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Introdução à Higiene e Segurança do Trabalho

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Autor: Prof. Ricardo Calasans
Introdução de Higiene e 
Segurança do Trabalho
Professor conteudista: Ricardo Calasans
Professor adjunto dos cursos de Engenharia, Arquitetura e Biomedicina da Universidade Paulista - UNIP. 
Coordenador do curso de Tecnologia de Segurança do Trabalho e do curso de pós-graduação de Engenharia de 
Segurança do Trabalho da UNIP. Diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Medicina e Segurança do Trabalho 
e Meio Ambiente – Abraphiset.
Formado em Engenharia de Produção Mecânica pela Universidade Metodista de Piracicaba - Unimep. Pós-graduado 
em Engenharia de Segurança do Trabalho e em TI pela UNIP. Bacharel em Direito e médico veterinário pela UNIP.
Atualmente é líder das disciplinas de Gestão Laboratorial e Controle de Qualidade do curso de Biomedicina 
e Prevenção de Riscos na pós-graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho, bem como da elaboração dos 
conteúdos e gravação dos vídeos da UNIP Interativa e do material didático pedagógico da referida instituição.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C143i Calasans, Ricardo.
Introdução de higiene e segurança do trabalho. / Ricardo 
Calasans. – São Paulo: Editora Sol, 2014.
104 p., il.
1. Higiene e segurança do trabalho. 2. Ergonomia. 3. Acidente de 
trabalho. I.Título. 
CDU 341.617 
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Janandréa do Espírito Santo
 Amanda Casale
Sumário
Introdução de Higiene e Segurança do Trabalho
APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7
INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INTRODUçãO À SEGURANçA NO TRABALHO ........................................................................................9
1.1 A saúde e a segurança do trabalhador e os fatores históricos, sociais, 
políticos e econômicos. ............................................................................................................................. 14
1.1.1 Trabalho e a saúde do trabalhador: a quebra de paradigmas ............................................. 15
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho ............................................................................................. 19
1.3 Prevenção ................................................................................................................................................ 23
1.4 Ajustamento ao trabalho .................................................................................................................. 24
1.5 Tratamento .............................................................................................................................................. 26
2 DADOS DE SST NO MUNDO GLOBALIzADO .......................................................................................... 27
2.1 Conceito e histórico ............................................................................................................................ 30
2.2 Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ........................................................... 31
2.2.1 Da organização ........................................................................................................................................ 32
2.2.2 Atribuições ................................................................................................................................................. 32
2.2.3 Funcionamento ........................................................................................................................................ 33
Unidade II
3 CONCEITO E IMPORTâNCIA DA ERGONOMIA ...................................................................................... 39
3.1 A ergonomia e a empresa ................................................................................................................. 41
3.2 Base legal ................................................................................................................................................. 44
4 EQUIPAMENTO DE PROTEçãO INDIVIDUAL (EPI)................................................................................ 54
4.1 Base legal ................................................................................................................................................. 54
4.2 Áreas de proteção ................................................................................................................................ 59
4.2.1 Cabeça ......................................................................................................................................................... 59
4.2.2 Membros superiores .............................................................................................................................. 60
4.2.3 Membros inferiores ................................................................................................................................ 60
4.2.4 Tronco .......................................................................................................................................................... 61
4.2.5 Pele ............................................................................................................................................................... 61
4.2.6 Respiração .................................................................................................................................................. 61
4.2.7 Ouvidos ....................................................................................................................................................... 61
4.3 Origem e evolução da ginástica laboral ...................................................................................... 62
4.3.1 Benefícios da ginástica laboral.......................................................................................................... 62
4.3.2 Tipos de ginástica laboral .................................................................................................................... 64
Unidade III
5 ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................................................................................. 68
5.1 Definição .................................................................................................................................................. 68
5.1.1 Doenças profissionais e doenças do trabalho ............................................................................. 70
5.1.2 Atos inseguros e condições inseguras ............................................................................................71
5.1.3 Outros acidentes de trabalho ............................................................................................................. 71
5.2 O acidente de trabalho e seu reconhecimento técnico ........................................................ 72
6 PREVENINDO E INVESTIGANDO O ACIDENTE DE TRABALHO ........................................................ 73
6.1 Prevenção ................................................................................................................................................ 74
6.1.1 Principais causas dos acidentes de trabalho ............................................................................... 74
6.1.2 Prevenção de acidentes de trabalho ............................................................................................... 75
6.2 Investigação............................................................................................................................................ 76
6.2.1 Atos inseguros .......................................................................................................................................... 76
6.2.2 Condições inseguras .............................................................................................................................. 76
6.2.3 O Método Árvore de Causas (ADC) .................................................................................................. 76
Unidade IV
7 A COMUNICAçãO DE ACIDENTES DE TRABALHO AO INSS ............................................................ 85
7.1 Cuidados importantes no preenchimento da CAT .................................................................. 86
7.1.1 Quando informar o acidente e de que forma? ........................................................................... 86
7.1.2 Comunicação de reabertura ............................................................................................................... 87
7.1.3 Comunicação de óbito .......................................................................................................................... 88
7.2 Legislação pertinente .......................................................................................................................... 88
8 HIGIENE E SEGURANçA DO TRABALHO ................................................................................................. 88
8.1 As principais normas regulamentadoras .................................................................................... 91
8.1.1 NR-4: serviço especializado................................................................................................................ 91
8.1.2 NR-5: comissão interna de prevenção de acidentes ................................................................ 91
8.1.3 NR-6: equipamentos de proteção individual .............................................................................. 91
8.1.4 NR-7: exames médicos ......................................................................................................................... 92
8.1.5 NR-8: edificações .................................................................................................................................... 92
8.1.6 NR-9: riscos ambientais ....................................................................................................................... 92
8.1.7 NR-15: atividades e operações insalubres .................................................................................... 92
8.1.8 NR-16: atividades e operações perigosas ..................................................................................... 92
8.1.9 NR-17: ergonomia.................................................................................................................................. 93
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APReSenTAção
Prezados(as) alunos(as),
Nesta disciplina, Introdução de Higiene e Segurança do Trabalho, iniciaremos os estudos sobre 
a origem e a evolução da Segurança no Trabalho, bem como os principais conceitos necessários 
para possibilitar ao profissional a compreensão sobre a abrangência da Segurança no Trabalho, sua 
importância e responsabilidade. Objetiva-se o entendimento sobre a relação entre a saúde do trabalhador 
e o ambiente de trabalho e que isso permita uma busca por melhores ambientes laborais, para que se 
ofereçam ambientes de qualidade nos quais as atividades sejam executadas com segurança.
Dessa forma, espera-se que ao final do estudo deste livro-texto você, aluno, possa ser capaz de 
compreender de forma adequada as bases da Prevenção e Segurança no Trabalho e, assim, contribuir 
com a proteção dos trabalhadores e com os ambientes saudáveis e seguros para eles. Também é esperado 
que você: seja capaz estabelecer a relação entre as condições do ambiente de trabalho, a produtividade 
e a qualidade de produtos e/ou serviços; tenha capacidade de identificar os fatores que diminuem 
absenteísmo, no que se refere à área de medicina e segurança do trabalho, bem como os agentes 
causadores de acidentes e afastamento do trabalho; e perceba a importância da Segurança no Trabalho 
como fator de satisfação e motivação junto ao trabalhador, contribuindo para sua fixação, manutenção 
e desempenho produtivo.
Para alcançar esses objetivos, o presente material divide-se da seguinte maneira: 
• Introdução à Saúde e Segurança no Trabalho.
• Acidente do Trabalho.
• Controle Total de Perdas.
• A comunicação de Acidente do Trabalho ao INSS.
Bom estudo!
InTRodução
Olá, aluno(a)!
No estudo das nossas civilizações até a Revolução Industrial, observa-se pouca informação sobre 
a saúde do trabalhador e o ambiente de trabalho. As definições e as discussões sobre os riscos à saúde 
frequentemente estão associados a resultados decorrentes de um fato que possa ocasionar um agravo 
ou mesmo uma consequência à saúde ocorrida com um trabalhador, as negligências, imprudência, ou 
até mesmo falhas humanas. O trabalho pode gerar saúde, doença, acidente, invalidez e mesmo a morte 
precoce do trabalhador. Assim, é de suma importância entender seu mecanismo, visando à adoção de 
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uma gestão preventiva e segura que propicie condições saudáveis do ambiente do trabalho bem como 
da qualidade de vida e de saúde.
O que se verificou ao longo da história do processo do trabalho foi a primazia dos meios de produção 
em detrimento da própria saúde humana do trabalhador, gerando, dessa forma, inúmeras doenças que 
constituem riscos à saúde desses colaboradores. A Lei Federal nº 8.080/90, entre as ações preventivas e de 
proteção ao meio ambiente, estabeleceu as diretrizes de vigilância ambiental em saúde, compreendendo 
um conjunto de ações que propicia o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionamentos que interferem na saúde humana com a finalidade de identificar as 
medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos ambientais relacionados às doenças ou outros 
agravos à saúde através:
• do estudo dos fatores de risco existentes (físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos ou 
psicossociais);
• da verificação das características especiais do ambiente que interferem no padrão da saúde da 
população e
• do estudo dos efeitos adversos à saúde relacionados à exposição a fatores de risco ambientais.
Por outro lado, de todo fato vivenciado, devemos destacar os pontos positivos destas ocorrências, que 
constituem um grande potencial de aprendizado e de conhecimento que nos possibilitará a escolha de 
outro caminho de desenvolvimento mais saudável e de ações preventivas e educadoras para minimizar 
ou mesmo limitar as ocorrências dos riscos à saúde do trabalhador.
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Introdução de hIgIene e segurança do trabalho
Unidade I
1 InTRodução À SeGuRAnçA no TRABALHo
Para iniciarmos nas questões referentes à segurança do trabalho, torna-se necessário o bom 
entendimento de alguns termos chaves. Por isso, é importante diferenciar o que deve ser considerado 
como perigo e o que deve ser considerado como risco. 
Perigo é a fonte de dano ou prejuízo potencial, ou uma situação com potencial para provocar dano 
ou prejuízo. Outra forma de entendermos perigo é como sendo uma fonte de energia capaz de causar 
perda, dano ou lesão. 
De acordo com o dicionário Houaiss (2009), é uma “[...] situação em que se encontra, sob ameaça, 
a existência ou a integridade de uma pessoa, um animal, um objeto etc./Situação ou eventualidade em 
que pode ocorrer um dano”. 
E, segundo o dicionário Nosé (FERREIRA, 1992), é uma “[...] exposição relativa a um risco que favorece 
a sua materialização em danos./Circunstância que prenuncia um mal para alguém ou para alguma coisa”.
Já risco é uma combinação da probabilidade de ocorrência e das consequências de um evento 
perigoso específico (acidente ou incidente). Portanto, um risco é composto pela probabilidade de um 
perigo ocorrer e as consequências de um evento perigoso. Assim, pode-se dizer que o risco é o resultado 
da probabilidade de uma ocorrência versus a severidade que ela pode causar. Será considerado um 
risco grave ou risco iminente toda a condição que possui uma probabilidade acentuada da ocorrência 
imediata de um evento ou uma sequência de eventos que possam levar a materialização de um acidente 
ou resultar em uma doença, com consequências graves. 
Para Houaiss (2009), risco é a “[...] probabilidade de perigo, geralmente com ameaça física para 
o homem e/ou para o meio ambiente.” E, para o dicionário Nosé (FERREIRA, 1992), é o “[...] fator 
adverso que se antepõe aos esforços em produzir segurança à integridade física das pessoas e 
patrimônios”. 
O profissional prevencionista compreenderá que muitas vezes não há como eliminar a fonte de 
perigo do ambiente de trabalho, pois ela faz parte do processo, mas os riscos que ela oferece aos 
trabalhadores deverão estar sob controle para que se possa trabalhar em segurança, evitando, assim, os 
acidentes de trabalho.
Mas o que seria acidente de trabalho? Inicialmente vamos compreender o que é um acidente e em 
seguida o conceito de acidente de trabalho. 
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De acordo com o Instituto Internacional de Controle de Perdas, o ILCI (International Loss Control Institute), 
o que ocasiona um acidente é o contato com uma fonte de energia a qual ultrapassa o limite do corpo 
humano ou estrutura. As fontes de energia podem ser mecânica, térmica, elétrica, ionizante ou química.
A maior parte das lesões que encontramos como, amputação, esmagamento, fratura, luxações, entre 
outras, são decorrentes de energia mecânica, por meio de impactos entre objetos e o corpo. A gravidade 
da lesão dependerá de basicamente dois fatores: o nível potencial de energia envolvida e a resistência 
da estrutura do corpo.
Assim, pode-se entender o acidente como sendo a ocorrência de um evento não desejado e 
inesperado que produz danos às pessoas, à propriedade ou ao meio ambiente. 
Recorrendo novamente a Houaiss (2009), temos a definição de acidente como um “[...] acontecimento 
casual, fortuito, inesperado; ocorrência; qualquer acontecimento, desagradável ou infeliz, que envolva 
dano, perda, lesão, sofrimento ou morte”. E, de acordo com o dicionário Nosé (FERREIRA, 1992), acidente 
é “[...] toda e qualquer ocorrência que gere solução de continuidade no ‘estado de segurança’; ocorrência 
súbita e funesta que causa danos materiais e lesões temporárias ou permanentes, podendo, também, 
causar a morte.” 
Em relação a acidente do trabalho, conforme a Lei nº 6.367/76, ele é: “[...] aquele que ocorre pelo 
exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte ou perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.”
No pensamento prevencionista, tem-se um entendimento um pouco diferente sobre acidente. 
Quanto mais melhoramos nossos sentidos de percepção e os conhecimentos prevencionistas, mais 
estará desenvolvida a nossa capacidade de antever o problema e, assim, permitir que se busquem meios 
de evitar que os acidentes se materializem.
Dentro dessa ideia, pode-se considerar que o acidente do trabalho é uma ocorrência programada, 
inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando 
perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou materiais.
É considerada também como acidente do trabalho, para fins previdenciários, a doença profissional, assim 
entendida aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho, peculiar à determinada atividade, e 
constante da relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social, e também a doença do trabalho, assim 
entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado.
Equipara-se ainda ao acidente do trabalho o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido 
a causa única, tenha contribuído diretamente para a morte do trabalhador, para a ocorrência da lesão e 
certos acidentes sofridos no local e no horário de trabalho e os ocorridos no percurso da residência para 
o local de trabalho ou desta para aquela.
Outro termo importante a se compreender é incidente, o qual pode ser definido como sendo um 
acontecimento não desejado ou não programado que venha a deteriorar ou diminuir a eficiência 
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Introdução de hIgIene e segurança do trabalho
operacional da empresa, segundo Jaques Sherique. Os incidentes podem ou não ser acidentes, entretanto, 
todos os acidentes são incidentes.
O texto a seguir é do Tribunal Superior do Trabalho – TST – e traz dados nacionais recentes. 
Os dados estatísticos de Acidentes de Trabalho de 2011 divulgados pelo Ministério 
da Previdência Social indicam, em comparação com os dos anos anteriores, um pequeno 
aumento no número de acidentes de trabalho registrados. 
O número total de acidentes de trabalho registrados no Brasil aumentou de 709.474 
casos em 2010 para 711.164 em 2011.
659.523
755.980
733.365
Número total de acidentes de trabalho fatais no período de 2007 a 2011. Fonte MPAS)
709.474 711.164
2007 2008 2009 2010 2011
Acidentes de trabalho registrados 2007-2011
Figura 1 
O número de óbitos também registrou aumento: de 2.753 mortes registradas em 2010, o 
número subiu para 2.884 em 2011. O número de acidentes típicos seguiu a mesma tendência, 
os quais passaram de 417.167 em 2010 para 423.167 registros em 2011. 
Já os dados apurados pelo Ministério da Previdência Social quanto às doenças 
ocupacionais registram queda: de 17.177 em 2010 para 15.083 em 2011.
Tabela 1 
ANOS Trabalhadores formais
Acidentes 
típicos
Acidentes de 
trajeto 
Doenças 
ocupacionais
Total dos 
acidentes Mortes
2007 37.607.430 417.036 79.005 22.374 659.523* 2.845
2008 39.441.566 441.925 88.742 20.356 755.980* 2.817
2009 41.207.546 424.498 90.180 19.570 733.365* 2.560
2010 44.068.355 417.295 95.321 17.177 709.474* 2.753
2011 46.310.631 423.167 100.230 15.083 711.164* 2.884
Obs.: 1. No número total de acidentes, a partir de 2007, foram incluídos os acidentes registrados pelo INSS sem 
CAT emitida, sendo 141.108 em 2007, 204.957 em 2008, 199.117 em 2009, 179.681 em 2010 e 172.684 em 2011; 
2. A coluna “Trabalhadores formais” considerou, a partir de 1985, os dados da RAIS, já que o INSS nãopublica o 
número de empregados abrangidos pelo Seguro de Acidente do Trabalho.
(Numero total de acidentes de trabalho fatais no período comparativo de 2007 a 2011. FONTE: MPAS).
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Analisando as cinco macrorregiões demográficas, a região Sudeste conta com o maior 
número de acidentes de trabalho, com um total de 387.142 ocorrências, cerca de 70% do 
total nacional. Em seguida, a região Sul registra 153.329 casos, a região Nordeste 91.725, 
região Centro-Oeste 47.884 e, por fim, região Norte, com 31.084 acidentes.
Norte
6%
Centro-Oeste 
9%
Nordeste 
16%
Sudeste
69%
Acidentes de trabalho registrados em 2011
Dados percentuais por Macrorregião
Figura 2
Analisando isoladamente os estados, apresentaram aumento no número de acidentes de 
trabalho somente estados das regiões Norte e Nordeste: Rondônia (de 5.101 em 2009 para 
5.280 em 2010), Maranhão (de 5.957 em 2009 para 5.969 em 2010), Piauí (de 3.118 em 2009 
para 3.226) Paraíba (de 4.914 em 2009 para 4.957 em 2010), Pernambuco (18.629 em 2009 
para 19.936 em 2010), Alagoas (9.065 em 2009 para 9.185 em 2010).
No Nordeste, contudo, merece destaque a redução do número de acidentes de trabalho 
na Bahia (26.483 em 2009 para 23.934 em 2010) e no Rio Grande do Norte (de 8.923 em 
2009 para 7.023 em 2010).
O Estado de São Paulo registrou uma pequena redução no número de acidentes de 
trabalho, de 249.289 registros em 2009 para 242.271 em 2010, mas continua sendo o com 
maior número de registros de acidentes de trabalho.
Quanto aos grupos separados por idade e sexo, em todos eles houve uma discreta redução 
nos números de acidentes de trabalho, com exceção na faixa de até 19 anos, em que houve 
um pequeno aumento: de 26.336 em 2008 para 22.159 em 2009, subindo novamente para 
22.847 em 2010.
Da análise no setor específico da indústria, as atividades de produção de alimentos e 
bebidas, com 59.976 ocorrências, e o da construção civil, com 54.664 registros, se encontram 
dentre os com maior número absoluto de acidentes de trabalho e 2010.
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Introdução de hIgIene e segurança do trabalho
Quanto ao setor de serviços, o segmento do comércio e reparação de veículos 
automotores registrou o maior número de acidentes de trabalho, com 95.496 ocorrências 
em 2010, seguido pelo de Saúde e serviços sociais, com 58.252 acidentes de trabalho, e pelo 
de Transporte, armazenagem e correios, com 51.934 acidentes computados.
Fonte: Brasil (s.d.).
Analisando as causas dos acidentes de trabalho, pode-se considerar que existem duas básicas: a 
primeira está relacionada ao fator humano e a segunda, ao ambiente de trabalho. 
A primeira, relacionada ao fator humano, pode ser entendida como atos inseguros. É possível afirmar 
que são causas de acidentes do trabalho que residem, exclusivamente, no fator humano, isto é, aqueles 
decorrentes da execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança. Deve-se compreender 
que não se está buscando culpa ou responsabilidade, e sim causa, pois o objetivo na prevenção é entender 
as causas de um acidente e, assim, poder agir de forma a evitar que ele volte a ocorrer. 
Então quais seriam as causas de atos inseguros?
Poder-se-ia considerar que o que leva ao ato inseguro é:
• Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais (sexo, idade, tempo de reação 
as estímulos, coordenação motora, problema neurológico, nível de inteligência, grau de atenção, 
percepção e coordenação visual motora). 
• Fatores circunstanciais (problemas familiares, abalos emocionais, alcoolismo, doença e fadiga).
• Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los (seleção ineficaz, falhas de 
treinamento e falta de treinamento )
• Desajustamento, relacionamento com certas condições específicas do trabalho (problema com 
chefe, colegas, salário, plano de carreira e clima de insegurança). 
• Personalidade (desleixado, exibicionista, “machão”, falador, desatento, brincalhão etc.).
Quanto ao ambiente de trabalho, têm-se as condições inseguras, que são aquelas que colocam em 
risco a integridade física e/ou mental do trabalhador devido à possibilidade de que ele se acidente. 
Nas unidades seguintes voltaremos a falar sobre esses tópicos, para reforçar tais conceitos na hora 
de se fazer uma investigação de um acidente do trabalho.
“Prevenir acidentes é afinal de contas, saber trabalhar; quem trabalha sem segurança, não sabe 
trabalhar” (BARBOSA, 2006, p. 10).
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Figura 3 
Prevenção de acidentes é, afinal de contas, saber trabalhar; quem trabalha sem segurança, não sabe 
trabalhar.
1.1 A saúde e a segurança do trabalhador e os fatores históricos, sociais, 
políticos e econômicos.
A saúde do trabalhador é tão importante pode ser considerada como uma área do conhecimento 
que requer investigação e intervenção e que tem sofrido diversas configurações ao longo das últimas 
décadas. 
O crescimento da área da saúde do trabalhador pode ser entendido através de duas dimensões: uma 
decorrente da nova ordem do capital sobre o trabalho; outra por conta do reconhecimento político 
da área, representado pela sua inserção, ainda que insuficiente no conjunto das políticas públicas e 
intersetoriais, resultante da capacidade de organização de diferentes agentes políticos. 
Com relação à ordem do capital sobre o trabalho, esta se figura no impacto dos novos padrões da 
ordem capitalista, ao se verificar, a partir dos complexos avanços produtivos, outra estrutura do trabalho, 
sendo cada vez mais necessária a análise dessas novas estruturas, compreendendo o seu impacto sobre 
a saúde. 
Na segunda dimensão, os avanços políticos-legais (novas legislações) estão associados ao 
reconhecimento da preocupação ampliada de saúde e sua regulação como direito universal (direito 
para todos) e, ainda, à incorporação da saúde do trabalhador no campo da saúde coletiva e em demais 
políticas públicas, configurando como uma nova ordem de interesse geral da população. 
Tais fatores contribuem ao crescimento da participação social na defesa e no controle social 
de políticas públicas, bem como ao fortalecimento da organização dos trabalhadores (sindicatos) e 
a incorporação nas pautas coletivas de necessidades voltadas para a saúde e a proteção social e do 
trabalho, enquanto conquista da mobilização de amplos setores da sociedade. 
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1.1.1 Trabalho e a saúde do trabalhador: a quebra de paradigmas 
A denominação “saúde do trabalhador” carrega em si as contradições produzidas na relação capital e 
trabalho e no reconhecimento do trabalhador como sujeito político. Hoje, representa o fim de um modelo 
hegemônico que atravessou décadas, quando se entendia que qualquer trabalhador acidentado ou que 
tivesse adquirido doença no local ou ambiente de trabalho estava garantido nos termos da legislação, 
circunscrito num arcabouço da obrigação do empregador em indenizar e garantir os consectários legais, 
como as estabilidades.
O surgimento da relação saúde e trabalho é fruto da própria história social do trabalho ao longo do 
tempo. Essa transformação constante vem exigindo respostas políticas, teóricas e sociais, cuja raiz está 
na compreensão do trabalho, seu significado e metamorfoses. 
Este “trabalho dinâmico” representa para o trabalhador sua história individual e também coletiva. 
A centralidade dotrabalho (Antunes, 1999) na vida das pessoas é repleta de antagonismos e contradições, 
pois ao mesmo tempo em que é propiciador de qualidade de vida, de satisfação das necessidades básicas, 
pode também representar o seu anverso, devido às condições destrutivas da organização trabalho na 
lógica do capital, podendo determinar a produção de doenças e mortes.
A construção do conhecimento e a compreensão das múltiplas determinações que constituem o 
processo saúde-doença fazem parte da relação entre o capital e o trabalho na explicitação do conjunto 
de manifestações no corpo e na mente dos indivíduos envolvidos neste processo. Como refere Dias 
(1994), os trabalhadores vivem, adoecem e morrem de forma compartilhada com a população de 
um determinado tempo, lugar e classe social, mas também de forma diferenciada, decorrente de sua 
inserção particular no processo produtivo, sustenta a proposição de que esta especificidade deve ser 
contemplada no atendimento às suas necessidades de saúde. 
Compreender a saúde nessa dimensão significa entendê-la na divisão social e técnica do trabalho. 
Representa entender “o processo de trabalho como espaço concreto de exploração “[...] e a saúde do 
trabalhador como expressão, igualmente concreta, desta exploração” (LAURELL; NORIEGA, 1989, p. 
23). Os desafios são de diferentes ordens, uma vez que o capital procura dissimular seu caráter de 
exploração, mas fica cada vez mais difícil esconder sua natureza, ou seja, “a nova ordem teoriza e 
pratica, abertamente, as desigualdades como uma necessidade intrínseca do capital” (AUGUSTO, 2001, 
p. 170). Assim, fica exposta a estranha lógica na qual a igualdade tem valor negativo e a desigualdade 
valor positivo, a fim de naturalizá-la.
A nova transformação do trabalho no sistema capitalista tem apresentado, em seus vários ciclos, 
sistemas gerenciais com evolução crescente da produção, da qualificação profissional, do ritmo de 
trabalho e da fragmentação do processo produtivo. O contexto é de precarização, flexibilização, trabalho 
parcial, polivalência de funções, redução dos postos de trabalho, aceleração no ritmo da produção e 
das ações somado ao desemprego estrutural, à implementação de novas tecnologias, com salários em 
declínio e/ou instáveis. 
Ressaltam-se ainda outras questões relacionadas à precarização dos contratos de trabalho, 
tanto aquelas denominadas de precariedade objetiva (contrato por prazo determinado, trabalho 
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temporário) quanto às de precariedade subjetiva, tão ou mais prejudicial à saúde quanto a anterior, 
como a instabilidade dos contextos técnicos e organizacionais, em que se constata a fragilidade 
das organizações não governamentais e cooperativas que fazem os contratos com os profissionais 
terceirizados, e a responsabilização dos assalariados, tornando-os responsáveis pela sobrevivência 
das empresas. 
Constitui momento predominante da atual produção do capital a busca do envolvimento do 
trabalhador enquanto disposição intelectual-afetiva com a lógica da valorização do capital, portanto 
para além do “fazer” e do “saber” (ALVES, 2005).
Todas essas condições de trabalho levam a uma verdadeira “sobressolicitação mental”, com uma 
sobrecarga informacional, um verdadeiro “soterramento” de informações, hipersolicitação e tratamento 
paralelo de tarefas múltiplas, que provocam uma situação que poderíamos chamar de “transbordamento 
cognitivo” (FALzON, 2007); uma sensação de transbordamento e saturação, impressão de fazer o urgente 
passar na frente do importante, de não conseguir fazer o que se planificou, sem compreender o porquê, 
de permanente insatisfação com o trabalho realizado.
A reestruturação produtiva alterou substancialmente o perfil do trabalho e dos trabalhadores, assim 
como os determinantes da saúde-doença dos trabalhadores. Essas alterações modificaram também o 
perfil da morbi-mortalidade relacionada ao trabalho, assim como a organização e as práticas de saúde 
e trabalho (DIAS, 1994).
Um dos grandes marcos da transformação das práticas sociais para uma abordagem ampliada da 
saúde, fazendo frente aos crescentes índices de morbidade e mortalidade da população, ocorreu em um 
momento de efervescência do movimento da Reforma Sanitária e da democracia brasileira. O resultado 
foi a aprovação do Sistema Único de Saúde (1990) e a reorganização das competências das ações de 
segurança e saúde do trabalhador, na tentativa de superar a histórica fragmentação em três áreas: 
saúde, trabalho e previdência.
O movimento de Reforma Sanitária foi um fato importante iniciado no início da década de 1980, 
sob a denominação “saúde do trabalhador”. A consolidação do conceito legal pela Lei nº 8.080, de 1990, 
do Sistema Único de Saúde - SUS estabeleceu os procedimentos de orientação básicos como forma de 
instrumentalização das ações e dos serviços em saúde do trabalhador.
Inicialmente, a atenção prestada aos trabalhadores se voltava apenas para o trabalho 
formal. Contudo, em tempos de transformações, constata-se que a precarização das relações 
de trabalho, em todos os seus segmentos, mudou, sem dúvida, a forma de entender a 
questão, o que exigiu transformações radicais na maneira de se conceber e de se enfrentar 
os problemas daí decorrentes. 
A análise, sob uma perspectiva evolutiva e conceitual, indica que na medicina do trabalho o enfoque 
principal da determinação do processo de saúde/doença é individual e biologicista, como demonstra a 
sistematização realizada por Mendes e Oliveira (1995) no quadro a seguir.
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Quadro 1 - Situando o desenvolvimento conceitual em saúde do trabalhador
Determinantes 
do Processo 
Saúde/Doença
Ação Principal
Caráter 
Principal da 
Ação
Ator Principal Cenário Papel do Usuário
Campo da 
Saúde
1. Biológico Tratamento da 
doença Técnico Médico Hospital
O usuário é o 
objeto
Medicina do 
Trabalho
2. Ambiental Prevenção da doença Técnico Equipe Ambulatório
Usuário e 
ambiente são 
objetos
Saúde 
ocupacional
3. Social Promoção da saúde Técnico/Político Cidadão Sociedade Sujeito
Saúde do 
trabalhador
Fonte: Mendes; Oliveira (1995).
Atualmente, a saúde do trabalhador entende o social como determinante das condições de saúde, 
sem negar que o adoecimento deve ser tratado e que é necessário prevenir novas doenças, privilegiando 
ações de promoção da saúde. Este entendimento define que as várias causas dos acidentes e das doenças 
do trabalho têm uma hierarquia entre si, não sendo neutras e iguais, havendo algumas causas que 
determinam outras (MENDES; OLIVEIRA, 1995). 
Diferentemente das diversas e divergentes visões anteriores, propugna-se que os programas de 
saúde incluam a proteção, a recuperação e a promoção da saúde do trabalhador de forma integrada, e 
que sejam dirigidos não só aos trabalhadores que sofrem, adoecem ou se acidentam, mas também ao 
conjunto deles (DIAS, 1994).
Para se conseguir a excelência na questão saúde do trabalho é necessária uma estruturação em uma 
abordagem que tenha como meta a realização de ações coletivas, no âmbito da vigilância, da promoção 
e da proteção da saúde nas quais o sujeito é parte essencial dessa ação.
Portanto, a área da saúde do trabalhador na atualidade vai além dos conhecimentos específicos da 
medicina do trabalho, buscando compreender a relação capital-trabalho, na qual a saúde e o acidente de 
trabalho tornam-se expressões máximas das desigualdades geradas por esse conflito (MENDES, 2003). 
É importante e necessário, ao estudar a relação da saúde com o trabalho, entender como as sociedades 
constroem a saúde e quais sãoas possibilidades de sobrevivência individual e coletiva (THÉBAUD-MONY, 
2000). 
O trabalho está, sobretudo por meio de sua presença ou ausência, totalmente ligado à evolução 
da questão da saúde, evidenciando a atualidade do nexo produção-reprodução da força de trabalho-
consumo-ambiente-saúde-doença, vistos na sua integralidade (FREIRE, 1995).
Outro aspecto importante na saúde do trabalhador são os desgastes físicos provocados pela 
modalidade do trabalho repetitivo e seus efeitos, associados agora à característica polivalente 
da produção, e aos fatores psicossociais do desemprego crescente, pois fornecem as bases para a 
criação de estratégias ao trabalhador. Se entendermos que o local de trabalho é o espaço no qual 
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os processos organizativos estão disponibilizados para alcançar determinados fins, é importante 
perceber que os elementos que o integram não são homogêneos e devem ser entendidos como 
um conjunto, pois os trabalhadores criam vínculos e regras próprias, e nem sempre obedecem 
ao dito, ao mensurável, ao controlável. A observação dessas práticas de trabalho, bem como das 
relações delas decorrentes, tornam-se pertinentes em estudos que buscam compreender a relação 
do adoecimento com o trabalho.
Destaca-se, portanto, que a saúde do trabalhador pressupõe uma interface entre diferentes 
alternativas de intervenção que contemplem as várias formas de determinação do processo de saúde-
doença dos trabalhadores (MENDES, 2003). É necessário pensar a saúde do trabalhador desde a sua 
organização na sociedade e no trabalho, compreendendo-se essa realidade sob uma perspectiva de 
sujeitos coletivos, conhecendo-os e reconhecendo-os historicamente. Desse modo, é preciso, além 
do diagnóstico e do tratamento, a implementação simultânea das modificações nos ambientes de 
trabalho, bem como o desenvolvimento de outras ações no âmbito da organização desses ambientes, 
que devem estar em consonância com as múltiplas mudanças nos processos de trabalho, as quais 
retratam a divergência de interesses entre capital e trabalho, quando emergem as doenças e os 
acidentes de trabalho.
O alcance nos avanços no campo político e teórico sobre a saúde do trabalhador não pode prescindir 
da construção de uma base legal e normativa que contemple diretrizes políticas para a atenção e a 
promoção da saúde do trabalhador. Destaca-se, assim, pela Portaria nº 1.679, de 19 de setembro de 
2002, a criação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), como estratégia 
para a elaboração desse instrumento, com ênfase nas ações assistenciais. 
Cabe ressaltar que essa portaria foi apoiada pelos profissionais e técnicos dos Centros de Referência 
em Saúde do Trabalhador - Cerest e setores do movimento dos trabalhadores, que reconheceram na 
iniciativa as possibilidades de institucionalização e fortalecimento da saúde do trabalhador, no SUS. 
Pela primeira vez seria possível contar com um financiamento estratégico das ações, vinculado à 
operacionalização de um Plano de Trabalho de Saúde do Trabalhador, em nível estadual e municipal. A 
partir de 2003, a coordenação da Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde priorizou 
a implementação da Renast como a principal estratégia da Política Nacional de Saúde do Trabalhador 
(PNST) para o SUS (MS, 2004).
Este conjunto de ações é parte do debate em torno da articulação da área e da construção da 
proposta de Política Nacional de Segurança e Saúde do trabalhador - PNSST, contendo importantes 
proposições e contemplando os papéis a serem desempenhados, entre outros, pelo Ministério 
da Saúde (assistência e vigilância), Ministério da Previdência (benefício por incapacidade e 
implementação do nexo epidemiológico presumido) e Ministério do Trabalho (diretrizes e normas 
de SST). 
Assim, a Segurança e Saúde do Trabalhador - SST atende o intento de ampliação das ações de 
promoção, resultando na ampliação da cobertura dos trabalhadores, na harmonização de normas e 
articulação de ações; precedência da prevenção sobre a reparação; estruturação de uma rede integrada 
em SST; reestruturação da formação em SST; promoção de uma agenda integrada de estudos e 
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investigação em SST (LACAz, 2010). Entretanto, apesar desse esforço, não há ainda a efetivação 
da PNSST em decreto presidencial, para assim viabilizar efetivamente as ações propostas. Há de se 
considerar ainda divergências constantes na proposta da política, as quais representam questões de 
concepção travestidas, por vezes, de terminologias que, na sua essência, ocultam históricas tensões 
entre as áreas.
Quando se coloca em evidencia as implicações do trabalho sobre a saúde e os constantes embates 
que envolvem a área de saúde do trabalhador, identificam-se nas relações sociais da sociedade capitalista 
distintas perspectivas no campo ético, político e econômico. 
Uma vez observadas e constatadas estas implicações, o observador demandará sólido 
conhecimento teórico-metodológico em articulação com as forças sociais, na defesa da saúde do 
trabalhador como direito, e entenderá a necessidade da emancipação do trabalhador, rompendo 
com abordagens conservadoras que concebem o adoecimento como fenômeno estranho ao 
processo de produção.
 Lembrete
O crescimento da área da saúde do trabalhador pode ser entendido 
através de duas dimensões: a primeira, decorrente da nova ordem do capital 
sobre o trabalho; a segunda, por conta do reconhecimento político da área, 
representado pela sua inserção, ainda que insuficiente no conjunto das 
políticas públicas e intersetoriais, resultante da capacidade de organização 
de diferentes agentes políticos.
 Saiba mais
Leia sobre o trabalho desenvolvido no Seminário Nacional Pró-
Saúde e PET-Saúde, realizado em outubro de 2011, que tratou sobre a 
Regulamentação da lei 8.080/1990. Essa lei dispõe sobre as condições 
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e 
funcionamento dos serviços correspondentes e outras providências.
<http://www.prosaude.org/noticias/2011apres-sem-nac2011/
AndreLuizSGEP-RegLei8080SemNac-19-10-2011.pdf>.
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho
É difícil dizer ao certo onde se iniciou a preocupação com a segurança do trabalho. Talvez ela 
seja tão antiga quanto o próprio trabalho e provavelmente o primeiro acidente decorrido dele. A 
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informação mais antiga em que se verifica a preocupação com a segurança do trabalho se encontra em 
um documento egípcio, o papiro Anastacius V. Nesse documento, há a descrição da atividade de um 
pedreiro e a preocupação com a preservação de sua saúde. Outro registro, também no Egito, no ano de 
2360 a.C., fala sobre a insurreição geral dos trabalhadores de uma mina de cobre e mostrava ao faraó a 
necessidade de uma melhora nas condições de vida dos escravos.
Ao longo dos tempos, já no Império Romano, surgiram leis que garantiam a proteção médica-legal 
dos trabalhadores. Os primeiros a estabelecerem medidas de controle, com o uso do que seria um dos 
primeiros equipamentos de proteção individual (EPI), foram Plínio e Rotário, os quais recomendaram o 
uso de máscaras respiratórias para proteger o trabalhador das poeiras metálicas.
Aristóteles cuidou das enfermidades dos mineiros e tentava evitá-las. Hipócrates (considerado o pai 
de Medicina e um dos homens mais importantes da história dela) viveu entre 460 a 370 a.C. Foi pioneiro 
em muitas descobertas, entre elas, a identificação naorigem das doenças relacionadas ao trabalho com 
as minas de estanho.
Na Idade Média encontram-se as primeiras ordenações, aos fabricantes, para a adoção de medidas 
de higiene do trabalho. No período do Renascimento destaca-se a figura de Samuel Stockause como 
sendo o pioneiro da inspeção médica no trabalho. Também destacou-se o médico Bernadino Ramazini, 
responsável por relacionar as doenças dos trabalhadores com as suas atividades laborais e, assim, 
sistematizar todos os conhecimentos que se acumulavam sobe segurança. Ele publicou em 1760, em 
Modena, na Itália, a sua obra De Morbis Artificum Diatriba – As Doenças dos Trabalhadores.
Não só nos tempos antigos, mas também na nossa época, os governos 
bem constituídos têm criado leis para conseguirem um bom regime 
de trabalho, pelo que é justo que a arte médica se movimente em 
favor daqueles que a jurisprudência considera de tanta importância, 
e empenhe-se, como até agora tem feito, em cuidar da saúde dos 
operários, para que possam, com a segurança possível, praticar o oficio 
a que se destinam (RAMAzzINI, 2000, p. 21).
Em 1779, na França, a Academia de Medicina fazia constar em seus anais um trabalho sobre as causas 
e prevenção de acidentes. Nesse ano também foi fundada, em Milão, na Itália, a primeira sociedade 
filantrópica que visava ao bem-estar do trabalhador. A seguir, fatos relevantes relacionados ao tema, ao 
longo dos anos:
• 1830 – inicia-se a etapa da Medicina do Trabalho;
• 1890 – ocorre a Conferência Internacional em Berlim;
• 1891 – Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII (15 de maio de 1891, capítulo 27);
Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer 
pelo excesso de fadiga embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo. A 
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atividade do homem, restrita como a sua natureza, tem limites que se não 
podem ultrapassar (LEãO XIII, 1891). 
• 1900 – Associação Internacional para Proteção dos trabalhadores; 
• 1919 – Organização Internacional do Trabalho – OIT; 
• 1950 – Etapa da Saúde Ocupacional; 
• 1970 – Etapa da Saúde do Trabalhador.
A partir da Revolução Industrial (1760 – 1850), as condições de trabalho começaram a se tornar 
cada vez mais intoleráveis. Como estava claro que o país que adotasse medidas com o objetivo de 
melhorar as condições de trabalho elevaria o custo da mão de obra e, consequentemente, ficaria em 
uma posição desvantajosa no mercado em relação aos outros países, conclui-se que deveria haver 
acordos internacionais para que se pudesse conseguir resultados positivos.
O primeiro deles foi uma conferência internacional em Berlim no ano de 1890, na qual 14 países 
estiveram representados. Sete anos depois, outra conferência internacional foi realizada em Bruxelas, da 
qual resultou a criação, em 1900, da Associação Internacional para Proteção dos Trabalhadores.
Dessa associação nasceu, em 1919, a Organização Internacional do Trabalho – OIT –, que ficou 
responsável em traduzir e publicar a legislação social de diferentes países à medida que era colocada em 
prática. Nasceu, assim, a série legislativa que a OIT continua publicando até a presente data.
Figura 4 – Trabalhadores usando equipamentos de proteção
No Brasil, nos primeiros séculos pós-descobrimento, as atividades industriais restringiram-se 
praticamente à fabricação do açúcar e à mineração, sendo permitida a instalação de fábricas apenas a 
partir de 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil. Entretanto, só em 1890 surge a 
primeira legislação sobre condições de trabalho industrial com a criação do Conselho de Saúde Pública. 
A legislação trabalhista caminhou a passos lentos até 1930, com a criação do Ministério do Trabalho, 
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que adotou a questão da saúde e segurança dos trabalhadores. Em 1978, o ministério aprovou uma 
portaria com as 28 Normas Regulamentadoras (NR) relativas à segurança e medicina do trabalho. A 
partir de 1994, já adotando como paradigma a Convenção nº 161/85 da OIT, aprovou as atuais versões 
das normas NR-7, NR-9, NR-18 e NR-29. Finalmente, em 1999, foi aprovada a atual versão da NR-5 
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa).
Todas as normas citadas no parágrafo acima serão devidamente examinadas neste livro-texto. Ao 
fazer uma análise sobre saúde e segurança no trabalho, podemos compreender a importância de interferir 
no processo de segurança ocupacional dos colaboradores tendo o objetivo de prevenir, minimizar e 
eliminar os riscos decorrentes de condutas e procedimentos que causam riscos à saúde do trabalhador. 
Podemos entender que um serviço de saúde ocupacional apresenta finalidades como:
• cuidar e proteger o colaborador contra qualquer risco à saúde que se origine em seu ambiente de 
trabalho ou das condições físicas e psicológicas em que o trabalho o expõe;
• buscar o equilíbrio, ajustamento mental e físico do colaborador;
• estabelecer e manter um alto grau de bem-estar físico e mental dos colaboradores.
 Lembrete
O médico do trabalho tem como parte de suas funções a realização 
de exames médicos ocupacionais chamados de admissional, demissional, 
periódicos e especiais.
A definição dos objetivos e propósitos de um serviço de saúde ocupacional está formalizada na 
Recomendação 112 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1959. Essa recomendação 
foi um dos marcos importante no processo de organização dos serviços de saúde do trabalhador, além 
de ser utilizada como um paradigma na elaboração da legislação brasileira sobre o assunto. Seu maior 
mérito foi definir as funções dos serviços de medicina do trabalho, destacando sua função preventiva. 
Aconselhava, também, que todos os países-membros adotassem a obrigatoriedade da existência de 
serviços médicos de empresa. O Direito Internacional, juntamente com as convenções e recomendações 
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), oferecem bases para a efetiva melhora das condições e 
do meio ambiente do trabalho no mundo.
 Saiba mais
Conheça o histórico no Brasil da saúde e segurança do trabalho e 
confira mais informações sobre a Recomendação nº 112/09 da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) sobre serviços de medicina no trabalho no 
endereço abaixo:
<http://nr7.sat.sites.uol.com.br/sesmt.htm>.
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Introdução de hIgIene e segurança do trabalho
A maioria dos serviços de saúde ocupacional foca três áreas principais, são elas: prevenção, 
ajustamento ao trabalho e tratamento.
1.3 Prevenção
A prevenção na Saúde e Segurança do Trabalho deve ser desdobrada em duas funções – controlar 
riscos e controlar emergências – diminuindo, assim, as estatísticas dos acidentes com os colaboradores.
É muito comum nas empresas placas de controle dizendo:
“Estamos trabalhando há xxx dias sem acidentes com perda de tempo.
Nosso recorde é de xxx dias.”
De acordo com Cardella (1999), o controle de riscos pode ser exercido por meio de sistemas 
altamente sofisticados, como o de uma unidade industrial, ou muito simples, como o de um 
trabalhador que controla os riscos de suas atividades. Em qualquer um dos casos, são adotados os 
seguintes princípios:
• Nas organizações e sociedade, o acidente é um fenômeno de natureza multifacetada que resulta 
de interações complexas entre fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais.
• Todos os acidentes podem ser evitados.
• Os acidentes ocorrem porque a mente se envolve com o trabalho e esquece o corpo.
• Um indivíduo nãoconsegue, sozinho, controlar os riscos de sua atividade.
Figura 5 – Trabalhador em ambiente de trabalho “adequado”
O objetivo da gestão de riscos é trabalhar a prevenção dos acidentes e, dessa forma, manter os riscos 
associados à organização abaixo dos valores tolerados pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(Cipa). Algumas organizações não conscientizam seus colaboradores da responsabilidade da prevenção, 
mas é dever de todos zelar por uma boa saúde, segurança no trabalho e, consequentemente, por uma 
boa qualidade de vida. Segundo Cardella (1999), a política estabelece as regras comportamentais da 
organização. Portanto, cada organização, família, pessoa ou sociedade deve estabelecer sua própria 
política, que é sempre um reflexo de seus valores.
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Veja algumas regras básicas:
• A preservação de pessoas tem prioridade sobre a preservação de bens.
• Quem responde por uma atividade deve responder também pelos riscos decorrentes dessa 
atividade.
Ainda de acordo com Cardella (1999), é considerado emergência todo procedimento perigoso sobre 
os quais o homem não tem nenhum controle. Toda emergência é considerada anormal, pois o esperado 
e desejado é a ausência de emergências. Ela pode ser caracterizada como explosão, incêndio, vazamento 
de gás tóxico, enchente, falta de energia elétrica, falta de água e refrigeração, entre outros. Em qualquer 
um dos casos, são adotados os seguintes princípios:
• A velocidade de propagação da série de eventos perigosos é maior que a velocidade com que o 
homem detecta, analisa e toma decisões.
• Em situação de emergência, o homem apresenta uma elevada probabilidade de cometer falhas. 
Essa probabilidade diminui se ele estiver adequadamente treinado.
• Não é possível elevar a confiabilidade dos sistemas a cem por cento. Quando o último recurso 
mecânico-eletrônico falha, o controle passa a depender totalmente da intervenção humana.
Desses princípios, decorre:
• que as emergências devem ser analisadas previamente para que decisões críticas sejam incorporadas 
ao plano de ação e as ações sejam executadas de modo automático no momento da ocorrência;
• que as ações de controle devem ser executadas preferencialmente por equipamentos, pois eles 
atuam muito rapidamente e com muito maior confiabilidade do que o homem;
• que as pessoas que atuam no controle de emergências devem ser treinadas em detecção de falhas.
A política de gestão de emergências deve ser simples e objetiva, não deixando dúvidas quanto ao 
comportamento esperado. Cabe à liderança estabelecer a política da organização.
 Lembrete
É preciso inspecionar regularmente para controlar os riscos.
1.4 Ajustamento ao trabalho
Embora estudos sinalizem, principalmente, os efeitos do trabalho sobre a saúde do colaborador, não 
podemos esquecer que é tarefa primordial estudar os efeitos que a saúde pode ter sobre o trabalho. 
Podemos iniciar esse estudo pelo processo seletivo do candidato a determinado cargo, com o qual 
analisaremos a sua saúde e as suas aptidões.
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Algumas organizações realizam um procedimento de triagem com os candidatos por meio do 
preenchimento de um questionário de saúde elaborado por um médico e com o auxílio de um 
profissional da enfermagem. Esse questionário confirmará se o colaborador está apto ou não para 
desenvolver determinada tarefa no seu cotidiano, mas esse não é o único método utilizado para 
o ajustamento de função. No caso dos colaboradores admitidos para trabalhar em uma área que 
acarreta exposição a riscos específicos, como metais pesados, radiações, barulhos, eles necessitarão 
ser examinados para que se estabeleçam dados clínicos de referência, com a complementação 
de alguns exames laboratoriais como audiometria, hemograma completo e dosagem de chumbo 
no sangue. Vale lembrar que somente essas ações não bastam: ao lidar com pessoas, o clima 
organizacional é primordial para ter um ajustamento organizacional, ideal para um bom ambiente 
de trabalho.
Segundo Cardella (1999), o clima organizacional resulta de fatores internos e externos. Entre 
eles, podemos citar a visão de futuro, ameaças externas, situação política, econômica e social do 
país, grau de satisfação das necessidades das pessoas, liderança, cultura organizacional e sistema 
de gestão.
 Saiba mais
Leia o artigo de Francisco Antônio de Castro Lacaz intitulado “O campo 
Saúde do Trabalhador: resgatando conhecimentos e práticas sobre as relações 
trabalho-saúde”. Nele, você verá os pressupostos teórico-operacionais do campo 
Saúde do Trabalhador e os formulados pela Saúde Ocupacional.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid 
=S0102-311X2007000400003>.
A Organização Internacional de Trabalho (OIT) estabeleceu o Programa Internacional para a Melhora 
das Condições e Meio Ambiente do Trabalho (PIACT), que iniciou-se em 1976 e tem como objetivo o 
melhoramento das condições de trabalho e a proteção da saúde física e mental do trabalhador. Seu foco 
constitui-se na:
• prevenção contra os efeitos desfavoráveis de fatores físicos, químicos e biológicos no local de 
trabalho e no meio ambiente imediato;
• prevenção da tensão mental resultante da duração excessiva do ritmo, do conteúdo ou da 
monotonia do trabalho;
• promoção de melhores condições de trabalho visando à distribuição adequada do tempo e do 
bem-estar dos trabalhadores;
• adaptação das instalações e locais de trabalho à capacidade mental e física dos trabalhadores 
mediante a aplicação da ergonomia.
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1.5 Tratamento
Quando o objeto é um produto, podemos identificar o tratamento deste produto de acordo com as 
seguintes fases, conforme o seu ciclo de vida: implantação, desenvolvimento, produção, armazenagem, 
transporte e distribuição. No entanto, quando o objeto é uma pessoa, o seu tratamento é identificado 
através das seguintes fases: seleção, formação e treinamento. Nesse sentido, podemos concluir que a 
grande função da saúde ocupacional nas organizações é assegurar que todos aqueles que possuem 
um papel a desempenhar na criação de um ambiente de trabalho seguro o façam em harmonia, já 
que a doença não respeita separações sociais e políticas e o progresso futuro será alcançado com a 
colaboração de todos os envolvidos.
Em vez de um tratamento mais detalhado dos preceitos nos dispositivos legais, optou-se por delegar 
a competência normativa ao Ministério do Trabalho não só para regulamentar, mas também para 
complementar as normas, como expressamente prevê o art. 200 da CLT:
Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições 
complementares às normas, tendo em vista as peculiaridades de cada 
atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:
I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção 
individual em obras de construção, demolição ou reparos;
II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e 
explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas;
III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo 
quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e 
soterramentos, eliminação de poeiras, gases e facilidades de rápida saída 
dos empregados;
IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, 
com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de 
paredes contra fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral 
de fácilcirculação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com 
suficiente sinalização;
V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo 
no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, 
alojamento e profilaxia de endemias;
VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, 
radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou 
pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas 
cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos, limites máximos 
quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos 
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sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de 
idade, controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências 
que se façam necessárias;
VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, 
instalações sanitárias com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, 
vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por 
ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza 
dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos 
industriais;
VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações 
de perigo.
Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as 
normas a que se referem este artigo serão expedidas de acordo com as 
resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico (BRASIL, 1977).
Exemplo de aplicação
A Constituição Federal de 1988 estabelece expressamente que a saúde é direito de todos (art. 
196), criando para seu exercício o Sistema Único de Saúde (art. 198). Desta forma, as questões 
relacionadas a saúde do trabalhador são de interesse da sociedade e não apenas do ambiente 
de trabalho ou das organizações, apesar da doutrina jurídica brasileira permear o entendimento 
dessas questões como sendo a base do Direito do Trabalho, ampliado pelo Direito à Saúde (Lei nº 
8080/1990) e o Direito Ambiental permeada pela Lei nº 6.938/81. Podemos afirmar que, apesar de 
todos os avanços da nossa legislação que trata das questões relacionadas a saúde do trabalhador, 
existe um dilema entre a responsabilidade objetiva causada por degradação do ambiente, já que 
danos podem ser considerados doenças ou acidentes do trabalho que possuem regras jurídicas 
próprias no âmbito do trabalho, as quais constituem foco do sistema da prevenção concernente 
ao Direito à Saúde.
Com base no texto, descreva os fatores que podem constituir a degradação ambiental e que 
contribuam para os agravos à saúde do trabalhador.
2 dAdoS de SST no mundo GLoBALIzAdo
O avanço tecnológico, a demanda por produtos e o mercado de consumo sem fronteiras em um 
mundo globalizado aumentou a concorrência em todas as áreas, o que elevou a pressão nas linhas 
de produção e proporcionou a busca por processos e organizações mais eficientes e eficazes. Para 
buscar evitar abusos sobre o trabalhador, a legislação sobre os seus direitos veio se modernizando 
e, através de organismos internacionais, foi sendo divulgada e recomendada para que se proteja a 
maior de todas as riquezas de uma empresa, seus trabalhadores. “A vida em sociedade exige regras 
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de comportamento fundamentais, para a sua sobrevivência, ditadas pelo Direito. São coercitivas” (VIP 
MEDICINA OCUPACIONAL, 2011). 
Situações da SST no mundo global 
• 250 milhões de acidentados por ano;
• 350 mil acidentes fatais por ano;
• a cada dia, mil pessoas saem de suas casas de manhã para o trabalho e não voltam vivas para as 
mesmas à noite;
• 160 milhões de doenças do trabalho.
Impactos da SST no mundo globalizado
As perdas:
• financeiras e materiais;
• dias de trabalho não produtivos;
• interrupções na produção;
• custos de serviço médicos;
• custos de reabilitação profissional;
• custos de capacitação.
Elas equivalem a cerca de 4% do PIB mundial.
Contexto sociolaboral da SST
• indicadores de pobreza crescentes;
• deteriorização da qualidade de emprego;
• qualidade da educação e da saúde preocupantes;
• crescimento da economia informal;
• flexibilização das relações no trabalho;
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• precarização dos contratos de trabalho;
• aumento da jornada de trabalho;
• maiores dificuldades para prevenir e controlar os acidentes e doenças do trabalho;
• reduções ou limitações da capacidade de ação e cobertura da inspeção do trabalho;
• maior visibilidade dos fatores psicossociais adversos nos locais de trabalho: estresse, violência, 
alcoolismo, tabagismo, AIDS.
Alguns resultados observados
• orientação de políticas nacionais de SSST para setores produtivos mais desenvolvidos ou mais 
conflituosos (empresas com maior risco);
• abandono de setores mais fracos ou menos estruturados (setor da economia informal);
• prática incipiente do diálogo social de SST;
• carência de dados e desconhecimentos de estatísticas integrais de SST.
Tendências da SST na economia formal globalizada
• reconhecimento do valor das condições de SST para a produtividade e a competitividade;
• convergência de legislações;
• cláusulas sociais;
• códigos de conduta e programas de responsabilidade social. 
Impactos das tendências
• assegurar um piso mínimo de qualidade nas condições de trabalho entre os países membros de 
acordos;
• evitar o dumping social entre os países, evitando condições de trabalho inadequadas. 
• fomentar a via alta para ao desenvolvimento econômico e o progresso social equitativos e 
baseados no melhor e maior aproveitamento do capital humano.
Com esses dados pode-se ver que há muito que se fazer, em umas áreas ou atividades econômicas 
mais do que em outras, mas sempre há o que melhorar e aperfeiçoar nas questões de segurança do 
trabalho e, principalmente, quando falamos em ações preventivas e pró-ativas.
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2.1 Conceito e histórico
Neste módulo, estudaremos o conceito da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), 
abordando sua evolução histórica no decorrer dos anos por meio da sua institucionalização e 
legalização.
A Cipa é uma comissão formada por representantes do empregador e do empregado que tem a 
missão de preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores e de todos aqueles que interagem 
com a organização. A primeira manifestação das atividades preventivas de acidentes do trabalho no 
Brasil, por intermédio da Cipa, deu-se no final o século XIX e início do século XX, por meio da participação 
ativa dos empregados e empregadores. Podemos entender que essa comissão foi um movimento de 
performance nacional e de caráter prático, tanto em função das autoridades que formularam a sua 
legalização e normatização como em função da parcela de empresas privadas que passaram a utilizá-la 
em seus estabelecimentos.
Segundo Gonçalves (2000), o objetivo da Cipa é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes 
do trabalho, a exemplo do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho (SESMT). A institucionalização iniciou-se no ano de 1921, quando a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) aprovou a recomendação, informando que todas as entidades 
industriais que tivessem regularmente empregados 25 trabalhadoresdeveriam possuir um comitê 
de segurança.
 observação
As Cipas estão instaladas principalmente nas empresas situadas em 
parques industriais e centros comerciais.
Por meio do Decreto-Lei nº 7036/44, conhecido como “Nova Lei da Prevenção de Acidentes”, 
foi formalizada a obrigação das empresas brasileiras de criar organismos internos, utilizando-se da 
colaboração de todos os envolvidos na busca da prevenção de acidentes. A seguir, temos o artigo 82 do 
referido decreto-lei, que foi o nascedouro da Cipa:
Os empregadores, cujo número de empregados seja superior a 100, deverão 
providenciar a organização, em seus estabelecimentos, de comissões 
internas, com representantes dos empregados, para o fim de estimular o 
interesse pelas questões de prevenção de acidentes, apresentar sugestões 
quanto à orientação e fiscalização das medidas de proteção ao trabalho, 
realizar palestras instrutivas, propor a instituição de concursos e prêmios e 
tomar outras providências tendentes a educar o empregado na prática de 
prevenir acidentes (BRASIL, 1944).
A obrigação legal de instalação da Cipa nas empresas passou a integrar, em 1967, a Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT), por força do Decreto-Lei nº 229, de 26 de fevereiro de 1967, modificando 
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profundamente o texto do capítulo V, Título II, que trata de assuntos de segurança e higiene do trabalho, 
enfatizando a organização de Cipa nas empresas, passando a fazer parte de lei maior de proteção ao 
trabalhador.
Entre os objetivos da Cipa, temos:
• observar e relatar condições de risco nos ambientes de trabalho;
• solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos existentes;
• discutir os acidentes ocorridos, encaminhando relatório ao SESMT e ao empregador;
• solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes;
• orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes.
Posteriormente, por meio da Lei nº 6514, de 22 de dezembro de 1977, firmou-se, de forma 
sistemática e rígida, a comissão preventiva nas organizações com um número superior a cinquenta 
empregados. Dessa forma, a Cipa foi fortalecendo-se no decorrer dos anos, aumentando o 
interesse contínuo das organizações pela busca da qualidade de vida do seu trabalhador. Assim, 
podemos entender que o grande marco da prevenção de acidentes deu-se com a conscientização 
da iniciativa privada em se preocupar com a saúde e segurança do trabalhador no seu ambiente 
profissional.
 Saiba mais
Visite o Portal SESMET. Nele, você encontra as normas, vídeos e outras 
publicações a respeito da educação para prática de Segurança do Trabalho. 
Disponível em:
<http://www.sesmt.com.br/portal/>.
2.2 Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Como vimos anteriormente, a Cipa é uma comissão que tem o objetivo de evitar a ocorrência 
de acidentes de trabalho e as doenças que eles acarretam, de modo a garantir que trabalho, 
segurança e promoção da saúde estejam sempre em perfeita sintonia e complementação. As 
empresas que admitirem trabalhadores como empregados deverão estabelecer e manter suas 
comissões em perfeito e regular funcionamento. Incluem-se, nesse caso, as empresas públicas, 
privadas, cooperativas, associações recreativas, sociedades de economia mista, entre outras. Vale 
lembrar que a NR-5 também se aplica aos trabalhadores avulsos e às empresas que lhe tomarem 
serviço.
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No caso de uma empresa possuir em um mesmo município mais de um estabelecimento, cada 
um deles deverá ter constituída, de forma independente e em funcionamento, sua própria comissão. 
Porém, a integração e a harmonia das políticas de segurança e de saúde dos trabalhadores devem 
ser garantidas pela empresa. Não haverá uma relação de dependência entre as Cipas, e sim uma 
uniformidade de esforços.
 Saiba mais
Consulte o “Manual Cipa – A nova NR-5”, que entrou em vigor em 
24 de maio de 1999 e regulamenta o instituído no artigo 163 da CLT, 
estabelecendo novas regras para o funcionamento das Comissões Internas 
de Prevenção de Acidentes de Trabalho – CIPA.
Disponível em: <http://www.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_
DSC_NOME_ARQUI20081104143646.pdf>.
2.2.1 Da organização
Toda e qualquer Comissão Interna de Prevenção de Acidentes deverá ser composta por 
membros representantes do empregador e do quadro de empregados. Os representantes dos 
empregadores, tanto os titulares como os suplentes, serão designados por eles próprios. No caso 
dos representantes dos empregados, esses serão eleitos por meio de votação secreta pelos demais 
empregados interessados. Os eleitos terão mandato de um ano, podendo ser reeleitos para um 
próximo mandato subsequente.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, “o empregador deverá garantir que seus indicados 
tenham a representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de 
segurança e saúde no trabalho analisadas na Cipa” (BRASIL, 1999d).
 observação
Um dos fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes de 
trabalho é a falta de planejamento e gestão gerencial descompromissada 
com o assunto.
2.2.2 Atribuições
O interior das organizações a Cipa possui, hoje, uma gama de atribuições importantes na prevenção 
de acidentes e promoção da saúde do trabalhador. Podemos citar como as mais relevantes:
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Introdução de hIgIene e segurança do trabalho
• identificar previamente os riscos decorrentes das atividades desenvolvidas pelos empregados. A 
comissão, com a ajuda de alguns trabalhadores, elabora um mapa dos riscos detectados para 
tentar eliminá-los;
• realizar um trabalho de detecção dos problemas de segurança e saúde no trabalho e, posteriormente, 
desenvolver uma estratégia para minimizá-los e, se possível, solucioná-los;
• realizar periodicamente a verificação das condições de trabalho com o intuito de identificar 
possíveis riscos à saúde e à segurança dos empregados;
• realizar a divulgação de todas as informações relativas à segurança e à saúde no trabalho;
• participar das discussões do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do 
Trabalho (SESMT) acerca das avaliações dos impactos do meio ambiente e dos processos de trabalho;
• colaborar com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional da empresa;
• colaborar com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;
• promover, anualmente, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat);
• participar das campanhas de prevenção de doenças como a Aids.
Para que todas as atribuições descritas acima possam ser realizadas, é imprescindível que os demais 
empregados participem de todo o processo, que tem início na própria escolha dos membros da comissão. 
Os empregados precisam ter a consciência de que se trata de uma comissão formada para garantir a 
sua integridade física, sendo importante que essa comissão seja acompanhada e auxiliada pelos demais 
colaboradores.
Para auxiliar o trabalho da Cipa, os demais empregados poderão indicar as situações de risco que 
sejam detectadas, bem como sugerir ações para eliminá-las. Será também de grande auxílio à Cipa o 
uso correto dos equipamentos de proteção individual, assim como o seguimento correto das normas de 
segurança no trabalho. Algumas comissões deixam de realizar feitos importantes por perderem tempo 
na fiscalização de comportamentos adequados dos trabalhadores.
 observação
Um dos fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes de 
trabalho é a inexistência

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