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Glicocorticoides - Corticosteroides

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Farmacologia – Felipe Hugo 
Victoria Durand 
 
1 
 Glicocorticoides: Corticosteroides 
 
 Qual a diferença entre inflamação e infecção? 
- Inflamação é uma resposta do organismo a traumas, a doenças inflamatórias e a infecções 
- Infecção é causada por um agente infeccioso como vírus, bactérias, fungos e protozoários. São causas 
frequentes de inflamação. 
 Obs.: Toda infecção tem um processo inflamatório, mas nem todo processo inflamatório é decorrente de infecção. 
 
Anatomia da glândula suprarrenal 
Dividido em: 
a) Medula 
b) Córtex 
O córtex suprarrenal, por sua vez, é dividido em: 
✓ Zona glomerulosa: mineralocorticoides - aldosterona 
✓ Zona fasciculada: glicocorticoides - cortisol 
✓ Zona reticular: androgênios 
 
Produção de corticosteroides 
O colesterol é o precursor de carbono para produção de cortisol, aldosterona e hormônios andrógenos 
Para que o cortisol, a aldosterona e os hormônios andrógenos sejam produzidos é necessário a presença de dois 
hormônios: CRH (produzido no hipotálamo) e o ACTH (produzido na hipófise anterior). Essa produção consiste em 
um sistema retroalimentado, então, a medida que se tem uma elevada quantidade de cortisol, há diminuição do CRH 
e ACTH. 
Obs.: Eixo HHA de retroalimentação (hipotálamo – hipófise – adrenal) 
CRH > ACTH > suprarrenal > hormônios 
 
Cortisol 
É o hormônio responsável por dar um “start” no ser humano. Seus efeitos são a diminuição de serotonina, aumento 
da pressão arterial, aumento da fome, supressão do sistema imunológico e aumento da glicose no sangue 
(importante pois os neurônios, os eritrócitos e os cones e bastonetes se nutrem exclusivamente de glicose). 
Obs.: Picos de cortisol durante o dia. Há o aumento do cortisol pela manhã, aumentando a glicemia, para que o corpo 
funcione de forma plena sem que você necessite de uma alimentação antes disso. 
Cortisol e cortisona 
Tanto o cortisol quanto a aldosterona possuem uma estrutura muito próxima, em que o cortisol é capaz de ligar-
se facilmente aos receptores de mineralocorticoides. Devido a isso, todo cortisol produzido poderia ser ligado aos 
receptores de aldosterona, e constantemente teríamos o aumento da pressão arterial. Contudo, no rim a enzima 
11β-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 converte a hidroxila em carbonila, que transforma o cortisol (ativo) em 
 
Farmacologia – Felipe Hugo 
Victoria Durand 
 
2 
cortisona (inativo). Depois de convertida, a cortisona, no fígado, é novamente convertida em cortisol, pela enzima 
11β-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 1. 
Obs.: A cortisona é um pró fármaco inativo até ser convertida pelo fígado no fármaco ativo, o cortisol. 
 
Receptores do cortisol 
✓ Tipo 1: mineralocorticoides (expressos em órgãos de excreção, como rins, colón, glândulas salivares e 
sudoríparas) 
✓ Tipo 2: glicocorticoides (ampla distribuição pelo corpo, elementos de resposta ao glicocorticoides - ERG) 
Obs.: Receptores da aldosterona > mineralocorticoides. 
Mecanismos de ação do cortisol 
O cortisol passa pela bicamada lipídica da célula, sem nenhuma restrição 
porque ele possui uma estrutura lipídica análoga ao colesterol e ligam-se a 
receptores intracelulares citoplasmáticos específicos (receptor de 
glicocorticoide). Esse receptor forma um complexo hormônio-receptor, que 
sofre dimerização com outro complexo semelhante (como se ele se abrisse) 
e após isso, ele se transloca ao núcleo, onde pode realizar duas atividades: 
1) uma transativação (transcrever genes); 2) uma transrepressão 
(impedir genes de serem transcritos). Desse modo, no núcleo, ativa ou inibe 
o gene. 
Obs.: no núcleo, o complexo dimerizado liga-se a elementos de resposta ao 
glicocorticoides (ERG). 
Principais efeitos do cortisol 
✓ Efeitos metabólicos aumentam a disponibilidade de nutrientes, em decorrência da elevação dos níveis 
sanguíneos de glicose, aminoácidos e triglicerídeos 
o Promoção do metabolismo intermediário normal: favorecem a gliconeogênese em jejum, estimulam o 
catabolismo das proteínas musculares e a lipólise > síntese de glicose. 
o Aumento da resistência ao estresse > aumento de energia 
✓ Ações anti-inflamatórias 
o Regula negativamente a liberação de citocinas de células imunes – inibindo o fator Kb, limitando as 
respostas imunes e regulando a ação anti-inflamatória. 
o Alterações dos níveis de células sanguíneas no plasma – diminuição de eosinófilos, basófilos, monócitos 
e linfócitos; aumento da hemoglobina, eritrócitos, plaquetas e leucócitos polimorfonucleares. 
 
Farmacologia – Felipe Hugo 
Victoria Durand 
 
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Fisiopatologia 
Insuficiência suprarrenal primária 
✓ Doença de Addison 
o Reação autoimune que destrói seletivamente o 
córtex suprarrenal. 
▪ Mais comumente em decorrência da reação 
autoimune mediada por células T, porém 
alternativamente por causa da ocorrência de 
infecção, infiltração, câncer ou hemorragia. 
o Diminuição da síntese de todas as classes de 
hormônios produzidos no córtex suprarrenal. 
o Pacientes apresentam fadiga, falta de apetite, 
perda de peso, entre outros. 
o Hiperpotassemia > devido à ausência da aldosterona. 
Insuficiência suprarrenal secundária 
o Causada por distúrbio hipotalâmico e hipofisário ou pela administração prolongada de glicocorticoides 
exógenos 
o A diminuição dos níveis de ACTH provoca redução na síntese de hormônios sexuais e cortisol, porém não 
altera a síntese de aldosterona (produzida na suprarrenal pelo estimulo da angiotensina-2). 
Diagnóstico diferencial (Doença de Addison x Insuficiência Suprarrenal Secundária) 
A Doença de Addison é diagnosticada demonstrando a incapacidade do ACTH exógeno de elevar o cortisol plasmático. 
A Insuficiência Suprarrenal Secundária é diagnosticada por teste prolongado de estímulo com ACTH, teste de 
tolerância à insulina ou teste de glucagon. 
Obs.: ACTH exógeno apenas vai surtir efeito na Insuficiência Suprarrenal Secundária. 
Excesso de glicocorticoides 
✓ Síndrome de Cushing 
o Várias fisiopatologias subjacentes que resultam no 
aumento da síntese de cortisol 
▪ Secreção ectópica de ACTH 
▪ Produção ectópica de CRH 
✓ Síndrome de Cushing Iatrogênica 
o Secundária ao tratamento farmacológico com 
glicocorticoides exógenos 
✓ Doença de Cushing 
o Adenomas hipofisários secretores de ACTH que 
resultam no aumento da produção de cortisol 
 
Diagnóstico diferencial (Síndrome de Cushing x (Síndrome de Cushing Iatrogênica) 
a) Verifica se o paciente está fazendo uso de glicocorticoide 
b) Realiza a dosagem de ACTH 
1. Se estiver muito alta > suspeita-se de Síndrome de Cushing 
2. Se estiver muito alta + o paciente faz uso de corticoide > Síndrome de Cushing Iatrogênica 
 
 
Farmacologia – Felipe Hugo 
Victoria Durand 
 
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Terapêutica dos corticosteroides 
Na química medicinal, a estrutura básica do cortisol é essencial para a 
atividade glicocorticoide, mas visando em ter melhores dados, percebe-se que 
fazendo permutações nessa estrutura, tem-se diferenças pertinentes em 
sua farmacocinética. 
Por exemplo, colocando uma dupla ligação no C6, um grupamento metila no 
C16 e um grupamento flúor no C9, retirando o agrupamento metila do C6, 
tem-se a dexametasona (corticoide mais forte disponível no mercado). 
Corticoides 
Esses são alguns dos corticoides e todos eles possuem o mesmo mecanismo de ação. O que os diferencia são seus 
aspectos farmacocinéticos. 
Grupo A 
✓ Análogos do cortisol (forma ativa) 
✓ São eles: prednisolona, metilprednisolona, 
fludrocortisona e dexametasona. 
✓ A diferença da dexametasona para a fludrocortisona 
é apenas um grupamento metila. 
✓ Todos esses fármacos possuem o grupamento 
hidroxila no C2, possuindo atividade glicocorticoide 
intrínseca, não necessitando de metabolismo. 
 
Grupo B 
✓ Análogos da cortisona (inativo) 
✓ Prednisona 
✓ Possui grupamento carbonila no C2, precisando ser 
biotransformado parater uma atividade biológica. 
Prednisolona x Prednisona 
Prednisolona: Usada quando o paciente sofre de disfunção hepática, uma vez que por já possui atividade, evita 
sobrecarregar o fígado. 
Prednisona: Pode ser administrada para as grávidas, sem efeitos adversos para o feto. Obs.: O fígado materno 
ativo a prednisona em prednisolona, porem a 11β-HSD 2 placentária converte novamente a prednisolona em 
prednisona inativa. Como o fígado não funciona na vida fetal, o feto, por sua vez, não é capaz de ativar a prednisona. 
Atenção.: cuidado ao administrar corticoide em grávidas, pois pode haver uma saturação das enzimas placentárias, 
fazendo com que prednisolona (ativa) atravesse a barreira e chegue até o feto. 
Classificação segundo o efeito 
Essa classificação foi feita do ponto de vista terapêutico, base para seguir com a prescrição desse tipo de fármaco. 
Em geral, esses fármacos possuem um efeito anti-inflamatório proporcional ao tempo de ação. E divide-se em 3 
grupos: 
1) Curta ação (1-12hr) 
o Usado em processo alérgico rápido e terapias de reposição de cortisol, devido ao baixo efeito anti-
inflamatório e relativa atividade mineralocorticoide. 
✓ Hidrocortisona > pode ser injetável, sendo preferível 
✓ Cortisona 
 
Farmacologia – Felipe Hugo 
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2) Ação intermediaria (12-36h) 
o Primeira escolha para tratamento anti-inflamatório e imunossupressor a longo prazo (ex.: DPOC, 
doenças autoimunes graves e transplante) – Uso em terapias longas, sendo necessário ajuste de 
dosagem. 
✓ Prednisona 
✓ Prednisolona 
✓ Metilprednisolona 
✓ Triancinolona 
 
3) Longa ação (36-55h) 
o Usados em terapias anti-inflamatórias 
agudas máximas (ex.: choque séptico, 
edema cerebral, rinite alérgica e asma) 
– Meia vida plasmática longa e 
atividade mineralocorticoide mínima. 
✓ Betametazona 
✓ Dexametasona 
 
Farmacocinética dos corticoides 
❖ São facilmente absorvidos 
❖ Mais de 90% dos corticoides absorvidos ligam-se as proteínas plasmáticas 
(transcortina); 
❖ Os metabólitos são conjugados com ácido glicurônico ou sulfato, e os produtos são 
excretados pelos rins; 
❖ Afinidade do fármaco pela 11β-HSD 2 – meia vida plasmática mais longa; 
❖ Capacidade lipofílica do fármaco; 
❖ Afinidade pelo receptor de glicocorticoides. 
 
Liberação do cortisol e modificação pelos fármacos 
Normalmente o CRH ativa a hipófise, que secreta ACTH, que estimula o córtex 
suprarrenal e este produz 30mg/dia de cortisol. 
Obs.: Eixo HHA 
O uso de cortisol exógeno, aumenta o feedback negativo 
sobre a suprarrenal e a hipófise, e com isso ocorre a 
diminuição da produção de cortisol endógeno, devido a essa 
atrofia corticossuprarrenal. 
Dessa forma, não pode haver a retirada abrupta do 
cortisol exógeno (medicamento corticoide), pois o corpo 
“acostumou” com essa administração e se isso occorer 
ocasionará uma Insuficiência Suprarrenal Secundaria. 
Esse conceito sugere o DESMAME. 
Obs.: O desmame não é realizado em fármacos tópicos ou 
de curto prazo. 
 
Farmacologia – Felipe Hugo 
Victoria Durand 
 
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Melhor horário para o desmame, é durante a manhã, pois 
mantem o pico de cortisol durante o dia e o pico de cortisol 
endógeno já promoveu o feedback negativo. Se o objetivo 
fosse a imunossupressão deveria ser tomado mais de 
duas vezes ao dia. 
 
 
 
 
 
Efeitos em níveis farmacológicos 
1. Atividade anti-inflamatória: 
▪ As COXs são inibidas pelos AINEs (ex.: ibuprofeno) e, dessa 
forma, não tem como converter o ácido araquidônico em 
prostaglandinas. No caso dos glicocorticoides os seus efeitos 
vão se dar pelo fato de os glicocorticoides não permitirem 
que um fragmento de gene responsável pela produção da 
fosfolipase A2 seja transcrito. Dessa forma não tem a 
produção da fosfolipase A2 que converte os fosfolipídios de 
membrana em acido araquidônico. Sendo assim, não tem como 
ocorrer a produção dos mediadores inflamatórios, seja os 
promovidos pelas COXs, seja os produzidos pela 5-
lipoxigenase. 
 
2. Atividade imunossupressora; 
▪ Embora não tenha muitas coisas especificas, sabe-se que 
glicocorticoides podem atuar diretamente na inibição de 
genes pró inflamatórios e na produção de fatores que vao 
ser usados como segundos mensageiros no processo 
inflamatório. 
 
3. Aumento a susceptibilidade aos processos infeciosos; 
4. Elevam os níveis plasmáticos de glicose; 
5. Hiperparatireodismo secundário - ↓ da absorção de cálcio mediada pela vitamina D; 
6. Osteoporose; 
7. Diminuição do crescimento linear do osso; 
8. Atrofia seletiva das fibras musculares de contração rápida; 
9. Hipertensão; 
10. Redistribuição característica da gordura. 
 
Farmacologia – Felipe Hugo 
Victoria Durand 
 
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Efeitos adversos 
▪ DM e Hiperglicemia (aumento da gliconeogênese – monitorar em pacientes com DM); 
▪ Aumento da Glicemia > Hiperglicemia 
o Atrofia das fibras de contração rápida; 
o Redistribuição da gordura (relação com a Síndrome de Cushing). 
▪ Diminuição de Ca+2 mediada pela Vitamina D e aumento da excreção de Ca+2 > Osteoporose; 
▪ Aumento de Na+ > Hipertensão; 
▪ Retardo do crescimento em crianças; 
▪ Desenvolvimento de úlcera péptica (aumento da secreção gástrica – monitorar esses pacientes); 
▪ Glaucoma (baixo efluxo do humor aquoso); 
▪ Osteoporose (por: diminuição de osteoblasto e absorção de Ca2+ e aumento de osteoclasto); 
▪ Distúrbios Emocionais (Alucinações, Euforia e Depressão e alteração do sono) – principalmente relacionada ao 
uso de Dexametasona; 
▪ Hipopotassemia; 
▪ Edema periférico generalizado (estrutura semelhante da Aldosterona – retendo sal e água); 
▪ Aumento do apetite; 
▪ Aumento da susceptibilidade para infecções (EX: candidíase oral em usos por via oral). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contra indicações/ precauções 
▪ Infecções disseminadas (devido a imunossupressão); 
▪ Gestantes (problemas fetais); 
▪ Atrofia muscular e psíquicas; 
▪ DM e Osteoporose; 
▪ Úlcera péptica

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