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Análise de drogas

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Análise de drogas
1. Introdução
A análise de drogas de origem vegetal deve em via de regra seguir a
três tipos de operações fundamentais: amostragem, identificação e
verificação de pureza. Caso se verifique logo que a droga não é adequada,
não se procede para a etapa de verificação de pureza, caso contrário, os
testes de pureza são efetuados.
Além dos três aspectos acima, deve-se também levar em conta a
qualidade da droga. Essa característica está relacionada com a
apresentação, estado de conservação, teor de princípios ativos e com a
pureza.
2. Amostragem
O êxito da análise está diretamente relacionado com a amostragem
ou tomada de ensaio. A forma como se procede uma análise deve ser feita
de maneira a se obter material de todos os pontos da droga, ou seja, uma
representação global da mesma. Essa operação não é tão simples como
parece, dependendo da apresentação da droga em questão. fatores como
tipo da droga, estado de divisão da mesma e quantidade de embalagens
devem ser levados em consideração durante a tomada de ensaio.
Cuidados para se evitar fraudes devem ser tomados. Muitas vezes,
principalmente em embalagens grande de drogas finamente divididas
(pulverizada), temos uma certa quantidade da droga real no fundo e no topo
da embalagem, no entanto, no meio temos uma falsificação por vezes
grosseira. Existe um equipamento que permite a coleta de amostras de
qualquer parte da embalagem. Trata-se de um tubo oco com um dispositivo
que permite sua abertura apenas na profundidade que se deseja coletar a
amostra.
3. Identificação
A natureza cria individualidades. Não existem sequer dois indivíduos
iguais. Entretanto, entre indivíduos de uma mesma espécie, prevalecem as
semelhanças, ficando as diferenças restritas a certos limites. Assim, é
possível, ao se analisar de forma adequada, concluir se uma certa planta
pertence a determinada espécie. É possível por exemplo, apenas pela
análise de órgãos de certas plantas, determinar a que espécie os mesmos
pertencem. As raízes de Cephaelis ipecacuanha (Brotero) Richard,
possuem características especiais, que permitem sua identificação mesmo
quando estão separadas do restante da planta.
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3.1. Fundamento da identificação
A identificação de uma droga se leva a efeito comparando-se
com um droga padrão ou mesmo com descrições pormenorizadas presentes
nas Farmacopéias ou ainda na literatura especializada. Essa comparação
pode ser feita através de processos diretos ou indiretos.
3.1.1. Identificação por processos diretos
Realizada sem o uso de equipamentos sofisticados, a
não ser lupas de pequenos aumentos, a identificação de uma droga por
processos diretos, leva em conta quatro aspectos:
visão
tato
degustação ou sabor
olfato
As características morfológicas são obviamente muito importantes
nos processo diretos de identificação. Cada órgão vegetal apresenta
características morfológicas que devem ser observadas e comparadas com
as drogas padrão ou com as monografias especializadas.
3.1.2. Identificação por processos indiretos
Três são os tipos de processos indiretos de identificação:
físicos, químicos e biológicos.
3.1.2.1. Processos físicos
Entre os processos físicos, dois se destacam pela
freqüência e generalização com que são utilizados: microscopia e
cromatografia. Estes métodos podem ser considerados como gerais para a
identificação de drogas vegetais. O método mais fácil, rápido e barato é
sem dúvida a microscopia. Já a cromatografia exige o uso de solventes
especiais ou mistura desses, cromatoplacas, vidrarias e etc. envolvendo as
vezes um custo considerável.
3.1.2.2. Processos químicos
Os processos químicos de identificação de drogas
podem ser de três diferentes tipos: transformações químicas, reações
características e incineração.
3.1.2.2.1. Transformações químicas
Essas reações de transformações químicas
podem ser realizadas no próprio tecido vegetal ou em extratos obtidos
destes. Quando a reação ocorre no seio do tecido vegetal, chama-se reação
histoquímica e quando se utiliza um extrato ou substâncias extraídas do
vegetal chama-se reação microquímica.
2
3.1.2.2.2. Reações características
Drogas que contém determinadas classes
de compostos químicos, dão reações de coloração ou de precipitação para a
identificação das drogas que contêm.
Drogas que contém alcalóides, por exemplo, podem ser submetidas a
uma extração (pequeno volume). Após concentração desse extrato,
dissolução do mesmo numa solução fraca de ácido e acréscimo de gotas do
reagente de Dragendorff, resultará num precipitado vermelho tijolo.
3.1.2.2.3. Incineração
Apesar de parecer um método meramente
destrutivo, a incineração pode fornecer evidências importantes de processos
fraudulentos em drogas vegetais. Essas drogas fornecem por incineração
um resíduo cujo peso deve ficar dentro de um determinado limite. Outra
possibilidade importante é a detecção de adulteração pela adição de areia às
drogas.
3.1.2.3. Processos biológicos
Grande parte dos processos biológicos de
identificação tem caído em desuso. Alguns no entanto ainda persistem e
devem aqui ser citados.
Extratos aquosos de drogas que contem saponinas, em contato com
uma solução de sangue, provoca a hemólise das hemácias presentes na
solução. Já as drogas contendo taninos, promovem a hemoaglutinação na
mesma solução. Ainda com saponinas pode ser realizado o teste de
ictiotoxidade.
4. Pureza
Contaminação e fraude são dois fatores que podem influenciar na
pureza de uma droga. A contaminação acontece, quase sempre
acidentalmente, nos processos de coleta, preparo e conservação, podendo
ser com outros vegetais, outros órgãos do mesmo vegetal,
microorganismos, insetos e roedores. Já a Fraude acontece a propósito e na
maioria das vezes tem como finalidade a adulteração com fins de aumentar
o rendimento e conseqüentemente o lucro.
A contaminação pode também ocorrer por material orgânico,
material inorgânico e parasitas.
No caso de contaminação inorgânica, via de regra, são representados
por areia ou pedras, podendo ser detectadas com o teste de incineração.
3
5. Análise de drogas constituídas por folhas
Duas características são levadas em consideração quando se analisa
drogas compostas de folhas: macroscópicas e microscópicas. Esses
aspectos são normalmente comparados com amostra padrão ou dados da
literatura.
5.1. Características macroscópicas
Na análise de folhas, as principais características
macroscópicas são as seguintes: aspecto geral, consistência, cor, forma,
sabor, odor, superfície, tamanho e transparência. Dentre estes aspectos,
forma, superfície, tamanho e transparência são aspectos cobertos pela
disciplina de farmacobotânica. Os outros aspectos serão a seguir
analisados.
5.1.1. Aspecto geral
Na observação do aspecto geral vai se observar a forma
física como a folha se encontra. Elas podem estar amarrotadas, inteiras,
fragmentadas ou pulverizadas. Podem ainda estar visivelmente
contaminadas ou adulteradas. As folhas de beladona (Atropa belladonna
L.) sempre aparecem bastante amarrotadas devido ao processo de
enfardamento.
5.1.2. Consistência
A resistência que uma droga apresenta a certas ações
mecânicas, tais como flexão e pressão, chama-se consistência. Sob esse
aspecto uma droga constituída de folhas pode ser: dura, mole, friável ou
flexível.
5.1.3. Cor
Este aspecto pode variar de acordo com o método de
secagem e do estado de conservação da droga, diminuindo assim, seu valor
analítico. Ainda assim, pode-se observar diferença de tonalidade entre as
faces ventral e dorsal da folha, o que as vezes são característicos em
algumas drogas.
5.1.4. Sabor
Quanto ao sabor, as drogas são normalmente
classificadas em: adstringente, acre, oleosa e mucilaginosa.
Ao se analisar o sabor de uma droga deve-se ter o cuidado de não
fumar ou chupar balas, o que poderiam mascarar o real sabor das mesmas.
Para se analisar esse aspecto, deve-se mastigar certa quantidade da
droga fazendo com que ela se misture bem com a saliva. Após o processo
de degustação, o analista deve cuspir fora o material e lavara boca. O
resultado obtido deve ser então comparado com os dados constantes da
literatura.
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5.1.5. Odor
Quanto ao odor as drogas podem ser classificadas em
drogas inodoras ou drogas com odor característico. Esse odor característico
por sua vez pode agradável (aromático) ou desagradável (nauseoso).
5.2. Características microscópicas
Os aspectos microscópicos das drogas constituídas de folhas
podem levar a informações importantes na identificação das mesmas.
Normalmente esses aspectos são analisados seguidos da realização de
cortes no material vegetal. Dois tipos de cortes podem ser realizados,
levando à observação de diferentes características das folhas.
5.2.1. Observação em corte paradérmico
Este corte é feito em planos paralelos à lâmina foliar e
permite observar as células epidérmicas e os anexos epidérmicos.
5.2.2. Observação em corte transversal
Este corte é feito ao nível do terço médio inferior da
folha. Permite verificar as inclusões, os tricomas e os tecidos das folhas.
6. Análise de drogas constituídas por flores, frutos, sementes, cascas e
órgãos subterrâneos.
O estudo dos aspectos macroscópicos de flores, frutos, sementes,
cascas e órgãos subterrâneos é assunto integrante da disciplina
farmacobotânica e não será discutido no nosso estudo. Os outros aspectos
são semelhantes ao do estudo das folhas.
Referência bibliográfica
OLIVEIRA, F., AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia, Atheneu, São Paulo,
1991.
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