Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 4 - 18/08/20 1 FUNDAMENTOS DA EXPRESSÃO GÊNICA Como uma célula decodifica e usa essa informação? Processo de Replicação acontece quando a célula busca se dividir, isto é, como ela vai duplicar totalmente a informação contida no DNA e transmitir, de modo conservado, de uma célula às suas descendentes • DNA replicando = desespiralizado → Fase S • DNA = cromossomo → Fase G2, quase Fase M A informação contida em um gene estrutural tem que ser TRANSCRITA → TRADUZIDA → origem às proteínas Expressão Gênica é a conversão das instruções genéticas contidas no DNA para os RNAs e proteínas O fluxo de informação genética nas células vivas é • DNA → RNA → PROTEÍNA. O RNA pode ter antecedido o DNA e as proteínas na evolução: de acordo com essa hipótese, as moléculas de RNA proviam funções genéticas, estruturais e catalíticas para as primeiras células. Atualmente: • DNA = repositório de informação genética • Proteínas = desempenham a quase totalidade das funções catalíticas nas células. • RNA = funciona como um intermediário na síntese de proteínas o atua como catalisador em reações essenciais (incluindo síntese proteica). As transações de DNA e RNA ocorrem pelo pareamento de bases complementares e a ligação de várias proteínas a sítios específicos no DNA ou RNA. Introdução à Organização Gênica Genoma: toda informação que está codificada no DNA a. Proteoma = estudo das proteínas b. Transcriptoma = estudo do RNA 1 gene = 1 proteína → INSUFICIENTE • +-25.000 genes → +- 1.000.000 proteínas 1 Gene pode gerar múltiplas proteínas: • codificação alternativa • modificações pós-traducionais • organizações diferentes Proteínas funcionais trabalham em parceria • Temos o gene da alfa-globina e da beta- globina, estas juntas, formam a hemoglobina Proteína: é uma combinação de aminoácidos ligados, numa sequência específica Genes Gene: segmento de molécula de DNA que contém um código para uma sequência de aminoácidos • É o primeiro estágio da expressão gênica (síntese de proteínas): é a partir de um gene do DNA que uma molécula de RNA é sintetizada Maioria dos genes (inclui o humano) são interrompidos: tem éxons interrompidos pelos íntrons ÍNTRONS = regiões não codificadoras de um gene, isto é, são transcritas, mas são retiradas antes da tradução • Transcritos no RNA (núcleo) mRNA primário → não no mRNA final (que traduz a PTN fora) ÉXONS = sequências codificadoras e, que realmente determinam sequência de aminoácidos da proteína Proteína então é o gene sem a região intronica. Íntrons > éxons: tenho muito mais íntrons do que éxons no meu gene, no entanto, os éxons é que determina a minha proteína final • Gene distrofia no cromossomo X • 2m pares de bases (2000 kb) • 1% éxons Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 4 - 18/08/20 2 Conceitos Gerais O primeiro passo da célula para expressar um dos seus milhares de genes é a cópia da sequência nucleotídica desse gene sob a forma de RNA. Transcrição: informação, apesar de copiada sob uma nova forma química (DNA → RNA), permanece escrita essencialmente na mesma linguagem (linguagem dos nucleotídeos) → “transcrevi com outras palavras” RNA X DNA O RNA difere do DNA em diversos aspectos: • Tem o açúcar ribose, em vez de desoxirribose • Base uracila (U), em vez de timina (T) • RNA é sintetizado sob molécula de fita simples o frequentemente se dobra, assumindo estruturas tridimensionais complexas. Tipos funcionais de RNAs Existem duas classes gerais de RNA: as que codificam proteínas (mRNA) e as que são funcionais como RNA • Os RNA funcionais participam de uma variedade de processos celulares o Síntese de proteína: tRNA e rRNA o RNA de Processamento: snRNA o Regular expressão gênica: miRNA o Defesa do genoma: siRNA o Não-codificadores: incRNA Tenho apenas 1 RNA mensageiro, mas por possuir diferentes etapas em seu processo até conformar a proteína ele recebe nomes distintos São etapas sujeitas a erros → Variabilidade da proteína (para melhor, pior ou perder função) → PTN nova DNA/gene = enorme → Éxon/transcriptoma = pequeno (Todo a molécula) (Efetivamente sintetiza) A maioria dos genes codificadores de proteínas é composta de regiões codificadoras (amarelo), denominadas éxons, intercaladas com regiões não codificadoras maiores (cinza), chamadas de íntrons. • Quando um gene (eucarioto) é transcrito do DNA → RNA, os éxons e íntrons são copiados. Os íntrons são removidos dos transcritos de RNA no núcleo por splicing do RNA, em uma reação catalisada por complexos ribonucleoproteicos = snRNPs. Splicing Os íntrons são removidos de pré-mRNAs pelo splicing do RNA – Para produzir um mRNA em uma célula eucariótica, o gene, em sua totalidade, incluindo tanto íntrons quanto éxons, é transcrito em RNA Durante o processo de splicing (ou encadeamento) do RNA, os íntrons são removidos do RNA recém- sintetizado e seus éxons são unidos. • em diferentes combinações, permitem que múltiplas proteínas sejam produzidas a partir do mesmo gene. Se um transcrito já sofreu splicing e ambas as extremidades 5’ e 3’ foram modificadas, esse RNA é agora uma molécula funcional que pode então deixar o núcleo e ser traduzida em proteína. Ao mesmo tempo: cada gene pode ser transcrito, e seu RNA traduzido, a diferentes taxas → possibilitando que a célula produza grandes quantidades de algumas proteínas e pequenas quantidades de outras Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 4 - 18/08/20 3 Transcrição historinha Segmentos da sequência de DNA transcritos em RNA Gene → transcrição pré-mRNA → Processamento (CAP + cauda poliA + Splicing) → mRNA → saí da célula (exportina) • Proteína é produzida no citoplasma, porque é lá que existe a necessidade dela “Faz sentido eu ser igual a quem?” → RNA = fita senso Como padronização durante a transcrição, a fita molde é a que será transcrita no mRNA • Quero um mRNA = fica codificadora Processo para a RNA polimerase ocorre igual à da DNA polimerase: para ela polimerizar de 5’ → 3’, ela tem que ler o contrário, isto é, começando em 3’ na fita molde e, então, inserir as bases complementares • Exceto: RNA (U) e DNA (T) A RNA polimerase sempre vai escolher a fita molde que vai de 3’→5’ para polimerizar Importante: aqui eu não tenho FORQUILHA Se eu como açúcar, meu gene que tem que ser ativado, é o que codifica a proteína insulina. Assim, a RNA polimerase só é achada onde está esse gene na fita dupla e entra entre eles e começa o processo. Início da transcrição A transcrição produz um RNA que é complementar a uma das fitas do DNA. Tem início com a abertura e a desespiralização de uma pequena porção da fita dupla de DNA para que as bases das fitas sejam expostas. A fita de RNA não permanece ligada à fita de DNA molde. Em vez disso, em uma região imediatamente além da região onde os ribonucleotídeos estão sendo inseridos, a cadeia de RNA é deslocada e a dupla-hélice de DNA é reestruturada. A RNA Polimerase precisar saber onde começa o gene para reconhecer o início deste e ligar-se firmemente ao DNA sobre esse ponto, assim, sinais construídos no DNA indicam os pontos de início e de término de transcrição para a RNA-polimerase 1. Região promotora (ou 5’ UTR): sequência específica de nucleotídeos → antecede todo gene a. 5’ UTR = região não transcrita b. Região TATAAT Box, CAAT Box i. Está a +- 25 pares de base do 1° nucleotídeo do gene Lembrar: a célula do pâncreas é igual à célula do músculo do pé, o que muda é o estímulo para que uma delas seja expressa de uma maneira e a outra de outra • São nessas regiões promotoras, que se ligam intensificadores, ativadores, silenciadores e, por isso, a RNA polimerase não reconhece e não temos a expressão de determinadas características em células tão diferentes• Mutações nessa região pode causa a expressão de genes em locais que não deveriam. Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 4 - 18/08/20 4 Fatores gerais de transcrição RNA Polimerase sozinha não faz nada, ela precisa de fatores gerais de transcrição que permitem que a RNA polimerase reconheça e se ligue à região promotora para começar o processo RNA Polimerase II + Fatores Gerais de Transcrição = Holoenzima da RNA Polimerase II FATORES GERAIS (basais): Necessários para iniciar a transcrição de todos os genes • Boxe TATA e boxe CAT FATORES ESPECÍFICOS: • ATIVADORES: Ativam indiretamente alguns genes em estágios de desenvolvimento o Lá do processo embrionário • Intensificadores: aumentam a atividade transcripcional • Silenciadores: ajudam a reprimir a transcrição gênica Intensificadores e silenciadores são ativados e inativados o tempo todo no organismo • Não preciso produzir lactase o tempo todo, só quando eu precisar dela para digerir lactose • Hemoglobina (alfa+beta) precisa estar ativa o tempo inteiro para transporte Holoenzima da RNA Polimerase II O produto final da transcrição é o mRNA imaturo, ou seja, é um processo de formação de uma sequência de RNA a partir de uma fita molde de DNA. Terminado essa primeira etapa é necessária processar o mRNA para que ele seja • • Processamento do mRNA (etapa da transcrição) Esse é um processo de “beneficiamento” do mRNA, que foi já foi transcrito (sentido de 5’→3’OH) e agora vai passar por algumas etapas que o deixarão “melhor” 1. Revestimento cap 5’ • Logo após início da síntese RNA → Adição 7- metilguanosina na extremidade 5’ • Proteção e indicação do início para tradução o Enzimas degragadoras*¹ de RNA o tRNA vai entender que ali é o início (Revestimento é o início) 2. Adição da cauda poli-A (adenina) na extremidade 3’OH • Sequência de término → adicionados códons*² de parada (UAA, UGA, UAG) → Adição de Adeninas (100 a 200) • Estabilização até o citoplasma (Cauda poli-A é o término) - ou terminador (sítio de parada, terminação ou término) 3. Excisão dos íntrons – spliceossomo Os íntrons são removidos de pré-mRNAs pelo splicing do RNA. Spliceossomo = conjunto de proteínas específicas guiadas por sequências de aminoácidos, que reconhecem determinadas regiões nos genes a. 5’ → GT (GU): invariáveis e mediatamente adjacente ao local de recomposição b. 3’ → AG: obrigatório Pequenos RNAs nucleares (snRNAs) estão unidas a proteínas adicionais reconhecem sequências de sítios de splicing → todo esse conjunto é o spliceossomo Splicing alternativo: acontece em locais e genes específicos → o gene tem que dar condições para que ocorra diferentes possibilidades de retirar íntrons. • Como produto final posso ter mais de um mRNA Formar mais de uma proteína Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 4 - 18/08/20 5 Relembrando: *¹ O RNA é muito instável e no citoplasma existem enzimas que degradam o RNA, por isso ele precisa desse elemento de proteção até que o seu objetivo final esteja concluído → TRADUÇÃO *² Códons → trinca de bases que identificam um aminoácido • Códons de Parada: UAA, UGA, UAG • Códon de início: AUG (Metionina) Um aminoácido pode ter mais de um códon de identificação, mas um códon só identifica um aminoácido Resultado é o mRNA transcrito maduro Se um transcrito já sofreu splicing e ambas as extremidades 5’ e 3’ foram modificadas, esse RNA é agora uma molécula funcional que pode então deixar o núcleo e ser traduzida em proteína. Os mRNAs eucarióticos maduros são exportados do núcleo Último estágio da expressão gênica → síntese proteica Nesse momento “mudamos de linguagem” Tradução A conversão da informação contida no RNA para proteína representa uma tradução da informação em outra linguagem, composta por símbolos diferentes. • Transcrição: DNA ou RNA = Nucleotídeos • Tradução: Nucleotídeos → Aminoácido (PTN) A tradução é o processo pelo qual a mensagem presente no mRNA dá origem a uma proteína, responsável pela execução da função. Tipos de RNA que participam desse processo mRNA contém a “mensagem” (código transcrito a partir do DNA) → interagem com o tRNA para realizar a síntese de proteínas. • Possui o códon tRNA +- 80 nucleotídeos (em fita simples) transportam aminoácidos até os ribossomos para síntese proteica. • Possui um anticódon complementar ao códon rRNA + proteínas formam a estrutura dos ribossomos • As subunidades maior e menor o São produzidas no nucléolo o Só se unem no momento de síntese • Se movem no sentido 5’→3’ no mRNA O código genético São regras pelas quais a sequência de nucleotídeos de um gene, passando pela intermediária mRNA, é traduzida na sequência de aminoácidos da proteína O código genético é degenerado (redundante) e universal, onde o mesmo aminoácido pode ser representado por 1 a 6 códons • Existem 64 códons possíveis (!) o Mas apenas 61 codificam proteínas o Códons de parada: UAA, UAG, UGA o Códon de início: AUG (Metionina) • 20 aminoácidos estão presentes nas proteínas Uma sequência de mRNA é decodificada em grupos de três nucleotídeos – CÓDONS x ANTI-CÓDONS Cada grupo de três nucleotídeos consecutivos sobre o RNA é denominado códon, e cada um desses códons especifica um aminoácido. 3 nucleotídeos = 1 códon = 1 aminoácido Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 4 - 18/08/20 6 Os mRNAs maduros são exportados do núcleo para o citoplasma celular, visto que é a região onde são necessários para a produção da proteína • No citosol temos o maquinário disponível Uma molécula de mRNA pode ser traduzida várias vezes, gerando várias cópias da proteína: • o tempo que mRNA maduro permanece na célula altera o número de proteínas produzidas O ribossomo Reconhece o CAP na porção 5’-mRNA, assim, ele também se move de 5’→ 3’ • Avançando de códon em códon o 1° códons = AUG = amino metionina o Último códon = UAA / UAG / UGA Em cada unidade ribossomal é possível entrar 2 tRNA • Existem dois sítios Resumo do processo de tradução 1. mRNA chega ao citoplasma e se associa ao rRNA 2. Só tRNA com sequência do anticódon complementar ao códon entram no ribossomo. 3. Uma enzima presente na subunidade maior do ribossomo realiza a ligação peptídica entre os aminoácidos. a. tRNA “livre” volta para o citoplasma para se ligar a outro aminoácido. 4. O ribossomo se desloca uma distância de 1 códon a. o espaço vazio é preenchido por um outro tRNA com sequência do anticódon complementar à sequência do códon Assim, o ribossomo vai se deslocando ao longo do RNAm e os aminoácidos são ligados. 5. Quando o ribossomo passa por um códon de terminação nenhum tRNA entra no ribossomo, porque não existe anticódon para essa sequência 6. Todos os participantes, literalmente, se separam a. Proteína pronta para ser utilizada (RER e CG) b. mRNA é degradada, em nucleotídeos, por RNAses do citosol Correlações Clínica Buscar alvos terapêuticos, em células semelhantes às nossas e, testar o seu funcionamento Antibióticos e Toxinas • Têm como alvo a RNA Polimerase impedindo que o RNA bacteriano continue funcionando o Morre → não produz mais proteína • Ex.: Toxina do cogumelo = Amanita phalloides = “chapéu da morte” → altamente tóxico o A toxina mais letal, amanitina, inibe a subunidade maior da RNA polimerase II, inibindo assim a síntese de mRNA Fases da Tradução - Não precisa preocupar Fernando Castro - PUC Minas 1° Período - Aula 4 - 18/08/20 7 Estudo dirigido – Exercícios 1) Quais são as 4 principais características do código genético diante da síntese de uma proteína: a. Especificidade – um determinado códon sempre codifica o mesmo AA; b. Universalidade – é conservado em todas as espécies; c. Redundância ou Degeneração – um AA pode ter maisde 1 trinca que o codifica; d. Contínuo – sempre lido de 3 em 3 bases. Referências Bibliográficas • Introdução à genética – Griffiths o Cap 8 – pdf 253 • Fundamento da Bio Cel – Alberts o Cap 7 – pdf 223
Compartilhar