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PEDAGOGIA DO AMOR Gabriel Chalita

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PEDAGOGIA DO AMOR Gabriel Chalita. 
O autor seleciona dez contos infantis de Pedagogia do amor, e por meio faz algumas sugestões sobre mudanças de comportamento. A proposta do autor é trabalhar valores como: o amor, a lealdade, a sabedoria, o trabalho e a bondade para que as pessoas possam recuperar a serenidade possibilitando assim, um futuro menos violento minimizando a inversão de valores. Segundo o escritor, os aprendizes de maneira geral, jovens e adultos conservam um pouco da ternura, amor e pureza própria da criança que existe em todos nós, portanto é possível resgatar v al ore s morais, muito desprezados e até desconheci dos atual mente. “.. . Como educar nossas crianças e jovens num tempo que a aparência vale mais que a essência e a competição e o individualismo teimam em ditar as regras dos relacionamentos, acabando por minar qual quer possibilidade de companheirismo, amizade e amor?” (p. 11) “ A s mil e uma noites ”, a história de Dalmo e Pítias, “ Dom Quixote ”, “Davi e Golias”, “Vidas Secas”, “Cinderela”, “Salomão”, “Os doze trabalhos de Hércules ”, “O patinho feio” e “Estrelas de joias”, são escolhidos por Chalita que explica o significado da palavra, relembra a história e ressalta o que pode ser aproveitado em sua pedagogia fazendo uma comparação com os distorcido valores de hoje em dia. Das obras citadas pode -se extrai r exemplos maravilhosos a serem usados na construção de um novo tempo, como em “As mil e uma noites ”, por exemplo, Sherazade apresenta- se como esposa ao Sultão Sharimã colocando e m risco a própria vida, para salvar as moças de Bagdá. Sherazade era filha do vizir Mustafá, goza de privilégios, entre tanto, importou-se com a sina das moças de Bagdá e resolve agir para mudar aquela situação. Eloquente, encanta o sultão com seus contos e com isso, vai adi ando sua morte usando a artimanha de emendar uma história a outra. Assim, Sherazade consegue transformar o ódio do sultão em uma linda história de amor. Quanto a história de Dalmo e Pítias. O rei de Siracusa condena Pítias à morte por o mesmo defender a liberdade e igualdade entre os homens. Pítias solicita ao rei, com o último desejo, que lhe fosse permitido despedir-se de sua família e resolver alguns problemas dom é éticos. O rei foi convém cedo por Dalmo a atender ao pedido em troca oferecer- se em sacrifício, tomando o lugar de Pítias. Apesar da de mora do amigo, Dalmo confiava que ele voltaria.
Gabriel Chalita comenta que os ideais quixotescos podem gerar, grandes transformações, pois com essas histórias podemos sugerir que necessitamos de um ideal que nos leve a lutar por conquistas importantes sendo necessário, entretanto, reconhecer nossas limitações. O avanço tecnológico não pode substituir o diálogo, a reunião em família, o contato direto entre pessoas, as amizades e os amores fundamentados no respeito mútuo, na ética, no cumprimento da palavra empenhada. “... Em outras palavras: o mundo precisa de idealistas que olhem pela janela vejam as rosas murchas e, ainda assim, fiquem felizes porque conseguem enxergar as sementes”. (p. 69) Em Davi e Golias temos a história de um menino pequeno, franzino e de feições delicadas, o oitavo filho do bela mita Jessé, o último na escala da preferência paterna, que na época recaía sobre os primogênitos. Todos os indícios levavam a crer que Davi permaneceria como simples pastor de ovelha durante toda a sua vida. Porém contrariando todas as previsões a seu respeito, aceita o desafio lançado por Golias e o resultado de tanta coragem foi a vitória sobre Golias. O chamado pelos israelitas foi nomeado chefe da guarda do rei, tornando em seguida, seu genro e posteriormente, rei de Israel. Segundo o autor a coragem é o contraponto do medo – experiência de caráter paralisante capaz de impedir a ação e de levar ao comodismo. A novidade, um novo projeto, uma nova empreitada, uma nova maneira de ensinar, de agir e amar pode causar medo. É necessário vencer esse sentimento. Experimentar os novos espetáculos, correr riscos, caindo, levantando, aprendendo. O autor utiliza- se de Vidas secas de Graciliano Ramos que descreve a trajetória sofrida de um povo, que sobrevive à fome e à sede. A l uta pela sobrevivência é repassada às gerações, a esperança e a fé por dias melhores também são transmitidas. Vítimas do descaso dos coronéis do século XXI, tão exploradores da miséria quanto seus ante passados, os sertanejos são obrigados a levar uma vida de sofrimentos e peregrinações. Para o autor, a lição das histórias sobre retirantes da seca é que, incumbir aos jovens à tarefa de lutar pelo sonho de construir novas realidades, no vos castelos, novas edificações, que assegurem um futuro promissor, para que não sejam mais vítimas desse destino implacável. Nos Doze trabalhos de Hércules, na página 109, Hércules, enquanto pensava em suas numerosas responsabilidades, deparou- se com uma estrada bifurcada. Do lado direito, o terreno era acidentado e montanhoso, a es trada desprovida de qualquer atrativo, mas no final conduzia diretamente às montanhas azuis que indicava a continuidade do trajeto. Já do lado esquerdo, a paisagem era bonita com pássaros cantando, árvores frondosas de ambos os lados, ausência de pedras, troncos e matas que dificultassem a jornada. Mas havia nesse cenário uma neblina densa ao longe impedindo que Hércules visualizasse o que vinha depois: O caminho, ao que parecia, não levava a lugar nenhum. Surgem duas mulheres muito belas, a primeira da estrada da esquerda promete muitas vantagens e um percurso cheio de maravilhas regado à vinhos e sem nenhum esforço, já a da direita nada oferece, somente o que Hércules possa conquistar com seu próprio esforço. A mulher da estrada da direita diz ao herói, que seu nome era trabalho, embora muitos a conheciam como virtude, ao perguntar o nome da outra mulher, ela responde que é bem-aventurança, alguns a conhecem como preguiça. Hércules optou pela virtude, pois a verdadeira riqueza deve provir do trabalho honesto, do esforço próprio e da dedicação constante. O autor diz que, é por meio do trabalho que o ser humano é levado a concretizar, a união entre a teoria e a prática, proporcionando a plenitude de sua educação e aprendizado. As histórias como a Cinderela são parte importante, dessa aventura infantil que nos leva ao crescimento e ao amadurecimento. Apreciação da jovem humilhada pela madrasta e pelas suas filhas vem comovendo gerações há séculos, tornando- se uma narrativa referencial em diversos países. Se refletirmos sobre o drama da protagonista, veremos que Cinderela, apesar de preterida, subjugada e rebaixada à condição de serviçal, não acolhe nem alimenta sentimentos negativos tanto em relação às vilãs como em relação ao mundo de forma geral. Seu caráter nobre, sua índole pacífica e tranquila, seu jeito meigo e doce não oferecem condições para que a vingança, a raiva, a inveja e o ódio se instalem em seu coração repleto de generosidade e amor. Em algumas passagens da trama, p. 133, podemos perceber que Cinderela nutre por seus inimigos e malfeitores somente pena e compaixão. Cinderela em nenhum momento se desviou do caminho do bem, daí a necessidade de fazer desse texto um modelo para crianças e jovens que, hoje, precisam reforçar valores e conceitos essenciais à boa convivência familiar e social. A sabedoria de Salomão, é trabalhada pelo escritor em “A sabedoria pode ser conquistada” onde Gabriel Chalita discute a importância do saber, a vida e seu processo de aprendizado e os problemas atuais da sociedade. Ele aponta às crises e incertezas, a inversão de valores,a violência contrapondo -se com a antinomia, a capacidade de mudar, a vontade de acertar e poder enfim virar o jogo. Na história do patinho feio, o autor descreve um universo de agressividade, desdém, preconceito e intolerância, que um ser vive constantemente diminuído, por não conhecer sua essência, sua beleza própria e sua verdade interior. Por ser diferente dos outros de sua espécie o patinho é desacreditado, colocado ao ridículo, perde a autoconfiança e sua perspectiva de futuro é destruída. Na vida real, comparando a história do patinho, com as diferenças, o preconceito de cor, gênero, credo ou classe social seja em casa, seja na escola Chalita diz que temos a responsabilidade e o dever de orientar nossas crianças e jovens, para a aceitação do outro, para a compreensão de que condutas preconceituosas ou intolerantes só colaboram para a de gradação das relações e para o desentendimento entre as pessoas. O valor da solidariedade é repassado pelo autor, em Estrelas de joias, onde ele conta a história de uma garotinha órfã que mora com sua avó. Muito pobre, ela vai à floresta pegar lenha para vender, e assim conseguir algum dinheiro, que possa ser usado para o seu sustento e da avó. A menina muito bondosa vai distribuindo aos pedintes, pelo caminho o pouco que possui. Na volta para casa, já pelos caminhos escuros apareceu-lhe um velho, que lhe pediu à lenha que carregava então a caridosa garota entregou-lhe o feixe de lenha, e já se preparava para voltar à floresta, quando o velho trans formou- se em um anjo, e começou uma chuva de joias e pedras preciosas. Eu gostei muito do livro, e concordo com o raciocínio do autor, no que se refere à inversão de valores que os jovens estão habituados atualmente. Acredito que a falta de amor, a violência, as injustiças sociais e a desonestidade, não são bons exemplos para as crianças e os adolescentes, é necessário um trabalho de conscientização e de resgate dos bons sentimentos para que as pessoas possam ter uma vida melhor, mais humana.

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