Buscar

Resumo - Transtorno Específico da Aprendizagem

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Transtorno Específico da Aprendizagem 
Laura P. da Encarnação 
 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION – APA. Manual diagnóstico e 
estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
 
→ Critérios Diagnósticos: 
 
1. É necessária a presença de ao menos um dos sintomas de dificuldades 
na aprendizagem, que tenha persistido por pelo menos 6 meses: 
 
a) Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço; 
b) Dificuldade para compreender o sentido do que é lido; 
c) Dificuldades para ortografar; 
d) Dificuldades com a expressão escrita; 
e) Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou 
cálculo; 
f) Dificuldades no raciocínio. 
 
2. As habilidades acadêmicas afetadas do indivíduo tem de estar 
substancial e quantitativamente abaixo do esperado para a idade 
cronológica deste, causando interferência significativa no desempenho 
acadêmico ou profissional ou nas atividades cotidianas; 
3. As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos 
escolares, mas podem não se manifestar completamente até que as 
exigências pelas habilidades acadêmicas afetadas excedam as 
capacidades limitadas do indivíduo; 
4. Estas também não podem ser explicadas por deficiências intelectuais, 
acuidade visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos mentais 
ou neurológicas, adversidade psicossocial, falta de proficiência na 
língua de instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada. 
 
Os quatro critérios diagnósticos devem ser preenchidos com base em 
uma síntese clínica da história do indivíduo, relatórios escolares e avaliação 
psicoeducacional. Especificar os domínios e sub-habilidades acadêmicas 
prejudicadas, codificando-os individualmente conforme os especificadores: 
 
315.00 (F81.0) Prejuízo na leitura: 
• Precisão na leitura de palavras; 
• Velocidade ou fluência da leitura; 
• Compreensão da leitura. 
 
315.2 (F81.81) Prejuízo na expressão escrita: 
• Precisão na ortografia; 
• Precisão na gramática e na pontuação; 
• Clareza ou organização da expressão escrita 
 
315.1 (F81.2) Prejuízo na matemática: 
• Senso numérico; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Memorização de fatos aritméticos; 
• Precisão ou fluência de cálculo; 
• Precisão no raciocínio matemático. 
 
 
 
 
 
Especificar a gravidade atual: 
 
Leve: Alguma dificuldade em aprender habilidades em um ou dois 
domínios acadêmicos, mas com gravidade suficientemente leve; 
Moderada: Dificuldades acentuadas em aprender habilidades em um ou 
mais domínios acadêmicos, de modo que é improvável que o indivíduo se 
torne proficiente sem alguns intervalos de ensino intensivo e especializado 
durante os anos escolares; 
Grave: Dificuldades graves em aprender habilidades afetando vários 
domínios acadêmicos, de modo que é improvável que o indivíduo aprenda 
essas habilidades sem um ensino individualizado e especializado contínuo 
durante a maior parte dos anos escolares. 
 
 
 
→ Características Diagnósticas: 
 
O transtorno específico da aprendizagem é um transtorno de 
neurodesenvolvimento, com origem biológica sendo essa a base das 
anormalidades no nível cognitivo, as quais associam-se com manifestações 
comportamentais. A origem biológica inclui uma interação de fatores 
genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam a capacidade do 
cérebro para perceber ou processar informações verbais ou não verbais com 
eficiência e exatidão. 
 
 
 
XXX.X = Código CID-9-MC
• Os códigos da CID-9-MC foram usados 
para codificação até 30 de setembro 
de 2014.
(XXX.X) = Código CID-10-MC
• O uso dos códigos da CID-10-MC foram 
implementados a partir de 1º de 
outubro de 2014.
O código CID é a classificação de doenças e de uma grande 
variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, 
circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou 
doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria 
única à qual corresponde um código CID.
Dislexia
• Termo alternativo usado em 
referência a um padrão de 
dificuldades de aprendizagem 
caracterizado por problemas no 
reconhecimento preciso ou fluente de 
palavras, problemas de decodificação 
e dificuldades de ortografia. 
Discalculia
• Termo alternativo usado em 
referência a um padrão de 
dificuldades caracterizado por 
problemas no processamento de 
informações numéricas, aprendizagem 
de fatos aritméticos e realização de 
cálculos precisos ou fluentes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma característica fundamental do transtorno específico da 
aprendizagem são dificuldades persistentes para aprender habilidades 
acadêmicas fundamentais, como leitura, ortografia, escrita, matemática, 
tendo início nos anos de escolarização formal; tais habilidades precisam ser 
ensinadas e aprendidas de forma explícita. Os transtornos perturbam o 
padrão de aprendizagem, esclarecendo que este não é uma consequência de 
falta de oportunidades de aprendizagem ou educação escolar inadequada. 
Dificuldade de aprender a correlacionar letras a sons do próprio idioma é uma 
das manifestações mais comuns do transtorno específico da aprendizagem. 
As dificuldades de aprendizagem são persistentes e não transitórias. Em 
crianças e adolescentes, há um progresso limitado na aprendizagem durante 
pelo menos seis meses, mesmo que o indivíduo possua ajuda adicional em 
casa ou na escola. Nos adultos, a dificuldade persistente refere-se a 
dificuldades contínuas no letramento ou numeralização que se manifestaram 
na infância ou adolescência. 
Uma segunda característica elementar, é a de que o desempenho do 
indivíduo nas habilidades acadêmicas está bem abaixo da média para a 
idade. O indivíduo costuma evitar atividades que exijam habilidades 
acadêmicas. Esse critério necessita de evidências psicométricas resultantes 
de testes de desempenho acadêmico adequados, o escore baixo em um ou 
mais testes são necessários para maior certeza do diagnóstico. 
Uma terceira característica crucial é a de que as dificuldades de 
aprendizagem estejam prontamente aparentes nos primeiros anos escolares, 
na maior parte dos indivíduos. Todavia, em outros sujeitos, as dificuldades 
podem não se manifestar absolutamente até os anos escolares posteriores, 
quando as demandas de aprendizagem aumentam, excedendo as 
capacidades individuais limitadas. 
As dificuldades de aprendizagem devem ser consideradas específicas à 
partir de quatro razões: 
 
1. Não são atribuíveis a deficiências intelectuais, a atraso global do 
desenvolvimento, a deficiências auditivas ou visuais, ou a problemas 
neurológicos ou motores; 
2. A dificuldade de aprendizagem não pode ser atribuída a fatores 
externos gerais, como desvantagem econômica ou ambiental, 
absenteísmo crônico ou falta de educação, conforme geralmente 
oferecida no contexto da comunidade do indivíduo; 
3. A dificuldade para aprender não pode ser atribuída a algum 
transtorno neurológico, como acidente vascular cerebral pediátrico, 
ou motor, ou a deficiência visual ou auditiva; 
4. A dificuldade de aprendizagem pode se limitar a uma habilidade ou 
domínio acadêmico, por exemplo, leitura de palavras isoladas, 
evocação ou cálculos numéricos. 
 
Um transtorno específico da aprendizagem só pode ser diagnosticado 
após o início da educação formal, mas, a partir daí, pode ser diagnosticado 
em qualquer momento em crianças, adolescentes e adultos, desde que haja 
evidência de início durante os anos de escolarização formal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico: 
 
O transtorno específico da aprendizagem é antecedido, frequentemente, 
embora não de forma imutável, nos anos pré-escolares, por atrasos na 
atenção, linguagem ou nas habilidades motoras, capazes de persistirem e 
serem comórbidos com transtorno específicoda aprendizagem. Sujeitos com 
transtorno da aprendizagem habitualmente, mas não invariavelmente, exibem 
baixo desempenho em testes psicológicos de processamento cognitivo. O 
transtorno específico da aprendizagem associa-se a um risco aumentado de 
ideação e tentativas de suicídio em crianças, adolescente e adultos. 
 
→ Prevalência: 
 
A prevalência do transtorno nos domínios acadêmicos da leitura, escrita 
e matemática é de 5 a 15% entre crianças em idade escolar, em diferente 
idiomas e culturas. 
 
→ Questões Diagnósticas Relativas ao Gênero: 
 
O transtorno específico da aprendizagem é mais comum no sexo 
masculino do que no feminino. 
 
→ Questões Diagnósticas Relativas à Cultura: 
 
Caso haja diferenças culturais ou de idioma, a avaliação do transtorno 
precisa levar em conta a proficiência linguística do indivíduo no próprio 
idioma, bem como na segunda língua. Além disso, a avalição deve considerar 
o contexto linguístico e cultural em que a pessoa vive, além da história 
educacional e de aprendizagem na cultura e idioma originais. 
 
→ Desenvolvimento e Curso: 
 
O início, reconhecimento e diagnóstico do transtorno costuma acontecer 
durante o ensino fundamental, quando as crianças começam a aprender a ler, 
escrever e calcular. Porém, atrasos e déficits linguísticos, dificuldades para 
rimar e contar, ou ainda dificuldades em habilidades mecânicas finas 
necessárias para a escrita costumam ocorrer antes mesmo do início da 
escolarização formal, podendo ter manifestações comportamentais. Os 
sintomas costumam variar com a idade, de modo que o sujeito possa ter um 
conjunto persistente ou mutável de dificuldade de aprendizagem ao longo da 
vida. 
 
Crianças pré-escolares: Falta de interesse em jogos com sons da 
língua, problemas para aprender rimas infantis, falar como bebês, pronunciar 
mal as palavras, dificuldade para lembrar nomes das letras, número ou dias 
da semana, assim como as letras do próprio nome, e problemas para 
aprender a contar; 
Crianças de jardim de infância: Incapaz de reconhecer e escrever as 
letras assim como reconhecer os fonemas, problemas para quebrar palavras 
em sílabas, no reconhecimento de palavras que rimam e para conectar letras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e seus sons; 
Crianças do ensino fundamental: Dificuldade acentuada para 
aprender a correspondência entre letra e som, decodificar as palavras com 
fluência, ortografar ou compreender fatos matemáticos, a leitura em voz alta 
é lenta, imprecisa e trabalhosa, dificuldade para compreender a magnitude 
que um número falado ou escrito tem sobre o outro; 
Crianças do 1º ao 3º ano: Problemas no reconhecimento e na 
manipulação de fonemas, incapaz de ler palavras comuns monossilábicas e 
de reconhecer palavras comuns soletradas irregularmente, cometem erros de 
leitura e possuem problemas para conectar sons e letras e coloca-os em 
sequência, dificuldade em lembrar de fatos numéricos ou operações 
matemáticas de adição, subtração etc.; 
Crianças do 4º ao 6º ano: Pronuncia ruim ou pula partes de palavras 
longas e multissilábicas, confunde palavras com sons semelhantes, 
problemas para recordar datas, nomes e número de telefone, e de completar 
as tarefas de casa a tempo, problemas de compreensão, com ou sem leitura 
lenta, trabalhosa e imprecisa, problemas para ler pequenas palavras 
funcionais, ortografia ruim e trabalhos escritos insatisfatórios, podem 
manifestar medo ou recusa a ler em voz alta; 
Adolescentes: Leitura lenta e trabalhosa, com tendência a problemas 
acentuados na compreensão da leitura e na expressão escrita, domínio 
insatisfatório de fatos ou solução de problemas matemáticos, erros de 
ortografia, problemas de pronúncia de palavras multissilábicas, problemas de 
interpretação de texto, evitam atividades que exijam leitura ou matemática; 
Adultos: Erros de ortografia, problemas de pronúncia de palavras 
multissilábicas, problemas de interpretação de texto, evitam atividades que 
exijam leitura ou matemática, leitura lenta e trabalhosa. 
Evitação ou relutância em se envolver em atividades que exijam 
habilidades acadêmicas é comum em crianças, adolescentes e adultos. 
Episódios de ansiedades grave ou transtornos de ansiedade, incluindo 
queixas somáticas ou ataques de pânico, são comuns ao longo da vida e 
acompanham as expressões circunscrita e ampla das dificuldades de 
aprendizagem. 
 
→ Fatores de Risco e Prognóstico: 
 
Ambientais: Prematuridade e muito baixo peso ao nascer aumentam o 
risco de transtorno específico da aprendizagem, da mesma forma que a 
exposição pré-natal a nicotina; 
Genéticos e fisiológicos: História familiar de dificuldades de leitura e 
de alfabetização prediz problemas de alfabetização ou transtorno específico 
da aprendizagem na prole, indicando o papel combinado de fatores genéticos 
e ambientais. Há herdabilidade elevada na capacidade e incapacidade de 
leitura e aprendizagem, sendo substancialmente maior em parentes de 
primeiro grau; 
Modificadores do curso: Problemas agravados por comportamento de 
desatenção nos anos pré-escolares antecipam dificuldades posteriores em 
leitura e matemática e a não resposta a intervenções acadêmicas efetivas. 
Atraso ou transtornos na fala/linguagem/processamento cognitivo prejudicado 
nos anos pré-escolares, indicam transtorno específico da aprendizagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
posterior em leitura e expressão escrita. A comorbidade desses problemas 
com TDAH é prognosticador de pior evolução da saúde mental, quando 
comparada àquela associada a um transtorno específico de aprendizagem 
sem TDAH. 
 
→ Consequências Funcionais do Transtornos Específico da 
Aprendizagem: 
 
Baixo desempenho acadêmico, taxas mais altas de evasão do ensino 
médio, menores taxas de educação superior, níveis altos de sofrimento 
psicológico e pior saúde mental geral, taxas mais elevadas de desemprego e 
subemprego e renda menor. A evasão escolar e os sintomas depressivos 
comórbidos aumentam o risco de piores desfechos de saúde mental, incluindo 
suicídio, enquanto altos níveis de apoio social ou emocional predizem 
melhores desfechos de saúde mental. 
 
→ Diagnóstico Diferencial: 
 
O transtorno específico da aprendizagem se distingue dos seguintes 
problemas, pois: 
 
Variações normais no desemprenho acadêmico: Os fatores 
externos, como falta de oportunidade educacional, educação escolar 
consistentemente insatisfatória, aprendizagem em uma segunda língua; 
Deficiência intelectual: As dificuldades para aprendizagem ocorrem na 
presença de níveis normais de funcionamento intelectual, o transtorno de 
aprendizagem só pode ser diagnosticado caso as dificuldades para aprender 
excedam as comumente associadas à deficiência intelectual; 
Dificuldades de aprendizagem devidas a problemas neurológicos 
ou sensoriais: Em casos de acidente vascular pediátrico, lesão cerebral 
traumática, deficiência auditiva ou visual, há achados anormais no exame 
neurológico; 
Transtornos neuro cognitivos: No transtorno específico da 
aprendizagem, a expressão clínica de dificuldades específicas de 
aprendizagem ocorre durante o período do desenvolvimento, e as 
dificuldades não se manifestam como um declínio acentuado a partir de um 
estado anterior; 
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: Os problemas 
observados são reflexo de dificuldades no desempenho de tais habilidades. 
Entretanto, a comorbidade entre transtorno específico da aprendizagem e 
TDAH é frequente, se critérios para ambos forem preenchidos, os dois 
diagnósticos podem ser dados; 
Transtornos psicóticos: No caso desses transtorno, ocorre um 
declínio rápido nesses domínios funcionais. 
 
→ Comorbidade: 
 
Costuma ser comórbido com TDAH, transtornos de comunicação, 
desenvolvimento da coordenação e espectro autista, ou com outros 
transtornos mentais, como ansiedade, depressãoe bipolaridade.

Continue navegando