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Cil��� Ro��� _________________________________________________________________________ 1. Entender o manejo clínico da diabetes gestacional; 2. Compreender a conduta em relação ao fator Rh do binômio mãe-filho; 3. Conhecer a orientação para gestantes com náuseas; 4. Entender as complicações do tabagismo durante a gestação (incluir fumantes passivas); 5. Entender a sífilis no contexto de uma gestação (cuidados, tratamentos, transmissão via placentária); 6. Aprender a indicação e esquema de uso de sulfato ferroso (em casos de anemia ou não) e ácido fólico; 7. Relembrar a indicação das USG na gestação e o que é avaliado em cada uma; 8. Revisar o calendário vacinal da gestação; 9. Compreender o fluxograma dos exames de rotina na gestação de baixo risco da APS (sumário, urocultura, hemograma e sorologias); 10. Discutir sobre bacteriúria em gestantes; 11. EX T RA: Compreender como deve ser o protocolo/conduta da transmissão de notícias como ISTs às gestantes. Cil��� Ro��� 1. Entender o manejo clínico da diabetes gestacional; Definição DMG: ● A glicemia de jejum for ≥ 92mg/ dL e ≤ 125mg/dL; ● Pelo menos um dos valores do TOTG com 75g, realizado entre 24 e 28 semanas de idade gestacional, for ≥ a 92mg/dL no jejum; ≥ a 180 mg/dL na primeira hora; ≥ a 153 mg/dL na segunda hora. O TOTG 75g é preconizado para todas as gestantes que não apresentaram critérios para o diagnóstico de DMG ou DM no início da gravidez. TRATAMENTO O tratamento do diabetes mellitus na gestação visa ao controle glicêmico estrito, com o objetivo de conseguir a normoglicemia e, com isso, diminuir as complicações maternas e fetais para frequências semelhantes àquelas observadas em gestações normais. É importante que a gestante possa se adaptar às mudanças que ocorrem durante a gestação. Mesmo mantendo controle dietético excelente, a resistência e, portanto, a necessidade de insulina irão aumentar durante a gestação, o que pode levar à introdução desse medicamento ou mesmo a frequentes ajustes de dose de insulina. A parceria entre a gestante e a equipe que irá atendê-la é essencial e será fator determinante no sucesso da gestação. Dieta Exercícios físicos Insulinoterapia Monitorização glicêmica (Automonitorização com glicosímetro): Valores ● Jejum e pré-prandial: Até 95 mg/dL ● 1h pós-prandial: Até 140 mg/dL Diabetes Pré-Gestacional ou DMG em uso de insulina (Perfil glicêmico completo (6x ao dia)) ● Jejum ● Pré-prandial (Almoço e Jantar) ● 1 hora pós-prandial (Café da manhã, Almoço e Jantar) DMG (Tratadas com medidas não farmacológicas) (Perfil glicêmico simplificado (4x ao dia)) ● Jejum ● 1 hora pós-prandial (Café da manhã, Almoço e Jantar) Cil��� Ro��� Referências: Zugaib obstetrícia / editor Marcelo Zugaib; editora associada Rossana Pulàneli Vieira Francisco; [ilustrações Sírio José Braz Cançado). - 3. ed. - Barueri, SP: Manole, 2016. Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. Brasília, DF: OPAS, 2019. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-gestacional-relato rio.pdf. Acesso em: 26 de maio de 2021. 2. Compreender a conduta em relação ao fator Rh do binômio mãe-filho; A imunoglobulina anti-D deve ser administrada em mulheres grávidas D-negativas que estão expostas a células vermelhas do D-positivo fetais, estando em risco para o desenvolvimento de anticorpos anti-D e nas seguintes situações: ● Entre a 28ª e a 34ª semana de gestação de todas as mulheres com Coombs indireto negativo e com parceiros Rh positivos. ● Após o parto de mães com Coombs indireto negativo e recém-nascidos Rh positivo. ● Em casos de aborto e ameaça de aborto. ● Gravidez molar nas primeiras 12 semanas. ● Gravidez ectópica nas primeiras 12 semanas. ● Biópsia de vilosidades coriônicas, cordocentese e amniocentese. ● Hemorragias transplacentárias. ● Procedimentos invasivos. Todas as mulheres com Rh-negativo não sensibilizadas (Coombs indireto negativo) devem receber 300 mcg de imunoglobulina anti-D nas primeiras 72 horas após o parto de um recém-nascido com Rh-positivo e Coombs direto negativo. Também deve ser indicada imunoglobulina, dentro de 72 horas, após abortamento, gestação ectópica, gestação molar, sangramento vaginal ou após procedimentos invasivos (amniocentese, biópsia de vilo corial, cordocentese) quando o pai é Rh+ e a mãe é Rh-. https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-gestacional-relatorio.pdf https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-gestacional-relatorio.pdf Cil��� Ro��� A doença hemolítica perinatal (DHP) caracteriza-se pela hemólise fetal, com suas múltiplas e graves repercussões sobre a vitalidade do feto. É decorrente da incompatibilidade sanguínea materno-fetal, em que anticorpos maternos atravessam a barreira placentária e agem contra antígenos eritrocitários fetais. Ocorre, neste caso, uma reação antígeno-anticorpo que promove a hemólise eritrocitária. Isso representa, em maior ou menor grau, o principal determinante das diversas manifestações clínicas da doença (anemia, hipóxia). Imunoglobulina anti-D é inadvertidamente omitido - Se imunoglobulina anti-D é omitida inadvertidamente após o parto ou um evento potencialmente sensibilizante, deve ser dada o mais rapidamente possível após o reconhecimento da omissão. Proteção parcial é oferecida com a administração no prazo de 13 dias após o nascimento ou evento potencialmente sensibilizante, e alguns especialistas recomendam administrar tão tarde quanto 28 dias. Mulheres que não devem receber imunoglobulina anti-D - Mulheres D-negativo que têm anticorpos anti-D não devem receber imunoglobulina anti-D: Não é eficaz, uma vez que aloimunização ao antígeno D ocorreu e não vai impedir um aumento no título materno. Gestantes Rh negativo submetidas à laqueadura tubária também deverão receber imunoglobulina anti-D. A dose poderá ser maior que a habitual (300µg) se o risco de hemorragia feto-materna volumosa for significativo. Referências: BVS Atenção Primária à Saúde. Em que situações e momento da gestação uma mulher Rh negativo deve receber imunoglobulina anti-Rh?. Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/em-que-situacoes-e-momento-da-gestacao-uma-mulher-r h-negativo-deve-receber-imunoglobulina-anti-rh/. Acesso em: 03 de jun de 2021. 3. Conhecer a orientação para gestantes com náuseas; Enjoos e vômitos – são comuns nos primeiros meses de gravidez. Evite ficar muito tempo sem se alimentar e escolha alimentos mais secos (bolachas de água e sal, pão) ou frutas, de acordo com seu desejo. Caso vomite, faça apenas bochecho com água e aguarde meia hora para escovar os dentes. Anamnese A presença de náuseas significa redução do aporte alimentar e da ingesta de água, com efeitos negativos sobre a gravidez. Nos casos mais graves, pode haver a informação de perda ponderal e diminuição do volume urinário. Avaliar dados epidemiológicos familiares (principalmente mães e irmãs com o mesmo problema) e pessoais da gestante, bem como correlacionar com sangramento vaginal e cogitar sempre a doença trofoblástica gestacional. https://aps.bvs.br/aps/em-que-situacoes-e-momento-da-gestacao-uma-mulher-rh-negativo-deve-receber-imunoglobulina-anti-rh/ https://aps.bvs.br/aps/em-que-situacoes-e-momento-da-gestacao-uma-mulher-rh-negativo-deve-receber-imunoglobulina-anti-rh/ Cil��� Ro��� Exame físico Nos casos de média ou maior intensidade, o exame físico pode identificar sinais de desidratação e até redução do peso. Além disso, esses distúrbios metabólicos são arrolados também como fatores que interferem negativamente sobre o neurodesenvolvimento embrionário e fetal.(9) Exames laboratoriais Sugere-se avaliar inicialmente (náuseas de menor gravidade) o hemograma, sódio e potássio, sorologias para não vacinadas (teste para sífilis, HIV, toxoplasmose, rubéola e hepatites A, B e C),testes de função renal, testes de função hepática, amilase, TSH/T4 livre, sumário de urina e urocultura. Esses exames podem ser dispensáveis quando as primeiras condutas terapêuticas já mostram bons resultados.(10) A ultrassonografia está indicada para descartar casos de doença trofoblástica. Igualmente, pode identificar gestação gemelar, situação em que as NVGs são mais frequentes. Pesquisa de HP, via endoscopia digestiva alta, comprova esse fato.(11,12) Dentre os vários escores propostos na literatura, sobressai o Pregnancy Unique Quantification of Emesis (PUQE) (Quadro 1). TRATAMENTO As possibilidades de tratamento para mulheres portadoras de NVG podem ser divididas em farmacológica e não farmacológica, dependendo da forma que se classifica a intensidade do quadro.(14) O grupo (Apoio Psicoemocional, Medidas Alimentares e Mudanças Nutricionais, Terapias não convencionais ou complementares) que melhor se beneficia desse grupo de terapias são gestantes que se situam como forma LEVE (<6) na classificação de PUQE (ver escore supraindicado). A acupressão, aromaterapia e acupuntura realizadas por profissional adequadamente preparado, hidroginástica e outras atividades físicas de baixo impacto articular, uso de vitaminas como a piridoxina (vitamina B6), ingestão do gengibre que possui leve ação antiemética, podem ajudar.(15) Ondansetrona – Todos os estudos comparativos entre os antieméticos mostram superioridade de ação da ondansetrona tanto nos casos mais leves como nos mais graves sobre os demais grupos farmacológicos, que apresenta baixa incidência de efeitos colaterais, sendo o principal o flush facial. Metoclopramida/clorpromazina – Em estudos recentes, verifica-se sua melhor ação entre os casos de média intensidade; e sua limitação decorre principalmente de manifestações de ações extrapiramidais (tremores de extremidade e desequilíbrio postural). Cil��� Ro��� Anti-histamínicos (dimenidrinato, meclizina, prometazina) – Promovem eficiente efeito antiemético nas formas moderadas de NVG. Têm como efeito colateral mais evidente a sonolência. Nas formas leves das náuseas e dos vômitos da gestante (≤6 do escore de PUQE), as medidas não farmacológicas e farmacológicas por via oral apresentam bons resultados rapidamente, e o tratamento deve ser ambulatorial.(17) (A) Nas formas moderadas e graves do quadro de NVG (>6 do escore de PUQE), a gestante deve ser abordada de maneira multidisciplinar em ambiente hospitalar. RECOMENDAÇÕES FINAIS Internação Esta se torna necessária tanto para o tratamento como para retirar a paciente do ambiente de estresse: 1. Controle de peso e de diurese diário; 2. Correção de distúrbios hidroeletrolíticos; 3. Evitar suplementação de derivados de ferro, pois aumentam os sintomas; 4. Apoio psicológico, em especial da família, e, se necessário, recorrer à psicoterapia. Alimentação 5. Jejum por 24 a 48 horas ou até a estabilização do quadro, retornando progressivamente à dieta líquida e, em seguida, a alimentos sólidos. Dar preferência a alimentos pobres em lipídios e ricos em carboidratos, em pequenas porções e pequenos intervalos (3 em 3 horas). Hidratação venosa e reposição iônica 6. Após avaliar o grau de desidratação e desnutrição, as perdas eméticas e o volume urinário, deve-se então programar a reposição subsequente. A reposição é feita com solução isotônica: ringer lactato ou solução salina. O ideal é a reposição de 2.000 a 4.000 ml em 24 horas, não devendo exceder 6.000 ml/24 horas. Medicamentos – recomenda-se a dose de 8,0 mg de ondansetrona por via venosa a cada 6 horas. O antiemético de segunda escolha neste quadro será a metoclopramida na dose de 10 mg, via venosa, a cada 6 horas. Em casos complexos e de difícil controle, a paciente pode necessitar de alimentação parenteral. Os casos de comprometimento neurológico severo (como a psicose de Wernicke) devem ser medicados com doses altas de corticóides, além das outras medidas de controle metabólico. Referências: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta da gestante. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/31/Caderneta-da- Gestante-2018.pdf. Acesso em: 26 de maio de 2021. VAZ, J. O.; Náuseas e vômitos na gravidez. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 3/Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal). Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/12/1046490/femina-2019-471-52-54.pdf. Acesso em: 26 de maio de 2021. 4. Entender as complicações do tabagismo durante a gestação (incluir fumantes passivas); A mulher grávida que fuma aumenta o risco de apresentar placenta prévia (quando a placenta se implanta na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo do útero), descolamento de placenta e hemorragias uterinas. Há o dobro de chance de o bebê nascer com baixo peso, 70% de chance de aborto espontâneo, 40% de chance de ter parto prematuro e 30% de chance do bebê apresentar morte perinatal. Além disso, o bebê pode apresentar redução do calibre de suas vias aéreas, levando a uma redução da sua função pulmonar, tornando-o suscetível a crises de dispnéia e a contrair mais infecções respiratórias. Filhos de fumantes adoecem duas vezes mais do que os filhos de não fumantes. Referências: Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Quais são os riscos do tabagismo para a mulher grávida?. Disponível em: https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/quais-sao-os-riscos-tabagismo-pa ra-mulher-gravida. Acesso em: 03 de jun de 2021. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/31/Caderneta-da-Gestante-2018.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/31/Caderneta-da-Gestante-2018.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/12/1046490/femina-2019-471-52-54.pdf https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/quais-sao-os-riscos-tabagismo-para-mulher-gravida https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/quais-sao-os-riscos-tabagismo-para-mulher-gravida Cil��� Ro��� 5. Entender a sífilis no contexto de uma gestação (cuidados, tratamentos, transmissão via placentária); As repercussões da sífilis na gestação incluem graves efeitos adversos para o concepto, desde abortos, óbitos fetais e neonatais até recém-nascidos vivos com sequelas diversas da doença, que poderão se manifestar até os 2 anos de vida. Mais de 70% das crianças infectadas são assintomáticas ao nascimento, sendo de fundamental importância o rastreamento na gestante. Esse deve ser realizado no início da gestação e no início do terceiro trimestre e novamente na admissão para parto ou aborto, visando identificar e tratar precocemente as infectadas. É bem infrequente uma gestante apresentar doença clínica, já que as lesões de fase primária, o cancro ocorrem em canal vaginal ou colo de útero e passam despercebidas; entretanto, em qualquer gestante que refira lesão ulcerada em região genital, atual ou prévia, sífilis deve sempre ser considerada. A presença de rash cutâneo que acometa palma de mãos e planta de pés deve levantar a possibilidade de sífilis na fase secundária assim como a presença de condiloma plano. A maioria das gestantes atendidas em pré-natal e diagnosticadas com sífilis se apresenta assintomática e sem história prévia de infecção ou tratamento, sendo, então, diagnosticadas na fase latente indeterminada da doença. Trabalho nacional de 2006 identificou que 87% das gestantes diagnosticadas, se encontravam na fase latente. O risco de transmissão vertical é muito elevado na doença sintomática (fases primária e secundária) variando de 90 a 100%. Nas fases latentes e terciária o risco varia entre 10 e 30%. A transmissão será maior quanto mais avançada for a gestação, já que a permeabilidade da barreira placentária aumenta com a idade gestacional, sendo também maior nas fases primária e secundária, pois a carga de treponema circulante é maior nessa situação. A identificaçãoda infecção na gestação inclui a realização de testes laboratoriais, já que a maioria das mulheres se encontra assintomática. O fluxograma padrão inclui a realização de um teste não treponêmico (VDRL ou RPR) associado a um teste treponêmico (TPHA ou FTA- Abs). Os testes não treponêmicos (VDRL, RPR) apresentam a vantagem de serem muito sensíveis e poderem ser titulados, o que auxilia na avaliação de resposta ao tratamento. Entretanto, como se baseiam na detecção de anticorpos anticardiolipina, essas reações podem apresentar resultados falso-positivos (menos de 2%); eles também podem apresentar resultados falso-negativos em até 25% dos indivíduos em fase latente da doença. Como essa situação é frequente em gestantes, recomenda-se a realização simultânea de testes não treponêmicos e treponêmicos. Os testes treponêmicos (FTAAbs, TPHA, Teste rápido) são específicos para sífilis e confirmam o diagnóstico da doença. Entretanto, mesmo após tratamento adequado eles não negativam, persistindo como marca sorológica da infecção. Outra opção é realizar inicialmente uma prova treponêmica automatizada, com a utilização de técnicas imunoenzimáticas (CLIA ou CMIA, pelo seu baixo custo e automatização; apresentam alta sensibilidade, mas menor especificidade). Assim, frente a uma prova imunoenzimática negativa, pode-se descartar a presença da infecção. Entretanto, frente a uma prova positiva deverá ser realizada confirmação com a realização de VDRL e TPHA/FTA-Abs. Caso o teste CLIA ou CMIA seja positivo e o VDRL e TPHA negativos, trata-se de um exame falso positivo. Frente a um CLIA/CMIA positivo e provas de VDRL/TPHA positivos confirma-se a presença de sífilis. Essa abordagem é sugerida para locais com boa infraestrutura laboratorial. A partir de 2015 o Ministério da Saúde incluiu o rastreio de gestantes com a realização de teste rápido, que apresenta excelente sensibilidade e especificidade. Como são testes treponêmicos, a sua positividade já confirma a presença de infecção e autoriza o tratamento.; o VDRL deve ser Cil��� Ro��� realizado para controle de cura, já que o teste rápido também não negativa após tratamento. O tratamento deve ser realizado com a utilização de penicilina, já que não existe evidência de que nenhuma outra droga consiga tratar adequadamente o feto intra-útero. O tratamento deve ser realizado o mais precoce possível, já que, pelas altas taxas de TV, se for realizado após a 14ª semana se considera tratamento de feto potencialmente infectado intra-útero. As doses de penicilina recomendadas são definidas a partir do diagnóstico de infecção recente ou tardia. Nas situações de doença nas fases primária e secundária, a dose recomendada de penicilina benzatina é de 2.400.000UI divididas em duas injeções em cada um dos glúteos. A maioria das gestantes, entretanto, se encontra assintomática e sem referir história prévia de tratamento ou conhecimento da infecção. Nessa situação, o diagnóstico é de fase latente indeterminada, devendo ser tratada com 7.200.000UI, divididas em 3 aplicações semanais de 2.400.000UI. A eficácia da penicilina em prevenir ou tratar a infecção fetal é bastante elevada. O parceiro sexual deverá ser sempre convocado pelo serviço de saúde para orientação, avaliação clínica, coleta de sorologia e tratamento. O diagnóstico de sífilis numa gestante exige a adoção de programa de acompanhamento intensivo, com ênfase no risco de reinfecção. Frente a esse ponto, recomenda-se a realização de VDRL mensal após tratamento, devendo o uso de condom ser sempre estimulado. A adequada assistência pré-natal deve incluir medidas de prevenção ou tratamento para qualquer agravo que possa incorrer em acometimento fetal. A pesquisa e tratamento de sífilis é uma das medidas que seguramente irão impactar em redução de morbidade e mortalidade dessas crianças. Referências: FEBRASGO. Sífilis na gravidez. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/700-sifilis-na-gravidez. Acesso em: 03 de jun de 2021. 6. Aprender a indicação e esquema de uso de sulfato ferroso (em casos de anemia ou não) e ácido fólico; O ácido fólico deve ser prescrito para as gestantes, na dose de 400µg (0,4 mg/dia) desde o período pré-gestacional até o final da gravidez(1). De acordo com a área Técnica de Nutrição e Alimentação do Ministério da Saúde, a orientação em relação a ausência do suplemento na dosagem indicada é que a gestante deve tomar a dosagem de 5 mg ou solução oral de 0,2 mg/ml (40 gotas). Por mais que a dose ultrapasse os valores indicados, os benefícios são maiores que os riscos(1). A prescrição de ferro profilático deve começar a partir do conhecimento da gravidez até o terceiro mês após parto(3). A dose recomendada é de 30 a 60 mg de ferro elementar, o correspondente a 150 a 300 mg de sulfato ferroso ao dia(3). Orienta-se que a ingestão seja realizada uma hora antes das refeições (5). Assim a prescrição deve ser sulfato ferroso, 40 mg, 1 comprimido, via oral, 1 hora antes do almoço. A suplementação de ácido fólico na gestação faz parte da estratégia para prevenção da anemia do Programa Nacional de Suplementação de Ferro². https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/700-sifilis-na-gravidez Cil��� Ro��� Obs.: Em pacientes com anemia moderada (Hb de 8-11/dL), tratar a anemia com 120-240mg de ferro elementar ao dia. Em pacientes com anemia grave (Hb < 8g/dL), referir a gestante ao pré-natal de alto risco. Referências: BVS Atenção Primária à Saúde. Como deve ser a prescrição de ácido fólico e sulfato ferroso durante a gestação?. Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/como-deve-ser-a-prescricao-de-acido-folico-e-sulfato-ferr oso-durante-a-gestacao/. Acesso em: 03 de jun de 2021. 7. Relembrar a indicação das USG na gestação e o que é avaliado em cada uma; ➢ OBJETIVOS DAS ULTRASSONOGRAFIAS: • No primeiro trimestre, têm como objetivos confirmar gravidez intrauterina, avaliar suspeita de gestação ectópica, definir causa de sangramento vaginal, avaliar dor pélvica, estimar idade gestacional, diagnosticar e avaliar gestações múltiplas, confirmar atividade cardíaca, avaliar massas pélvicas e/ou uterinas, avaliar suspeita de mola hidatiforme, rastrear anomalias cromossômicas, detectar malformações graves ( anencefalia) e guiar biópsia de vilosidades coriônicas. • No segundo e terceiro trimestres, os objetivos são estimar a datação da gestação; avaliar crescimento fetal, sangramento vaginal, dor pélvica ou abdominal e massas pélvicas; confirmar suspeitas de mola hidatiforme, gravidez ectópica, gestação múltipla e óbito fetal; determinar a apresentação fetal; verificar discrepância entre tamanho uterino e idade gestacional menstrual; avaliar suspeita de anormalidade uterina; guiar procedimentos invasivos fetais (amniocentese, cordocentese); avaliar bem-estar fetal; avaliar anormalidade no volume do líquido amniótico; verificar suspeita de descolamento prematuro de placenta; auxiliar na versão externa; verificar amniorrexe prematura e/ou parto prematuro; acompanhar anomalia fetal; realizar o acompanhamento de placenta de inserção baixa ou prévia; avaliar condição fetal nos casos com início de acompanhamento pré-natal tardio; rastrear malformações fetais e anomalias cromossômicas. • ULTRASSONOGRAFIA NO PERÍODO EMBRIONÁRIO SISTEMATIZAÇÃO DO EXAME Em idades gestacionais precoces, a melhor via para avaliação da gestação é a vaginal. Na Tabela 5, demonstram-se as estruturas que devem ser analisadas no exame ultrassonográfico na fase embrionária. O espessamento decidual é o primeiro sinal indireto e ultrassonográfico da gestação, podendo ser visualizado à ultrassonografia transvaginal no final de 4 semanas. Embora presente na gestação inicial, também pode ser encontrado na gestação ectópica e no final da fase lútea. Portanto, o espessamento decidual não é critério precoce de diagnóstico de gestação. https://aps.bvs.br/aps/como-deve-ser-a-prescricao-de-acido-folico-e-sulfato-ferroso-durante-a-gestacao/https://aps.bvs.br/aps/como-deve-ser-a-prescricao-de-acido-folico-e-sulfato-ferroso-durante-a-gestacao/ Cil��� Ro��� ● Saco gestacional O saco gestacional é o primeiro sinal diagnóstico de gestação intrauterina, podendo ser visualizado à ultrassonografia transvaginal com 4 semanas e 3 dias a partir da DUM e ao exame transabdominal após 5 semanas de gestação. O saco gestacional aparece como uma estrutura arredondada, anecóica, de aspecto cístico e circundada por halo hiperecoico. No início da gestação, o saco gestacional localiza-se na parte superior da cavidade endometrial ● Vesícula vitelínica A vesícula vitelínica é a primeira estrutura a ser identificada à ultrassonografia após o saco gestacional (Figura 30). Tem funções de nutrição, endócrinas, metabólicas, imunológicas, excretoras e de hematopoese iniciais do embrião. No início de 5 semanas de gestação, com um saco gestacional de 8 a 10 mm à ultrassonografia transvaginal, a vesícula vitelínica é visualizada como uma estrutura circular, excêntrica, com conteúdo líquido, bem definida, medindo aproximadamente 3 a 4 mm de diâmetro. A medida da vesícula vitelínica aumenta gradativamente entre 6 e 12 semanas, quando então começa a declinar (variando de 4 a 9 mm). Portanto, o desaparecimento da vesícula vitelínica em gestações normais é um evento espontâneo do desenvolvimento embrionário. ● Desenvolvimento do embrião Embora o embrião já esteja presente no final de 4 semanas de gestação, ele só é visualizado à ultrassonografia transvaginal no final de 5 semanas. Nessa fase, ele aparece como uma linha hiperecoica, medindo 2 a 3 mm, e adjacente à vesícula vitelínica. A atividade cardíaca pode ser visualizada e medida pelo modo-M, com 5 semanas de gestação e com o embrião medindo em torno de 2 a 5 mm, agora mais afastado da vesícula vitelínica. Frequência cardíaca Teoricamente, a atividade cardíaca deveria sempre ser visualizada em embrião medindo mais do que 2 mm (Figura 39). Entretanto, em cerca de 5 a lOº;ó dos embriões entre 2 e 4 mm não se evidenciam os batimentos cardíacos, embora essa gestação vá evoluir normalmente. 83·134 Nesses casos, recomenda-se repetir o exame em 1 semana. A frequência cardíaca embrionária/fetal varia em uma média de 125 bpm com 6 semanas, alcança uma média de 175 bpm com 9 semanas e diminui gradualmente para 161 bpm com 14 semanas. ● Determinação da corionicidade Nas gestações múltiplas, é imprescindível que a determinação da corionicidade seja estabelecida desde essa fase. Os sacos gestacionais são visualizados de forma independente nas dicoriônicas (Figura 41) e como único nas monocoriônicas (Figura 42). A amnionicidade muitas vezes é difícil de ser esclarecida. Quando se constatam dois embriões com duas vesículas vitelínicas, a gestação é considerada diamniótica; quando se verifica apenas uma vesícula vitelínica, a gestação pode ser monoamniótica ou diamniótica, devendo-se, portanto, evidenciar a membrana que divide as duas bolsas. OVÁRIOS, ÚTERO E ANEXOS O útero deve ser examinado para pesquisa de eventuais miomas ou anomalias uterinas (útero bicorno, útero sep ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA DE PRIMEIRO TRIMESTRE SISTEMATIZAÇÃO DO EXAME Cil��� Ro��� A ultrassonografia morfológica deve ser realizada em um período que varia de 11 a 13 semanas e 6 dias. A melhor idade gestacional, dentro desse período estipulado, é a de 12 semanas, porque não é tão precoce para avaliar a morfologia fetal e é excelente também para avaliar a medida da translucência nucal e outros marcadores de anomalias cromossômicas. Na Tabela 6, são demonstradas as estruturas que devem ser avaliadas nesse período da gestação. Os parâmetros que podem ser examinados para o rastreamento de anomalias cromossômicas nessa fase da gestação (de 11 a 13 semanas e 6 dias) incluem: medida da translucência nucal, avaliação do osso nasal, avaliação do fluxo sanguíneo no dueto venoso e regurgitação tricúspide, além de outros parâmetros. ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA DO SEGUNDO TRIMESTRE (18 A 24 SEMANAS) SISTEMATIZAÇÃO DO EXAME O exame morfológico de rotina no segundo trimestre pode ser realizado a partir de 18 semanas de gestação; entretanto, a avaliação feita entre 20 e 24 semanas gestacionais parece ser mais adequada. Isso porque com a avaliação do exame morfológico de primeiro trimestre já se consegue diagnosticar algumas malformações graves; além disso, aguardar até pelo menos 20 semanas contribui para melhor visualização das estruturas fetais e menor interferência materna (panículo adiposo ou cicatrizes abdominais). As avaliações morfológicas em outros períodos da gestação poderão ser necessárias em casos de risco ou quando o exame realizado não foi satisfatório por causa das limitações fetais ou maternas. Na Tabela 7, demonstram-se as estruturas que devem ser avaliadas no exame morfológico de segundo trimestre. Cil��� Ro��� DOPPLERVELOCIMETRIA DAS ARTÉRIAS UTERINAS O Doppler é um recurso ultrassonográfico não invasivo para a avaliação da hemodinâmica. O estudo das artérias uterina e umbilical fornece informação sobre a perfusão uteroplacentária e fetoplacentária, respectivamente, enquanto a avaliação pelo Doppler de órgãos selecionados é útil para identificar alterações hemodinâmicas secundárias à hipoxemia fetal. Em gestações normais, a resistência ao fluxo da artéria uterina diminui com a evolução da gestação, e isso reflete de certo modo a invasão trofoblástica das artérias espiraladas e sua conversão em vasos de baixa resistência. De forma semelhante, ocorre uma diminuição na resistência ao fluxo sanguíneo nas artérias umbilicais secundária ao amadurecimento progressivo da placenta e ao aumento do número de vilosidades terciárias. A invasão trofoblástica inadequada nas artérias espiraladas está associada com o risco subsequente de desenvolver pré-eclâmpsia ou restrição do crescimento fetal. Uma série de estudos de rastreamento envolvendo a avaliação da resistência ao fluxo nas artérias uterinas, no período de 20 a 24 semanas de gestação, examinou o valor do estudo Doppler na identificação das gestações sob risco de desenvolver as complicações da placentação inadequada. Os parâmetros Dopplervelocimétricos utilizados pelos estudos foram: média dos índices de pulsatilidade ou resistência das duas artérias uterinas aumentados e/ou presença de incisuras protodiastólicas. Sensibilidades de 45 para 5º/o de falso-positivo foram referidas para predição de pré-eclâmpsia. Em suma, a utilização do Doppler das artérias uterinas no rastreamento de pré-eclâmpsia, restrição do crescimento e mau prognóstico da gestação tem ótimo valor quando os parâmetros estão normais e tranquiliza a gestante. Entretanto, quando os parâmetros estão alterados, a sensibilidade é baixa para sua aplicabilidade na rotina e em grande escala. ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA DO TERCEIRO TRIMESTRE SISTEMATIZAÇÃO DO EXAME A ultrassonografia obstétrica de rotina do terceiro trimestre pode ser realizada após 34 semanas de gestação. Nessa fase, é possível estimar e projetar o peso no nascimento, além de avaliar outros parâmetros, que são descritos na Tabela 8. A avaliação do crescimento fetal toma como base a biometria em relação à datação prévia da gestação e o peso fetal estimado. INDICAÇÕES RELATIVAS PARA A ECOCARDIOGRAFIA FETAL Consideram-se indicações relativas para a ecocardiografia fetal gestações de baixo risco em que existe uma possibilidade aumentada para a cardiopatia fetal. No entanto, dados de literatura ainda são inconsistentes e controversos em definir a real incidência: • Idade materna avançada ou acima de 35 anos. • Gestações resultantes de fertilização in vitro. PERÍODO DE REALIZAÇÃO Cil��� Ro��� Embora possa ser realizada a partir do final do primeiro trimestre, 28 semanas em que são obtidas as melhores imagens do coração fetal; no entanto, com o objetivo de rastreamento de síndromes e malformações, essa idade gestacional é tardia. Dessa forma, a ecocardiografia pode serindicada na mesma época da ultrassonografia morfológica, entre 20 e 24 semanas. Para as gestantes de risco muito alto, pode ser realizada a ecocardiografia fetal transvaginal, entre 12 e 16 semanas de gestação ( cariótipo fetal alterado, translucência nucal aumentada, mais de um filho anterior com cardiopatia) . Referências: Zugaib obstetrícia / editor Marcelo Zugaib; editora associada Rossana Pulàneli Vieira Francisco; [ilustrações Sírio José Braz Cançado). - 3. ed. - Barueri, SP: Manole, 2016. 8. Revisar o calendário vacinal da gestação; Referências: MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2018. Calendário Vacinal da Gestante. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Calendario-Vacinao-2020 -Gestante.pdf. Acesso em: 26 de maio de 2021. 9. Compreender o fluxograma dos exames de rotina na gestação de baixo risco da APS (sumário, urocultura, hemograma e sorologias); Exames Laboratoriais do Primeiro Trimestre EXAME Quando solicitar : Repetir no 3° trimestr e Avaliaç ão de: Valores de referênc ia: Interpr etação Condut a: Hemogr ama complet o 1ª consult a Sim Anemia Hb>11g /dL Hb 8-11g/d L Hb<8g/ dL Normal Anemia leve ou modera da Anemia grave 40mg de sulfato ferroso, a partir da 20ª semana Suplem entar com 120-24 0mg de ferro element ar; Repetir https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Calendario-Vacinao-2020-Gestante.pdf https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Calendario-Vacinao-2020-Gestante.pdf Cil��� Ro��� a dosage m de Hb de 30-60 dias; Referir ao pré-nat al de alto risco Glicemi a de jejum 1ª consult a Sim Hipergli cemia / DMG <92mg/ dL 92-125 mg/dL >126mg /dL Normal DMG Diabete s pré-gest acional TOTG Tipage m sanguín ea e fator Rh (pais) 1ª consult a Coombs indireto Gestant e Rh- Parceir o Rh+ ou desconh ecido Sim (28,32, 36,40 sem.) Negativ o Positivo Repetir a cada 4 semana s, a partir da 28ª Vacina anti D na 28ª semana Referir ao pré-nat al de alto risco Sorologi as (igM e igG, Citome galovíru s, toxopla smose e rubéola ) 1ª consult a Sim (Se igG não for reagent e) VDRL/ teste rápido para sífilis 1ª consult a Sim Anti-HI V 1ª consult a Sim EAS/ Urinocu ltura + 1ª consult a Sim Cil��� Ro��� Antibio grama Sorologi a para hepatite B 1ª consult a Sim Colpocit ologia oncótic a Se houver necessi dade/ periodic idade Exame da secreçã o vaginal Se houver indicaçã o clínica Parasito lógico de fezes Se houver indicaçã o clínica Exames Laboratoriais do Segundo Trimestre EXAME Quando solicitar: Avaliação de: Valores de referênci a: Interpret ação: Conduta: TOTG (24-28 semanas) Jejum: até 92mm/d (teste de tolerância à glicose) L 1 hora: até 180mm/ dL 2 horas: até 153mm/d L Exames Laboratoriais do Terceiro Trimestre EXAME Quando solicitar: Avaliação de: Valores de referência: Conduta: Swab reto vaginal para GBS IG > 35 semanas Referências: 10. Discutir sobre bacteriúria em gestantes; As infecções do trato urinário representam a forma mais frequente de infecção bacteriana no ciclo gravídico-puerperal. A bacteriúria assintomática é a forma mais comum, mas também podem ocorrer envolvimento do trato urinário inferior (causando cistite), alterações dos cálices renais, da pelve renal e do parênquima, provocando um quadro mais grave de pielonefrite. Os microrganismos que causam as infecções urinárias são os da flora perineal normal. A Escherichia coli é o patógeno mais frequentemente encontrado, com incidência entre 75 e 90%. Com menos frequência, são encontrados Proteus sp., Klebsiella sp. e Cil��� Ro��� Enterobacter sp. Entre os Gram-positivos, podem ser encontrados Staphylococcus saprophyticus, Enterococcus faecalis e estreptococos do grupo B. A localização superior ou inferior da infecção é bastante útil como índice prognóstico e terapêutico. A presença de cilindros leucocitários ou de bactérias recobertas por anticorpos na urina e a diminuição da capacidade de concentração são indicativos de comprometimento renal. A maioria dos dados epidemiológicos que se referem à gravidez mostra que a bacteriúria durante a gravidez apresenta incidência similar nas não gestantes sexualmente ativas. A frequência varia entre 2 e 11%, sendo mais prevalente em multíparas de baixo nível socioeconômico. É importante o rastreamento dessa condição, uma vez que entre 20 e 40% das portadoras não tratadas evoluirão para um quadro de pielonefrite aguda, o que significa que entre 60 e 70% dos casos de pielonefrite são precedidos por bacteriúria assintomática. A cistite aguda durante a gestação mostra características clínicas singulares. Apresenta-se como uma síndrome caracterizada por quadro de urgência, frequência miccional, disúria e incômodos suprapúbicos, sem sintomas de acometimento do quadro geral, como febre e dor à percussão costolombar. Os quadros de pielonefrite são as complicações mais graves e frequentes na gestação, e estão associados ao aumento das morbidades materna e fetal. Ocorrem em 1 a 2% das gestações, e sua incidência depende da prevalência e do tratamento da bacteriúria assintomática. A maioria dos casos ocorre no segundo e terceiro trimestres. Em geral, é unilateral (mais frequentemente do lado direito) e causada por uma bactéria proveniente da infecção do trato urinário inferior. A pielonefrite não tratada está associada a eventos perinatais desfavoráveis (prematuridade, sepse neonatal) e é uma frequente causa de sepse materna. A antibioticoterapia depende do tipo de infecção. Recomenda-se colher cultura de urina antes do início do tratamento, que deve ser iniciado em seguida. No caso de cistite sintomática não complicada, a terapêutica com antibióticos pode ser feita com nitrofurantoína, amoxidiina, cefalosporinas de primeira geração ou ainda fosfomidna trometamol (vide esquemas posológicos na Tabela 7). No caso da pielonefrite ou cistite complicada (com febre, hematúria ou recidivas frequentes), o tratamento é iniciado de maneira empírica, pois não existem estudos comparativos para determinar a terapêutica ideal. As cefalosporinas de primeira geração (cefazolina, 1 g, a cada 8 horas, ou cefalotina, 1 g, a cada 6 horas) são utilizadas na maioria dos casos como escolha no primeiro episódio, embora sejam descritos até 12% de resistência de algumas cepas de Escherichia coli. Esquemas alternativos constituem-se na utilização de cefalosporinas de segunda geração (ceftriaxona, 1 g, por via intravenosa, ou cefuroxima, 750 mg, a cada 12 horas). O tratamento antimicrobiano poderá ser mudado ou adequado em função dos resultados da urocultura e do antibiograma. De toda maneira, gestantes com pielonefrite devem receber antibioticoterapia intravenosa em regime hospitalar (internação) pelo menos no início do tratamento até melhora do estado geral e desaparecimento da febre. Após 72 horas afebril, a antibioticoterapia pode ser dada por via oral. Nos casos graves, com sinais de sepse, a paciente deve receber cuidados de terapia intensiva e terapêutica agressiva. Após o tratamento da pielonefrite, ou ainda nos casos de bacteriúrias e cistites recorrentes, recomenda-se antibioticoterapia profilática com nitrofurantoína, 100 mg, por via oral à noite, até o parto. Cil��� Ro��� Referências: Zugaib obstetrícia / editor Marcelo Zugaib; editora associada Rossana Pulàneli Vieira Francisco; [ilustrações Sírio José Braz Cançado). - 3. ed. - Barueri, SP: Manole, 2016. 11. EX T RA: Compreender como deve ser o protocolo/conduta da transmissão de notícias como ISTs às gestantes. Referências:
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