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Eduarda Miot Panazzolo 4 EXAME DO ESTADO MENTAL Aparência · Primeira característica observada: vestimenta, cuidado e higiene pessoal, como ele observa o médico, impressões iniciais do paciente, se família vem junto, aperto de mão, como se posiciona durante o atendimento, etc. Consciência · É o estado de clareza do sensório (lucidez), avalia aspecto neurológico. a) Obnubilação: Grau mais leve de alteração de consciência. Clareza mental não é completa e os estímulos normais já não produzem percepção clara, sendo necessário aumento da intensidade do estímulo para que seja percebido. b) Confusão/desorientação: Presença de desorientação e dificuldade de compreensão, mesmo com aumento da intensidade do estímulo. É preciso situar o paciente quanto ao tempo/espaço. c) Estupor/imobilidade: Além do que ocorre no estado de confusão, já chama atenção a imobilidade do paciente, e os pensamentos conscientes estão suspensos. Com mais esforço, consegue orientá-lo. d) Coma: Há abolição da consciência e existem diferentes graus de coma. Atenção · Capacidade de direcionar a concentração da atividade mental sobre determinado objeto ou estímulo. 1. Tenacidade: capacidade de manter a atenção em um único estímulo. a) Hipertenacidade: atenção está voltada permanentemente para um único sentido ou estímulo. b) Hipotenacidade: rebaixamento da atenção, dificuldade de ficar atento a um único estímulo. 2. Vigilância: capacidade de mudar os focos de atenção. a) Hipervigilância: troca facilmente os focos de atenção. b) Hipovigilância: há dificuldade em mudar o foco da atenção para um novo estímulo. Sensopercepção · É formada pela sensação e pela percepção. A sensação é o trajeto que o estímulo faz desde a recepção sensorial até o córtex, e a percepção transforma o estímulo que chegou ao córtex em fenômeno psíquico. Patologias podem ser divididas em quantitativas e qualitativas. · Quantitativas: a) Hiperestesia: aumento da percepção. b) Hipoestesia: diminuição da percepção. c) Anestesia: sem percepção. · Qualitativas: a) Ilusão: distorção da percepção ou do estímulo real. b) Alucinação: percepção sem objeto real; não há estímulo do sensório; há percepção, porém não há crítica. I. Pode ser auditiva, visual, cinestésica, cenestésica. c) Alucinose/pseudoalucinação: alucinação com juíxo crítico sobre ela; não existe estímulo, mas há percepção e crítica. Orientação · Faz-se a avaliação em relação ao tempo, espaço e a própria pessoa. · Importante para saber o quanto o paciente está conectado a si mesmo. · Patologia da orientação: a) Desorientação alopsíquica: temporoespacial ou em relação ao ambiente externo. b) Desorientação autopsíquica: em relação à própria pessoa. Memória · Capacidade de fixar, conservar e evocar fatos. São etapas do processo mnêmico. · Patologia da memória (quantitativas): a) Hipermnésia: aumento simples da memória e lembranças de detalhes de um acontecimento que a maioria das pessoas não lembrariam. b) Hipomnésia (global): dificuldade de lembrar elemento do dia a dia. · Pode ser subjetiva (paciente se queixa de perda de memória) ou objetiva (avalia-se com as três palavras - CASA, VASO E TIJOLO -, a memória episódica, logo em seguida e, após 5 minutos, a memória de longa duração). c) Amnésia: perda de memória. · Anterógrada: perda de memória mais presente. · Retrógrada: perda de memória mais longínqua. · Amnésia lacunar: estresse pós-traumático, apagão de uma janela de tempo específica. · Falsificação de memória: paciente pode, até mesmo, preencher essa lacuna com outra falsa memória. Pensamento · Através dele produzimos, associamos e fazemos críticas às nossas ideias. · É avaliado quanto a: a) Produção: avalia o juízo crítico de realidade de um indivíduo; conteúdo trazido pelo paciente é lógico (maioria dos pacientes, com juízo de realidade) ou mágico (sem juízo de realidade). b) Curso: como as ideias se juntam e se associam ao longo do tempo. · Coerência. · Fuga de ideias: aumento na atividade associativa e desvio rápido na conexão entre as ideias. · Desagregação: não consigo entender o que o paciente quer dizer, pois há perda do fio associativo. · Inibição: não avança no discurso, pensamento lentificado, lentificação do processo associativo. · Bloqueio/interceptação: interrupção no curso do pensamento. · Prolixidade: falar demais, minuciosidade excessiva no pensamento, colocar detalhes desnecessariamente. c) Conteúdo: é a temática do pensamento. · Delírios: conjunto de ideias e crenças irreais, porém aceitas pelo juízo de realidade, são irredutíveis (não é possível convencer o paciente de sua irracionalidade); há varios tipos de delírio: grandeza, persecutório, influência, ciúme, hipocondríaco, descendência, místico, etc. Ps: delirium é uma síndrome organomental, a qual pode cursar com delírio. Pode ocorrer em casos de abstinência alcóolica grave. · Outras patologias do conteúdo: ideias supervalorizadas, obsessões, fobias, ideação suicida, etc. Linguagem · É o conjunto de sinais que utilizamos para expressar nossos pensamentos e sentimentos. Pode ser oral, mímica ou escrita. · Patologia da linguagem oral (não orgânicos): a) Taquilalia: acelerar a fala. b) Bradilalia: lentificar a fala, sempre comparando com o estado normal do paciente. c) Ecolalia: repetir as últimas palavras do interlocutor ao som de eco. d) Mutismo: anamnese impossível de ser feita, é chamado um familiar. Inteligência · Capacidade de usar da experiência para resolver novos problemas ou a totalidade das habilidades cognitivas (aprendizado). · Patologias da inteligência: são as deficiências mentais e seus níveis (leve, moderado, grave e profundo). · Pode ser avaliado por teste de QI. a) Deficiência mental leve: QI entre 50-70. b) Deficiência mental moderada: QI entre 40-50. c) Deficiência mental grave: QI entre 20-40. d) Deficiência mental profunda: QI menor que 20. Afeto/humor · Aqui são examinados as emoções, as experiências afetivas, o humor, o prazer. · Patologias do afeto/humor (de origem psicogênicas): a) Depressão: humor rebaixado comparado ao humor normal e, normalmente, não há condição causa/efeito. Alguns pacientes podem relatar, ao invés de tristeza, a ausência de sentimentos. b) Euforia: humor elevado sem motivo aparente ou inadequado à realidade. c) Ambivalência: dúvida afetiva, “quero ir, mas não quero ir”, gera ambitendência. Sentimentos contraditórios frente ao mesmo estímulo e ao mesmo tempo, na maioria das vezes. d) Rigidez: não há modulação do humor, “não sinto mais nada”, efeito colateral de alguns antidepressivos. e) Embotamento: cronificação da rigidez, levando ao empobrecimento geral do paciente. f) Indiferença/afeto histriônico: indiferença frente a um estímulo anteriormente relatado como importante. g) Labilidade: mudanças rápidas de afeto, crianças e deficientes mentais (afeto pueril). h) Ansiedade: sensação de angústia, aperto no peito, preocupações, apreensão, expectativas negativas, etc. Conduta · Tendência à ação. É uma forma de um impulso se manifestar. · Patologia (de etiologia emocional): a) Hiperatividade: aumento acentuado da atividade de um paciente, não termina uma tarefa e já inicia outra. b) Hipoatividade: lentificação, sente corpo pesado. c) Esteriotipias: ações repetitivas, principalmente de mandíbula, tronco e língua. d) Catalepsia: paciente fica imóvel em posição qualquer, não consegue auscultar a FC. e) Flexibilidade cérea: movimentos em forma de boneco de cera ou paralisia em uma posição por horas. f) Negativismo: paciente não faz o que o médico pede ou faz o contrário do pedido. g) Obediência automática: contrário do anterior. h) Anedonia: perda de prazer em sexo, trabalho, sono e apetite.
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