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Letícia Beatriz Mazo Pinho | UAM | Proibida a comercialização deste resumo 
Biotecnologia e Reprodução Animal
Gametogênese nas fêmeas
A gametogênese feminina é dividida em oogenese (estudo da formação, crescimento e maturação do gameta feminino: óvulo, oócito) e foliculogênese (processo de formação e maturação do folículo ovariano, é um conjunto de células que envolvem o óvulo). O ovário tem a função endócrina (progesterona e estrógeno) e exócrina (produção e liberação dos óvulos para fecundação). 
Nos ovários, temos a zona cortical, localizada mais na periferia e é onde existe o epitélio germinativo rica em folículos ovarianos e corpos lúteos, células intersticiais e a túnica albugínea, tecido fibroso que circunda o ovário. Também temos a zona medular, uma região mais central com tecido conjuntivo frouxo e vasos sanguíneos, além das células intersticiais, sendo uma “sustentação” para os ovários. Os ovários possuem uma função endócrina, produzindo E2 e P4, e exócrina, com a produção cíclica de óvulos fertilizáveis. 
Mitose: uma célula mãe dá origem a duas células filhas. Meiose: de uma célula mãe, temos duas células filhas (meiose I) e ao final, quatro células filhas (meiose II)
Formação dos gametas nas fêmeas
Durante o desenvolvimento embrionário e fetal, ocorre a migração das células germinativas primordiais (2n) para o ovário, que se diferenciam em oogônias e que são células diplóides (2n). Ainda durante o desenvolvimento fetal, essas oogônias sofrem diversas divisões mitóticas e vão se proliferando e colonizando o ovário, e assim, para formar uma reserva de óvulos, as oogônias entram na meiose, porém, param na prófase I, e passam a ser oócitos primários (2n). A partir do nascimento até a puberdade da fêmea temos a atresia folicular (apoptose) de 20% dos folículos/oócitos, e a cada ciclo menstrual, um grupo de folículos são perdidos. A partir da puberdade a fêmea passa a estar apta para reprodução e é onde temos o ciclo estral, que é o período que vai de uma ovulação até outra ovulação. 
Ovogênese
Durante a fase fetal, a célula germinativa (2n) vai colonizar o ovário e sofre sucessivas mitoses, que vai produzir uma célula diplóide dando origem as ovogônias, as ovogônias também sofrem mitose, dando origem a outras ovogônias, já que esse é o período germinativo, momento que o ovário está sendo colonizado. A partir do momento que a reserva é formada, as ovogônias (2n) crescem e passam a se desenvolver mais, entrando no processo de meiose I. Nesse momento, essas células que continuam sendo 2n param na meiose I e passam a ser chamadas de ovócito I. Quando a fêmea atingir a puberdade passará a realizar o ciclo estral, período que vai de uma ovulação até a ovulação subseqüente, onde o óocito parado na prófase I volta a conseguir concluir a meiose I, dando origem nas fêmeas uma divisão desigual entre ovócito II (única célula aploide funcional, ou seja, n) e o corpúsculo polar, uma célula que embora seja afuncional, no laboratório nos ajuda a identificar que o oócito sofreu maturação, já que esse é o processo natural em que os oócitos aploides devem passar para se tornarem aptos para fecundação, ou seja, quando ocorre a extrusão do corpúsculo polar. O ovócito primário (2n) da origem ao ovócito II, com a extrusão do primeiro corpúsculo polar ele está apto para ser fecundado e está dentro do folículo maduro, ao ocorrer a fecundação, o ovócito II conclui a segunda meiose com a extrusão do segundo corpúsculo polar. 
Foliculogênese
Junto da oogênese temos a foliculogênese, a função do folículo é proporcionar um ambiente ideal para proteção do oócito e acaba tendo receptores para gonadrotofinas, auxiliando na maturação do oócito. Existem 5 tipos de folículos: os primordiais de reserva (formado durante o crescimento fetal) nascem com a fêmea e ficam quiescentes até a puberdade, sendo que vários deles sofrem atresia, inclusive após a puberdade; e os primários e secundários, que junto aos primordiais de reserva são considerados pré-antrais, pois ainda não formaram o antro, uma cavidade repleta de líquido. A partir do folículo terciário ou antrais temos a formação do antro, até que ele passa a crescer mais e ser chamado de pré-ovulatório ou De Graaf, folículo que irá ovular.
Folículo primordial 
Folículo desenvolvido durante a vida fetal, o oócito primário já iniciou a primeira meiose e fica estacionado na prófase I, ele será circundado por uma única camada de células foliculares planas, que é o que vemos como folículo primordial. Nessa fase as células não têm receptores para os hormônios gonadotróficos, são fatores intraovarianos e parácrinos que sinalizam para seu desenvolvimento até a puberdade. 
Folículo primário 
A partir da puberdade, alguns folículos por fatores parácrinos, autócrinos e intraovarianos passam a se desenvolver, as células passam a ter formato cubóide, podendo ser chamadas também de célula da granulosa, pois estão próximas ao oócito. Além das células da granulosa, o folículo é composto pelas células da TECA, localizada na parte externa que funciona como sustentação, envolvida por tecido conjuntivo, podendo ser chamada de células do estroma, ela será mais evidente no folículo secundário. 
Folículo secundário
Múltiplas camadas de células da granulosa, que ganham receptores para gonadrotofinas e é onde há a conclusão da formação da célula da teca, envolvida por tecido conjuntivo e vacularizada, dando sustentação e formato ao folículo. Presença das células da teca interna e externa, teremos os receptores para as gonadotrofinas em ambas, onde o FSH e o LH atuam juntos para produção dos hormônios esteróides, como o estrógeno. No folículo secundário o oócito primário está em prófase I. A zona pelúcida começa a ser formada no folículo primário, mas é no folículo secundário que teremos sua evidenciação, ela é uma camada acelular que envolve o oócito diretamente. Também temos a formação do fluido folicular (antro), o antro só veremos a partir do folículo terciário mas já temos o início da sua formação aqui. O LH atua nas células da teca enquanto o FSH atua nas células da granulosa.
Zona pelúcida
O estrógeno passa ser produzido a partir do folículo secundário, pelos receptores na célula da granulosa para FSH e LH. A zona pelúcida é uma camada acelular e gelatinosa que fica entre a superfície do oócito e a célula da granulosa, possui polissacarídeos, proteínas e glicoproteínas. Sua principal função é ter receptores para o reconhecimento do SPTZ (espermatozóide espécie específico) em estágios iniciais da fertilização. Ela também funciona como antigenicidade, ou seja, funciona como uma proteção de agentes estranhos para o oócito.
Folículo terciário 
Em folículo secundário ainda tínhamos o oócito diplóide e em prófase I, conforme sua maturação folicular, no folículo terciário o oócito conclui a primeira meiose dando origem ao oócito II, célula haplóide. Nesse momento, o oócito está maduro e apto para ser fecundado. O folículo terciário continua o seu desenvolvimento e irá ovular (quando não sofre atresia), concluindo a segunda meiose com a extrusão do corpúsculo polar. O primeiro corpúsculo polar é liberado com a conclusão da primeira meiose, e o segundo, com a conclusão da segunda meiose, quando ocorrer a fecundação.
No folículo terciário temos a conclusão do antro folicular (bolha única de líquido folicular). Com a formação do antro, o oócito deixa de ser centralizado e migra para periferia do folículo, ali temos um agregado de células chamado de cumulus oophrus, pedículo de células da granulosa que mantém o oócito preso na parede do folículo. As células presas a zona pelúcida que circunda o oócito se chama corona radiata, ela normalmente acompanha o oócito durante a ovulação. 
Onda folicular
· Fase de recrutamento
A fase de dominância (folículo terciário) é a fase que o folículo maior continua crescendo e se desenvolvendo, dando origem ao folículo pré ovulatório ou De Graaf e irá ovular. A onda folicular é quando a partir da puberdade um grupo de folículos passa a sofrer o recrutamento, ondenesse momento, os folículos primordiais, por fatores intra ovarianos, paracrinos e autócrinos (fatores intrínsecos do ovário, já que os folículos primordiais e primários não tem receptores para gonadotrofinas) passam a se desenvolver, de primordial para primário. 
· Fase de seleção ou desvio folicular
De primários, os folículos passam a ser secundários e passam a ter receptores de FSH e LH, e por fatores internos dos folículos, um dos folículos cresce mais que os outros, tendo mais receptores para LH, e nessa fase de seleção folicular ele é o que continuará crescendo e esse folículo produzirá, inclusive em um determinado momento, a inibina, que faz feedback negativo causando redução nos níveis do FSH e assim, os outros folículos não conseguirão continuar se desenvolver. 
· Fase de dominância folicular
Após a seleção dos folículos onde um se torna dominante todos os outros entrarão em atresia. O folículo dominante continua se desenvolver em folículo terciário, pré ovulatório e irá ovular.
 
· Fase de atresia folicular 
Os folículos que não conseguem se desenvolver sofrem a atresia folicular, entram em degeneração com as células despersas.
Células da granulosa 
Células planas (com uma única camada no folículo primordial) e se formam cubóides (uma camada no primário e depois múltiplas camadas). A partir do folículo secundário ganham receptores para FSH e começam a se reorganização para formação do antro, uma cavidade única onde as camadas ou formam o cumulus ou a corona radiata. O fluido folicular é importante para maturação, ovulação e transporte do oócito, ele impulsiona o oócito chegar na tuba uterina. Após a ovulação as células do granulosa formam o corpo lúteo. Por conta da questão hormonal, as células da granulosa são importantes para o metabolismo e capacitação do SPTZ. Além disso, as células da granulosa são importantes para esteroidogênese.
Células da teca 
A teca interna é mais vascularizada, enquanto a teca externa é mais fibrosa e tem mais tecido conjuntivo, ela da sustentação ao folículo. A sua importância está na produção do andrógeno, e em conjunto com a célula da granulosa, pela produção do estrógeno, chamada de teoria duas células dois hormônios. Em resposta ao LH na célula da temos a conversão do colesterol em andrógeno. O andrógeno na célula da granulosa, em resposta ao FSH, promove a conversão do andrógeno em estrógeno. Por isso a produção do estrógeno é a partir do folículo secundário, quando temos a presença bem desenvolvida de células da granulosa e células da teca, ambas com receptores para LH e FSH. O eixo hipotálamo hipófise gonadal libera FSH e LH, que chega nos ovários e encontram o folículo secundário, onde o LH se ligam nos receptores da teca promovendo colesterol em andrógeno, que passa por difusão pra célula da granulosa, que tem o FSH ligado a si, promovendo a conversão do andrógeno em estrógeno 
Corpo lúteo
Quando o útero não identifica um embrião, o endométrio produz a prostaglandina F2alfa. No ovário, ela causa a luteólise diminuindo aporte sanguíneo e diminuição granulação citoplasmática, além da vacuolização celular e regressão do corpo lúteo.
No caso dos ruminantes, a PGF2A produzida no útero não cai na circulação sistêmica pois ela seria muito oxidada pelos pulmões, assim, ela chega ao ovário pela circulação útero-ováriaca. A PGF2A cai do endométrio na veia uterina, passando direto para artéria ovariana e caindo no ovário. No ovário, causará lise do corpo lúteo e formação do corpo albicans 
 
O corpo lúteo pode ser chamado de um órgão endócrino temporário pela produção de progesterona. As células da granaulosa sofrem luteinização pela ação do LH e assim, essas células que antes produziam estrógeno junto as células da teca, assim, mudam sua conformação e passam a produzir progesterona, enquanto as células da teca se degeneram em 24hrs. Depois de um tempo, o corpo lúteo se degenera formando o corpo albicans, um tecido cicatricial que nas vacas permanecem um tempo e nas éguas somem.
Com a ruptura folicular ocorre a ruptura dos vasos (célula da teca), e assim, forma-se o sangue com fluido e que, com ação do LH forma-se o corpo lúteo, sendo uma estrutura rígida e maior que o folículo pré ovulatório (exceção nas éguas), e que por mais esteja na região cortical tem uma projeção para o interior. 
Na palpação de vacas podemos sentir a pretuberância do corpo lúteo, e algumas vezes, dependendo da rotina, na hora de fazer a transferência de embriões, pela palpação classificamos o corpo lúteo pelo tamanho (1, 2, 3), com o US podemos classificar o tamanho do corpo lúteo. A conformação do ovário das éguas é semelhante a um feijão ou rim, seu epitélio germinativo se localiza na fossa da ovulação (o corpo lúteo se localiza mais no interior que para fora) e por isso é necessário o uso de US para melhor visualização.
Tipos de folículos 
· Primordial: uma camada de células planas
· Primário: uma camada de células cubóides
· Secundário (5: zona pelucida): zona pelúcida, múltiplas camadas de células da granulosa e presença das células da teca e receptores
· Secundário (1: oócito/ 8:antro)
· Terciário (9: teca externa/ 10: teca interna/ 13: cumulus oophhurus/ 6: células da granulosa 12: oócito/
Oócito: No desenvolvimento folicular, o oócito inicia a meiose e para na prófase I (oócito primário diplóide) e somente no folículo terciário o oócito conclui a primeira meiose junto a extrusão do corpúsculo polar e é quando se torna oócito secundário haplóide e pode se tornar fecundado. O oócito também sofre influência das células da granulosa e da teca.