênio deste músculo? à 8,04 ml O2/min - 100 ml de sangue carreia à 20,1 ml O2 - 200 ml de sangue carreia à 40,2 ml O2 - 100%, neste caso, equivale a à 40,2 ml O2 - Para extração de 20% equivale a à 8,04 ml O2 Experiência com amostra de sangue contido em um tubo de ensaio: a) Colocar o sangue em contato com o meio exterior sem oxigênio e gradualmente ir elevando a concentração de oxigênio (pO2) do meio entre zero até 100 mmHg (lembrando que pO2 alveolar = 100 mmHg); b) A cada etapa, após o equilíbrio, determinar o percentual de saturação da oxi-hemoglobina; c) Esta parte experimental representa os eventos que ocorrem na estrutura alvéolo-capilar pulmonar, pois o oxigênio difunde-se do alvéolo para o capilar pulmonar. d) Em seguida, após a pO2 sanguínea atingir o valor alveolar, deve-se colocar este sangue em meios com concentrações reduzidas de oxigênio (pO2) e, após o equilíbrio, determinar novamente a saturação da oxi-hemoglobina; e) Observar quanto de oxigênio foi entregue para o meio; f) Esta parte experimental representa os eventos que ocorrem na estrutura capilar tecidual-tecido, pois o oxigênio difunde-se do capilar tecidual para o tecido, até o equilíbrio. Laísa Dinelli Schiaveto g) Construímos um gráfico com valores da pO2 do meio (sangue) na abcissa contra a saturação da oxi-hemoglobina (em %) na ordenada. Observe o tipo de curva e suas características. Primeira Parte: ALVÉOLO-CAPILAR PULMONAR pO2 0 10 20 30 40 60 80 100 Sat. 0 9 32 58 74 90 95 98 A curva é sigmoide, porque a hemoglobina é uma proteína que possui a propriedade alostérica (que se adapta ao meio). Segunda Parte: CAPILAR TECIDUAL-TECIDO Entrega de oxigênio para os tecidos (ml/min) pO2 tecidual 50 40 30 20 VO2 2,9 5,0 8,5 13,6 Obs: VO2 representa o consumo de oxigênio. Em roxo está representada a quantidade de oxigênio que o tecido recebe, sendo que, quanto maior o metabolismo desse tecido, maior é esta quantidade. Portanto, quanto mais hipóxico estiver um tecido, mais oxigênio ele recebe. Isso ocorre, pois o sangue doa mais oxigênio para que o tecido consiga realizar as suas funções. DESLOCAMENTO DA CURVA A linha A foi deslocada à esquerda e a linha B foi deslocada à direita à Para uma mesma pO2 tecidual (exemplo 40 mmHg), a curva B (direita) oferta mais oxigênio do que a curva A (esquerda) à Este deslocamento só é possível devido à propriedade alostérica da hemoglobina. Então, quanto maior for o deslocamento da curva de dissociação da oxi-hemoglobina à direita, mais oxigênio este tecido recebe. Fatores que deslocam a curva da oxi-hemoglobina são: • Concentração do íon hidrogênio (pH); • Temperatura; • Pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2); • Concentração plasmática do 2,3 DPG. Fatores que deslocam a curva da oxi-hemoglobina para a DIREITA: • Diminuição do pH; • Aumento da temperatura; • Aumento da concentração de CO2; • Aumento da concentração plasmática de 2,3 DPG. Laísa Dinelli Schiaveto Fatores que deslocam a curva da oxi-hemoglobina para a ESQUERDA: • Aumento do pH; • Diminuição da temperatura; • Diminuição da concentraçãode CO2; • Diminuição da concentração plasmática de 2,3 • DPG. Durante um exercício intenso, ocorre grande oferta de oxigênio aos músculos e órgãos ativos neste exercício e este fato se deve a 5 mecanismos: 1. Hipóxia tecidual: os músculos ativos no exercício apresentam alta captação de oxigênio, mas ainda tornam-se hipóxicos; 2. Elevação da pCO2: devido ao deslocamento da curva da oxi-hemoglobina à direita, a hemoglobina entrega mais oxigênio; lembrando que, a produção de CO2 advém do ciclo de Krebs e do tamponamento da molécula do ácido lático; 3. Redução do pH ou elevação da concentração dos íons H+: os íons H+ advém da dissociação do ácido lático; 4. Elevação da temperatura: parte do gasto energético no processo contrátil é perdido na forma de calor, o que facilita o deslocamento da curva para a direita e, portanto, aumenta a oferta de oxigênio para os tecidos; 5. Elevação da concentração de 2,3 DPG: a potencialização da via glicolítica, eleva os níveis do 2,3 DPG à partir do gliceraldeido 3 fosfato. à Estes 5 mecanismos atuam de maneira cinética, permitindo uma adequação do transporte de oxigênio. Obs: O primeiro mecanismo não guarda relação com os deslocamentos da curva da oxi-hemoglobina. No entanto, os outros quatro mecanismos estão relacionados ao deslocamento da curva da oxi- hemoglobina à direita. MIOGLOBINA As fibras musculares esqueléticas aeróbias apresentam uma molécula semelhante à hemoglobina, porém, esta apresenta somente um grupo heme, uma única cadeia polipeptídica e não possui propriedade alostérica. Assim, apesar de reter algum oxigênio intramuscular, a mioglobina só entrega o oxigênio numa condição de hipóxia tecidual muito acentuada. HEMOGLOBINA FETAL A hemoglobina fetal é um pouco diferente da criança ou do adulto, pois ela apresenta duas cadeias polipeptídicas alfa (igual à materna) e duas gamas, enquanto a do adulto são duas alfa e duas beta. Esta diferença faz com que a hemoglobina fetal tenha uma dissociação de oxigênio menor para qualquer valor de pO2, por isso o feto é sempre um pouco hipóxico. à A curva está deslocada para a esquerda, o que indica uma menor entrega de oxigênio para os tecidos. TRANSPORTE DE OXIGÊNIO O transporte do oxigênio dos pulmões até os tecidos é realizado de duas maneiras: - 3% dissolvido no plasma, o eu no nível do mar (760mmHg), corresponde cerca de 0,3ml de oxigênio % (lembrando que a solubilidade do oxigênio em um meio aquoso é muito baixa); Laísa Dinelli Schiaveto - 97% no composto oxi-hemoglobina (HbO2), ou seja, 19,5 ml de oxigênio %. Sendo assim, o total transportado é de 0,3 + 19,5 = 19,8 ml oxigênio %, considerando uma saturação de 97% e a hemoglobina carreando 1,34ml de oxigênio/grama. A taxa de hemoglobina normal é 15%, variando de 14% (em mulheres) e 16% (em homens). Obs: A curva de saturação da oxi-hemoglobina em indivíduos normocitêmicos, policitêmicos e anêmicos apresenta a mesma saturação (97%), mas a quantidade de oxigênio carreada é bem diferente. Exemplo de causas de policitêmia: maiores altitudes e muita eritropoietina. Exemplo de causas de anemia: deficiência de eritropoietina; hemorragia; falta de ferro; intoxicação por chumbo; quimioterapia; (a oferta de oxigênio está reduzida). à Todas as curvas chegam à saturação de 98%, porém o transporte de oxigênio é diferente; ou seja, a taxa de hemoglobina sofre variações. Pela Lei de Henry, para cada 1mmHg de pO2, há 0,003ml de oxigênio dissolvido no plasma, valor que não é muito alto, mesmo para um indivíduo respirando oxigênio puro (apenas 2,02 ml %), o que é incompatível com a vida e, por isso, não é possível viver apenas com o oxigênio plasmático. Dessa forma, salienta-se a importância da oxi-hemoglobina no transporte deste gás. A terapia com oxigênio puro ou a hiperbárica pode ser utilizada por pequenos intervalos de tempo para pacientes em condições especiais. Quando se faz a inalação com gás rico em oxigênio (maior do que os 20,9% da atmosfera) ou inalação hiperbárica, ocorre a substituição, parcial ou total, do nitrogênio do plasma pelo oxigênio e, desta forma, a oferta de oxigênio aos tecidos é extremamente aumentada. Obs: Quando a oferta de O2 puro é prolongada, há danos nos neurônios e há produção de radicais livres, sendo, portanto, tóxico para o organismo. Assim, em indivíduos que precisam de uma oferta maior de O2, deve-se fazer o desmame assim que possível. Valores de oxigênio transportado dissolvido no plasma, pN2, e oferta de oxigênio para os tecidos, a nível do mar, para diferentes pO2 alveolar. Transporte de oxigênio dissolvido no plasma = (P.atm. – pN2 – pCO2 – pH2O) x 0,oo3 (em ml) pO2 arterial (mmHg) = P.atm. – pN2 – pCO2 – pH2O. Condição pO2 alveolar – representa o quanto de oxigênio que está sendo fornecido. à Um indivíduo respirando ar atmosférico ou um ar com oxigênio puro (100% O2), seus valores de pO2 alveolar e arterial serão muito diferentes: • ΔP (ar ambiente) = 100 – 40 = 60 mmHg • ΔP (oxigênio puro) = 640 – 53 = 587 mmHg Coeficiente de Utilização de Oxigênio – É o percentual do sangue que libera o oxigênio para a utilização celular. No repouso este valor é de 25% e durante o exercício este valor pode atingir até 85%. Este coeficiente é maior no exercício devido à maior capacidade de extração de oxigênio pelos músculos ativos devido ao metabolismo aumentado. Consumo de Oxigênio – É o valor de oxigênio que os tecidos utilizam em seu metabolismo para a síntese aeróbia de ATP. Este parâmetro vai depender do fluxo Laísa Dinelli Schiaveto sanguíneo e a diferença arteriovenosa deste tecido (extração do oxigênio) OU ainda pode ser quantificado pela ventilação e a diferença entre percentual de oxigênio inspirado (20,9%) e o percentual expirado. • O2 inspirado – O2 expirado = consumo O2 • 21% - 17% = 4% (este valor não ultrapassa 6%) Para uma adequada hematose, é necessário que na estrutura alvéolo-capilar pulmonar haja condições adequadas de oferta de oxigênio dada pela ventilação, bem como adequada perfusão sanguínea. Nas condições em que haja redução patológica da ventilação, mas perfusão normal OU redução patológica da perfusão, mas ventilação normal, têm-se uma relação ventilação-perfusão inadequada, comprometendo, assim, a hematose. Para que a hematose seja adequada, a relação ventilação-perfusão deve também ser adequada. A melhor relação ventilação-perfusão (VA/Q = 1) - Obstrução total do alvéolo, portanto a ventilação é zero e a perfusão também; - Obstrução parcial do alvéolo, causando uma ventilação reduzida, mas uma perfusão normal; - Condição normal; - Obstrução parcial do capilar pulmonar, causando uma perfusão reduzida, mas ventilação normal; - Obstrução total do capilar pulmonar, causando uma ventilação normal (indiferente), mas uma perfusão extremamente reduzida. TRANSPORTE DO DIÓXIDO DE CARBONO O transporte de dióxido de carbono dos tecidos até os pulmões é realizado por 3 mecanismos: - 7% na forma de CO2 dissolvido no plasma; - 23% no composto carbamino-hemoglobina; - 70% como bicarbonato no plasma. MECANISMOS NO CAPILAR TECIDUAL CO2 dissolvido no plasma: o dióxido de carbono apresenta uma média solubilidade no plasma de 2,5 ml%; portanto, parte desse gás consegue ser transportado; este valor já é compatível com a vida (ao contrário do oxigênio). Composto carbamino-hemoglobina: o dióxido de carbono tem a propriedade de se ligar como a parte proteica da hemoglobina e não há mecanismo de competição com oxigênio, pois este se liga ao grupo heme. Bicarbonato no plasma: o dióxido de carbono se difunde para as hemácias e lá reage com a água (LIC), catalisado pela enzima anidrase carbônica, formando ácido carbônico (H2CO3), que é um composto instável e rapidamente dissocia se em bicarbonato (HCO-) e no próton (íonH+). Para evitar alterações do pH intracelular, o H+ é tamponado pela ligação com um aminoácido aniônico da parte globínica. O HCO3 difunde-se para o LEC e para não haver alteração do potencial elétrico da hemácia, para cada molécula de bicarbonato que deixa a hemácia, ocorre a entrada de um íon cloreto. O CO2 então é transportado dos tecidos até os pulmões na forma de bicarbonato, no plasma. Laísa Dinelli Schiaveto MECANISMOS NO CAPILAR PULMONAR à AS REAÇÕES SÃO TODAS INVERSAS SE COMPARADO AS DO CAPILAR TECIDUAL! CO2 dissolvido no plasma: difusão do dióxido de carbono do capilar para o alvéolo, a favor de seu gradiente de concentração (pCO2). Composto carbamino-hemoglobina: a ligação do dióxido de carbono com a parte proteica é desfeita e o gás difunde se para o alvéolo. Bicarbonato no plasma: quando a pCO2 no plasma reduz-se, o HCO3- difunde-se do plasma para hemácia e se liga ao H+, voltando a formar o ácido carbônico que, novamente sob a ação da anidrase carbônica, leva a formação de água e CO2 e, este gás difunde se para o alvéolo; o íon cloreto deixa a hemácia e é trocado pelo bicarbonato (fuga dos cloretos). Obs: A anidrase carbônica permite que a reação seja rápida (menos de 0,1s). MONÓXIDO DE CARBONO O monóxido de carbono (CO), resultado da combustão de composto orgânico, tenho uma afinidade com o grupo heme da hemoglobina de 200 a 300 vezes maior que o próprio oxigênio, formando uma ligação estável, recebendo o nome de carboxi- hemoglobina. O monóxido de carbono (CO) se liga ao átomo de ferro do grupo heme da hemoglobina, o qual é o mesmo lugar em que o oxigênio se liga (com uma ligação mais fraca). Sendo assim, existe uma competição entre O2 e CO, uma vez que ambos se ligam com o grupo heme. No entanto, quem ganha é o CO, pois ele possui uma afinidade muito maior, formando uma ligação mais forte e mais estável. A remoção do monóxido de carbono se faz aplicando respiração com oxigênio puro. Quando se tem um caso de hipóxia tecidual severa, o carreamento de oxigênio para, uma vez que este possui uma ligação um frouxa, diferentemente do monóxido de carbono, o que é possuir uma ligação estável. Indivíduos saudáveis e não fumantes tem apenas um valor menor que 1% das suas moléculas de hemoglobina ligadas ao CO (HbCO). Enquanto isso, indivíduos fumantes, este valor está elevado na faixa de 5 a 7%, sendo que valores acima de 15% são fatais para o indivíduo. Observe na curva de dissociação da carboxi- hemoglobina, que o valor de pCO que leva à saturação da curva é de apenas 0,4mmHg e, valores pouco superiores (> 0,6 mmHg de CO) já leva a desorientação e inconsciência do indivíduo. Obs: Se não for feita uma ação rápida, o indivíduo evolui ao óbito rapidamente.
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