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Síndrome da imobilidade

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P3 Imóvel
DO1: Síndrome da Imobilidade
[Critérios diagnósticos, causas e consequências]
Definição
- Pouco que sabe é proveniente do conhecimento da medicina espacial
(efeito da gravidade sobre corpo e influência da ausência em funções orgânicas)
*Posição Supina prolongada: força da gravidade menor sobre o corpo
(surge perda óssea, muscular...)
• Síndrome:
- Conjunto/ complexo de sinais/ sintomas que ocorrem ao mesmo tempo
- Individualizam uma entidade mórbida
- Podem ter mais de uma etiologia
• Imobilidade:
- Ato/ efeito resultante da supressão de todos os movimentos de uma ou mais articulações em decorrência da diminuição das funções motoras
- Impede mudança de posição ou translocação corporal
• SÍNDROME DE IMOBILIZAÇÃO
- Complexo de sinais/ sintomas
- Resultantes da supressão de todos os movimentos articulares
- Prejudica mudança postural
- Compromete independência
- Leva à incapacidade, fragilidade e morte
Critérios para Identificação
*Nem todo paciente confinado no leito tem SI
- Classificação temporal:
	- “Repouso” a permanência no leito de 7 a 10 dias
	- “Imobilização de 10 a 15 dias”
	- “Decúbito de longa duração – mais de 15 dias”
- Para caracterizar SI deve utilizar critérios que orientem para fazer diagnóstico específico da síndrome e que tenham características próprias
• Critério Maior:
- Déficit cognitivo médio
- A grave e múltiplas contratutras
• Critério Menor:
- Sinais de sofrimento cutâneo ou úlcera de decúbito
- Disfagia leve a grave
- Dupla incontinência
- Afasia
# Px com SI
= Características do CRITÉRIO MAIOR + pelo menos 2 CRITÉRIOS MENOR
Causas da Imobilidade
- Diversas patologias levam o idoso à imobilidade (podem evoluir para SI)
(conhecer patologias para estabelecer tratamento e prevenção de complicações)
- Resultado de todos os problemas (em última instância):
	- Equilíbrio precário
	- Quedas
	- Limitação da marcha
	- Perda da independência
	- Imobilidade no leito
	- Complicações = SI
- Independente da causa da imobilidade = imobilização resulta em piora/ modificações dos sistemas:
	- Cardiovascular
	- Osteomuscular
	- Respiratório
	- Metabolismo
	- Estado psíquico (pode ressentir do imobilismo)
		- Depressão
		- Apatia
		- Déficit
		- Cognitivo
		- Ansiedade
*Na prática não observa linha divisória nítida entre imobilidade e SI
(observa sim um largo espectro que vai de casos leves até mais graves)
SNC
• AVE
• Hidrocéfalo
• Parkinson
• ELA
• Demência
• Neuropatia periférica
• Depressão
Déficit Sensorial
• Cegueira
• Surdez
Sistema Respiratório
• DPOC
Sistema Cardiovascular
• Insuficiência Cardíaca Congestiva (taquidispneia,, paciente limitado ao cansaço, edema MMII, problemas respiratórios – dificuldade em respirar, oxigenação insuficiente)
• Cardiopatia Isquêmica (Infarto Agudo do Miocárdio, maior esforço, dispneia)
• Insuficiência Arterial (periférica = dor ao deambular)
• Sequelas de Trombose Venosa (dor importante – necessita repouco)
Sistema Digestório
• Desnutrição proteico-calórica
Iatrogenia
• Neurolépticos
• Ansiolíticos
• Hipnóticos
• Anti- hipertensivos
• Isolamento Social
• Inadequação de Espaço Físico
Sistema Muscular
• Fibrosite 
• Polimialgia
Sistema Esquelético
• Osteoartrose
• Sequelas de Fraturas
• Doenças Reumáticas
• Osteoporose
• Metástase
Prevalência
- Idosos fragilizados; que por necessidade
- Internam em hospitais
- Vivem instituição onde o ambiente não familiar
- Repouso prolongado e forçado
- Desnutrição, iatrogenia e comorbidades = transformam em ser dependente
(por vezes cura-se a doença base, mas independência e mobilidade estão irremediavelmente comprometidas)
- Síndromes Geriátricas = associadas a declínio funcional (25 a 50% perdem independência física; ficam confinados ao leito após tratamento hospitalar prolongado)
*Não há dados específicos da prevalência (mas conclui que prevalência seja alta)
- Necessitam de dieta especial (sonda)
- Usam antibióticos de última geração (tratamento de infecção do trato urinário – ITU, pneumonias e úlceras)
Taxa de Mortalidade
- Alta taxa de mortalidade (50%) entre idosos imobilizados no leito
- Causa mortis:
- Falência múltipla de órgãos
- Pode ser encontrada causa específica
(pneumonia, embolia pulmonar e septcemia)
Consequências da Imobilidade
[e Características da Síndrome de Imobilização]
*Não ter atividade física (falta de iniciativa/ desejo, imposição dos cuidadores, monotonia do ambiente ou doenças físicas ou psquiátricas)
= Descondicionamento Global
(agravo de sua condição física, cognitiva e emocional; piora condicionamento cardiorrespiratório e bem-estar psíquico)
*Repouso/ confinamento passou a ser (de forma errônea) uma prática/ conduta universal
- Idosos capazes e fisicamente estáveis passam dias sem sair do leito
- Cuidadores impedem que px permaneça útil e ativo
- Induz ao repouso prolongado
- Ponto de partida para mudança de comportamento e má qualidade de vida
- Rápido/ grave desgaste
- Após essa fase, tirar do leito é difícil
PDS (Síndrome de Desadaptação Psicomotora)
	- Caracteriza por desequilíbrio para trás (backward) (na posição sentada ou de pé, hipertonia reacional, alterações na reação postural, modificação na marcha e medo de cair)
	- Resultado da perda de mecanismo de reserva postural
	- Atinge limiar que impede a manutenção de um nível funcional adequado
	- Pode ser desencadeada por vários fatores:
		- Demências
		- Quedas
- Imobilidade prolongada no leito (deterioração funcional progressiva de vários sistemas, além da senescência normal)
CONSEQUÊNCIAS DA SI
[Sistemas Atingidos e Modificações causadas pela SI]
*Decúbito prolongado piora o funcionamento dos sistemas
SNC
Distúrbio Neuropsiquiátrico
• Depressão
• Piora do déficit cognitivo
• Inversão do ritmo de sono
• Delirium
Sistema Respiratório
• Pneumonia (broncoaspiração ao estar deitado)
• Insuficiência Respiratória
Sistema Cardiovascular
• Tromboembolia pulmonar
• Trombose venosa profunda
	- Embolia pulmonar
• Isquemia arterial aguda dos MMII (obstrução da artéria)
• Hipotensão postural
• Edema Linfático
Sistema Digestório
• Desnutrição
• Constipação intestinal
• Fecaloma
• Disfagia
• Gastroparesia (não há peristaltismo)
Sistema Endócrinometabólico
• ↓Resposta à insulina
• ↓da Suprarrenal
• ↓Excreção de Folato, Na+, K+
• Retenção Hídrica
• ↓Capacidade Aeróbica
• ↓Eritropoiese
• ↓VO2
• ↓Síntese de Vitamina D
Sistema Genitourinário
• Incontinência urinária
• Retenção urinária
• ITU (Infecção do Trato Urinário)
Sistema Tegumentar
• Atrofia da pele
• Escoriações
Complicações Tegumentares
• Úlceras de decúbito
• Equimose
• Dermatites amonical
• Micoses
• Xerose (ressecamento da pele, diminuição das glândulas sudoríparas)
• Laceração
Sistema Muscular
• Atrofia
• Encurtamento de tendões
• Hipertonia
• Contraturas
Sistema Esquelético
• Osteoporose (estresse físico auxilia na formação óssea)
• Alterações articulares
• Artrose e anquilose
• Fraturas
*Hipotensão postural (alteração nos barorreceptores)
Características da Síndrome da Imobilidade
· Complicações tegumentares
- Micoses são facilitadas pela presença de umidade (suor)
- Xerose ( ressecamento da pele) – devido a redução das glândulas sudoríparas que causa prurido e descamação;
- Laceração
- Dermatite amonical 
- Úlcera de decúbito
- Equimoses
· Sistema Esquelético
- Alterações Articulares
Com a falta de mobilidade, o líquido sinovial e seus nutrientes deixam de fluir na cartilagem intra-articular por ausência do efeito bomba, responsável pela difusão. 
Devido aos processos neuromusculares primários → leva à flexão das articulações → com o tempo as contraturas podem ser definidas como ‘limitação da amplitude do movimento articular a ponto de impedir um desenvolvimento normal da sua função’. 
Sinóvia → torna-se fibrosa, retrátil, espessada e hiperemiada;
Cartilagem → sofre degeneração
Colágeno → torna-se menos elástico 
Obs: flexão dos joelhos, quadril e cotovelos é característica comum a todos os pacientes com SI. 
- Osteoporose
A imobilidade produz intensa e rápida perda de massa óssea → pode ser medida pelo aumento da calciúria e hidroxiprolinana urina (marcadores de remodelação óssea);
A perda de cálcio é de 0,4 a 0,7% total/mês de imobilidade no leito.
A perda de massa óssea relaciona-se com aumento de reabsorção do osso trabecular e diminuição em sua formação → Perda é proporcionada pela falta de atividade muscular, pela falta de sustentação do peso corporal, pouca ingestão de cálcio e falta de exposição solar.
Além da osteoporose, também pode ser encontrado a osteomalácida devido a falta de exposição à vitamina D.
· Sistema Muscular
Após a 7ª década de vida → importante processo degenerativo na musculatura
Em pacientes acamados a atrofia muscular já é evidenciada nos primeiros 10 dias.
Na imobilidade → o processo denegerativo é mais intenso e acelerado → possuem alterações da função e estrutura do sistema neuromuscular → gera atrofia, perda de força, encurtamento de fibras e perda de sarcômeros.
Número de unidades motoras excitáveis no músculo estriado diminui acentuadamente → grande perda de fibras de contração rápida (tipo III) e após 3 semanas já predominam fibras lentas (tipo I).
Obs: obseva-se mais perda muscular na coxa do que nos MMSS. Com 6 semanas a força muscular dos MMII declina 20% e dos MMSS declina 10% → leva perda de torque e prejuízo da cordenação motora.
Incapacidade dos aminoácidos usados na dieta em sintetizar proteínas o principal mecanismo do catabolismo proteico.
· Sistema Cardiovascular
- Trombose venosa profunda
Estase → principal elemento desencadeador de trombose venosa profunda, pois ela facilita ativadores da coagulação. Com a idade avançada, outros dois fatores facilitarm a TVP, como: estado de hipercoagulabilidade e as lesões das paredes venosas, formando a tríade de Virchow.
Na SI:
· Posição Supina
· Contratura dos MMII (quadril e joelho)
· Ausência do efeito de bomba da musculatura da panturrilha
↓
 estase venosa profunda
Estase venosa profunda + ICC + IAM + fraturas e infecções = TVP tenha incidência em 15% em idosos
Obs: Deve-se observar frequentemente os MMII do paciente, pois, aumento súbito do diâmetro, palidez, hipotermia local, empastamento à palpação, edema duro e etc
- Isquemia arterial aguda dos membros inferiores
Isquemia arterial na imobilização é causada por obstrução ateromatosa da artéria, a qual pode estar comprometida pela idade avançada, DM, dislipidemia, HAS, tabagismo e etc. 
Contratura do quadril e do joelho → causa estrangulamento do lúmen arterial → formação do trombo → leva à isquemia do membro
Outros fatores precipitantes: neoplasias, arterites, infecção e etc
Quadro clínico é súbito → surge em poucas horas 
- Hipotensão postural
Queda da pressão arterial sistólica > 20mmHg e pressão arterial diastólica > 10mmHg em posição ortostática, podendo ocorrer em períodos curtos de imobilidade.
É resultante de modificações cardiovasculares associada a outras condições patológicas, como a própria redução do volume sanguíneo.
A posição supinada prolongada faz com que os barorreceptores percam sensibilidade, além das modificações naturais do envelhecimento (rigidez das paredes arteriais, baixa resposta dos receptores adrenérgicos)
· Sistema Urinário
- Incontinência Urinária
Na SI, o paciente responde pouco às medidas terapêuticas para a UI.
- Infecção do trato urinário
Tem prevalência de 20% entre os idosos e nos pacientes imobilizados, incidência de 40%.
Fatores Predisponentes:
· Incontinência Urinária
· Uso de fraldas geriátricas
· Obstrução uretral
· Pouca ingestão de líquido
· Internação hospitalar
· Diminuição de IgA na parede vesical
· Hipoestrogenismo
· Diminuída capacidade renal para acidificar a urina e manter a osmoregularidade.
Agentes etiológicos mais comuns: Escherichia coli, Klebsiella sp, Proteus sp, Enterobacter sp, Pseudomonas sp.
· Sistema Digestório
- Desnutrição
Está presente em 90% dos idosos com SI;
A desnutrição proteico-calórica associada à deficiência de oligoelementos, minerais (Ca, Fe, Zn) e vitaminas → leva a um estado de caquexia, resultando em alto índice de morbidade e mortalidade. 
Pouca oferta e aceitação a líquidos → desidratação crônica
Aumento da eliminação urinária e fecal de Calcio, fósforo, zinco e nitrogênio.
- Constipação
Constipação → eliminação de fezes endurecidas em uma frequência menor que 3x/ semana e volume mais baixo que o habitual.
Causas:
· Disfunção anorretal
· Menor sensação de plenitude retal ou desejo de evacuar
· Trânsito intestinal mais lento
· Uso de fármacos anticolinérgicos
· Menor ingestão de líquidos e fibras
· Manutenção no paciente no leito no momento da evacuação
· Constrangimento social
· Depressão
· Fraqueza na musculatura abdominal
· Antiácido a base de sais de alumínio
- Disfagia
Geralmente acontece antes da SI, sendo resultado de défictir neurológicos importantes.
· Disturbio neuropsíquico
Depressão, demência e delirium.
· Sistema Respiratório
Amplitude de movimento do diafragma está diminuida;
Expansibilidade torácica reduzida;
↓
Fraqueza das musculaturas intercostais e abdominais
Acúmulo de gases e fezes nas alças intestinais empurra o diafragma para cima e comprime as bases pulmonares 
Comprometimento em até 50%:
· Capacidade respiratória funcional
· Capacidade respiratória máxima
· Volume minuto
· Volume corrente
· Relação V/Q
Aumento do acúmulo de secreção pulmonar → capacidade de tossir e eliminar secreções pode estar ausente.
Acúmulo de líquido no pulmão
Pneumonia → principal causa de morte em idosos 
· Metabolismo
Eliminação urinária de nitrogênio → contribui para a hipoalbuminemia
A secreção de hormônio antidiurético está diminuída → Maior eliminação do volume urinário contribuindo para → desidratação e perda de peso
Cortisol plasmático está aumentado e Andrôgenos diminuido → favorece o catabolismo
Metaboslimo geral normalmente é 20% menor que o normal;
Resistência à insulina está aumentada → provoca intolerância ao carboidrato e piora os níveis glicêmicos.
DO2: ÚLCERAS POR PRESSÃO
[Fisiopatologia, Fatores de risco, Classificações, Tratamento das úlceras e Complicações]
Úlcera por Pressão
[“Úlcera de Decúbito”]
- Lesão localizada na pele/ T. subjacente
- Normalmente sobre proeminência óssea, qtd. reduzida de adiposidade subcutânea
- Resultado da pressão ou combinação de pressão + forças de cisalhamento e fricção
- Localizações frequentes:
	- Isquiática (24%)
	- Sacrococcígea (23%)
	- Trocantérica (15%)
	- Calcânea (8%)
	- Maléolos laterais (7%)
	- Cotovelos (3%)
	- Região occipital (1%)
	- Região escapular
	- Hálux
	- Joelhos
	- Coluna torácica (processos espinhosos)
	- Pavilhão auditivo
*Maioria das UP ocorre abaixo da linha da cintura
Condições Predisponentes
• Insuficiência Cardíaca
• Doença Vascular periférica
• Diabetes
• Demência
• Neoplasias
• Depressão
• Doença Terminal
• Contraturas
• Doença da Tireóide
• Insuficiência Renal
• Desidratação
• DPOC
• Alterações Neurológicas ou Comprometimento da Mobilidade
(lesões medulares, sequela de AVC, fratura de fêmur)
• Dor
• Tabagismo
Etiologia/ Fatores de Risco
- Pressão: principal agente para formação de UP
- Pode desenvolver em 24h ou levar 5 dias para manifestar
*Profissionais responsáveis pela prevenção do agravo, devem estar familiarizados com os principais fatores de risco para formação de UP
*Observação das condutas profiláticas para eliminar pressão contínua, cisalhamento ou fricção (essencial para evitar formação de UP)
- UP podem ser ocasionadas por:
	- Fatores Extrínsecos
	- Fatores Intrínsecos
FATORES EXTRÍNSECOS
- Relacionados ao mecanismo de lesão
- Influenciando a tolerância tissular pela obstrução da circulação sobre a superfície da pele
- Refletem o grau em que a pele é exposta
	• Pressão
	• Fricção
	• Cisalhamento
	• Umidade
Pressão
[Intensidade e duração]
*Pressão do fechamento capilar:
	- Arteríolas = 32 mmHg
	- Vênulas = 12 mmHg
- Se pressão aplicada externamente excede 32 mmHg:
- Prejudica fluxo sanguíneo para a área
- Pressão não aliviada = isquemia tecidual
- Resíduos metabólicos acumulam no tecido intersticial
	= ANÓXIA tissular e MORTE CELULAR
- Relacionamento inverso entre duração e intensidade da pressãopara o aparecimento da isquemia tecidual; danos ocorrem com:
	- Pressão de baixa intensidade durante longo período de tempo
	- Pressão de alta intensidade durante curto período de tempo
Fricção
- Originada pela força de 2 superfícies ESFREGANDO uma na outra
- Capacidade de dano restrita à epiderme e à derme
	= Resulta em ABRASÃO e APARECIMENTO DE BOLHAS
- Ocorre em:
- Px agitados
- Transferências mal executadas
*Umidade piora o efeito da fricção
Cisalhamento
- Resulta da combinação = Gravidade + Fricção
- Gravidade: exerce força paralela à pele, empurra o corpo para baixo
- Pele resiste ao movimento devido à fricção ente px e superfície de suporte
	= Danos teciduais mais profundos
- Força gerada é suficiente para OBSTRUIR, LACERAR ou ESTIRAR vasos sanguíneos
- Ocorre em consequência da movimentação ou posicionamento incorreto (cabeceira da cama elevada acima de 30º ou na posição sentada)
*Forças de cisalhamento são responsáveis pela anta incidência de UP
Umidade
- Altera a resistência da epiderme para forças externas
= Torna efeitos da fricção mais significativos
- É resultado da incontinência urinária/ fecal, sudorese, banho e drenagem de feridas
FATORES INTRÍNSECOS
- Correlacionados com a vulnerabilidade do estado físico do paciente
- Influencia constituição e integridade da pele, estruturas de suporte ou sist. vascular e linfático (servem à pele, estruturas internas quanto o tempo de cicatrização)
	• Idade Avançada
	• Hipotensão/ perfusão sanguínea
	• Imobilidade/ procedimentos cirúrgicos
	• Peso
	• Fármacos
	• Nutrição
	• Temperatura Elevada
Idade Avançada
- Alterações com o envelhecimento
	- Achatamento da junção entre derme e epiderme
	- Menor troca de nutrientes
	- Menor resistência à força de cisalhamento
	- Diminuição da capacidade de redistribuir carga mecânica da pressão
Hipotensão/ Perfusão Sanguínea
- Associada a isquemia tecidual
- Baixa PA = Corpo desvia sangue do sistema vascular periférico em direção aos órgãos vitais
- Nível de pressão diastólica < = 60 mmHg = Alto risco para desenvolver UP
Imobilidade/ Procedimentos Cirúrgicos
- Compromete capacidade do px de se mover em resposta à pressão
= Predispõe ao cisalhamento e a fricção no momento da transferência
- Cirurgias prolongadas (px imóvel por grande período em superfície rígida)
- Pós- operatório imediato = mobilidade reduzida (anestesia, dor, analgesia)
Peso
- Diminuição da massa corporal = Expõe proeminências ósseas = Vulnerável à pressão
- Pacientes obesos = Difícil mobilidade = Aumenta risco das forças de cisalhamento e fricção
- Tecido Adiposo = Mais frágil à pressão e propenso a romper
- Pouco vascularizado
- Não é elástico
	
Fármacos
- Sedativos
- Hipnóticos
- Ansiolíticos
- Antidepressivos
- Analgésicos opiáceos
- Anti-histamínicos
	= Causam SONOLÊNCIA EXCESSIVA
		- Diminui mobilidade
		- Diminui percepção sensorial
- Esteróides e Quimioterápicos = Reduzem Resposta Inflamatória adequada
- Subst. Vasoativas Inotrópicas = Diminuem perfusão periférica = Aumenta riscode lesão tissular em áreas predispostas
Nutrição
- Deficiência nutricional = Desenvolvimento de UP
- Vit. A, C e E (Atuam na síntese do colágeno, imunidade e integridade epitelial)
- Zinco, Cobre e Selênio (benéficos no processo cicatricial, propriedades antioxidantes)
- Hiperalbuminemia = Altera pressão oncótica = Edema = Comepromete difusão tissular de oxigênio e nutrientes = Predispõe a HIPÓXIA e MORTE CELULAR
- Anemia = Afeta transporte de O2 para os fibroblastos = Diminui formação de colágeno
- Deficiência de proteína = Interfere no processo cicatricial, formação de tecidos e síntese de colágeno
*Proteína (responsável pela revascularização)
Temperatura Elevada
- Aumento da demanda de O2
- Sudorese = Pele exposta à maceração 
Fisiopatologia
- UP: modificação patológica no fluxo sanguíneo da pele e tecidos subjacentes causadas por pressão
- Principal fator para formação de úlceras
= Pressão Extrínsecas sobre determinada área da pele (se concentra em proeminências ósseas)
		- Privação circulatória nos tecidos (pele, subcutâneo, tecido muscular)
- Pressão aplicada sobre epiderme = Propagada para camadas mais profundas
(espraiamento de ação; próximo do osso, áreas maiores sofrem compressão)
	= Forma CONE DE PRESSÃO
- Distribuição da pressão em forma de cone (não visualiza externamente a real dimensão da lesão)
- Lesão isquêmica da UP = Pressão Extrínseca sobre a pele excede a pressão média de enchimento capilar (32 mmHg) = Redução do fluxo sanguíneo e de oxigenação tecidual no local
- Hipoperfusão prolongada = Cascata de hipoxia, acidose, hemorragia para interstício (= eritema cutâneo) e acúmulo de produtos tóxicos por mais que retire a pressão a hiporpefusão é propagada pela cascata de hipóxia
	= Morte celular e Necrose tecidual
- Diminuição da atividade fibrinolítica = Depósito de fibrina e obstrução intravascular = Compromete mais a circulação (mesmo com pressão externa reduzida)
*Proeminências ósseas concentram mais pressão
*Pressão Sacral ou sobre Trocanter (decúbito dorsal ou lateral) = 100 a 150 mmHg
*Pressão dobre Sacro (sentado) = 300 mmHg
• Pressão Externa aumentada:
	- Compromete circulação sanguínea
	- Gera oclusão da circulação linfática local
	- Formação de edema
	- Liberação de metabólitos do processo anaeróbico
	= Necrose tecidual e mediadores do processo inflamatório
- Evidência de dano tecidual pode ser detectada após 1 a 2h de pressão constante (maior que 32 mmHg) sobre mesma área
• Mecanismo de FRICÇÃO e CISALHAMENTO = responsáveis por lesão tecidual
- Fricção entre pele e uma superfície (roupas de cama) = Perda do estrato córneo cutâneo (torna pele mais suscetível a lesões, expõe camadas subjacentes)
- Forças de Cisalhamento: contato entre pele e uma superfície a detém no lugar, enquanto a gravidade/ força desloca corpo para baixo ou para determinada direção = Ruptura da epiderme ou de vasos perfurantes
(que suprem as camadas dérmicas, compromete circulação local)
*Quando dorso do paciente que tem sua cabeceira elevada escorrega no leito
• Exposição prolongada à umidade (suor, urina ou fezes) = fragiliza camada córnea
- Exacerba efeitos da fricção
- Expõe pele a macerações
*Fezes e urina há irritantes químicos (injuriar células diretamente)
- Comprometimento circulatório causado por pressão extrínseca 
	- Multiplicado na presença de patologias (que já relacionam com alterações de fluxo sanguíneo; insuficiência vascular, diabetes, choques, sepse)
*Patologias relacionadas a diminuição de albumina plasmática = Aparecimento de UP
Classificação das Úlceras por Pressão
- Ajuda a descrever a extensão dos danos na pele/ tecidos
- Define a profundidade anatômica máxima do dano tecidual
	• I Eritema Não Branqueável em Pele Intacta
	• II Perda Parcial da Espessura da pele
	• III Perda Total da Espessura da pele
	• IV Perda Total da Espessura dos Tecidos
	• Não Graduáveis – Profundidade Indeterminada
	• Suspeita de lesão tissular nos t. profundos – Profundidade Indetrminada
Categoria/ Grau I - Eritema Não Branqueável em Pele Intacta
- Pele intacta com eritema não branqueável de uma área localizada
- Normalmente sobre proeminência óssea
- Descoloração da pele
- Calor
- Edema
- Tumefação
- Dor
- Em pele escura pigmentada pode não ser visível o branqueamento
- Área pode ser:
- Dolorosa
- Firme
- Suave
- Mais quente ou mais fria (comparando com tecido adjacente)
*Difícil identificar em indivíduos com tons de pele escuro
- Pode ser indicativo de pessoas “em risco”
Categoria/ Grau II - Perda Parcial da Espessura da pele
- Perda parcial da espessura da derme
= Apresenta como FERIDA SUPERFICIAL (RASA)
Com LEITO VERMELHO-ROSASO SEM CROSTA
- Pode apresentar como flictema fechado ou aberto preenchido por líquido seroso ou sero-hemático
- Apresenta como úlcera brilhante ou seca, sem crosta ou equimose
- Esta categoria não deve ser usada para descrever fissuras da pele, queimaduras por fita adesiva, dermatite associada a incontinência, maceração ou escoriação
			
	
Categoria/ Grau III - Perda Total da Espessura da pele
- Perda totalda espessura tecidual
- Pode ser visível o TECIDO ADIPOSO SUBCUTÂNEO
- Osso, tendões e músculos não são expostos
- Pode estar presente algum tecido desvitalizado (esfacelo)
- Pode incluir deslocamento e túneis
- Profundidade varia com localização anatômica
- Locais que não possuem tecido subcutâneo (adiposo), UP III superficial:
	- Asa do nariz
	- Orelhas
	- Região occipital
	- Maléolos
- Locais de tecido adiposo abundante, UP III extremamente profunda:
	- Ossos/ tendões não visíveis ou diretamente palpáveis
Categoria/ Grau IV - Perda Total da Espessura dos Tecidos
- Perda total da espessura dos tecidos com EXPOSIÇÃO ÓSSEA DOS TENDÕES ou MÚSCULOS
- Pode estar presente tecido desvitalizado (esfacelo) e/ ou NECRÓTICO
- Frequentemente inclui descolamento e túneis
- Profundidade varia com a localização anatômica
- Locais que não possuem tecido subcutâneo (adiposo), UP RASAS/ superficiais:
	- Asa do nariz
	- Orelhas
	- Região occipital
	- Maléolos
- Úlcera categoria IV = Pode atingir ESTRUTURAS DE SUPORTE
	- Fáscia
	- Tendão
	- Cápsula articular
	[Provável ocorrência de osteomielite e osteíte]
- OSSO/ MPUSCULO EXPOSTO VISÍVEL ou diretamente PALPÁVEL
Não Graduáveis/ Inclassificáveis – Profundidade Indeterminada
- Perda total da espessura dos tecidos 
- Profundidade base da úlcera coberta por TECIDO NECRÓTICO (amarelo, acastanhado, cinza, esverdeado ou castanho)
- Ou no leito da ferida por ESCARA (acastanhado, castanho ou preto)
*Verdadeira profundidade não pode ser determinada até que o tecido necrótico seja removido (para expor a base da ferida), mas é uma úlcera de categoria III ou IV
*Calcâneos, escara estável (seca, aderente, intacta e sem eritema ou flutuação) serve como cobertura natural (biológica) corporal = Não deve ser removida
Suspeita de lesão tissular nos tecidos profundos – Profundidade Indeterminada
- Área de pele intacta com coloração púrpura ou castanha, ou flictema
- Preenchida com sangue (devido a dano no tecido mole; por pressão/ cisalhamento)
- Área pode apresentar tecido:
- Mais doloroso
- Endurecido
- Amolecido
- Esponjoso
- Mais quente ou frio (comparativamente ao tecido adjacente)
- Difícil detecção em px com pele mais escura
- Evolução pode incluir pequeno flictema sobre leito escurecido da ferida
- Lesão pode evoluir = Fica coberta por fina camada de tecido necrótico (escara)
- Evolução pode ser rápida com exposição de camadas tissulares adicionais
(mesmo com tratamento adequado)
Complicações das UP
• PROBLEMAS INFECCIONSOS (nível local e sistêmico)
	- Existência de solução de continuidade da pele
- Proliferação de microrganismos (colonizam úlceras)
- Infecção local = dificulta cicatrização e cura
- Pode surgir abscessos, cavidades ou fístulas
- Infecção alastra para adjacências da úlcera = Surge celulite ou erisipela
• OTEOMIELITE
- Complicação de úlceras infectadas, de difíceis diagnóstico/ tratamento
- Pode apresentar como UP que demora a cicatrizar (sem manifestações sistêmicas)
- Infecções podem complicar com:
- Bacteriemia
- Sepse
[Contribui para índices aumentados de mortalidade]
Complicações Infecciosas de UP
• Endocardite
• Meningite
• Artrite séptica
• Miíase (Infestação larvária da úlcera)
Outras complicações:
• Formação de carcinoma sobre úlceras crônicas
• Amiloidose
• Reações de hipersensibilidade
• Toxicidade sistêmica (decorre de tratamentos tópicos)
• Manifestações da esfera psíquica
(em decorrência de úlceras extensas e tratamento prolongado)
- Depressão
- Isolamento social
- Sensação de desvalia e incapacidade
Prevenção
- Aspecto mais importante na abordagem das UP
- Constituem a base de treinamento e educação
- Contexto multidisciplinar de cuidados e promoção de bem-estar e qualidade de vida
- Prevenir é imperativo quando há objetivo de curar e reabilitar px
- Intervenções baseadas em aspectos:
• Identificar/ avaliar px de risco que necessitam intervenções para prevenção
(identificar fatores que os expõem a risco)
• Garantir condições para manter integridade da pele e tolerância a sobrecargas e irritantes
• Proteger tecidos contra efeitos das forças mecânicas externas
(pressão, fricção e cisalhamento)
• Reduzir incidência de úlceras (programas educacionais)
Identificar Px de risco
- Avaliação de risco para UP (na internação hospitalar, instituição de longa permanência, UTI, início de programa de internação domiciliária)
Investigar:
- Presença de imobilidade/ limitação funcional
- Alteração do nível de consciência, incontinência
- Estado nutricional
- Determinação de risco sistematizada por instrumentos
= Escalas de Braden e Escalas de Norton
*Complemento à avaliação clínica
Promoção/ Incremento da tolerância da pele (a sobrecargas e irritantes) e Manutenção da sua integridade
- Integridade tecidual otimizada adotando rotineiramente as seguintes ações:
• Inspecionar pele
- Freq. mín 1 vez/dia (em indivíduos de risco)
• Garantir acesso a toda a superfície corpórea
(inclui áreas ocultadas por talas, imobilizadores e faixas)
• Limpar pele
- Evitar água muito quente
- Evitar produtos que causam ressecamento/ irritação
- Evitar fricção durante limpeza
• Limpar pele imediatamente após contato com
[Irritantes]
- Urina
- Fezes
- Suor
- Secreções
[Agentes tópicos] que agem como barreira protetora (selantes de pele) ou forros absorventes podem ser usados
• Hidratar pele
- Em especial pele da região sacral
• Evitar ambientes com menos de 40% de umidade e baixas temperaturas
• Promover nutrição adequada
• Promover reabilitação/ fisioterapia (paara diminuir imobilidade e dependência)
*Planos de intervenção devem ser individualizados e documentados em prontuário
*Deve haver monitoramento frequente (adaptações e verificação de resultados)
Proteção dos tecidos contra Pressão, Fricção e Cisalhamento
• Pacientes acamados com imobilidade/ dependência física:
• MUDANÇA DE DECÚBITO intervalos máx de 2 h (de forma sistematizada)
• Uso de escalas impressas ou desenhos (orientando posicionamento)
• Aplicação de técnicas adequadas de posicionamento, transferência e mudança de decúbito
- Minimiza efeitos da pressão
- Reduz lesões por fricção e cisalhamento
• NÃO posicionar px diretamente sobre proeminências ósseas
(Decúbito lateral: evitar pressão sobre trocanteres)
• TRAVESSEIROS, COXINS DE ESPUMA ou outros materiais
- Conforto e posicionamento entre proeminências ósseas e em áreas de sobrecarga
*Região calcânea (concentra excessiva pressão) requer atenção particular
	- Usar protetores específicos
• Menor elevação possível da cabeceira (evitar danos por cisalhamento)
- Elevação de 30° (mais recomendada na prevenção de UP)
- Quando necessárias elevações maiores = evita ultrapassar 80°
- Px que usam dispositivos que auxiliam mobilização (trapézios e barras apoio)
• Roupas de cama (lençóis)
- Mantidas lisas
- Sem vincos (evita lesões por fricção e por compressão local)
• Vestimenta dos pacientes: desaconselháveis botões, costuras espessas e pregas
• Evitar interposição de sondas/ equipos entre pele e colchão
• Utilizar superfície para redução de pressão (em indivíduo risco aumentado para UP)
- Colchão
- Cobertura para colchão
- Cobertura para cadeira
*Não é recomendado uso de infláveis com abertura central (donut) = privam circulação da área da pele que fica comprimida no seu centro
*Não usar luvas preenchidas c/ água = Ineficazes p/ garantir redistribuição pressórica
• Cadeira e Cadeira de Rodas (pressões de interface altas em superfícies de contato)
	- Px devem ser reposicionados pelo menos a cada hora
- Elevação do corpo (para alívio da pressão) a cada 15 minutos (se possível)
Cadeira de Rodas (por muito tempo):
- Orientação especializada (fisioterapeuta e terapeuta ocupacional)
	- Alinhamento postural
	- Distribuição adequada do peso
	- Uso de apoios para pés
	- Adaptações para as cadeiras
• Bom alinhamento postural
- Facilita distribuição de peso
- Maior estabilidade do corpo
- Maior alívio da pressão
Programas Educacionais - Redução da incidência de UP
- Implantar programas educacionais = reduz incidência/ risco das UP
- Treinamentos direcionados para equipedo serviço de saúde, enfermagem, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, pacientes, familiares e cuidadores
= Define papel de cada um nas intervenções
Superfícies para reduzir/ redistribuir pressão
• Reduzir magnitude/ duração da pressão (pressão de interface)
(entre paciente e superfície que sustenta) = Essencial na prevenção de UP
• Cuidados de posicionamento
• Mudança de decúbito
• Uso de colchões e superfícies de apoio especiais
• Equipamentos disponíveis:
• Colchonetes de espuma texturizada (com cavidades; “Caixa de Ovos”)
• Sofisticados sist. mecanizados de alternância de pressão e de flutuação seca	(“ar fluidificado”)
- 2 grupos de superfícies p/ redução de pressão de interface:
• Proporcionam pressão reduzida constante
- Moldando sob e em torno do corpo (redistribui peso sobre área maior)
- Colchões, coberturas para colchões
(confeccionados/ preenchidos por materiais – espuma, gel, ar, água, esferas de isopor, partículas de silicone ou cerâmica)
• Pressão Alternante
- Promovem mecanicamente variação intermitente da pressão sobre px
		- Compartimentos interligados, preenchidos por ar
(insuflados e desinsuflados a intervalos determinados)
*Incidência de UP = maior com colchões convencionais
• Recomenda colchonete de espuma do tipo “caixa de ovo” (em px risco aumentado)
*Ao selecionar superfície para reduzir pressão de interface, é importante considerar materiais que proporcionem:
- Menor retenção de calor
- Menor chance de lesão por fricção e cisalhamento
= Maiores vantagens
Avaliação do Risco
Política de Avaliação de Risco
- Estabelecer política de avaliação de risco (em todas instituições de saúde)
- Documentar todas avaliações de risco
Práticas de Avaliação de Risco
• Identificar precocemente indivíduos suscetíveis a desenvolver UP
• Implementar escalas de avaliação (Escala de Braden)
(Assegura uma avaliação sistemática dos fatores de risco)
• Avaliar risco na admissão, repetir em intervalos regulares ou quando houver alterações da condição clínica do doente
• Identificar todos fatores de risco individuais para orientar medidas preventivas específicas
Inspeção da Pele
- Lesões por umidade:
- Confundidas com UP (frequentemente)
- São lesões cutâneas, não causadas por pressão/ forças de deslizamento
- Importante distinguir UP de lesão por incontinência
- Considerar pontos de observação (no diagnóstico diferencial):
• Causas	
• Localização
• Forma
• Profundidade
• Necrose
• Bordas
• Coloração
• Características dos doentes
• Inspecionar regularmente a pele
- Verificar pontos de pressão (sacro, calcâneo, trocanter, cotovelo, maléolo)
• Identificar sinal inicial de dano à pele
*Atentar para pele negra (áreas de rubor não são facilmente visíveis)
Pontos a observar:
• Inchaço
• Desconforto
• Alterações de temperatura da pele
Identificar condições da pele:
• Ressequida
• Eritema
• Maceração
• Fragilidade
• Tumefação
• Calor
• Escoriações
• Vigiar pele quanto a danos causados por pressão devidos a dispositivos médicos
• Documentar todas as avaliações da pele
Cuidados com a pele
• Evitar posicionar px em superfície corporal ainda ruborizada
• Não massagear pele
• Não esfregar vigorosamente a pele
• Usar emolientes para hidratar a pele seca (reduzir risco de dano na pele)
• Proteger da exposição à umidade excessiva
(produtos barreira de forma a reduzir o risco de lesão por pressão)
Nutrição
• Rastrear/ avaliar estado nutricional de todos px em risco de desenvolver UP
• Encaminhar todos px em risco nutricional e de desenv. de UP para nutricionista
• Avaliar junto ao profissional responsável (nutricionista ou equipe médica) necessidade de suplementos nutricionais (orais, terapia nutricional, parenteral) com alto teor proteico
Reposicionamento para prevenção das UP
Alternância de decúbitos/posicionamentos
• Reduz duração/ pressão exercida sobre áreas vulneráveis do corpo
• Frequência da mudança influenciada por variáveis
(carac. do paciente, superfícies de apoio em uso)
*Se indivíduo não responde ao regime de posicionamentos = reconsiderar frequência e método dos posicionamentos
• Registrar posicionamento e a frequência
Técnicas de Reposicionamento
• Reposicionar paciente de forma que pressão seja aliviada/ redistribuída
• Evitar sujeitar a pele a pressão/ forças de cisalhamento
• Evitar posicionar px diretamente sobre sondas, drenos, proeminências ósseas com hiperemia não reativa
• Reposicionamento usando:
- 30° na posição de semi-Fowler
- Inclinação de 30° para posições laterais
(se px tolerar estas posições e a sua condição clínica permitir)
*Se posição sentado na cama for necessária = Evitar elevação da cabeceira
(tal forma que a posição centre a pressão no nível do sacro e do cóccix)
Reposicionamento do Indivíduo Sentado
• Se pés não chegam ao chão = colocar banquinho ou apoio	
- De forma a fletir ligeiramente bacia para frente
- Posicionar coxas em inclinação inferior à horizontal
• Restringir tempo sentado na cadeira sem alívio de pressão
*Sentado na cadeira: peso do corpo aumenta pressão das tuberosidades isquiáticas
Superfícies de Apoio
• Colchões de espuma específica (redistribui pressão em px com risco para UP)
• Superfície de apoio dinâmico (se reposicionamento frequente não for possível)
• Calcâneos mantidos livres de pressão
(travesseiro na região posterior da perna = joelhos em ligeira flexão)
• Almofada/ travesseiro debaixo das pernas (região dos gêmeos)
= Eleva calcâneos e mantem flutuantes
• Almofada de assento em cadeiras (redistribuição de pressão)
• Evitar uso de pele de carneiro sintética, dispositivos recortados em forma de anel ou donut; e luvas cheias de água
• Pele de carneiro NATURAL = previne UP
Educação para prevenção de UP
- Desenvolver programas educacionais (direcionados a pacientes com risco de UP)
- Estruturado, organizado, compreensível para px, cuidadores e equipe de saúde
- Incluir informações:
- Etiologia
- Fatores de risco para UP
- Instrumentos de avaliação de risco e sua aplicação
Avaliação da Pele
• Seleção/ uso de superfícies de suporte
• Desenvolvimento/ implementação programas individualizados de cuidados com pele
• Demonstrar posicionamento (diminuir risco de perda da integridade dos tecidos)
• Documentação correta de dados pertinentes
Dor
- UP são dolorosas
- Px experimentam dor que pode ser quantificada e diferenciada de outras dores
- Ocorrendo durante
- Procedimentos
- Repouso
Tratamento da UP/ Curativos
- 1ª Etapa: Classificar a ferida (curativo é fundamental para cicatrização)
- Profissionais devem considerar fatores relacionados com a ferida (etiologia, gravidade, ambiente, profundidade, exsudato, risco de infecção e fatores agravantes)
- Tratamento de feridas deve seguir sequência lógica de eventos (preparo do leito da ferida – minimizar o microambiente)
- Acompanhamento multidisciplinar (médico, enfermagem, fisioterapeutas, suporte nutricional e psicológico)
Abordagem Terapêutica das UP
• Avaliação global do px
(história e exame físico, presença de dor, identificar comorbidades, estado nutricional e psicológico)
• Avaliação da úlcera
(localização, dimensão, estadiamento, presença de secreções, odor, presença de dor, sinais de infecção...)
• Promoção e manutenção da viabilidade tecidual
(otimiza cicatrização)
• Cuidados com a úlcera propriamente dita
(desbriadamento do tecido necrótico, limpeza da ferida, aplicação de curativos e coberturas)
• Cuidados com a colonização e infecção bacteriana
(modificação do aspecto da secreção, purulenta; odor fétido, dor, dimensões da lesão, sinais flogísticos na periferia
• Tratamento cirúrgico
• Manejo da dor
• Abordagem nutricional
• Emprego de terapias adjuvantes
• Implantação de programas de treinamento e qualidade
Funções dos Curativos (idealmente):
• Prevenir perda de água e calor das feridas
• Proteger ferida de bactérias e corpos estranhos
• Absorver exsudato da ferida
• Comprimir para minimizar edema e obliterar espaço morto
• Não ser aderente (para minimizar a lesão)
• Criar ambiente quente, úmido e ocluído = maximiza epitelização e minimiza a dor
• Ser esteticamente atraente
• Tratamentoda UP segue 4 etapas básicas:
	# Desbridamento do tecido necrótico
	# Limpeza da ferida (remover fragmentos)
	# Manter ambiente úmido (promover cicatrização da ferida com curativos)
	# Proteção da ferida contra lesão adicional
	# Nutrição essencial (para cicatrização da ferida)
Estadiamento Reverso
- Cicatrização da UP de espessura total = Músculo, gordura e a pele perdidos não são substituídos no organismo
- Cicatrização preenchida com tecido de granulação e tecido composto com células endoteliais, fibroblastos, colágeno e da matriz extracelular
= UP grau IV não pode progredir para graus III, II e I
*Classificação inversa por graus nunca deve ser utilizada para descrever cicatrização de UP
Escala de Braden
- Avalia risco para o desenvolvimento de UP
- Única escala de risco validada para língua portuguesa
- Fácil aplicação e mais utilizada na prática clínica
(apresenta maior sensibilidade e especificidade)
- Instrumento de avaliação composto por 6 subescalas:
(1) Percepção Sensorial;
(2) Umidade
(3) Atividade
(4) Mobilidade
(5) Nutrição
(6) Fricção e Cisalhamento
- Cada subescala tem pontuação entre 1 e 4
*Fricção varia de 1 a 3
- Escore total varia de 6 a 23 pontos
- Quanto menor a pontuação final = Maior risco de desenvolver UP
Plano terapêutico: 
- Sistema tegumentar: higiene, bom estado nutricional, exposição ao sol, uso de roupas de material poroso e temperatura ambiente agradável são medidas preventivas para micose. Usar hidratante para a pele e induzir a ingestão de líquidos diminui os fatores de ressecamento da pele. 
- Sistema articular/muscular: movimento ativo e passivo da articulação (cinesioterapia) e posicionamento do leito com os coxins, almofadas e pranchas previnem as contraturas. 
- Sistema cardiovascular: movimentação frequente dos membros inferiores, além do uso de heparina. 
Haja vista que 40% desses pacientes evoluem para o óbito num curto intervalo de tempo, recomenda-se que a porcentagem restante seja tratada de forma a evitar sofrimento (pois o quadro é irreversível). Cuidados como o uso de analgésico, oxigênio, sonda para hidratação e alimentação, higiene, presença de familiares e ambiente agradável são fundamentais para garantir menos sofrimento e mais dignidade para o fim da vida.
DO3: Orientações aos cuidadores e Papel do suporte familiar
(para sucesso do tratamento ao idoso)
Cuidador principal ou primário o familiar que se responsabiliza pelo atendimento às necessidades básicas do idoso. 
- Além de suprir a ajuda necessária para as atividades básicas de vida diária, ele mantém, na medida do possível, o bem-estar e o conforto do seu familiar. 
- Na maioria das vezes, o cuidador principal não conta com o auxílio de outra pessoa para essas atividades. 
- Representa ainda o elo entre o idoso e a família com a equipe de saúde. 
- Com frequência aparece a figura do cuidador secundário, que atua nas atividades extrarresidenciais, ou seja, transporta o idoso para os serviços de saúde, providencia as compras necessárias em supermercado e farmácias, vai ao banco; enfim, realiza atividades que representam “os bastidores” do cuidado. 
- Esporadicamente pode substituir o cuidador principal, mas não assume o compromisso pelo cuidado
- As áreas de atividades descritas e suas especificações (direcionadas às pessoas idosas) envolvem: 
(a) cuidar da pessoa; 
(b) promover o bem-estar, 
(c) cuidar da alimentação das pessoas idosas; 
(d) cuidar da saúde; 
(e) cuidar do ambiente domiciliar e/ou institucional; 
(f) incentivar a cultura e a educação;
(g) acompanhar em passeios, viagens e férias.
- Na oficina do Ministério da Saúde em 2007 foram definidos alguns eixos integradores, competências e habilidades necessárias para a formação dos cuidadores “profissionais”. 
- A seguir, serão apresentados os eixos integradores definidos e as competências e habilidades a serem desenvolvidas nos cursos de formação (Duarte, 2009):
Foram definidos como eixos integradores:
■ Eixo 1: interação e comunicação
■ Eixo 2: cuidados em relação às atividades do “andar da vida”
■ Eixo 3: prontidão para agir em situações imprevistas
■ Eixo 4: prevenção de riscos, acidentes e violência
■ Eixo 5: direitos da pessoa idosa
■ Eixo 6: direitos e deveres do cuidador da pessoa idosa (acrescentado em 2014 após aprovação no CBGG)
As competências e habilidades definidas foram (Duarte, 2009):
■ Primeira competência: desenvolver ações que busquem a promoção da saúde, a prevenção e o monitoramento das situações que
oferecem risco à saúde da pessoa idosa com dependência, visando à melhoria de sua qualidade de vida
• Habilidades a serem desenvolvidas:
º Identificar a relação entre problemas de saúde e condições de vida
º Coletar informações sobre a história de vida e de saúde da pessoa idosa
º Identificar o contexto familiar e social de vida da pessoa idosa
º Identificar valores culturais, éticos, espirituais e religiosos da pessoa idosa e sua família
º Participar da elaboração do plano de cuidado para a pessoa idosa, sua implementação, avaliação e reprogramação junto à equipe de saúde
º Realizar ações de acompanhamento e cuidado à pessoa idosa com dependência, conforme as demandas e necessidades identificadas
º Identificar situações e hábitos presentes no contexto de vida do idoso que são potencialmente promotores ou prejudiciais a sua saúde
º Estimular a autonomia e a independência da pessoa idosa frente as suas necessidades
º Apoiar a pessoa idosa na execução das atividades da vida diária, conforme o plano de cuidado
º Apoiar a pessoa idosa na execução das atividades instrumentais da vida diária
º Analisar os riscos sociais e ambientais à saúde da pessoa idosa com dependência
º Divulgar para a pessoa idosa, seus familiares e para a comunidade a legislação nacional de garantia dos direitos dos idosos
º Identificar espaços de reivindicação dos direitos da pessoa idosa
º Sensibilizar a pessoa idosa e sua família quanto à necessidade de mudanças graduais e contínuas em hábitos e atitudes, a fim de facilitar a vida do idoso
º Atentar para possíveis reações indesejadas em relação ao uso de medicamentos
º Providenciar suporte adequado às necessidades específicas da pessoa idosa
º Atentar para a necessidade e/ou as condições das próteses e órteses em uso pela pessoa idosa
º Estimular a prática de atividades que diminuem o risco de doenças crônicas, conforme orientações do plano de cuidado
º Identificar sinais de fragilização da pessoa idosa
º Identificar sinais de depressão e demência em pessoa idosa e encaminhar para os cuidados específicos
º Encaminhar o idoso para atendimento na unidade de saúde, quando necessário
º Avaliar condições de risco de acidentes domésticos e propor alternativas para resolução ou minimização
º Acompanhar o idoso no uso da medicação
º Acompanhar a situação vacinal da pessoa idosa
º Identificar situações que apontem negligência aos direitos da pessoa idosa e promover os encaminhamentos necessários
º Identificar situações de autonegligência e promover os encaminhamentos necessários
º Identificar sinais de maus tratos, tais como lesões, equimoses, desidratação, úlceras de decúbito, e promover os encaminhamentos necessários
º Identificar situações de violência intra e extrafamiliar
º Estimular a pessoa idosa e seus familiares a participarem de programas sociais locais que envolvam orientação e prevenção
da violência intra e extrafamiliar, dentre outros
º Participar de atividades de educação permanente relativas à saúde da pessoa idosa
º Notificar caso suspeito ou confirmado de violência contra a pessoa idosa
º Orientar a família no caso de óbito da pessoa idosa
■ Segunda competência: desenvolver ações que estimulem o processo de interação e comunicação entre o idoso, seus familiares e a comunidade
• Habilidades a serem desenvolvidas:
º Estimular a pessoa idosa na manutenção do convívio familiar e social
º Promover atividades que estimulem o uso da linguagem oral e de outras formas de comunicação pela pessoa idosa
º Promover, junto à família, ambiente favorável à conversação com a pessoa idosa
º Incentivara socialização da pessoa idosa por meio da participação em grupos, tais como: grupos de acompanhamento terapêutico,
de atividades socioculturais, de práticas corporais/atividades físicas e outros
º Identificar redes de apoio na comunidade e estimular a participação da pessoa idosa, conforme orientações do plano de cuidado
º Apoiar a pessoa idosa na execução das atividades instrumentais da vida diária
º Utilizar recursos de informação e comunicação adequados à pessoa idosa
º Verificar a necessidade e/ou condições de órteses (bengalas, andadores etc.) e próteses dentárias, auditivas e oculares
º Favorecer a leitura labial pela pessoa idosa durante as conversações
º Utilizar linguagem clara e precisa com a pessoa idosa e seus familiares
■ Terceira competência: agir com prontidão e presteza em situações imprevistas, articulando os recursos para seu pronto atendimento
• Habilidades a serem desenvolvidas:
º Reconhecer situações de urgência e emergência
º Realizar primeiros socorros
º Providenciar atendimento de suporte.
A seguir, é apresentada uma proposta de conteúdo para os cursos de cuidadores profissionais a serem desenvolvidos entre 80 e 120 h, conforme acordado no CBGG de 2014 para um público-alvo com, no mínimo, ensino fundamental completo.
■ Proposta de conteúdo para os cursos de cuidadores de pessoas idosas
■ Cuidadores: definição, papéis, direitos e deveres (familiar, domiciliar, institucional, acompanhantes de idosos), limites e possibilidades
■ Princípios da relação de ajuda
■ Mitos, atitudes e estereótipos relacionados ao envelhecimento
■ Aspectos biopsicossociais do envelhecimento do ser humano
■ Autonomia, dependência e independência da pessoa idosa – aspectos conceituais e legais e sua relação com o cuidado
■ Compreendendo as atividades de vida diária (AVD) em suas diferentes dimensões:
• Básicas (ABVD)
• Instrumentais (AIVD)
• Avançadas (AAVD)
■ Organizando o cuidado relacionado ao melhor desempenho das atividades cotidianas (oficinas):
• Oficina de mecanismos corporais
• Higiene pessoal e banho
• Mobilização e transferência
• Cuidados com a alimentação
• Organização dos medicamentos
• Manejando a incontinência (urinária e fecal)
• Sono e repouso
• Repensando e organizando o dia a dia
• Direitos e deveres da pessoa idosa (estatuto do idoso)
■ Mantendo um ambiente saudável
■ O cuidado da pessoa idosa com comprometimento de memória (ênfase em demências)
• Entendendo a doença de Alzheimer (DA)
º Reagindo ao diagnóstico
º O que acontece depois
º Contando aos familiares e amigos
º Possibilidades e perspectivas de tratamento
• Reorganizando a vida
º Reorganizando o futuro
º Discutindo as possibilidades de cuidado com a família
• Cuidando/auxiliando o portador de DA
º Comunicação
º Higiene e conforto
º Vestimenta
º Alimentação
º Programando atividades e exercícios
º Incontinência
º Sono e repouso
º Reconhecendo sinais e sintomas
º Atuando em urgências e emergências
• Cuidando/auxiliando a família do portador de DA
º Lidando com alterações de comportamento
º Lidando com comportamentos agressivos
º Compreendendo e manejando alucinações e delírios
º perambulação
º Tornando o ambiente seguro
º Recebendo visitas
º Mantendo a estrutura familiar
º Lidando com o luto
■ A construção e manutenção de uma rede de suporte social e familiar no transcorrer da vida
■ Identificando e atuando em situações de urgência e emergência
■ Cuidando no final da vida (processo de morrer, morte e luto)
■ Ética, postura profissional e direitos trabalhistas
■ Cuidando do cuidador.
Referência: pag.1967 Cap.117 - Tratado de Geriatria e Gereontologia. E cap. 154 pag 
Art 9º, inciso VIII 
Cuidador deveria ser capacitado a auxiliar a pessoa idosa em suas necessidades após um programa de orientação/capacitação específico.
6.1 Avaliação sociofamiliar
 A dimensão sociofamiliar é fundamental na avaliação multidimensional do idoso. A família constitui-se na principal instituição cuidadora de idosos dependentes, assumindo todo o cuidado de longa duração. Entretanto, a transição demográfica atinge diretamente essa “entidade”, reduzindo drasticamente a sua capacidade de prestar apoio a seus membros idosos. A redução da taxa de fecundidade trouxe profundas modificações na estrutura familiar. O número de filhos está cada vez menor e as demandas familiares são crescentes, limitando a disponibilidade tanto dos pais de cuidar de seus filhos quanto dos filhos de cuidar de seus pais. Por sua vez, o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho, a valorização do individualismo e os conflitos intergeracionais contribuem para as modificações nos arranjos domiciliares. Essas mudanças sociodemográficas e culturais têm repercussões importantes na sua capacidade de acolhimento das pessoas com incapacidades, que historicamente dependiam de apoio e cuidado familiar. A própria modificação nas dimensões das habitações limita as possiblidades de cuidado adequado às pessoas com grandes síndromes geriátricas, como a incapacidade cognitiva, instabilidade postural, imobilidade e incontinência esfincteriana. Essa fragilização do suporte familiar deu origem a outra grande síndrome geriátrica, a insuficiência familiar, cuja abordagem é extremamente complexa. Dessa forma, a composição familiar e o risco psicossocial na esfera familiar devem ser investigados detalhadamente. Deve-se estar atento aos indicadores de violência domiciliar, abuso e maus-tratos contra a pessoa idosa. Lesões corporais inexplicadas, descuido com a higiene pessoal, demora na busca de atenção médica, discordâncias entre a história do paciente e a do cuidador, internações frequentes por não adesão ao tratamento de doenças crônicas, ausência do familiar na consulta ou recusa à visita domiliciar são extremamente sugestivos de violência familiar. A rede de apoio ou suporte social é decisiva para o envelhecimento saudável. A capacidade de socialização e integração social é considerada fator protetor da saúde e bem estar. Participação em clubes de terceira idade, centros comunitários, associação de aposentados, centros-dia, e organizações de voluntários devem ser estimuladas em todo idoso.
 6.2 Avaliação do cuidador
 A avaliação da saúde física e mental do cuidador é considerada fundamental na avaliação multidimensional do idoso. O cuidado de longa duração é uma demanda crescente para as famílias brasileiras e, na sua imensa maioria, é realizado no domicílio. Segundo Camarano (2007), no Brasil “a certeza da continuação nos ganhos de vida vividos é acompanhado pela incerteza a respeito das condições de saúde, renda e apoio que experimentarão os longevos”. Cerca de 100.000 idosos residem em instituições de longa permanência no Brasil, representando menos de 1% da população idosa, ao contrário do que ocorre em países desenvolvidos, onde essa proporção chega a 10 a 15% dos idosos. O cuidador de idosos usualmente é um familiar, do sexo feminino e, muitas vezes, é também idoso. Na sua maioria são pessoas não qualificadas, que assumiram o papel de cuidador pela disponibilidade, instinto ou vontade. É frequente encontrarmos cuidadores idosos, por vezes, tão ou mais frágeis que os idosos que estão sendo cuidados. Apresentam fragilidades orgânicas e emocionais, vivenciando um alto nível de estresse e demandando mais atenção que o próprio paciente. Nos EUA estudos mostram que aproximadamente 35% dos cuidadores tinham 65 anos ou mais e quase 10% deles tinham mais de 75 anos. No Brasil, a realidade não se faz muito diferente, com o agravante dos altos índices de analfabetismo. Além disso, muitos idosos vivem em condições precárias, tendo a aposentadoria como única fonte de renda para todo o grupo familiar (DUARTE et al., 2009). O Inventário de Sobrecarga de Zarit consiste em 22 questões que avaliam o impacto das atividades de cuidados nas esferas física, psicológica e social. A escala foi validada no Brasil e pode ser utilizada como uma medida da sobrecarga apresentada pelos cuidadores de pacientes com demência (TAUB et al., 2004).

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