Buscar

Microbiologia - Estafilococos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MICROBIOLOGIA
AGRESSÃO E DEFESA DO ORGANISMO: RELAÇÃO PARASITA-HOSPEDEIRO
COCOS GRAM POSITIVOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 
@kelly.c.cabral
1. STAPHYLOCOCCUS: SÃO PRODUTORES DE CATALASE 
2. STREPTOCOCCUS: NÃO PRODUZ CATALASE 
3. ENTEROCOCCUS: NÃO PRODUZ CATALASE
ESTAFILOCOCOS
TESTE DA CATALASE 
A catalase é uma enzima que catalisa a transformação do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. 
• Quando mistura uma solução de água oxigenada com Staphylococcus, observa-se um borbulhamento (liberação de O2). 
• Quando a solução de água oxigenada é misturada com Streptococcus ou Enterococcus não há a quebra da água
oxigenada (sem borbulhamento).
A apresentação desses gêneros na lâmina não é suficiente
para identificação!!!! --> É preciso de testes laboratoriais. 
- A prova da catalase diferencia o gênero Staphylococcus
dos outros, pois são produtoras de catalase, enquanto
Streptococcus e Enterococcus não são produtoras
ESTAFILOCOCOS
• Cocos Gram positivos --> Agrupados geralmente em “cacho de uva”.
• Bactérias Não esporuladas: não formam esporos. 
• Metabolismo facultativo: podem utilizar o oxigênio por via oxidativa ou
queimar o substrato sem a utilização do O2 (via fermentativa). 
• Halotolerantes: crescem em meios de alta osmolaridade - até 10% de NaCl.
PRODUZ COAGULASE (COAGULASE +): 
ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA HUMANA 
NÃO PRODUZ COAGULASE (COAGULASE -): 
• S. aureus
• S. epidermidis 
• S. saprophyticus 
• S. haemolyticus
TESTE DA COAGULASE 
A enzima coagulase catalisa a transformação de fibrinogênio em
fibrina, possibilitando a coagulação do plasma. O teste é feito
incubando uma cultura de bactéria junto com plasma de coelho. 
• Quando a bactéria utilizada for “coagulase +” haverá a
formação de coágulo e, consequentemente, a
transformação de fibrinogênio em fibrina. 
• Já quando a bactéria é “coagulase –” não há formação
de coágulos.
DOENÇAS CAUSADAS POR S. AUREUS 
INFECÇÕES PURULENTAS 
--> Se devem à capacidade de invasão dos tecidos pelos estafilococos. 
--> Há geração de pus (purulenta). --> A partir da invasão de um tecido, o corpo
responde com uma reação inflamatória (primeira resposta do organismo) provocada
pelos PAMPs. 
Infecções superficiais da pele causadas por S.
aureus. Em geral se dão na epiderme ou na derme.
PIODERMITES
1. Foliculite --> a bactéria invade o folículo piloso
e provoca reação inflamatória.
2. Furúnculo: ocorre quando a bactéria consegue
chegar em uma camada mais profunda da pele,
no local de inserção do pelo. Seu processo
inflamatório é mais intenso. 
1. Por que S. aureus é tão frequente em infecções da pele?
→ A explicação está relacionada a composição da sua parede celular, que é composta por peptídeo glicano, ácidos
teicóicos, açúcares e proteínas. Logo, esse perfil de composição tem um papel muito importante na sua patogenia.
3. Hordéolo (terçol): quando a bactéria invade o folículo piloso dos
cílios.
4. Impetigo --> bactéria fica na região da epiderme
São infecções de tecidos profundos causadas por S. aureus.
Ocorrem, em sua maioria, no tecido subcutâneo.
CELULITE
--> Essa infecção (causada por S. aureus) pode ocorrer em
tecidos ainda mais profundos, como: 
• Osteomielite 
• Artrite séptica 
• Abcesso 
• Pneumonia 
• Pielonefrite 
• Endocardite 
• Embolia séptica
• Disseminação hematogênica 
A partir dessas localizações mais profundas o S.aureus ainda pode causar infecções sistêmicas disseminadas: a bactéria cai
na corrente sanguínea e faz disseminação hematogênica, podendo evoluir para um quadro ainda mais grave (sepse =
citocinas pró-inflamatórias em grande quantidade).
INFECÇÕES SISTÊMICA CAUSADAS POR S. AUREUS 
--> Ácidos teicoicos e lipoteicoicos --> São característicos de bactérias Gram positivas e estão relacionados com a
ligação da bactéria com o tecido do hospedeiro. 
- O ácido teicoico tem a capacidade de se ligar à fibronectina. --> A fibronectina é uma proteína de
sustentação que temos nos tecidos e que está exposta em tecido lesados. 
- Assim, o S. aureus, por essa facilidade de se ligar a fibronectina, normalmente se instala em tecidos lesados. 
--> Fator de agregação --> O fator de agregação tem capacidade de:
• Ligação ao fibrinogênio 
• Ligação à fibrina 
• Ligação a colágeno 
• Ligação à fibronectina 
• Ligação à elastina: são diferentes proteínas de sustentação da pele. 
- Assim, tem-se novamente a colonização de tecidos lesados. 
2. Por que o S. aureus resiste aos mecanismos de defesa?
→ A explicação está relacionada a composição da sua parede celular.
--> Cápsula - Localizada externamente à parede há uma cápsula formada por polissacarídeos que dificulta a
fagocitose. e isso tem 2 aspectos importantes. São eles:
- Enquanto a bactéria não é fagocitada ela progride (continua invadindo) no tecido.
- A bactéria fica revestida com anticorpos produzidos contra a cápsula (Resposta específica ao Antígeno K). 
--> Esses anticorpos funcionam como uma ponte entre o fagócito e a bactéria: fagocitose opsonizada.
--> Proteína A --> A bactéria, por sua vez, apresenta um mecanismo de escape contra a fagocitose opsonizada:
proteína A. 
- Essa proteína tem a capacidade de se ligar (afinidade) pelo FC das imunoglobulinas (principalmente IgG-1, IgG-2
e IgG-4). Essa porção da imunoglobulina funciona como fator de opsonização na fagocitose. 
- Assim, tal estratégia protege as bactérias da fagocitose opsonizada, sendo, então, um mecanismo de evasão. 
3. Por que S. aureus determina reação inflamatória intensa?
→ Isso porque o peptideoglicano funciona como PAMP, que ativa as células humanas a responderem com inflamação.
Acarreta a liberação de IL-1, IL-6 e TNF alfa, sendo a interleucina-1 muito importante para produção de pirógenos,
acarretando febre e também na atração de polimorfonucleares.
4. Por que S. aureus determina produção intensa de pus?
→ Isso porque a produção de pús se deve pela produção de citolisinas pelas bactérias, que atuam sob as células
humanas. Provocam lise de células do hospedeiro, dentre elas, os fagócitos que foram atraídos. O acúmulo das células
necrosadas, os piócitos, leva ao acúmulo de secreção purulenta no local
5. Por que S. aureus determina a formação de abscessos?
→ Estrutura do abcesso: a parede do abcesso é formada pelas células do hospedeiro, principalmente neutrófilos
recrutados para o local da infecção, e também por uma rede de fibrina que se deposita em torno da área invadida,
circunscrevendo a área invadida. Dentro do abscesso estão presentes ás células fagocitárias mortas pelas citolisinas.
→ Participam da parede do abscesso o peptidioglicano da bactéria, provocando a atração de neutrófilos e também a
coagulase produzida pela bactéria (catalisa a formação de fibrina a partir de fibrinogênio).
6. Como S. aureus se dissemina para outros tecidos?
→ A partir do processo infecioso localizado, pode se disseminar e escapar para outros tecidos, para rede linfática e para
o sangue, por ser produtor de várias enzimas que contribuem para destruição dos tecidos do hospedeiro → Enzimas
extra-celulares produzidas pelo S. aureus: fibrinolisina, hialuronidase (ácido hialurônico é uma das proteínas de
sustentação do nosso tecido), lipases, proteases.
→ No sangue tem dois mecanismos de sobrevivência - a cápsula, que protege contra a fagocitose, e a proteína A, que
protege da fagocitose opsonizada → No sangue fará então a disseminação hematogênica - se espalhar por todo o
organismo, acarretando uma infecção mais disseminada.
Essa bactéria frequentemente libera toxinas para o meio externo (exotoxinas), as quais tem um efeito no organismo do
hospedeiro. -> Normalmente essas toxinas são de natureza proteica. São elas: 
• Toxina esfoliativa ou esfoliatina ou toxina epidermolítica: responsável pela Síndrome da Pele Escaldada em recém-
nascidos e pelo Impetigo Bolhoso em adultos 
• Toxina da síndrome do choque tóxico (TSST) 
• Enterotoxinas: toxinas que atuam no trato gastrointestinal provocando quadros de intoxicação alimentar. A
enterotoxina B e C também pode causar choque tóxico.
• É produzidapor 5 a 10% das amostras de S. aureus. 
• Responsável pela clivagem dos desmossomas da camada granulosa da pele → descolamento da epiderme. 
--> (Os desmossomas são junções entre as camadas da pele). 
• Em recém-nascidos causa a Síndrome da Pele Escalda ou Doença de Ritter. 
• Em crianças e adultos determina o Impetigo Bolhoso.
TOXINA ESFOLIATIVA (ESFOLIATINA OU TOXINA EPIDERMOLÍTICA)
• Funciona como um superantígeno. 
• Produzida por 15% das amostras de S. aureus. 
• Faz ativação polioclonal (até 25% das células T reconhece o Ag). Essa toxina ao funcionar como um superantígeno tem
a propriedade de realizar uma ativação polioclonal de linfócitos T (indiscriminada/indiferenciada), o que gera uma grande
produção de interleucina-2 (IL-2) e, consequentemente, de TNF-α. 
TOXINA DA SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO (TSST) 
DOENÇAS RELACIONADAS A TOXINAS
SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO 
Tríade característica: 
• Febre 
• “Rash” cutâneo: é uma lesão cutânea. 
• Choque: hipertensão e perda da perfusão sanguínea nos órgãos
• São produzidas por 30 a 50% das amostras de S. aureus. 
• Pode ser produzida por estafilococos do grupo coagulase negativo. 
• Classificadas imunologicamente em A, B, C, D, E, G até M. 
• São termoestáveis (100ºC/30 min). 
• São resistentes ao pH gástrico e às enzimas digestivas. 
• Quando ingeridas causam intoxicação alimentar. 
• No TGI fazem estimulação vagal → retroperistalse (peristaltismo no sentido contrário), acarretando emese (vômito). 
• Produzidas sistemicamente (em particular a “B” e “C”) causam SST.
ENTEROTOXINAS ESTAFILOCÓCICAS 
GRUPO COAGULASE NEGATIVO (-): 
1. S. saprophyticus: infecções do trato urinário em mulheres jovens sexualmente ativas. 
2. S. epidermidis: infecções associadas a cateteres, próteses e outros materiais de implante em tecidos (biomateriais).
INFECÇÕES CAUSADAS PELO GRUPO COAGULASE NEGATIVO
• É o quadro mais comum de doença causa pelo S. aureus mediada por toxina. 
• Taxa de ataque alta 
• Período de incubação: 30 minutos a 8 horas 
• Sinais e sintomas:
✓ Náuseas 
✓ Vômitos 
✓ Cólicas intestinais 
✓ Diarreia 
• Período de estado: 1 a 2 dias 
• Taxa de mortalidade baixa 
• Prevenção: 
✓ Evitar exposição dos alimentos a temperaturas perigosas 
✓ Controle dos portadores nasais 
✓ Higiene rigorosa 
✓ Uso de luvas
Causam infecções do trato urinário em mulheres jovens sexualmente ativas. Fazem parte da microbiota do reto (intestino
grosso). A partir dessa localização, eles podem facilmente colonizar a região do períneo. --> Essa colonização é ainda mais
propícia de ocorrer nas mulheres devido a sua estrutura anatômica. 
S. SAPROPHYTICUS 
Essas bactérias, então, ganham acesso a uretra, onde aderem à mucosa local. Posteriormente se direcionam para a bexiga,
local onde são responsáveis pela infecção urinária. 
- Esse é um exemplo clássico de uma infecção oportunista: uma bactéria da microbiota do indivíduo (nesse caso,
mulheres), ao ganhar acesso a outros locais, causam infecções. --> OBS: É mais comum em mulheres jovens com vida
sexual ativa, uma vez que a relação sexual pressiona o períneo e, assim, facilita o transporte das bactérias para a uretra. 
Causa infecções que estão associadas a biomateriais. Fazem parte da microbiota da pele. 
S. EPIDERMIDIS 
• Formação do biofilme por S. epidermidis --> Algumas bactérias são capazes de produzir biofilme (O biofilme confere a
essas bactérias a capacidade de aderir aos materiais de implantes médicos.). --> O S. epidermidis é uma delas. 
• Resistência a defesas do hospedeiro e a antimicrobianos --> A formação do biofilme contribui para o desenvolvimento
da infecção por aumentar essa resistência. 
• Redução da resposta inflamatória do hospedeiro --> O biofilme recobre os PAMPs (sinalizadores) das bactérias,
reduzindo a resposta.
A escolha do tratamento deve ser baseada no teste de sensibilidade a antimicrobianos (TSA).
TRATAMENTO DAS INFECÇÕES ESTAFILOCÓCCICAS 
STAPHYLOCOCCUS AUREUS 
• 1940: primeiro antimicrobiano utilizado contra os estafilococos (penicilina). 
• 1950: surgiram S. aureus resistentes à penicilina (produtoras de B-Lactamase). 
• Foi desenvolvido um medicamente resistente a ação da B-Lactamase: meticilina e seus derivados. 
• 1961: surge S. aureus resistentes à meticilina, oxacilina (MRSA) e a todos os antimicrobianos βlactâmicos → essa
resistência se deu devido a uma alteração de PBPs (proteínas de ligação da penincilina). --> Assim, bactérias com PBPs de
baixa afinidade não respondem aos antimicrobianos βlactâmicos.
• Uma alternativa encontrada foi o uso da vancomicina. 
• 1990: amostras com sensibilidade reduzida à vancomicina (resistência intermediária) → VISA 
• 2002: surge bactéria com resistência completa à vancomicina → VRSA
ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS 
1. Vancomicina 
2. Daptomicina 
3. Estreptograminas (quinupristina-dalfopristina) 
4. Linezolida 
5. Ceftarolina 
--> Todas são indicadas para amostras resistentes à meticilina (MRSA).

Continue navegando