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M ETO D O LO G IA D O EN SIN O D E B A SQ U ETEB O L Fábio H ech D om inski Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-6692-6 9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 9 2 6 Código Logístico 59607 Metodologia do ensino de basquetebol Fábio Hech Dominski IESDE BRASIL 2020 © 2020 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do detentor dos direitos autorais. Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: EFKS / Balazs Toth/ doomu /Shutterstock Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ D72m Dominski, Fábio Hech Metodologia do ensino de basquetebol / Fábio Hech Dominski. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 126 p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-6692-6 1. Basquetebol. 2. Basquetebol - Estudo ensino. I. Título. 20-65664 CDD: 796.323 CDU: 796.323.2 Fábio Hech Dominski Doutor e Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Graduado em Educação Física pela mesma universidade. Atua como professor no ensino superior, ministrando disciplinas relacionadas aos esportes: basquetebol, futsal, voleibol e handebol; e ao exercício: musculação e treinamento funcional. É pesquisador no Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício (LAPE/CEFID/UDESC), onde desenvolve pesquisas na área de atividade física e saúde nos temas: Psicologia do esporte e do exercício, Poluição e Qualidade do ar e Saúde no exercício físico e esporte. SUMÁRIO Agora é possível acessar os vídeos do livro por meio de QR codes (códigos de barras) presentes no início de cada seção de capítulo. Acesse os vídeos automaticamente, direcionando a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet para o QR code. Em alguns dispositivos é necessário ter instalado um leitor de QR code, que pode ser adquirido gratuitamente em lojas de aplicativos. Vídeos em QR code! Agora é possível acessar os vídeos do livro por meio de QR codes (códigos de barras) presentes no início de cada seção de capítulo. Acesse os vídeos automaticamente, direcionando a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet para o QR code. Em alguns dispositivos é necessário ter instalado um leitor de QR code, que pode ser adquirido gratuitamente em lojas de aplicativos. Vídeos em QR code! SUMÁRIO Agora é possível acessar os vídeos do livro por meio de QR codes (códigos de barras) presentes no início de cada seção de capítulo. Acesse os vídeos automaticamente, direcionando a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet para o QR code. Em alguns dispositivos é necessário ter instalado um leitor de QR code, que pode ser adquirido gratuitamente em lojas de aplicativos. Vídeos em QR code! Agora é possível acessar os vídeos do livro por meio de QR codes (códigos de barras) presentes no início de cada seção de capítulo. Acesse os vídeos automaticamente, direcionando a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet para o QR code. Em alguns dispositivos é necessário ter instalado um leitor de QR code, que pode ser adquirido gratuitamente em lojas de aplicativos. Vídeos em QR code! 1 Evolução e características do basquetebol 9 1.1 Histórico do basquetebol 9 1.2 Basquetebol no Brasil 13 1.3 Características do basquetebol 16 1.4 A pluralidade de manifestações do basquetebol 20 1.5 Evolução do basquetebol 25 2 Regras básicas oficiais do basquetebol 30 2.1 Jogo, quadra, equipamentos e equipes 31 2.2 Regulamentos de jogo 35 2.3 Violações e faltas 40 2.4 Provisões gerais e arbitragem 46 2.5 Diferenças básicas das regras FIBA e NBA 48 3 Fundamentos do basquetebol e métodos de ensino 51 3.1 Fundamentos do basquetebol 52 3.2 Princípios da pedagogia aplicados ao basquetebol 59 3.3 Métodos de ensino 62 3.4 Estratégias de ensino-aprendizagem do basquetebol 67 3.5 O basquetebol na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 70 3.6 Elaboração de plano de aula 74 4 Aspectos técnicos, físicos, táticos e psicológicos dos jogadores 80 4.1 Aspectos técnicos 80 4.2 Aspectos físicos 85 4.3 Aspectos táticos 87 4.4 Aspectos psicológicos 101 5 Possibilidades do basquetebol 108 5.1 Regras oficiais do basquetebol 3x3 108 5.2 Possibilidades de aplicação do 3x3 113 5.3 História, regras e características do basquetebol adaptado 116 5.4 Mini-basquetebol 122 É com grande expectativa e entusiasmo que apresentamos o livro Metodologia do ensino do basquetebol, objetivando contribuir para a formação do licenciado em Educação Física, além de estimular a prática do basquetebol de maneira consciente, criativa e contextualizada. O basquetebol, para a maioria dos estudantes do ensino superior, foi a modalidade menos praticada na escola durante o ensino fundamental e médio, se considerarmos as quatro mais comuns: futebol, voleibol, handebol e basquetebol. No entanto, esse esporte possui extremo potencial para impactar a formação de cidadãos na escola e fora dela. Como uma modalidade esportiva coletiva e cooperativa, com relação de ataque e defesa constantes e inevitáveis, cria- se uma dinâmica especial e atrativa para todos os públicos, apresentando uma gama de possibilidades da prática, dos iniciantes ao alto rendimento. Esse livro está organizado em 5 capítulos que abordarão desde aspectos básicos do esporte, por exemplo, histórico, características e regras, até os mais aplicados ao contexto da sua prática profissional – de iniciação esportiva, educacional e escolar. No primeiro capítulo, conheceremos a história do basquetebol, suas características como modalidade esportiva coletiva e sua evolução ao longo dos anos. Será possível compreender a pluralidade de formas em que esse esporte se manifesta e em quais delas o profissional de educação física mais atuará. No segundo capítulo, abordaremos as regras oficiais básicas do esporte, de acordo com a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), além de reconhecermos as principais diferenças em relação ao basquete mais famoso do mundo: a NBA. O capítulo três trará em seu conteúdo os fundamentos técnicos do basquetebol, assim como os princípios da pedagogia aplicados ao esporte, considerando os métodos e as estratégias práticas de ensino. Ademais, estudaremos a respeito do processo de elaboração de um plano de aula para o ensino do esporte em questão. APRESENTAÇÃO Vídeo Já no capítulo quatro, trataremos dos aspectos técnicos, físicos, táticos e psicológicos dos jogadores. Nesse capítulo, conheceremos as posições, as funções, as características e as ações de cada jogador; além das ações táticas individuais e coletivas, e de que modo os aspectos físicos e psicológicos influenciam o basquetebol. Por fim, o capítulo cinco nos trará novas possibilidades de prática do esporte, abordando o novo formato olímpico 3x3, o basquetebol adaptado para pessoas com deficiência e o mini-basquetebol. Ainda, nessa obra serão trazidos encaminhamentos didático-pedagógicos com base nas literaturas que consideram a complexidade do esporte e seu potencial de contribuição para a sociedade e para a formação de alunos e futuros atletas. Bons estudos! Evolução e características do basquetebol 9 1 Evolução e características do basquetebol Para entender o basquetebol atualmente, é preciso relembrar sua criação e seu desenvolvimento, compreendendo as caracte- rísticas, como ocorreu sua evolução e os contextos em que esse esporte se manifesta. Essa análise é fundamental para entender e, posteriormente, ensinar essa magnífica prática que está em cons- tante transformação. Desse modo, este capítulo tem como objetivos: conhecer a his- tória do basquetebol no mundo e no Brasil; identificar as manifes- tações do esporte; e entender a evolução dojogo. Com base nesses objetivos, apresentaremos uma introdução teórica essencial ao basquetebol, abordando sua história, suas ca- racterísticas e sua evolução. Portanto, o presente capítulo serve como base para a leitura e para o entendimento dos muitos fun- damentos dessa modalidade. Fique atento às dicas de livros, filmes e vídeos de cada seção! Uma boa leitura a todos! 1.1 Histórico do basquetebol Vídeo A necessidade é a mãe da invenção. Platão Essa famosa frase do filósofo e matemático grego Platão pode des- crever o motivo da origem do basquetebol. O entendimento desses motivos é importante para que posteriormente seja possível com- preender e ensinar essa prática. Em 1891, durante o rigoroso inverno nos Estados Unidos, em Springfield – Massachusetts –, ao observar a drástica redução da prática de atividades físicas e esportes por parte de seus alunos, 10 Metodologia do ensino de basquetebol Luther Halsey Gullick, na época diretor do Springfield College, da Asso- ciação Cristã de Moços (ACM), solicitou uma solução a James Naismith, até então professor de Educação Física da instituição, para que esse problema fosse resolvido. O frio da região impossibilitava a prática de esportes ao ar li- vre, em que as modalidades futebol, rúgbi e beisebol eram as mais comuns e praticadas na época. Dessa forma, restava aos alunos a prática de atividades apenas em ambientes fechados (indoor), como ginástica de aparelhos e calistenia. No entanto, ao reduzir as opções de esportes que poderiam ser praticados, houve, conse- quentemente, redução do interesse dos alunos e diminuição dos níveis de atividade física. Diante da necessidade de resolução do problema, de modo a considerar um esporte que pudesse ser praticado em ambiente fechado, sem violência, com pouco contato pessoal e, sobretudo, atrativo para os alunos, o professor canadense James Naismith, considerando a orientação inicial do diretor de contemplar carac- terísticas dos esportes já praticados e de suas reflexões iniciais, realizou alguns testes, porém não ficou satisfeito. Houve inúmeras tentativas de elaborar um novo jogo. Naismith, em seu escritório, rabiscava em folhas de rascunho possibilidades de diferentes jogos. Contudo, quando não apreciava a ideia, amas- sava essas folhas de modo que formassem bolinhas de papel e as arre- messava ao cesto de lixo. Diante disso, percebeu que ali poderia estar um importante aspecto do novo esporte – o arremesso a determinado alvo, que seria o principal objetivo do jogo. O novo jogo, denominação dada na época, deveria contemplar: • o elevado número de praticantes simultâneos; • a não violência, pois se observava elevado número de lesões no futebol e rúgbi, devido ao intenso contato corporal; • a possibilidade de adaptação em qualquer espaço, fechado ou aberto (indoor ou outdoor); • a facilidade do aprendizado; • a característica de ser um exercício completo, considerando as amplas possibilidades do movimento humano. Saiba mais Para saber um pouco mais sobre como se iniciou, de fato, a prática do basquetebol, você pode assistir ao vídeo em que é apresentada a única gravação de áudio conhecida de James Naismith. Nela, o professor explica como o primeiro jogo o levou a redigir as 13 regras ori- ginais, que descreviam o método de movimen- tação da bola e o que constituía uma falta. Disponível em: https://youtu. be/JlgYkCctZcM. Acesso em: 29 jul. 2020. Figura 1 Professor James Naismith, criador do basquetebol. wikimedia commons https://youtu.be/JlgYkCctZcM https://youtu.be/JlgYkCctZcM Evolução e características do basquetebol 11 Apesar de encontrar algumas dificuldades, os esforços de Naismith resultaram a determinação de o novo jogo precisar ser jogado obri- gatoriamente com bola. Assim, ele seria semelhante aos esportes po- pulares da época; mas diferentemente do que ocorria com futebol e rúgbi, deveria ter um alvo fixo e não seria permitida a retenção da bola, indicando princípios de alta dinâmica de jogo. Logo, as características iniciais do novo jogo estavam tomando forma: • Praticado com bola (grande e redonda). • Proibido o contato corporal entre os praticantes. • Alvos fixos horizontais. • Posicionamento dos participantes como e quando quisessem no terreno de jogo. • Proibido correr com a bola sem quicá-la (drible). Definidas as cinco normas iniciais, em 1891, Naismith rapidamente verificou que elas eram insuficientes para controlar o jogo, de modo que se fazia necessária uma organização para a prática. Nesse sentido, o professor elaborou as primeiras regras do basque- tebol, que foram distribuídas em 13 itens, e regulamentou inicialmente o novo jogo (Tabela 1). É importante observarmos essas regras para notar com maior clareza a evolução desse esporte ao longo dos anos. Quadro 1 Regras iniciais do basquetebol Regra Descrição 1 A bola poderia ser arremessada/passada em qualquer direção com apenas uma mão ou com ambas. 2 A bola poderia ser tapeada para qualquer direção com uma ou ambas as mãos, mas nunca com os punhos. 3 Não era permitido que o jogador corresse com a bola. Ele deveria arremessá-la do mesmo ponto em que a houvesse pegado; exceto em situações em que recebesse a bola enquanto estivesse correndo. 4 A bola deveria ser segurada pelas mãos ou entre as mãos. Os braços ou o corpo não poderiam ser usados para isso. 5 Não era permitido puxar, empurrar, segurar ou derrubar um adversário. A primeira infração dessa regra contaria como uma falta; a segunda, desqualificaria o jogador até que uma nova cesta fosse convertida; e se houvesse intenção evidente de machucar, não era permitida a subs- tituição do infrator. (Continua) Curiosidade A primeira bola de basquete da história era um pouco maior do que uma bola de futebol e foi produzia em 1981, em Massachusetts. O aro de ferro com rede apareceu somente em 1896, mas a cesta ainda era fechada no fundo. Há relatos de que o primeiro jogo de basquetebol foi tão empolgante que tiveram dificuldade para retirar os alunos da quadra após o horário de aula. Onde surgiu o basquetebol e com base em qual ação do seu criador foi concebido o principal objetivo do jogo? Atividade 1 12 Metodologia do ensino de basquetebol Regra Descrição 6 Uma falta consistia em bater na bola com o punho ou em alguma violação das regras 3, 4 e 5. 7 Se uma das equipes cometesse três faltas consecutivas, era marcado um ponto para o time adversário. 8 Um ponto era marcado quando a bola fosse arremessada ou tapeada para dentro da cesta e lá permanecesse; não era permitido que o defensor tocasse na cesta. Se a bola estivesse na borda e um adversário movesse a cesta, o ponto era marcado para a equipe que arremessou. 9 Quando a bola saísse da quadra, deveria ser jogada de volta pelo jogador que a tocou por primei- ro. O tempo máximo para essa ação era de cinco segundos e, caso não ocorresse, a bola deveria ser repassada para o adversário. 10 O árbitro auxiliar deveria observar as faltas e avisar ao árbitro principal quando três faltas con- secutivas fossem marcadas. Ele possuía o poder de desqualificar jogadores, de acordo com a regra 5. 11 O árbitro decidia quando a bola estava em jogo, a que equipe pertencia sua posse, além de con- trolar o tempo. Também ficava ao seu cargo decidir quando um ponto era marcado e controlar os pontos já marcados. 12 Tempo de jogo: 2 tempos de 15 minutos cada e 5 minutos de intervalo entre eles. 13 A equipe que marcasse mais pontos dentro do tempo estabelecido era declarada vencedora. Em caso de empate, o jogo poderia, mediante acordo entre os capitães, continuar até que outro ponto fosse marcado. Fonte: Adaptado de CBB, 2017. Naismith levou as 13 regras para o ginásio da universidade e as re- gistrou em um quadro na parede, comunicando aos alunos que tinha um novo jogo e caracterizando-o como o primeiro jogo de basquetebol da história. Após a breve apresentação da prática, escolheu dois capi- tães para queorganizassem suas respectivas equipes. Com isso, os 18 alunos foram separados em dois grandes times. Logo após essa orga- nização, cada equipe escolheu o jogador mais alto para disputar a bola ao alto, procedimento que dá início ao jogo até hoje. O primeiro jogo de basquetebol da história, com registro oficial, ocorreu em 11 de março de 1892, no Ginásio Armony Hill, em Springfield. Já o basquetebol feminino data de janeiro de 1892. Na ocasião, as professoras da Buckingham Grade School, com base nas orientações e na supervisão de James Naismith, iniciaram a prática em sua instituição. Que tal experimentar o basque- tebol com suas 13 regras iniciais? Pode ser uma boa atividade para posteriormente perceber como o esporte evoluiu. Dica Evolução e características do basquetebol 13 1.2 Basquetebol no Brasil Vídeo Após cinco anos da criação do basquetebol nos Estados Uni- dos, em 1896, o esporte chegou ao Brasil por meio do professor norte-americano Augusto Farnham Shaw. Apesar de ser bacharel em Artes pela Universidade de Yale, Shaw teve contato com o basquetebol em 1892. Por isso, ao ser convidado para ministrar aulas no Mackenzie College, em São Paulo, trouxe consigo a ideia desse esporte até então desconhecido no Brasil. Além da ideia, o professor também trouxe uma bola de basquete. Inicialmente, o esporte foi aprovado pelas mulheres, fato que, devido ao machismo imperante na época, dificultou a prática entre os homens. Além disso, alguns anos antes, o inglês Charles Miller tinha trazido o fu- tebol, esporte que era forte concorrente para a disseminação efetiva do basquetebol entre os homens, cenário que ainda perdura atualmente. O Brasil foi o quinto país em nível mundial e o primeiro na América do Sul a receber o basquetebol. O primeiro time organizado no Brasil ocorreu no mesmo ano em que o esporte chegou ao Mackenzie College; e a primeira partida oficial de basquetebol no país aconteceu em 1912, no Rio de Janeiro. Na Figura 2, podemos observar os princi- pais acontecimentos com relação ao basquetebol no Brasil nos séculos XIX e XX, que vai desde a chegada do esporte no país até a fundação da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), em 1941. Figura 2 Linha do tempo: histórico do desenvolvimento do basquetebol no Brasil Chegada do basquetebol ao Brasil. 1896 1912 1915-1916 1922 1930 1933 1941 Prática do jogo como esporte no Rio de Janeiro. Seleção brasileira convocada pela primeira vez. É fundada a Federação Brasileira de Basketball em 25 de dezembro de 1933, no Rio de Janeiro. Foram traduzidas as primeiras regras em português, que foram publicadas em um catálogo da Casa Stamp. Primeiro torneio da América do Sul. Primeiro Campeonato Sul-Americano de Basquete com a participação do Brasil. É fundada a Confederação Brasileira de Basketball, em 26 de dezembro de 1941, no Rio de Janeiro. Fonte: Elaborada pelo autor. 14 Metodologia do ensino de basquetebol Ao longo da evolução do esporte em nosso país, a participação das seleções brasileiras masculina e feminina de basquetebol em Olimpía- das foi distinta. A primeira atuação aconteceu com o time masculino em 1936 nas Olimpíadas de Berlim, na Alemanha; já o time feminino teve sua primeira participação somente em 1992, nas Olimpíadas de Barcelona, na Espanha. O basquetebol brasileiro acumula cinco pódios ao longo da história das Olimpíadas da Era Moderna, com três meda- lhas de bronze no âmbito masculino; e uma de prata e uma de bronze no feminino (SOUZA, 2018, p.15). Em campeonatos mundiais, a seleção masculina tem 18 participações e 6 pódios, disputa o mundial desde 1950 e conquistou duas medalhas de ouro, uma em 1959 e outra em 1963, sendo essas as grandes con- quistas do basquetebol brasileiro em nível de alto rendimento; além de duas medalhas de prata (1954 e 1970) e duas de bronze (1967 e 1978). A seleção feminina nacional tem 16 participações em mundiais com 2 pódios, sendo a primeira atuação em 1953, com uma conquista de me- dalha de ouro, em 1994, e uma medalha de bronze, em 1971. Já no âmbito dos Jogos Pan-Americanos, a seleção masculina tem seis medalhas de ouro, duas de prata e seis de bronze; a seleção femi- nina tem quatro medalhas de ouro, quatro de prata e quatro de bronze ao longo da história. A Confederação Brasileira de Basketball é a principal entidade que rege o esporte em nosso país; tem como objetivo liderar o processo de desenvolvimento do esporte em nível nacional com as entidades filiadas, os clubes e os atletas. São 27 federações estaduais associadas à CBB. Observe na Figura 3 como ocorre a hierarquia do basquetebol no Brasil. As seleções nacionais têm como maiores cestinhas, ou seja, maiores pontuadores de sua história, os atletas Oscar Schmidt, com 7.693 pontos; e Hortência Marcari, com 3.160 pontos. Ainda, Schmidt é con- siderado o maior pontuador de todos os tempos do basquetebol, com 49.737 pontos ao total, e foi incluído no Hall da Fama da Federação Internacional de Bas- quetebol (FIBA) e no Basketball Hall of Fame, nos Estados Unidos. Curiosidade Evolução e características do basquetebol 15 Figura 3 Hierarquia do basquetebol no Brasil Basquetebol no Brasil Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Federações estaduais Confederação Brasileira de Basketball Ligas Fonte: Elaborada pelo autor. Em níveis de alto rendimento esportivo, o basquete brasileiro par- ticipa de diversas competições; entre elas, estão as ligas e os campeo- natos oficiais. A liga de basquetebol masculina no Brasil é chamada de Novo Basquete Brasil (NBB), sendo reconhecida pela FIBA e organizada com a chancela da CBB. Em um breve histórico dos campeonatos bra- sileiros de basquetebol, temos: a Taça Brasil, que foi o primeiro torneio oficial de basquete no país (1965-1989); o Campeonato Nacional de Basquete (1990-2008); e o Novo Basquete Brasil (desde 2009). A Liga de Basquetebol Feminino (LBF) no Brasil é reconhecida pela FIBA e organi- zada pela Liga Nacional de Basquete (LNB). Com maior visibilidade em ligas e campeonatos, o esporte tem de- monstrado expressivo crescimento no Brasil, fato que pode ser consta- tado nas horas de transmissão de jogos na televisão aberta e fechada, tornando-se o terceiro esporte com mais espaço na TV brasileira no ranking esportivo. Esse crescimento pode estar relacionado ao modelo de competi- ção da NBB, que é semelhante ao da liga norte-americana, a National Basketball Association (NBA). No entanto, é importante ressaltarmos que na NBB há uma temporada regular na qual acontece a maior parte dos jogos e os playoffs – ou mata-mata –, ocorrendo o melhor de cinco Leia o livro Conquistando o sucesso: a trajetória de Oscar Schmidt no basquete e na vida para conhecer mais a respeito do maior jogador de basquetebol da história do Brasil, con- siderado o maior cestinha do basquete. SCHMIDT, O. 1. ed. São Paulo: Komedi, 2009. Livro https://pt.wikipedia.org/wiki/Confedera%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_de_Basketball 16 Metodologia do ensino de basquetebol jogos entre as equipes. Essa organização é muito diferente da NBA, em que são disputadas até sete partidas entre os times, além das finais, que reúnem os campeões de cada conferência – leste e oeste – em uma nova disputa para que se chegue ao melhor de sete jogos. O número de equipes das ligas na NBB também é diferente, sendo o maior número o da NBA. 1.3 Características do basquetebol Vídeo O basquetebol como modalidade esportiva coletiva apresenta, de acordo com Bayer (1994), seis elementos que são comuns a todos os esportes coletivos: a bola, o espaço de jogo, os companheiros de equi- pe, os adversários, as regras e uma meta ou alvo. É possível perceber que essas características também são comuns ao futebol, futsal, volei- bol, handebol, futebol americano, rúgbi, entre outros esportes. Desse modo, é com base nessas características invariantes que é construída uma estrutura de jogo comum nos jogos esportivos coletivos– uma construção pedagógica similar pode ser dada a essas modalidades. No basquetebol, temos a bola, o espaço de jogo (quadra com 28 metros de comprimento e 15 metros de largura), os 5 companheiros de equipe, os 5 adversários, as regras estabelecidas pelas entidades or- ganizadoras (FIBA) e um alvo (cesta), conforme os exemplos ilustrados na figura a seguir. Figura 4 Elementos do basquetebol Fonte: Elaborada pelo autor. Ch er dc ha i c ha ra sr i/ Ta tia na Z ab ro di na / Vi kt or ija R eu ta / O le ks an dr O si po v / Sh ut te rs to ck Outra característica comum entre os esportes coletivos é o confron- to entre duas equipes, em que situações de ataque e defesa são alter- nadas, determinando de quem será a posse de bola no terreno de jogo e como irão ocorrer as marcações de pontuação no alvo adversário. Evolução e características do basquetebol 17 Entre as diversas classificações para modalidades esportivas coleti- vas disponíveis na literatura, o basquetebol se classifica como: Figura 5 Características básicas do basquetebol Coletiva Cooperação Oposição Invasão Fonte: Elaborada pelo autor. No basquetebol, essas características podem ser observadas tan- to na defesa quanto no ataque. Isso significa que uma equipe pode invadir a quadra do adversário para realizar uma marcação sob pressão e tentar obter a posse de bola. No ataque, o objetivo está em atingir a meta adversária (cesta), e para isso é necessário realizar a invasão da quadra do adversário, furando bloqueios defensivos. Na invasão, há o confronto entre ataque e defesa, caracterizando a oposição. Na defesa e no ataque existem ações grupais (coletivas), em que é preciso colaborar com os colegas de equipe (cooperação) para obter sucesso nas jogadas. A ocupação do espaço comum no basquetebol – diferentemente de outras modalidades em que há separação do espaço ocupado –, além da participação simultânea de todos os praticantes, gera uma dinâmica especial. Essa dinâmica ocorre devido à constante e inevitável relação ataque/defesa, pois se uma equipe está com a posse de bola, conse- quentemente ela está em ataque; por outro lado, a equipe sem a posse de bola está em defesa. O basquetebol é um esporte altamente dinâmico e participativo. Apesar de haver funções ou posições específicas (armador, ala, pivô), não há limitação da atuação dos praticantes ou atletas, ou seja, não há divisão entre setores na quadra de jogo como ocorre no futebol (de- fesa, meio de campo, ataque). Atacar a cesta adversária, defender a própria cesta, oferecer oposição ao adversário e cooperar com compa- nheiros de equipe são consideradas as quatro tarefas a serem executa- das no basquetebol (DE ROSE JR.; PINTO FILHO; CORREA NETO, 2015). Em sua essência, analisando a formação da palavra inglesa bas- ketball, temos dois significados: basket, que significa cesto; e ball, que significa bola. Literalmente, o jogo em português significa bola ao cesto. Curiosidade Quais são as principais carac- terísticas do basquetebol como modalidade esportiva? Atividade 2 18 Metodologia do ensino de basquetebol Observe na Figura 6 de que forma pode ocorrer a disposição das equipes em um jogo de basquetebol e quais são as principais características. Ta tia na Z ab ro di na /S hu tte rs to ck Figura 6 Disposição das equipes em uma quadra de jogo e as características do basquetebol Fonte: Elaborada pelo autor. Invasão da quadra adversária Oposição entre as equipes Cooperação Coletiva Não é preciso esperar a ação do adversário para atuar, uma vez que essa característica torna mais acentuada a disputa pela posse de bola. No entanto, é necessário que essa ação de posse seja desenvolvida de modo a criar espaços para realizar um adequado e eficiente arremesso – principal fundamento do jogo – e atingir o objetivo, realizar a cesta para pontuar mais que o adversário. Para não sofrer pontuação, a equi- pe sem posse de bola deve diminuir os espaços do adversário por meio de ações táticas, visando dificultar os arremessos e recuperar a bola, podendo ser por meio de uma técnica de roubo, um rebote defensivo ou um erro adversário. A interpenetração na quadra adversária é um dos fatores que mais contribui para o grau de previsibilidade do jogo. Nos esportes de inva- são, o grau de previsibilidade é menor quando comparado aos espor- tes não invasivos. Podemos notar isso facilmente se compararmos o basquetebol ou o handebol (invasivos) com o voleibol (não invasivo). Por esse motivo, a imprevisibilidade é um fator presente em todos os jogos de basquetebol, uma vez que muitas partidas são decididas nos segundos finais. Alguns dos fatores que contribuem para que isso aconteça são o espaço reduzido para as ações e as regras relacionadas Evolução e características do basquetebol 19 ao tempo de posse de bola, pois dão maior dinâmica e imprevisibilida- de ao jogo. Dessa forma, a cooperação e a oposição entre as equipes; a imprevisibilidade; a criação e a diminuição de espaços são três fatores fundamentais para a prática do basquetebol (Figura 7). Figura 7 Três fatores fundamentais do basquetebol Fonte: Elaborada pelo autor. Cooperação e oposição Imprevisibilidade Criação e diminuição de espaços Contudo, para essa prática acontecer são exigidas capacidades mo- toras e físicas. As formas básicas de movimento humano, como correr, saltar e lançar, estão presentes constantemente no esporte. Além disso, alguns autores colocam três capacidades condicionantes como básicas no basquetebol: força, resistência e velocidade (DE ROSE JR., 2006, p. 16). A seguir, vamos entender um pouco mais sobre cada uma delas. A força pode ser dividida em: força de salto (utilizada em arremessos do tipo jump ou bandeja, ou para rebotes); força de resistência (pré-requisito físico para manter a qualidade dos gestos técnicos durante o jogo); e força de sprint (para acelerações, saídas rápidas e mudanças de direções). A resistência está dividida em resistência geral ou aeróbia e resistência anaeróbia. Já a velocidade se traduz na capacidade de deslocamentos rápidos – em reações, em movimentos acíclicos ou de agilidade. Há também as capacidades coordenativas, que incluem: destreza manual, precisão, percepção espaço-temporal, estabilidade de braço e mão, coordenação multimem- bros, seleção imagem-campo e coordenação óculo-manual. Essas são habilidades que, aliadas às condicionantes, permitem ao jogador executar os movimentos ne- cessários com eficácia. Com base nas características estudadas até aqui, podemos concluir que o basquetebol é um esporte coletivo, cooperativo, de invasão e, algumas vezes, competitivo. Além disso, esse esporte se tornou um dos Para saber um pouco mais sobre a história do basquetebol, assista ao curta-metragem Dear Basketball (2017), de Glen Keane e Kobe Bryant, publicado no canal Engnerd Cinema. O curta ganhou o Oscar de melhor curta-metragem em Animação em 2018, é narrado pelo astro Kobe Bryant e tem como base sua carta de aposentado- ria do basquete. Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=IlseDXUwFZQ. Acesso em: 29 jul. 2020. Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=IlseDXUwFZQ https://www.youtube.com/watch?v=IlseDXUwFZQ https://www.youtube.com/watch?v=IlseDXUwFZQ 20 Metodologia do ensino de basquetebol mais populares do mundo, fazendo com que as instituições que o ad- ministram estejam constantemente preocupadas em mantê-lo dinâmi- co e atrativo, permitindo que haja uma evolução contínua ao longo dos tempos como forma de mostrar que um mesmo esporte pode ter uma pluralidade de formas, as quais serão estudadas a seguir. 1.4 A pluralidade de manifestações do basquetebol Vídeo A prática do basquetebol não é limitada apenas para atletas de alto rendimento, como geralmente vemos nas partidas exibidas na tele- visão. Pelo contrário, essa é somente uma das manifestações desse esporte, sendo a que menos envolve praticantes, nesse caso atletas, mundialmente.A literatura reconhece a prática do basquetebol sob diversas mani- festações: iniciação esportiva, profissional, lazer, representação, esco- lar, reabilitação/recuperação e prevenção da saúde (GRECO; BENDA, 1998). Vamos observar um organograma (Figura 8) que ilustra as prin- cipais manifestações desse esporte. Figura 8 Manifestações esportivas do basquetebol Fonte: Elaborada pelo autor. Iniciação esportiva Escolar Profissional Reabilitação/recuperação Lazer Prevenção da saúde Representação Ba sq ue te bo l É importante ressaltar que algumas manifestações nos esportes acontecem concomitantemente. Um exemplo disso é o esporte educa- Evolução e características do basquetebol 21 cional, em que ocorre, além da iniciação esportiva, o ensino do esporte como forma de lazer. A identificação e a diferenciação das manifesta- ções do basquete são importantes e devem ser muito bem compreen- didas pelo professor de Educação Física, uma vez que cada uma tem público-alvo, motivos e objetivos diferentes, auxiliando a nortear a prá- tica profissional para o viés mais adequado. A seguir, saberemos um pouco mais como o basquete se manifesta dentro de cada contexto. 1) Iniciação esportiva: esse é o momento do primeiro contato da maioria das pessoas com o esporte. O basquete é trabalhado de ma- neira organizada e sistematizada, pode ocorrer nas escolas durante as aulas de Educação Física ou nas escolas de basquetebol. O objetivo da iniciação esportiva no basquetebol é o processo de ensino-apren- dizagem do esporte, de modo que o aluno leve em consideração os valores, os princípios, as regras, os fundamentos e os demais aspec- tos que norteiam a prática. Portanto, essa iniciação esportiva deve apresentar como eixo princi- pal a aprendizagem motora por meio de propostas pedagógicas, objeti- vando sempre o aprendizado e o aperfeiçoamento dos gestos técnicos esportivos específicos, como arremesso, passe e drible (DE ROSE JR., TRICOLI, 2005). Em um sistema de formação esportiva, o processo de ensino-aprendizagem deve ser programado de maneira equilibrada e orientada por meio do desenvolvimento das capacidades táticas, bem como deve estar em harmonia com as capacidades técnicas, físicas, coordenativas, psicológicas e sociais dos alunos. Greco e Benda (1998) ressaltam que, para uma melhor compreensão da proposta de inicia- ção esportiva, é fundamental não nos limitarmos, como professores, a somente uma metodologia de ensino, mas criarmos uma filosofia de trabalho com base em uma nova visão e postura profissional. É importante citar que a iniciação esportiva não é um processo que ocorre exclusivamente no período da infância das pessoas, visto que pode acontecer também na fase adulta, chamada de iniciação esportiva tardia. Essa iniciação tardia corresponde ao ingresso de jovens, adultos ou idosos no processo de ensino-aprendizagem-treinamento de um es- porte. É notável que tanto a literatura quanto a prática do basquetebol têm foco apenas na iniciação esportiva das crianças, havendo poucas oportunidades de iniciação esportiva para jovens, adultos e idosos (SIL- VA; GALATTI; PAES, 2010). Para compreender mais a respeito do sistema de formação esportiva para todos os esportes, proposto pelos autores Greco e Benda (1998), re- comendamos a leitura da obra Iniciação Esportiva Universal. GRECO, P. J.; BENDA, R. N. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1998. (v. 1 e 2). Livro 22 Metodologia do ensino de basquetebol 2) Profissional: essa é uma das manifestações fre- quentemente exibida nos canais de esporte. Muitas vezes, é por meio dos jogos profissionais que outros tipos de manifestações do basquetebol são influen- ciados, inspirando pessoas. O basquetebol profissio- nal tem foco mercadológico e no esporte-espetáculo, objetivando o máximo rendimento de seus partici- pantes nas partidas. Essa manifestação consiste no emprego de atletas, técnicos, dirigentes, gestores, mídia, entre outros, tornando-os profissionais nessa área. As equipes profissionais comumente partici- pam de ligas nacionais, como a NBB e LBF, e as ligas norte-americanas NBA e Woman National Basketball Association (WNBA). 3) Lazer: o basquetebol também pode ser uma forma de lazer. A prática é motivada, geralmente, por razões próprias do interessado e está relacio- nada principalmente à diversão que a ludicidade do jogo promove. Essa manifestação envolve grande número de praticantes mundialmente, que visam, além da diversão, à prevenção e ao cuidado com a saúde. Figura 10 Prática do basquetebol durante o lazer Pe xe ls . Figura 9 Atleta de basquetebol no contexto profissional Pe xe ls . Assista a The Last Dance (Arremesso Final) para saber mais a respeito dos campeonatos e das ligas profissionais. É uma série documental produzida pela ESPN que acompanha a temporada de 1997-1998 do Chicago Bulls, além de cobrir as fases finais da carreira do melhor jogador de basquetebol de todos os tempos, Michael Jordan. Direção: Jason Hehir. EUA: ESPN; Netflix, 2020. Filme Evolução e características do basquetebol 23 4) Representação: por vezes confundido com o esporte profissional e de alto rendimento, a manifestação do esporte aqui objetiva a repre- sentação de instituições – de caráter público ou privado – e de clubes, municípios, ou até mesmo estados e países, em torneios e campeona- tos esportivos. Em outras palavras, é considerado um esporte não pro- fissional – amador –, mas com as regras oficiais. Figura 11 Basquetebol de representação Pe xe ls . 5) Escolar: o basquetebol no contexto escolar é o princi- pal meio de atuação do professor licenciado em Educação Física. O foco do ensino de basquetebol na escola deve ser sempre o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Segundo De Rose Jr. e Tricoli (2005), é necessário dar ao es- porte o enfoque essencialmente educativo, sob a perspecti- va pedagógica, sobretudo, no contexto escolar. Entretanto, para que isso aconteça e seja um aprendizado efetivo, é preciso uma boa base teórica. Importante ressaltar aqui que a manifestação é o foco de nossos estudos. 6) Reabilitação/recuperação: a prática de basquetebol também pode fazer parte de programas de reabilitação e de recuperação de lesões e doenças. Esse esporte é escolhi- do para esse tipo de projeto devido ao fato de a ludicidade da prática ser um fator importante para a aderência e ma- nutenção das pessoas nesses programas de reabilitação. Figura 12 Basquetebol escolar Pe xe ls . Assista ao filme O caminho de volta (The way back) que conta a história de como o basquetebol, no contexto do esporte de representação, pode mudar a vida das pessoas. Direção: Peter Weir. EUA: National Geographic, 2020. Filme 24 Metodologia do ensino de basquetebol 7) Prevenção da saúde: o basquetebol também pode ser uma ma- nifestação esportiva que objetiva apenas a saúde e sua manutenção. Sabe-se que alguns esportes são considerados atividades físicas, e que a prática regular está diretamente relacionada à redução no risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardía- cas e alguns tipos de cânceres, contribuindo também para a redução da mortalidade da população. 1.5 Evolução do basquetebol Vídeo É notável a evolução do basquetebol desde a sua criação, em 1891. Isso pode ser observado por meio de diferentes perspectivas, como a técnica dos jogadores, as táticas, a condição física dos atletas, as regras e o aumento da visibilidade do próprio esporte. Nesta seção, nos dedicaremos às principais modificações das regras que alteraram a dinâmica do jogo ao longo dos anos. Essas informa- ções darão embasamento para nossos estudos e para que as suas au- las de Educação Física sejam elaboradas da melhor forma. As mudanças foram, sobretudo, relacionadas à dinâmica do jogo, de modo a torná-lo atrativo tanto para praticantes quanto para espectado- res. Na prática, busca-se um jogo mais veloz, no qual a condição física e técnica dos jogadoresé aproveitada e o tempo de jogo é otimizado. Ao longo do tempo, houve organizações táticas individual e coletiva, bem como foram estabelecidas funções que estivessem de acordo com a posição de cada jogador na quadra, o deixando conforme era espera- do (veloz e com tempo adequado). Podemos observar no Quadro 2 as mudanças mais drásticas que ocorreram no basquetebol. Quadro 2 Principais alterações do jogo de basquetebol desde sua origem Regra original Regra atual De 3 a 40 jogadores titulares 5 jogadores titulares e 7 reservas Nenhuma organização tática Há ações táticas individuais e coletivas bem estabelecidas. Não havia limite de tempo de posse bola, tornando o jogo lento. Existem diversas regras relacionadas ao tempo e que proporcionam mais dinâmica ao jogo (otimização do tempo). Até 1936, a cada cesta feita, a bola era reposta no formato bola ao alto sempre ao centro da quadra. A cada cesta feita, a bola é reposta ao fundo da quadra o mais rápido possível pela equipe. (Continua) Evolução e características do basquetebol 25 Regra original Regra atual Tempo de jogo: 2 tempos x 15 minutos. 4 tempos x 10 minutos (FIBA) 4 tempos x 12 minutos (NBA) Nos anos 1950, equipes defendiam basicamente por zona e de maneira estática. Há diversos tipos de defesa, como individual, por zona, sob pressão, mista e combinada. Tabelas de madeira e aros fixos. Tabelas de vidro ou acrílico e aros retráteis. Bolas de couro com gomos. Bolas fabricadas com alta tecnologia, com melhor aderência à absorção do suor das mãos. Fonte: Elaborado pelo autor. Outra modificação marcante foi a configuração da área restritiva na quadra: o garrafão, que de trapézio, em 1950, passou para retângulo, em aproximação ao formato da NBA. Também houve uma mudança na arbitragem, que visava maior precisão nas marcações e melhor apli- cação das regras: antes contava com apenas um árbitro; atualmente, tem-se três árbitros em quadra, sendo um principal e dois auxiliares. Outra mudança relevante na trajetória do basquetebol foi a evolução quanto às técnicas e aos fundamentos desenvolvidos pelos jogadores. Considerando que o esporte de alto rendimento se caracteriza pela ne- cessidade de potência, ou seja, de realizar movimentos em alta veloci- dade, essas são variáveis preponderantes nos treinos. Com base nisso, e apesar de existirem posições específicas no basquetebol, em que há ações executadas mais vezes por determinada posição, atualmente são exigidas múltiplas capacidades de um mesmo jogador, não o limitando e o impedindo de realizar ações mais comuns a outras posições. De acordo com a CBB, esse esporte é praticado por mais de 300 milhões de pessoas no mundo e há mais de 170 países filiados à Federação Internacional de Basquete. A sede da FIBA está localizada em Mies, na Suíça, e é conhecida como House of Basketball. A FIBA admi- nistra o esporte mundialmente, exceto nos Estados Unidos, pois lá há uma liga independente do país – NBA para as equipes masculinas, e a WNBA para as equipes femininas. A NBA e a WNBA são consideradas as famosas ligas norte-americanas. No Brasil, existem 31 milhões de fãs desse esporte, sendo 13 mi- lhões desses considerados superfãs, ou seja, aqueles que consomem conteúdos de basquetebol todos os dias. Também há dados de que existem 3 milhões de praticantes, considerando desde pessoas que jo- 26 Metodologia do ensino de basquetebol gam por lazer até atletas profissionais, com mais de 1.000 equipes de diversos níveis em todo o país. Com base em nossos estudos sobre as técnicas e evolução do bas- quetebol, faz-se necessário mencionarmos os nomes mais importan- tes do basquetebol mundial, uma vez que esses atletas também foram responsáveis pela evolução do esporte, com sua habilidade técnica, condição física, carisma e outras contribuições que trouxeram para a modalidade. Desse modo, a Figura 13 ilustra, por meio de uma nuvem, os nomes de alguns dos mais importantes atletas do basquetebol. É fundamental observamos que, quanto maior o nome do jogador na imagem, mais importante ele foi na história desse esporte. Figura 13 Maiores nomes da história do basquetebol masculino Larry Bird LeBron James Wilt Chamberlain Jerry West Elgin Baylor Moses Malone Julius Erving Kobe Bryant Oscar Robertson David Robinson Charles Barkley Shaquille O’nealMichael Jordan Kareem Abdul-Jabbar Stephen Curry Hakeem Olajuwon John Stockton Magic Johnson Tim Duncan Bill Russell Karl Malone Kevin Garnett Kevin Durant Dirk Nowitzki Fonte: Elaborada pelo autor. Já no âmbito do basquetebol feminino, a WNBA, quando completou 20 anos, apresentou uma lista com as 20 melhores jogadoras da histó- ria. Confira na nuvem a seguir quais são essas mundialmente renoma- das jogadoras profissionais do basquetebol. Quanto maior o nome da jogadora, mais importante ela foi na história desse esporte. Assista ao vídeo sobre a evolução do basquetebol apresentado no evento All Star Game da NBA, em 2016. Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=zjgRdOT6tG8. Acesso em: 22 jul. 2020. Vídeo Para conhecer mais sobre um dos grandes nomes do basquetebol mundial, sugerimos a leitura do livro Kobe Bryant: the incredible story of Kobe Bryant – one of basketball’s greatest players! LOWE, J. 1. ed. Tennessee: Ingram Publishing, 2020. Livro https://www.youtube.com/watch?v=zjgRdOT6tG8 https://www.youtube.com/watch?v=zjgRdOT6tG8 https://www.youtube.com/watch?v=zjgRdOT6tG8 Evolução e características do basquetebol 27 Figura 14 Maiores nomes da história do basquetebol feminino Becky Hammon Lindsay Whalen Teresa Weatherspoon Maya Moore | Tina Thompson Deanna Nolan Lauren Jackson Diana Taurasi Katie Smith Cappie Pondexter Candace Parker Sheryl Swoopes Ticha Penicheiro Seimone Augustus Swin Cash Tamika Catchings Cynthia Cooper-Dyke Sue Bird Lisa Leslie Yolanda Griffith Fonte: Elaborada pelo autor. Como pudemos observar, há vários fatores que contribuíram para o avanço e para a evolução do basquetebol ao longo de todos esses anos – novas técnicas, novas regras, novos aperfeiçoamentos e até mesmo a contribuição de cada um dos jogadores e praticantes que passaram por alguma fase do esporte. Vamos ver agora algumas curiosidades do basquetebol? • O registro que se tem do maior público da história em um jogo de basquetebol ocorreu no ano de 2010. Foi na 59ª edição do NBA All-Star Game, em que 108 mil pessoas assistiram, presencialmente, o evento que ocorreu no estádio do time de futebol ame- ricano do Dallas Cowboys, nos Estados Unidos. • A maior pontuação registrada em uma mesma partida por um mesmo jogador foi de 100 pontos. Isso aconteceu em 2 de março de 1962, quando Wilt Chamberlain mar- cou 100 pontos pelo Philadelphia Warriors em uma vitória de 169 a 147 contra o New York Knicks. • O hall da fama Naismith Memorial, em Springfield, Estados Unidos, homenageia três grandes nomes de jogadores de basquetebol brasileiros: Hortência Marcari, Oscar Schmidt e Ubiratan Maciel. Consulte seus familiares ou amigos de outra geração a respeito de quem foi a referência do basquetebol masculino ou feminino naquela época. Você pode conhecer grandes nomes do esporte. Dica 28 Metodologia do ensino de basquetebol CONSIDERAÇÕES FINAIS Desde 1891, o basquetebol está em constante crescimento e vem se tornando um fenômeno esportivo que se caracteriza como um esporte coletivo, cooperativo, de oposição, invasão e que permite diversas possibi- lidades de atuação para o professor de Educação Física determinar como ocorrerá o processo de ensino-aprendizagem. Conhecer a história do esporte é reconhecer o esforço de nossos an- tepassados para criar, desenvolver e chegar ao que hoje é esse magnífico jogo e fenômeno esportivo. Uma prática consciente e criativa do basque- tebol se inicia com uma boa base teórica, considerando seu histórico, suas características iniciais e sua evolução ao longo do tempo. REFERÊNCIAS BAYER, C. O ensinodos desportos coletivos. Paris: Editions Vigot, 1994. CBB. Confederação Brasileira de Basketball. Regras oficiais de basquetebol, 2017. Disponível em: http://sge.esumula.com.br/Arquivos/LIVRO_DE_REGRAS.pdf. Acesso em: 03 nov. 2020. DE ROSE JR., D.; PINTO FILHO, T.; CORREA NETO, W. Minibasquetebol na escola. 1. ed. São Paulo: Ícone, 2015. DE ROSE JR., D.; TRICOLI, V. Basquetebol: uma visão integrada entre ciência e prática. Barueri: Manole, 2005. GRECO, J. P.; BENDA, R. N. (org.). Iniciação desportiva universal. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. SILVA, R. M. P.; GALATTI, L. R.; PAES, R. R. Pedagogia do esporte e iniciação esportiva tardia: perspectivas a partir da modalidade basquetebol. Pensar a Prática, Goiânia, v. 13, n. 1, maio 2010. SOUZA, V. H. Metodologia do ensino do basquetebol. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. GABARITO 1. O basquetebol foi criado nos Estados Unidos em 1891 por James Naismith, que, en- quanto rabiscava ideias de jogo, lançou ao cesto de lixo bolinhas de papel, ato que gerou a ideia de que o arremesso a determinado alvo seria o objetivo do jogo. 2. O basquetebol caracteriza-se como esporte coletivo, de invasão, de oposição, com participação simultânea. Ainda, tem elevada interpenetração na quadra de jogo, fato que gera imprevisibilidade e constante relação de ataque e defesa. Regras básicas oficiais do basquetebol 29 2 Regras básicas oficiais do basquetebol Neste capítulo, estudaremos as regras básicas do basquetebol de acordo com a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA). A Confederação Brasileira de Basketball (CBB), por meio de seu Departamento de Arbitragem, divulga as regras oficiais traduzidas para o português, uma vez que todo o material da FIBA é feito no idioma inglês. No Brasil, utilizamos somente as regras da FIBA. É importante ressaltar que as regras da National Basketball Association (NBA), a liga norte-americana e a principal liga de basquete do mundo, são diferentes da FIBA. Ao fim do capítulo, abordaremos algumas dessas diferenças. Além disso, vamos observar que as regras do basquetebol têm sofrido alterações ao longo dos anos, fato que ocorre para manter o jogo atrativo tanto para praticantes/atletas quanto espectadores, objetivando, principalmente, manter a dinâmica peculiar do jogo. Para proporcionar a você, aluno, uma compreensão de todas as regras do basquetebol, nas próximas seções deste livro va- mos estudar cada um desses tópicos de modo mais aprofunda- do. Lembre-se: trataremos aqui apenas das regras da Federação Internacional de Basquetebol. 30 Metodologia do ensino de basquetebol 2.1 Jogo, quadra, equipamentos e equipes Vídeo Primeiro, é importante sabermos que, de acordo com esses ma- nuais, as regras são divididas em oito tópicos, que permitem uma compreensão mais objetiva de cada uma delas. Observe o Quadro 1 a seguir como é feita essa divisão. Quadro 1 Principais regras do basquetebol 1. Jogo 4. Regulamentos do jogo 3. Equipes 6. Faltas 8. Oficiais, oficiais de mesa, comissário: deveres e poderes 2. Quadra de jogo e equipamentos 5. Violações 7. Provisões gerais REGRAS Fonte: Elaborado pelo autor. A primeira regra do livro oficial é uma elucidativa definição do jogo de basquete e aborda o objetivo e as orientações básicas do esporte. Vejamos: • É jogado, obrigatoriamente, por duas equipes de cinco jogadores cada. Cada equipe tem como objetivos marcar pontos na cesta adversária e evitar que a outra equipe pontue. • A cesta atacada por uma equipe é a cesta do time adversário. Já a cesta defendida é a sua própria cesta. • A equipe vencedora será a que marcar o maior número de pon- tos ao fim do jogo. Qual é o objetivo do jogo de basquetebol? Como é possível alcançá-lo? Atividade 1 Regras básicas oficiais do basquetebol 31 Figura 1 Representação de ataque e defesa em uma quadra de basquetebol Fonte: Elaborada pelo autor. Ta tia na Z ab ro di na /S hu tte rs to ck Ataque Defesa 5 x 5 Já a segunda regra estabelece quesitos a respeito da quadra de jogo e dos equipamentos: • O tamanho da quadra deve ser de 28 m de comprimento por 15 m de largura em uma superfície plana, rígida e sem obstruções. • As linhas que delimitam o espaço devem ter 5 cm de largura. É importante ressaltar que nenhuma linha limítrofe faz parte da quadra de jogo, tanto as laterais quanto as de fundo. Outro ponto importante é o de que o tamanho das linhas tem papel relevante no basquetebol, pois caso o praticante pise na linha ao mesmo tempo em que está com a posse de bola, é considerado fora da quadra de jogo. No entanto, caso a quadra da escola em que dará aula não tenha linhas demarcadas, você pode desenhá-las consi- derando sempre a largura de 5 cm. • Qualquer obstrução que ocorra fora da quadra deve estar a 2 m de distância (como bancos de reservas e arquibancadas). • A distância da linha de três pontos para a cesta deve ser de 6,75 m. Além disso, para que ocorra um jogo de basquetebol é necessário que haja os seguintes equipamentos e a seguinte estrutura: Para ver um resumo completo e detalhado das regras do basquetebol assista ao vídeo Regras do basquetebol: resumo das regras oficiais, publicado pelo canal Dicas Educa- ção Física. Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=e36sfmb0M_o. Acesso em: 11 ago. 2020. Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=e36sfmb0M_o https://www.youtube.com/watch?v=e36sfmb0M_o https://www.youtube.com/watch?v=e36sfmb0M_o 32 Metodologia do ensino de basquetebol Figura 2 Quadra oficial de basquetebol Ta tia na Z ab ro di na /S hu tte rs to ck 15 m d e la rg ur a Linha com 5 cm de largura 28 m de comprimento 2 m d e di st ân ci a Área do banco da equipe Linha lateral 3,6 m Linha lateral Ár ea re st rit iv a Li nh a fin al Li nh a fin al Lin ha de 3 p ont os Li nh a ce nt ra l Cí rc ul o ce nt ra l Li nh a de re po si çã o Se m ic írc ul o se m c ar ga Mesa de controle 0,15m 5m2m Área do banco da equipe Banco da equipe Banco da equipe • Tabelas e respectivos suportes, incluindo cestas com aros, molas de compensação e redes; estrutura de suporte para as tabelas, contendo acolchoamento. • Bolas de basquetebol. • Cronômetro de jogo. • Placar. • Relógio de 24 segundos. • Cronômetro específico para debitar os tempos solicitados pelas equipes. • Dois sinais sonoros independentes: um para o operador do reló- gio de 24 segundos e outro para o cronometrista. • Súmula de jogo. • Marcadores de faltas de jogadores. • Marcadores de faltas das equipes. • Seta de posse alternada. • Piso de jogo. • Quadra de jogo. • Iluminação adequada. CBB. Regras Oficiais de Basquetebol 2017. Disponível em:http://sge.esumula.com.br/Arquivos/LIVRO_DE_REGRAS.pdf. Acesso em: 11 ago. 2020. Adaptado. Regras básicas oficiais do basquetebol 33 Quanto às equipes, a regra expõe que não é permitido mais do que 12 membros de equipe com direito de jogo, incluindo o capitão. Desses 12 membros, cinco deverão ser os titulares; e os outros sete, os reservas. Figura 3 Início de jogo com bola ao alto Pe xe ls Também deverá existir um técnico e, no máximo, oito membros considerados acompanhantes de equipe. É per- mitido a esses acompanhantes sentarem-se no banco, contanto que haja, no máximo, dois assistentes técnicos. Os uniformes devem ser da mesma cor predominante na frente e atrás. Não são permitidas camisas de manga comprida ou o uso de camisetas com mangas por baixo da camisa oficial de jogo. É imprescindível que os jogadores coloquem suas camisetas para dentro dos calções, que de- vem terminar acima do joelho, deixando as meias visíveis. Figura 4 Uniforme de jogo Pe xe ls 34 Metodologia do ensino de basquetebol 2.2 Regulamentos de jogo Vídeo Os regulamentos de jogo são regras gerais que regem a partida e consistem, prioritariamente, em: tempo de jogo, bola ao alto, posse al- ternada, comoa bola deve ser jogada, valor (pontuação) das cestas, reposição de bola, tempo debitado, substituição, jogo perdido por de- sistência e jogo perdido por número insuficiente de jogadores. A seguir, observaremos de modo mais aprofundado cada um desses pontos. • Tempo de jogo O jogo de basquetebol é organizado em quatro períodos – ou tem- pos/quartos – de 10 minutos. Há também um intervalo específico de jogo de 20 minutos antes do horário previsto para o início da parti- da, ou seja, é um período preparatório para ambas equipes e para a arbitragem. Entre o primeiro e segundo quartos (primeira metade), entre o ter- ceiro e quarto quartos (segunda metade) e antes de cada tempo extra (prorrogação) deve haver, obrigatoriamente, intervalos de 2 minutos. As equipes trocarão de lado da quadra apenas no intervalo de 15 minu- tos, que ocorre entre o 2º e 3º quartos. Na Figura 5, podemos observar os tempos de jogo e seus respectivos intervalos. Figura 5 Períodos de jogo e intervalos Ch er dc ha i c ha ra sr i/ sh ut te rs to ck 10 min. 10 min. 10 min. 10 min. 1º quarto 2º quarto 2 min. Intervalo 2 min. Intervalo15 min. Intervalo Troca de lados da quadra Fonte: Elaborada pelo autor. 3º quarto 4º quarto Um fator importante e que interfere no tempo de jogo é o de que não há empate no basquetebol. Isso significa que, em caso de empate ao fim do tempo regulamentar, o jogo continuará com quantos tempos Existe empate no basquetebol? Justifique sua resposta. Atividade 2 Regras básicas oficiais do basquetebol 35 extras (prorrogações) forem necessários para que ocorra o desempa- te. Cada prorrogação deverá ter, obrigatoriamente, duração de cinco minutos. • Bola ao alto A bola ao alto é uma técnica para tornar a bola “viva”. Ou seja, é quando um oficial lança a bola, no círculo central e entre dois jogado- res adversários, para o início do primeiro quarto de tempo (Figura 6). Os procedimentos que devem ser seguidos para executar a técnica de bola ao alto são: • A bola deve ser tapeada após atingir seu ponto mais alto, a altura máxima ao ser arremessada. • Caso a bola não seja tapeada por algum jogador, deve-se repetir o procedimento. • Os jogadores que disputam a bola ao alto não podem segurar ou tapear a bola mais do que duas vezes. É comum que os jogadores que disputam a bola ao alto sejam os pivôs, pois são os mais altos das equipes. Figura 6 Início de jogo a partir da bola ao alto Pe xe ls Além de dar início ao jogo, a bola ao alto poderá ocorrer nas seguin- tes situações: • Quando a bola fica presa entre dois jogadores em uma disputa de bola, sem clara definição de quem está, de fato, com a posse de bola. Qual é a duração total de um jogo de basquetebol? Atividade 3 Você sabe qual é o jogo com maior número de prorrogações? O jogo com maior número de prorrogações aconteceu em 1951, entre os times Indianapolis Olympians e Rochester Royals, em que houve a necessidade de seis prorrogações para o desem- pate. A partida foi vencida pelo Indianapolis Olympians com um placar de 75 a 73. Nos anos 1950 ainda não havia a regra de 24 segundos para arremesso, ou seja, as equipes poderiam prolongar a posse de bola, causando uma possível baixa pontuação. Fato que podemos comprovar ao observar as pontuações em partidas mais atuais, em que a regra de 24 segundos é válida. Curiosidade 36 Metodologia do ensino de basquetebol • Dúvida dos árbitros sobre de quem é a posse de bola após a bola se tornar “morta”. • Quando a bola para entre o aro e a tabela. • Posse alternada A posse alternada é outro método para fazer com que a bola esteja em movimento, sem ser por meio da bola ao alto. Com isso, a equipe que perdeu a bola ao alto no início de jogo inicia o próximo quarto com a posse de bola. Outro momento em que pode ser utilizada a posse alternada é quando há bola presa entre dois jogadores. Isso quer dizer que se a equipe B venceu a disputa de bola ao alto no início do jogo (ou em outro quarto de tempo) e há a ocorrência de bola presa, ela deve ficar com a equipe A. • Como a bola é jogada Durante uma partida de basquetebol a bola deve ser jogada somen- te com as mãos e pode ser passada, lançada, tapeada, rolada ou dribla- da em qualquer direção. Outro fator importante é o de que um jogador não poderá correr com a bola, chutá-la ou bloqueá-la com qualquer parte das pernas; ou, ainda, golpeá-la com o punho. Tais ações, se co- metidas, são caracterizadas como violação das regras oficiais. No entanto, tocar a bola com qualquer parte da perna de modo que seja constatado pelos árbitros que foi acidental, não é considerado vio- lação. Caso o jogador queira bloquear um passe com a coxa, joelho, perna ou pé de modo proposital, será considerado violação. • Cesta: quando feita e qual o seu valor A pontuação é marcada quando uma bola viva entra na cesta por cima e permanece ou atravessa os aros inteiramente. A bola é conside- rada dentro da cesta quando uma parte mínima dela está, pelo menos, abaixo do nível do aro. • O lance livre vale um ponto. • Cesta na área de campo de dois pontos vale dois pontos. • Cesta na área de campo de três pontos vale três pontos. Regras básicas oficiais do basquetebol 37 Figura 7 Áreas de cestas de 2 e 3 pontos Ta tia na Z ab ro di na /S hu tte rs to ck Área da cesta de campo de dois pontos Direção da jogada Área da cesta de campo de três pontos Ce st a ad ve rs ár ia Questões curiosas! • E cesta contra, vale? Caso um jogador pontue, acidentalmente, uma cesta no espaço de sua própria equipe, ela contará dois pontos e será registrada na súmula como se houvesse sido realizada pelo capitão da equipe adversária na quadra de jogo. Todavia, se um jogador marcar, propositalmente, uma cesta na área de sua própria equipe, será considerada uma violação às regras e não será pontuado. • E uma cesta feita de baixo para cima? Caso um jogador jogue a bola de modo que ela passe inteiramente de baixo para cima através da cesta é considerada uma violação, portanto não é computado qualquer tipo de pontuação. • Reposição de bola A reposição de bola acontece quando a mesma é passada para den- tro da quadra de jogo por um jogador que está fora dela. Para repor a bola, o jogador deve estar inteiramente fora do espaço de jogo e, sem pisar nas linhas, tem um tempo de cinco segundos para executar a reposição. Não é permitido, na reposição, fazer com que a bola entre na cesta diretamente; tampouco tocar a bola na quadra de jogo antes de ela ter tocado outro jogador. O local de reposição, além de ser fora da qua- dra, poderá ocorrer próximo ao local de uma infração ou, ainda, onde Em um único ataque, na melhor possibilidade, quantos pontos uma equipe pode fazer? Atividade 4 38 Metodologia do ensino de basquetebol o jogo foi interrompido por um oficial, exceto em casos que ocorram diretamente atrás da tabela. Quando deve ocorrer a reposição de bola? • Logo no início de todos os quartos (exceto no primeiro, em que há bola ao alto) ou no início de prorrogações. • Sempre após uma falta pessoal. • Sempre após uma falta técnica. • Sempre após uma falta antidesportiva ou desqualificante. • Sempre após uma briga. • Sempre que a bola entrar na cesta, mas a cesta de campo ou o lance livre não forem válidos. • Tempo debitado Quando o técnico ou o primeiro assistente técnico solicitar tempo, a partida será interrompida. Cada tempo solicitado pela equipe deverá ter a duração de um minuto e, durante uma partida, cada equipe terá o di- reito de solicitar dois tempos no primeiro tempo (1º e 2º quartos) e três tempos no segundo tempo (3º e 4º quartos). Desse modo, em cada tem- po, ao solicitar duas interrupções, será debitado dois minutos ao total. A Figura 8 ilustra como deve ocorrer a separação das solicitações de tempo. Figura 8 Pedidos de tempo de acordo com cada quarto da partida Fonte: Elaborada pelo autor. 10 min. 10 min. 10 min. 10 min. 1º tempo2 tempos 3 tempos 2 min. 2 min.15 min. 2º tempo Tempos debitados e que não foram utilizados não podem ser acumulados para a próxima metade do jogo ou para a prorrogação. Durante a prorrogação, apenas um pedido de tempo com duração de um minuto é concedido para cada equipe. Regras básicas oficiais do basquetebol 39 • Substituição As equipes podem solicitar a substituição de jogadores somente quando a bola estiver morta. Alguns critérios para a substituição ime- diata são: • Um jogador que tenha cometido cinco faltas pessoais ou tenha sido desqualificado. • Caso o arremessador tiver que ser substituído devido a alguma lesão, for desqualificado ou tiver excessivo número de faltas, o lance livre deverá ser realizado pelo substituto. • Jogo perdido por desistência Uma equipe poderá perder um jogo por desistência caso não esteja presente no momento da partida ou, ainda, não apresente cinco joga- dores que estejam aptos a jogar após 15 minutos do horário marcado para início oficial da partida. Se esses fatores se comprovarem é conce- dida à equipe adversária a vitória e o placar será de 20 a 0. • Jogo perdido por número insuficiente de jogadores Uma equipe poderá perder a partida caso fique com menos de dois jogadores na quadra de jogo. Se isso ocorrer, o placar é mantido. Exem- plo: mesmo que a equipe seja desclassificada e o placar seja de 2 a 0 com relação ao adversário, a pontuação é mantida, e vice-versa. 2.3 Violações e faltas Vídeo • Violações A violação é um ato que constitui uma infração às regras. Toda vio- lação tem uma penalidade; esta consiste na perda da posse de bola. Dessa forma, a bola é concedida aos adversários para que seja feita a reposição no local mais próximo à infração; exceto em casos que ocorram diretamente atrás da tabela, conforme já mencionado. Existem diversos tipos de violação no basquete. A seguir, vamos en- tender quais são as principais violações e quais são os sinais manuais dos árbitros correspondentes a elas. • Andar: movimento de andar em qualquer direção e com um ou ambos os pés enquanto segura a bola é considerado um movimento ilegal no basquetebol. Também conhecido como 40 Metodologia do ensino de basquetebol andada, é uma das violações mais comuns nesse esporte, especialmente no caso das crianças que, ao receber a bola, se deslocam pela quadra com a bola em mãos. • Duplo drible: movimento ilegal no qual o jogador não dribla pela segunda vez após seu primeiro drible ter terminado. Essa ação consiste em driblar a bola, segurá-la e driblar novamente. Também é uma violação considerada comum para iniciantes. • Carregar a bola: movimento considerado ilegal em que o jogador realiza uma meia rotação com a mão carregando a bola enquanto realiza o drible. Figura 9 Sinais manuais dos árbitros referentes às violações Rotação dos punhos cerrados Fazer uma meia rotação com a mãoMovimentar, alternadamente, os braços com as palmas das mãos viradas para baixo ANDADA DRIBLE ILEGAL: CARREGAR A BOLA DRIBLE ILEGAL: DUPLO DRIBLE Há também violações relacionadas ao tempo (Figura 10), que são aplicadas visando manter a dinâmica do jogo e a constante relação en- tre ataque/defesa. São elas: • Três segundos no garrafão: enquanto uma equipe estiver com a posse de bola, o jogador não pode permanecer na área restritiva dos adversários (garrafão) por mais de tês segundos consecutivos. • Cinco segundos de posse de bola: quando um jogador é marcado de perto, ou seja, quando há um adversário em uma posição legal de defesa ativa a uma distância não superior a 1 m, o jogador que está sendo marcado deve passar, arremessar ou driblar a bola dentro de cinco segundos. • Oito segundos na quadra de defesa: ao recuperar a posse de bola, o time deve fazer com que a bola chegue na quadra de ata- que em até oito segundos. Regras básicas oficiais do basquetebol 41 • 24 segundos para realizar um arremesso: a equipe deve tentar um arremesso para a cesta dentro de 24 segundos. Caso não pontue e recupere a posse de bola por meio de um rebote ofen- sivo, tem novos 14 segundos para um novo arremesso. A regra dos 14 segundos foi incluída no ano de 2014. Com base na Figura 10, considere a equipe verde com a posse de bola. Essa equipe tem, de acordo com as regras de tempo, ao iniciar a jogada, oito segundos para levar a bola da quadra de defesa para a quadra de ataque; os jogadores desse mesmo time podem ficar até três segundos dentro do garrafão e quem receber a bola terá até cinco segundos para driblar, arremessar ou passar; ao total, a equipe tem 24 segundos para realizar um arremesso. Em caso de arremesso não con- vertido e rebote ofensivo, essa mesma equipe terá novos 14 segundos para um novo arremesso. Figura 10 Infrações relacionadas ao tempo no basquete Fonte: Elaborada pelo autor. Ta tia na Z ab ro di na /S hu tte rs to ck 5 segundos para passar, arremessar ou driblar 24 segundos para realizar um arremesso 3 segundos de permanência no garrafão 8 segundos para passar da quadra de defesa para o local de ataque Com base nessas regras é notável que no basquetebol não há tem- po para ações anti-jogo ou que não são condizentes com o espírito esportivo. Essa é uma vantagem desse esporte comparado a modali- dades como o futebol profissional, em que se perde tempo devido às ações anti-jogo dos jogadores. Para entender um pouco mais sobre como deve ser feita a sinaliza- ção de violação de tempo pelos árbitros, observe a imagem a seguir. 42 Metodologia do ensino de basquetebol Figura 11 Sinais manuais dos árbitros referentes às infrações de tempo Fonte: Adaptada de CBB. Com os braços estendidos à frente do corpo, mostrar 3 dedos Mostrar 5 dedos 3 SEGUNDOS 5 SEGUNDOS 8 SEGUNDOS Mostrar 8 dedos • Bola retornada do ataque para a quadra de defesa: uma vez que o jogador ultrapassa a metade da quadra com a posse de bola, a equipe não pode retorná-la para a quadra de defesa. Caso isso ocorra, a equipe perde a posse de bola. Além das violações de tempo, existem violações relacionadas ao ato do arremesso, como a tendência de cesta e interferência. • Tendência de cesta: ocorre quando, durante um arremesso para a cesta, algum jogador adversário toca a bola enquanto ela está em trajetória descendente para a cesta ou após ela ter tocado a tabela. • Interferência: acontece quando um jogador adversário toca a ces- ta ou a tabela enquanto a bola está em contato com o aro. Tais violações relacionadas aos arremessos são penalizadas inde- pendentemente de o infrator ser da defesa ou do ataque. Contudo, caso seja cometida por um jogador atacante, nenhum ponto será con- cedido; se for cometida pelo defensor, dependerá da quantidade de pontos que o arremesso valeria, podendo ser de um, dois ou três pon- tos, ou seja, a concessão de pontos será considerada à equipe que fez o arremesso como se a bola houvesse entrado, de fato, na cesta. • Faltas As faltas também são consideradas uma violação às regras. Todavia, elas têm como base apenas o contato pessoal ilegal com um adversá- rio e/ou em um comportamento antidesportivo. Existem cinco tipos de falta, veja a seguir. Regras básicas oficiais do basquetebol 43 • Falta pessoal: contato ilegal com um adversário, independentemente de a bola estar viva ou morta. Esses contatos podem ser leve empurrão em ato de arremesso, segurar, empurrar, agarrar um adversário etc. • Falta dupla: quando dois adversários cometem faltas pessoais um contra o outro, concomitantemente, por exemplo, puxão de camisa simultâneo. • Falta técnica: a falta cometida pelo jogador não envolve contato e é de natureza comportamental. Por exemplo: provocar o adversário, desprezar as advertências dadas pelos oficiais, tocar de modo desrespeitoso os oficiais, usar linguagem ou gestos que possam ofender, cair para simular uma falta. • Falta antidesportiva: falta de contato em que não há tentativa legítima de jogar diretamente a bola de acordo com as regras.• Falta desqualificante (ou falta flagrante na NBA): caracterizada por qualquer ação antidesportiva flagrada por um jogador ou qualquer membro de equipe. Um exemplo disso são as faltas em que ocorrem qualquer tipo de violência. Figura 12 Sinais dos árbitros referentes às faltas pessoais Fonte: CBB. Segurar, na descendente, o punho fechado Colocar ambas as mãos no quadril Fazer o movimento de empurrar com as palmas das mãos voltadas para frente Primeiro, segurar o punho com a palma da mão aberta e voltada para frente, e, depois, fazer o movimento de empurrar para frente SEGURAR HANDCHECKING BLOQUEIO (DEFENSOR) CORTA-LUZ (ATACANTE) EMPURRAR OU CARREGAR SEM A BOLA Observe na Figura 13 como devem ser feitos os sinais correspon- dentes a essas faltas. 44 Metodologia do ensino de basquetebol 2.4 Provisões gerais e arbitragem Vídeo Para a partida de basquete acontecer de acordo com todas as re- gras e normas gerais, é necessário ter pleno conhecimento de todos os requisitos necessários para uma boa arbitragem. Por esse motivo, vamos estudar um pouco mais a respeito das decisões gerais relaciona- das à arbitragem e quem deve compor essa organização. Caso um jogador cometa cinco faltas pessoais durante a partida, deve ser automaticamente desqualificado e substituído dentro de 30 segundos. Considerando a equipe, caso esta cometa quatro faltas den- tro de um período (quarto), está em situação de penalidade de falta de equipe e, nesse momento, todas as faltas seguintes são penalizadas com dois lances livres para a equipe adversária, e não mais por meio da reposição de bola. Lance livre: nessa ocorrência, o jogador que sofreu a falta deve cobrar o lance livre. Esse lance pode ser feito utilizando qualquer método, desde que seja feito dentro de cinco segundos, e que a bola entre na cesta por cima ou, ao menos, toque o aro. Não é permitido simular um lance livre, tocar a linha ou entrar no garrafão até que a bola tenha entrado na cesta ou tocado o aro. Com relação à quantidade correta de arbitragem, devemos seguir a regra de que os oficiais serão um árbitro principal (crew chief) e um ou dois fiscais. Tanto o árbitro quanto os fiscais serão auxiliados pelos ofi- ciais de mesa e por um comissário, se presente. Entre os oficiais de mesa deverá existir: um apontador, um assisten- te de apontador, um cronometrista e um operador de 24 segundos. Já o comissário deverá se sentar en- tre o apontador e o cronometrista, e sua função principal durante o jogo é a de supervisionar o traba- lho dos oficiais de mesa, além de auxiliar o árbitro principal (crew chief) e o(s) fiscal(is) no bom anda- mento da partida. Figura 15 Lance livre na NBA W ik im ed ia Figura 13 Sinais dos árbitros referentes às faltas técnicas Fonte: CBB. Com os dois punhos cerrados, fazer o movimento de cruzar acima da cabeça Formar um “T” com a palma da mão aberta Segurar o punho cerrado acima da cabeça Levantar os dois braços com os punhos cerrados. FALTA DUPLA FALTA TÉCNICA FALTA ANTIDESPORTIVA FALTA DESQUALIFICANTE Você sabia que existe uma região na quadra em que não são consideradas as faltas? Essa região é dentro do semicírculo existente na área restritiva (garrafão). Nesse local, uma falta ofensiva nunca deverá ser marcada caso o contato do atacante ocorra com um defensor que esteja, também, dentro do semicírculo (Figura 14). O semicírculo serve como proteção para quem estiver no ataque, além de não privilegiar o defensor que tenha adotado uma posição logo abaixo de sua própria cesta gerando, novamente, a necessidade de dinâmica no jogo. A inclusão do se- micírculo, assim como da regra, foi realizada no ano de 2010. Figura 14 Semicírculo localizado na área restritiva Ta tia na Z ab ro di na /S hu tte rs to ck Semicírculo Ainda quanto à infração das regras, é importante ter conhecimento de que um jogador é desqualificado da partida (sendo substituído por um reserva) quando cometer duas faltas técnicas, duas faltas antides- portivas, ou uma falta antidesportiva e uma falta técnica. Regras básicas oficiais do basquetebol 45 2.4 Provisões gerais e arbitragem Vídeo Para a partida de basquete acontecer de acordo com todas as re- gras e normas gerais, é necessário ter pleno conhecimento de todos os requisitos necessários para uma boa arbitragem. Por esse motivo, vamos estudar um pouco mais a respeito das decisões gerais relaciona- das à arbitragem e quem deve compor essa organização. Caso um jogador cometa cinco faltas pessoais durante a partida, deve ser automaticamente desqualificado e substituído dentro de 30 segundos. Considerando a equipe, caso esta cometa quatro faltas den- tro de um período (quarto), está em situação de penalidade de falta de equipe e, nesse momento, todas as faltas seguintes são penalizadas com dois lances livres para a equipe adversária, e não mais por meio da reposição de bola. Lance livre: nessa ocorrência, o jogador que sofreu a falta deve cobrar o lance livre. Esse lance pode ser feito utilizando qualquer método, desde que seja feito dentro de cinco segundos, e que a bola entre na cesta por cima ou, ao menos, toque o aro. Não é permitido simular um lance livre, tocar a linha ou entrar no garrafão até que a bola tenha entrado na cesta ou tocado o aro. Com relação à quantidade correta de arbitragem, devemos seguir a regra de que os oficiais serão um árbitro principal (crew chief) e um ou dois fiscais. Tanto o árbitro quanto os fiscais serão auxiliados pelos ofi- ciais de mesa e por um comissário, se presente. Entre os oficiais de mesa deverá existir: um apontador, um assisten- te de apontador, um cronometrista e um operador de 24 segundos. Já o comissário deverá se sentar en- tre o apontador e o cronometrista, e sua função principal durante o jogo é a de supervisionar o traba- lho dos oficiais de mesa, além de auxiliar o árbitro principal (crew chief) e o(s) fiscal(is) no bom anda- mento da partida. Figura 15 Lance livre na NBA W ik im ed ia 46 Metodologia do ensino de basquetebol A decisão sobre as faltas e os tipos de violações em um jogo é de responsabilidade dos árbitros, assim como passar a informação ao oficial de mesa. É por meio de sinais manuais que o árbitro deve informar: tipo de viola- ção, número da camisa do jogador que marcou a pontua- ção, o valor dos pontos da cesta (um, dois ou três pontos) e se essa tentativa, no caso de três pontos, ocorreu no perímetro correto. Você deve ter percebido que, após uma saída de bola ou início de partida, a bola sempre sai diretamente das mãos do árbitro para o jogador que fará a reposição. O controle de todas as reposições de bola é atividade cons- tante do árbitro, assim como no início de jogo o proce- dimento de bola ao alto. Outra função importante da arbitragem é controlar a violação de tempo a respeito dos oito segundos para passar da quadra de defesa para o ataque. Outro fator importante aos árbitros é o de que eles também são atletas e devem apresentar uma excelente condição física, potência, agilidade, equilíbrio, linguagem corporal, re- sistência, força, coordenação, flexibilidade, mobilidade, propriocepção e tempo de reação. Existe um protocolo da FIBA e da CBB que trata da aptidão física dos árbitros com relação a uma partida de basquete- bol, contemplando desde o pré-jogo no vestiário (mobilidade articular e flexibilidade), em quadra no início do jogo (aquecimento e resistência elástica, aquecimento geral e específico), em quadra antes do terceiro quarto (reaquecimento) e no vestiário no pós-jogo (procedimento de re- cuperação que inclui liberação miofascial, crioterapia e alongamentos). Uma vantagem é a de que a arbitragem é uma possibilidade de atuação profissional do licenciado em Educação Física. Para isso, você deve ficar atento aos cursos e às clínicas de capacitação e atua- lização da confederação e das federações estaduais de basquetebol voltadas a isso. Figura 16 Atuação do árbitro em uma partida W ik im ed
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