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Apostila M1 BNCC

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Culturas Digitais
O que precisamos saber 
sobre a BNCC?
IDEIAS INICIAIS
O QUE É A BNCC?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento oficial criado para balizar a 
elaboração de currículos de educação básica. Como seu nome já afirma: é a base que deve 
nortear a construção de currículos nacionais, pois ela oferece parâmetros organizativos. Ela 
é assim definida:
um documento de caráter normativo que define o conjun-
to orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que 
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e 
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham 
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvi-
mento, em conformidade com o que preceitua o Plano Na-
cional de Educação (PNE).
Já em sua apresentação, o documento mostra uma dupla afirmativa: normatiza e confirma 
direitos. Nesse sentido, a BNCC é um documento que se estabelece como norma e parâ-
metro para a qualidade da educação para todos, estabelecendo um patamar que qualifica 
da mesma maneira aquilo que deve compor minimamente todos os currículos escolares. 
Desse modo, pretende superar uma dicotomia histórica entre redes de ensino ou diversi-
dades locais . No entanto, cabe salientar que é um documento basilar, parametrizador, não 
impedindo construções locais. 
Quando o documento aponta a questão da qualidade, é importante considerar a extrema 
desigualdade encontradas nos currículos brasileiros. Da mesma maneira que não é possível 
considerar um Brasil único em suas possibilidades de vida, também não é possível consi-
derar a escola com um único modelo institucional. São muitos brasis dentro do Brasil e 
muitas escolas sendo praticadas em território nacional. Tantas as diversidades, tantas as 
desigualdades.
Ao dizer que a BNCC foi criada com a intenção de garantir um ensino de qualidade como 
direito de todos, ela representa um salto qualitativo que devolve ao currículo o que a LDB 
preconiza: escola como espaço de garantia de direitos. 
A BNCC está organizada de modo a contemplar os diferentes níveis de ensino e em compe-
tências e habilidades. Estabelece dez competências gerais que se articulam para garantir 
a qualidade do currículo que deve ser praticado nas escolas, criando uma ideia de integra-
ção que possibilita entender as práticas pedagógicas para além das questões puramente 
cognitivas, criando uma conjugação de fatores coerente com a complexidade de um sujeito 
pós-moderno.
O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE A 
BNCC? - IDEIAS INICIAIS
bncc: praticas e culturas digitaisloja.isesp.edu.br
Assim como são muitos brasis, escolas e currículos praticados, também são múltiplas e 
diversas as infâncias e as juventudes que se constroem por meio dos currículos . Pessoas e 
identidades que dialogam com as práticas pedagógicas. Pessoas que aprendem e ensinam, 
sentem, tem desejos, medos, ideias. Interagem, sonham, criam. Falam de si e de outros. Sa-
bem coisas, aprendem de modos diversificados. Tem projetos ou querem tê-los. 
As competências, na BNCC se definem “como a mobilização de conhecimentos (conceitos 
e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores” 
. Ainda segundo o documento, as competências são descritas com propósito de criar liga-
ção com a vida real – complexa – e garantir o “pleno exercício da cidadania e do mundo 
do trabalho.”Como garantir uma educação que possibilite o pleno exercício da cidadania? 
Como o mundo do trabalho pode ser acessado a partir de uma formação mais qualificada? 
Compreender o que a BNCC propõe requer análise e crítica para transformar o currículo 
em lugar e espaço de identidades plurais e complexas, um real lugar de fala e práticas cul-
turais diversas. 
Ao analisar o documento, percebe-se que as Competências Gerais se conectam e se com-
plementam, para que esse sujeito complexo possa acessar e se desenvolver em um mundo 
de possibilidades, tornando-se cidadão apto a fazer escolhas e desenvolver projetos de vida. 
Certamente, o currículo é espaço de disputa, de contestações, de escolhas . Por que um 
conteúdo ao invés de outro, porque uma prática no lugar de outra? Da mesma maneira, as 
escolhas colocadas em questão na BNCC são escolhas que representam uma determinada 
concepção. Por isso, cabe analisar os motivos da proposta.
Mas, esse já é outro assunto.
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 KÁTIA HELENA ALVES PEREIRA
Possui doutorado e mestrado em Linguagem e Edu-
cação pela FEUSP. Especialização em Psicopedagogia 
(UNIP). Graduação em Artes Plásticas pela Faculdade 
de Belas Artes de São Paulo e em Pedagogia pela 
Universidade 9 de Julho. Coordenadora pedagógica 
da Digital House Schools. Atuação profissional como 
coordenadora pedagógica e professora da educação 
básica. Coordenadora e docente de cursos de for-
mação continuada para professores. Autora de livros 
para professores. Artista plástica e pesquisadora da 
cultura popular brasileira.
SOBRE A AUTORA
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