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Turismo Cultural e História

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Profa. Ma. Monica Buratto
UNIDADE I
História, Memória
e Patrimônio
 Em época de profundas transformações, o cotidiano estafante faz com que muitos indivíduos 
desejem a fuga das cidades, aliviando da confusão diária, levando-os a buscarem melhores 
condições de existência e a reequilibrarem suas energias.
 Os indivíduos vivenciam os desafios do mundo contemporâneo, tanto do ponto de vista 
cultural como econômico, social e até político, que se transformam em conflitos.
 A viagem cultural produz novas experiências no mundo real do indivíduo, modificando o seu 
modo de ver os diferentes grupos sociais por meio do contato com a cultura e a história de 
outros indivíduos e através da experiência diferenciada de “olhar” o outro.
 O Turismo Cultural proporciona conhecimento e lazer.
História e turismo cultural
 Na evolução humana, podemos perceber que muitos eventos e realizações se relacionam, 
se entrecruzam, se comunicam.
 Se quisermos compreender como surgiu a produção simbólica e cultural de um povo, 
devemos nos remeter a um passado mais remoto, que leva ao surgimento 
das primeiras civilizações.
 É comum identificar-nos com aspectos simbólicos e conteúdos histórico-culturais de uma 
determinada sociedade, uma vez que muitos aspectos daquela cultura são manifestados na 
nossa sociedade, pois foram adquiridos pelo intercruzamento ou pela dominação cultural 
sobre o nosso grupo social.
A história e o seu protagonismo no turismo cultural
 O historiador tem o trabalho de capturar registros, de investigar acontecimentos e os relatos 
do passado a fim de identificar, interpretar e reconhecer as características que se encontram 
na história local e a história mundial.
 As várias abordagens existentes no modo de pensar a história e de interpretar o objeto são 
consequências das variações ocorridas em cada época em que o pensamento foi concebido 
e podem refletir no modo de como o sujeito/pesquisador percebe o objeto.
 O método de abordagem do pesquisador no século XIX é diferente do pesquisador do século 
XX e do século XXI, pois ele sofre as influências dos paradigmas da sua época.
O papel do historiador
 A apresentação da história descrita nos livros é chamada de história oficial e é elaborada por 
intermédio de um modelo de investigação científica realizado com a ajuda de fontes 
materiais, isto é, pistas deixadas pelo homem, tais como pedras ou tábuas escritas, 
monumentos, utensílios arqueológicos, documentos antigos, manuscritos, livros, entre 
outros. Em geral, a história oficial é controlada por grupos institucionais que tendem a 
autorizar o que pode ser falado ou não.
As maneiras de se procurar pela história
 Vários aparatos metodológicos são utilizados na investigação histórica, dependendo do tipo 
de fonte ou pista encontrados ou que estão disponíveis para estudo. Depois de aplicado o 
método para descrever e explorar o objeto de estudo histórico, o pesquisador interpreta o 
objeto, escreve e publica o que encontrou. O pesquisador escreve a história através da sua 
interpretação sobre o objeto. Ele produz a história escrita.
História escrita
 Algumas sociedades chamadas de ágrafas, isto é, aquelas culturas que não se utilizam da 
escrita para conservar sua história, conservam seus rastros materiais e sua memória por 
meio da transmissão oral do conhecimento pelo chefe, xamã ou pajé do grupo. Esses povos 
não escrevem sua história, pois não utilizam escrita.
 A história oral se baseia em relatos orais da memória do grupo social e podem incluir 
crenças, hábitos, aptidões, moral, costumes e experiências coletivas adquiridas pelos seus 
membros e que caracterizam aquele grupo. A história oral fica, dessa forma, acolhida 
pela memória.
História oral
 A compreensão do passado humano ocorre a partir das pistas deixadas pelo ser humano e 
pelo grupo. Essas pistas podem ser escritas, materiais, não escritas, imateriais, dentre outras 
que não estão registradas fisicamente, e quando investigadas minuciosamente, auxiliadas 
por técnicas e métodos, levam o pesquisador a uma fidedignidade dos fatos pesquisados.
 No decorrer da própria História os pesquisadores elaboraram teorias distintas e concepções 
para se estudar o passado e com diversas práxis (prática) para apreender o objeto histórico. 
É o que podemos chamar de Teoria da História.
A teoria da história: as correntes de pensamento
 Positivismo: teoria desenvolvida por Augusto Comte por volta do século XIX. Essa 
concepção defendia o conhecimento científico como único e verdadeiro. Os fatos históricos 
deveriam ser comprovados por métodos científicos reconhecidos. Tinham grande fé na 
ciência e rejeitavam qualquer tipo de crença. Ligaram-se ao Humanismo e ao Evolucionismo, 
teoria que explicava que as sociedades europeias eram mais evoluídas do que outras. Para 
eles a história era descritiva, factual e episódica.
 Historicismo: seus expoentes Leopold Ranke, Johann Gustav 
Droysen, Wilhelm Dilthey, Hans Georg Gadamer, Paul Ricouer, 
Benedetto Croce e Karl Mannheim davam atenção à 
subjetividade do sujeito que constrói a história e tinham o 
método de abordagem parecido com o das Ciências Sociais. Os 
historicistas admitiam a compreensão de que cada sociedade 
tinha sua própria singularidade e, portanto, a história dos povos 
não estaria sujeita à história universal.
Teorias do século XIX
 Materialismo Histórico: abordagem teórico-metodológica desenvolvida por Karl Marx e 
Friedrich Engels. Vinculava o estudo da História com o estudo da economia. Características: 
compreensão da história a partir do materialismo histórico e materialismo dialético (as 
contradições da sociedade surgidas a partir do modo de se produzir). O método dialético 
compreende que qualquer fenômeno não pode ser explicado ou dissociado dos outros 
fenômenos que o circundam; a natureza está sempre se transformando, em transição. Para 
esses pensadores a vida material determina a vida social e política do indivíduo, isto é, as 
forças de produção ou o modo de se produzir em uma sociedade determinam a vida que o 
indivíduo tem nesta sociedade.
Teorias do século XIX
 Escola dos Annales nasceu na França em 1929, com Marc Bloch e Lucien Febvre (1ª fase), 
Fernand Braudel (2ª fase 1950), Jacques Le Goff e Pierre Nora (3ª fase - 1970) e Georges 
Duby e Jacques Revel (4ª fase - História Cultural). Esses pensadores foram contra a história 
tradicional, factual e a história política. Eles incorporaram à história métodos utilizados nas 
Ciências Sociais, utilizando estudos de documentos arquivados e outras fontes históricas, 
história social e interdisciplinaridade.
 Nova História - Jacques Le Goff e Pierre Nora (história das mentalidades) acreditavam que 
todos os seres humanos são portadores de uma história, se aprofundaram no estudo do 
homem comum, o estudo do mundo rural e o estudo multidisciplinar. No Brasil, os trabalhos 
da historiadora Mary Del Priore, se aprofundaram na história das mentalidades.
Teorias do século XX
 Micro-história foi concebida por Carlo Ginzburg e Giovanni Levi (1981 e 1988). Essa 
abordagem se utiliza de recortes temáticos da história favorecendo o sujeito individual, 
privilegia fatos relevantes específicos dentro do contexto estudado que são desprezados em 
outras abordagens e analisa a história do cotidiano.
 História Cultural: Peter Burke (1970). Características: conexão entre a História e a 
Antropologia, história das classes baixas, as pessoas comuns como objeto de estudo, 
história do corpo, história da música, da literatura e da arte, do imaginário cultural, da 
identidade individual e das formas linguísticas de apreensão da realidade.
Teorias do século XX
 Michel Foucault (1926-1984) elaborou um estudo sobre os sistemas de exclusão gerados 
pelo Ocidente: a ciência médica e psiquiátrica que preconizava a loucura, os sistemas de 
vigilância, as prisões e a sexualidade.
 Escola Inglesa: representadapor Edward Thompson, Eric Hobsbawm e Raymond Willians. 
Estavam ligados à historiografia marxista e elaboraram uma investigação criteriosa sobre 
classes operárias inglesas, como fez Thompson.
 Quantitativismo (anos 70) iniciado na história econômica, 
abrange os estudos sócio-históricos, recorrendo à estatística 
e à quantificação.
Teorias do século XX
Assinale a alternativa correta sobre o trabalho do historiador:
a) O historiador tem o trabalho de capturar registros, de investigar acontecimentos e os relatos 
do passado, a fim de identificar, interpretar e reconhecer as características descritas nos 
livros publicados.
b) Ao conhecer a história local, o historiador consegue ter apenas uma visão parcial dos 
acontecimentos que influenciaram a história mundial.
c) No decorrer da história surgiram visões distintas sobre o mesmo fato. Trata-se da questão 
da objetividade no conhecimento histórico e nos entendimentos que os historiadores têm 
perante os fatos.
d) É através de fontes históricas, isto é, documentos, livros, 
manuscritos (fontes orais) e relatos e narrativas (fontes orais) 
que o historiador consegue chegar a respostas.
e) A tarefa do historiador consiste em ir além daquilo que ele está 
vendo, a fim de chegar a uma elucidação do significado das 
representações, dos símbolos e dos objetos encontrados.
Interatividade
Assinale a alternativa correta sobre o trabalho do historiador:
a) O historiador tem o trabalho de capturar registros, de investigar acontecimentos e os relatos 
do passado, a fim de identificar, interpretar e reconhecer as características descritas nos 
livros publicados.
b) Ao conhecer a história local, o historiador consegue ter apenas uma visão parcial dos 
acontecimentos que influenciaram a história mundial.
c) No decorrer da história surgiram visões distintas sobre o mesmo fato. Trata-se da questão 
da objetividade no conhecimento histórico e nos entendimentos que os historiadores têm 
perante os fatos.
d) É através de fontes históricas, isto é, documentos, livros, 
manuscritos (fontes orais) e relatos e narrativas (fontes orais) 
que o historiador consegue chegar a respostas.
e) A tarefa do historiador consiste em ir além daquilo que ele está 
vendo, a fim de chegar a uma elucidação do significado das 
representações, dos símbolos e dos objetos encontrados.
Resposta
De que modo a história pode ser utilizada como recurso turístico? De que forma ela deve 
participar do planejamento turístico e qual método pode ser utilizado para uma maior 
compreensão do turista sobre os atrativos históricos e culturais visitados?
 O Turismo Cultural se apropria da cultura humana e o contato entre turista e comunidade 
visitada favorece as trocas culturais. O turismo se relaciona com a história quando as 
realizações e acontecimentos humanos são presenciados ou relembrados pelo turista 
quando em contato com a cultura material (edifícios) e com da cultura imaterial (sabedorias, 
conhecimentos) da comunidade visitada.
 Ao reconhecer o caminho percorrido pelos homens no decorrer 
do tempo, o turista é convidado a estabelecer elos com o seu 
próprio passado e identificar-se com ele.
A história como referência para o turismo
 O patrimônio cultural de uma nação relaciona-se com potencialidades históricas e culturais 
que possam ser visualizadas e que são expostas nos bens culturais, principalmente 
nos edifícios.
 A história contida nos bens culturais constitui o carro-chefe do Turismo Cultural 
e deve ser protegida para que possa disponibilizar a todos conhecer a herança cultural 
de determinada população.
A história como referência para o turismo
 É necessário que o turista apreenda o conteúdo histórico de uma forma clara e aprofundada, 
e isso só é possível caso ocorra uma disposição dos órgãos competentes em estabelecer um 
plano interpretativo turístico que disponibilize ao turista a percepção e uma interpretação 
clara da história do lugar.
 A investigação científica no Turismo emprega métodos e conceitos das Ciências Sociais, 
mas não tem um corpo teórico específico. O pesquisador em turismo se utiliza de conceitos 
da Psicologia, da Antropologia, da Sociologia, da Geografia e da História e, portanto, o 
estudo em turismo é de natureza multidisciplinar e interdisciplinar.
 O modelo quantitativo, isto é, aquele que recorre à quantificação e a estatísticas da oferta e 
da demanda, também é muito utilizado nos estudos turísticos.
A história como referência para o turismo
Podemos conceituar ainda o turismo cultural como um conjunto de atividades que se 
desenvolvem com a finalidade de possibilitar ao turista alguns conhecimentos e ampliar sua 
cultura a partir de uma perspectiva de tempo livre e da civilização do lazer. São características 
desse segmento:
 Entrar em contato com diferentes épocas históricas, artísticas e culturais.
 Visitar museus, monumentos, rotas e itinerários.
 Ir a manifestações culturais e de espetáculos – concertos, exposições, música, teatro.
 Participar de cursos, seminários e simpósios culturais e científicos, curso de idiomas.
 Ir a manifestações folclóricas, gastronômicas, festas e artesanatos.
 Conhecer vertentes religiosas, participar de romarias, visitar 
lugares santos, fazer retiros espirituais etc.
 Visitar grupos étnicos remanescentes.
Reflexões sobre o turismo histórico-cultural
 O turismo histórico-cultural é um segmento bastante procurado no mundo inteiro, o turista 
que busca esses serviços almeja conhecer o passado de determinada sociedade e 
estabelecer um elo com seu próprio presente: o turista cultural deseja conhecer a história e 
suas múltiplas facetas com o objetivo de esclarecer os vínculos culturais nos quais está 
inserido e tenta conectar-se com o meio em que vive. Ele aspira construir uma identidade 
própria ao entrar em contato com identidades diversas.
Reflexões sobre o turismo histórico-cultural
Para uma abordagem mais aprofundada que envolva demanda e oferta no Turismo Cultural 
é fundamental investigar os aspectos:
 Geográficos: concentração geográfica, transporte e acesso, tráfego, centro de compras.
 Demográficos: idade, sexo, família, ciclo de vida.
 Socioeconômicos: classe de renda, instrução, status.
 Padrões de consumo: frequência e local de compra.
 Benefícios procurados: satisfação sensorial, redução de custos, atendimento e serviços.
 Estilo de vida: expectativa, interesses, amizades e relações pessoais.
Demanda e oferta turística
 Personalidade: bases culturais, atitudes e valores, liderança.
 Caracterização econômica: setor de atividade, atuação, concorrência, acessibilidade, 
unidade de decisão de compra.
 Afluências: de descanso, prazer ou férias, desportiva, de negócios e compras, 
de convenções e congressos, gastronômicas, de saúde, científicas, culturais, religiosas, 
de aventura, ecológicas e rurais.
 Faixa etária: crianças, jovens, idosos.
Demanda e oferta turística
Envolvem os seguintes serviços:
 agenciamento turístico;
 transportes;
 hospedagem;
 alimentação;
 recepção;
 eventos.
Atividades turísticas culturais
 Os desejos do turista desencadearão o destino e o percurso. Como o serviço turístico é 
intangível, ou seja, paga-se o produto antes de consumi-lo, torna-se necessária a construção 
de uma imagem positiva e um encantamento do atrativo cultural, estimulando o turista 
a voltar.
 O turista que procura bens culturais é atraído por símbolos e identidades culturais diferentes 
da sua e, se voltar ao local, significa que está em consonância com aquela identidade.
 Para isso, os bens culturais devem ser preservados perpetuando o seu sentido e imagem 
histórica a fim de estimular o turista a retornar, uma vez que ele construiu em sua mente uma 
imagem positiva da localidade que o atraiu.
Reflexões sobre o turismo histórico-cultural
 Uma vez que é intangível, a imagem do local é fundamental, pois o turista percebe o produto 
apartir da aparência, do olhar. Dessa forma, os órgãos turísticos devem identificar e ajustar 
o produto que os turistas esperam encontrar na cidade histórica, enquanto que os órgãos 
públicos precisam conservar e valorizar o bem.
 Cabe aos órgãos comerciais a criação de um plano interpretativo turístico, a fim de conciliar o 
uso turístico com a utilização do patrimônio cultural; e cabe aos órgãos públicos editar leis 
que preservem esse patrimônio.
Reflexões sobre o turismo histórico-cultural
 O atrativo turístico de caráter histórico-cultural nos disponibiliza a percepção dos tempos, ou 
seja, a vontade de apreender, de perceber e de interpretar a construção passada daquele 
local, bem como entender a importância da comunidade naquele contexto determinado. Ele é 
a interligação entre o tempo histórico e o devir, na medida em que instiga a população local a 
reproduzir os acontecimentos histórico-sociais ocorridos naquele espaço, tanto na cultura 
material como na imaterial.
Reflexões sobre o turismo histórico-cultural
 A nova história pode ser um método interessante a ser utilizado na interpretação do atrativo 
histórico. Esse método privilegia a análise do cotidiano das pessoas comuns, a cultura 
constituída a partir da realidade social, a crítica do documento oficial, a valorização de outras 
fontes históricas (oral, por exemplo), o relativismo cultural, a preocupação com os 
movimentos coletivos, enfim, é necessário um dispositivo metodológico que abranja grande 
parte dos componentes interpretativos culturais.
Interpretação do atrativo histórico
 Podemos encontrar dentro do turismo cultural vários tipos de subsegmentos que apresentam 
produtos e serviços diferenciados de acordo com o destino turístico. Como o mercado é 
dividido entre oferta e demanda, as empresas turísticas optam por segmentá-lo a partir dos 
perfis dos diferentes turistas.
 Ao segmentar o mercado turístico, as empresas optam por estratégias que atendam aquela 
segmentação. No Turismo Cultural, podemos encontrar várias formas de expressão cultural 
que não podem ser classificadas apenas em um único segmento turístico-cultural: são 
denominadas de subsegmentos. Dessa forma, estabelecem-se estratégias que atendam às 
demandas diferenciadas que possuem estímulo próprio.
Subsegmentos do turismo cultural
Todos os subsegmentos do Turismo Cultural estão inevitavelmente relacionados com os 
aspectos históricos e as manifestações culturais da região turística. São vários os 
subsegmentos que carregam a história e a cultura de um povo: turismo religioso, turismo 
étnico, turismo esotérico, turismo místico, turismo cívico, turismo cinematográfico, turismo 
arqueológico, turismo gastronômico, turismo histórico, enoturismo, turismo ferroviário, dentre 
outros. Destacam-se algumas modalidades turísticas carregadas de componentes 
históricos específicos:
Subsegmentos do turismo cultural
 O Turismo Rural, ou Agroturismo ou Turismo Verde é um tipo de turismo cujas atividades 
são desenvolvidas através do contato com a natureza ou a vida no campo de pequenas 
populações rurais. Apesar de sua dimensão cultural envolvendo a população local, não é 
considerado pelo Ministério do Turismo como um subsegmento, mas sim como um segmento 
próprio, tal como o segmento cultural, devido a sua importância histórica no contexto 
socioeconômico nacional.
 O Turismo Étnico se caracteriza por atividades turísticas que envolvem o contato com 
grupos étnicos e suas identidades. Esse tipo de atividade abrange as comunidades 
quilombolas, indígenas, de imigrantes europeus e asiáticos.
Turismo rural e turismo étnico
Fonte: 
https://www.momondo.com.br/disc
over/artigo/turismo-rural-no-brasil
 O Turismo Religioso é uma variante bastante procurada devido à sua categorização, não 
apenas pela sua atividade religiosa, mas também pela sua importância histórica, econômica 
e cultural. O turismo religioso pode ser definido como um o conjunto de atividades com 
utilização parcial ou total de equipamentos e a realização de visitas a lugares ou regiões 
que despertam sentimentos místicos ou suscitam a fé, a esperança e a caridade nos fiéis 
de qualquer tipo ou em pessoas vinculadas a religião. 
 O tipo de clientela atraída pelo turismo religioso é variável de acordo com o local visitado. 
Em geral, as correntes turísticas religiosas atraem peregrinos, praticantes ou crentes 
de determinada religião, de diferentes idades, de situação social e econômica.
Turismo religioso
 Templo de Amon no Egito.
 Lhasa no Tibet.
 Meca na Arábia Saudita.
 Delfos em Olímpia na Grécia.
 Benares e Varanasi na Índia.
 Vaticano em Roma.
 Santuário de Lourdes na França.
 Santuário de Fátima em Portugal.
 Santiago de Compostela na Espanha.
 Jerusalém/Terra Santa em Israel.
 Santuário de Aparecida no Norte no Brasil.
Turismo religioso – locais considerados sagrados:
Assinale a alternativa incorreta sobre as questões referentes ao Turismo Cultural:
a) Atualmente, com a massificação do uso da informação, o planejamento turístico cultural é 
construído para transmitir informações rápidas, simplificadas e superficiais.
b) Um entrosamento entre os métodos do turismo e da história e o planejamento dos atrativos 
históricos e culturais deve ocorrer para uma melhor compreensão da dinâmica temporal da 
localidade.
c) Um plano interpretativo do bem cultural deve problematizar a informação para que haja 
outras interpretações sobre o objeto.
d) Uma vez que é tangível, a imagem do local é fundamental, 
pois o turista percebe o produto a partir da aparência, do olhar.
e) O turista que procura bens culturais interessa-se por 
identidades culturais e símbolos diferentes do seus.
Interatividade
Assinale a alternativa incorreta sobre as questões referentes ao Turismo Cultural:
a) Atualmente, com a massificação do uso da informação, o planejamento turístico cultural é 
construído para transmitir informações rápidas, simplificadas e superficiais.
b) Um entrosamento entre os métodos do turismo e da história e o planejamento dos atrativos 
históricos e culturais deve ocorrer para uma melhor compreensão da dinâmica temporal da 
localidade.
c) Um plano interpretativo do bem cultural deve problematizar a informação para que haja 
outras interpretações sobre o objeto.
d) Uma vez que é tangível, a imagem do local é fundamental, 
pois o turista percebe o produto a partir da aparência, do olhar.
e) O turista que procura bens culturais interessa-se por 
identidades culturais e símbolos diferentes do seus.
Resposta
 A definição de memória é um conceito abordado por várias linhas de pensamento, por 
exemplo, pela história, antropologia, psicologia etc. Enquanto fenômeno social, a memória 
refere-se tanto ao caráter coletivo quanto ao individual do sujeito.
 A história é uma área do saber que vincula o passado com a memória. Através dela, 
acessa-se afetivamente o passado coletivo e individual de um grupo social. Essa memória é 
conectada pelos estímulos trazidos pelos bens materiais (edifícios e habitações) e pelos 
bens imateriais (saberes) construídos pela história local e que se transformam 
em lugares de memória.
O que é memória cultural?
 O passado sobrevive pela lembrança e é aflorado pelas imagens-lembranças que chegam da 
consciência. A memória ao associar-se com o passado e a história relaciona-se com a 
identidade cultural das sociedades, isto é, com os componentes da cultura, como a língua, os 
hábitos, as normas, entre outros.
 As cidades, locais de memória histórica, cresceram de repente e provocaram conturbações, 
isto é, unificação de duas ou mais cidades, responsáveis pela formação de grandes regiões 
metropolitanas. Muitas pessoas fogem das grandes cidades à procura de descanso.
 Apesar das grandes cidades serem locais de amplas oportunidades profissionais, a 
população urbana guarda os espaços de memória mais significativos, uma vez que são 
espaçosde afetividade, de lembranças.
As cidades, locais de memória coletiva e individual
 As populações das grandes metrópoles também interagem com os espaços urbanos de uma 
forma global e local, isto é, se identifica com os valores culturais globais e com a cultura 
local. O global pressupõe o futuro e o local, o passado.
 O fenômeno turístico cultural desenvolve estratégias para estimular o indivíduo a ir em busca 
da cultura local, isto é, a conhecer a história dos habitantes do lugar, com seus pratos 
regionais, suas manifestações folclóricas, suas festas, sua arte etc.
As cidades, locais de memória coletiva e individual
 Entende-se por memória coletiva as lembranças mais relevantes e oficiais de um grupo 
social, político, étnico ou religioso, que são transmitidas e compartilhadas de geração em 
geração, enquanto que a memória individual são as experiências guardadas pelo indivíduo, 
no que se refere à sua própria existência e às suas lembranças particulares. Entretanto a 
memória individual contém os elementos da memória do grupo social 
na qual o indivíduo se coletivizou.
 Cada sociedade tem uma história oficial criada a partir das experiências culturais coletivas 
e podem ser relembradas por meio da materialidade ou imaterialidade encontradas nos 
lugares de memória, isto é, locais onde são testemunhados fisicamente (cultura material) 
ou mentalmente (cultura imaterial) o passado coletivo daquela nação.
Memória coletiva e memória individual
 A memória oficial costuma ser protegida pelos órgãos públicos, como museus, bibliotecas e 
arquivos, assim como através dos livros difundidos oficialmente, como exemplo os livros de 
história. Esse tipo de memória perpetua determinados acontecimentos ou fatos aceitos no 
interior dos vários segmentos sociais comandados por grupos políticos e sociais e dessa 
forma ela é utilizada como poder de persuasão: se tornam objeto de poder.
Memória oficial
 A memória individual é configurada a partir das interações no interior da memória coletiva do 
grupo social em que o sujeito vive e diz respeito às suas experiências particulares na família, 
no trabalho, na escola, no templo etc.
 O Turismo Cultural se apropria dos lugares de memória, criados como suporte das 
memórias coletivas e com a finalidade de congelar a herança cultural de determinado povo. 
Esses lugares contam com o armazenamento de grande quantidade de informações 
históricas, tais como museus e edifícios governamentais. A comunidade local, que possui a 
memória histórica do lugar, são muitas vezes expulsas devido à especulação imobiliária.
Memória individual e lugares de memória
 Os lugares de memória são verdadeiros depósitos de cultura e história, encontrados nos 
bens materiais (edifícios) ou imateriais (saberes), que traduzem a trajetória social 
daquele povo.
 O turista cultural, quando em contato com a comunidade visitada, valoriza seus saberes 
locais e os bens materiais, favorece a sua perpetuação, aumenta a autoestima do grupo, 
promove a difusão de conhecimentos e auxilia no combate à decadência dos bens culturais. 
O turismo é a arte do encontro entre culturas e indivíduos distintos.
Lugares de memória
 A memória coletiva tende a produzir tanto as boas lembranças do passado como também 
pode trazer situações traumáticas enraizadas no imaginário coletivo.
 As experiências que causam grandes comoções podem ser apagadas da memória das 
pessoas ou podem ser armazenadas e transformadas quando determinada lembrança vem à 
tona. O esquecimento de algo traumático pode ser transformado.
 É preciso distinguir o esquecimento como omissão do esquecimento como negação: o 
primeiro é de ordem natural, isto é, o esquecimento natural de algo, enquanto que o segundo 
é uma estratégia da memória que procura apagar os eventos traumáticos de qualquer 
maneira.
Produção de memórias e o esquecimento
 Dependendo da dimensão do trauma, a memória traumática pode ser enfrentada e 
modificada pelos sujeitos que viveram aquela situação. É possível que as lembranças que 
causaram grande impacto social sejam enfrentadas através da resistência dos membros 
do grupo.
 As experiências mais traumáticas são aquelas relacionadas a guerras, perdas, separações 
forçadas, trabalhos forçados como escravidão, governos de tiranos, entre outros eventos que 
podem ser esquecidos e apagados temporária ou permanentemente do imaginário cultural 
dos sujeitos históricos envolvidos. Por outro lado, o esquecimento pode se tornar uma 
estratégia governamental, a fim de que a população fique aprisionada à sua ideologia e não 
tenha autonomia para questionar as normas vigentes.
Produção de memórias e o esquecimento
 Em alguns lugares, a comunidade esconde seus registros traumáticos permanecendo 
em silêncio diante do visitante, a fim de poupá-los de uma avaliação negativa do lugar. 
Entretanto é sabido que, entre eles, a memória continua viva.
 Uma das formas de uma cultura não cair no esquecimento é através da preservação 
ou tombamento de seus bens culturais, reforçando e valorizando seu conteúdo simbólico 
e compartilhando-os com os membros do grupo ou com os visitantes que vão em busca 
de cultura.
Produção de memórias e o esquecimento
 Em alguns lugares, as pessoas tiram proveito de seus eventos traumáticos e os 
compartilham com o visitante com o objetivo de denunciar as atrocidades cometidas para 
que não mais ocorram. É possível encontrar esses acontecimentos que causaram grande 
comoção em museus, em locais de tortura ou em campos de concentração (em vários 
países da Europa) como uma tentativa de recuperar os fatos ao revelar ao mundo a memória 
do horror vivido.
 Muitos lugares de memória traumática são visitados por turistas.
Memórias traumáticas
Brumadinho, local de 
memória traumática. Fonte: 
https://www.poder360.com.
br/brasil/brumadinho-tenta-
recuperar-turistas-6-meses-
apos-rompimento-de-
barragem/
 Muitos países europeus conservam a memória do Holocausto através da manutenção de 
seus espaços e memoriais, como por exemplo, Auschwitz-Birkenau e Treblinka na Polônia e 
Sachsenhausen, Ravensbrück, Dachau e Neuengamme, na Alemanha.
 As memórias da separação em Alemanha Ocidental (capitalista) e Alemanha Oriental 
(comunista) são mantidas nos museus como a DDR (Deutsche Demokratische Republik), 
que retrata o modo de vida dos alemães da Alemanha Oriental.
 Em várias regiões da Alemanha, principalmente em Berlim, são mantidos fragmentos e 
trechos do muro de Berlim, criado no final da Segunda Guerra Mundial para separar a 
cidade. Esses lugares de memória são locais de visitação turística intensa.
Memórias traumáticas
 Outros locais emblemáticos que nos trazem lembranças das tragédias e traumas ocorridos 
na humanidade podem ser encontrados no Parque Memorial da Paz em Hiroshima (Cúpula 
Genbaku), no Museu da Bomba Atômica de Nagasaki, no Museu do Genocídio na Lituânia, 
na Casa de Anne Frank na Holanda, na Topografia do Terror em Berlim, nas lutas de Nelson 
Mandela na África do Sul para apagar as políticas de segregação racial, 
dentre outros lugares.
Memórias traumáticas
 No Brasil, procura-se desconstruir alguns episódios históricos que nos levaram a grandes 
abalos traumáticos: as lutas fratricidas pela liberdade como resultado dos anos de escravidão 
negra no Brasil e tentativa de apagar a ditadura militar ocorrida entre 1964 a 1975.
 Outros eventos que ocasionaram comoções sociais manifestadas em grupos regionais como 
as guerras, os conflitos, as inconfidências e as revoltas tendem a ser manifestadas como 
heroicas pelo calendário oficial, é o caso da Inconfidência Mineira e Guerra dos Farrapos. 
É uma forma de lembrar para não esquecer.
Memórias traumáticas
 O desembarque de africanos no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, no século XIX, 
se transformou em um lugar de memória. A redescoberta do cais juntamente com objetos 
e artefatos espirituais origináriosde Angola, Congo e Moçambique movimentou os órgãos 
patrimoniais (Sphan) a não aniquilar a memória do lugar, transformando-o 
em sítio arqueológico.
Memórias traumáticas
 O imaginário cultural se desenvolve na mente do indivíduo por meio das experiências 
culturais adquiridas com o contato social. Essas experiências obtidas através da convivência 
com o grupo representam a própria dimensão do processo social e regulam os 
comportamentos, as atitudes, a subjetividade e a identidade do indivíduo. No meio social, 
encontram-se as representações simbólico-materiais e imateriais construídas pela cultura.
 Como o imaginário só se declara por meio da linguagem, uma vez que o conteúdo mental 
individual somente pode se manifestar por meio das palavras, muitos autores apoiados nas 
teorias da linguística se preocuparam em decifrá-lo, identificando sua parte conceitual, isto é, 
procuram trabalhar com o conceito de imaginário, já que, segundo essa linha, ele se constrói 
por meio do discurso.
O imaginário cultural
 A percepção é outro elemento importante na configuração do imaginário: ela provoca o 
diálogo entre o imaginário e o simbólico. Ela é um elemento essencial para a compreensão 
da abordagem fenomenológica.
 Através da percepção, o indivíduo promoverá a identificação entre a imagem, o pensamento 
e o sentimento, e a partir daí poderá acessar registros contidos no imaginário individual 
e cultural.
 O olhar constitui uma das primeiras formas da percepção, mas para que ela ocorra é 
necessária a existência de uma imagem. É a partir dessa percepção que conseguimos nos 
aproximar mais intimamente do objeto, é onde começamos a selecionar e distinguir imagens 
e, com isso, alimentarmos o nosso próprio imaginário.
O imaginário cultural
 Em geral, os viajantes, hoje, adquirem o produto “viagem” de acordo com a divulgação das 
imagens ou motivados pelos ícones culturais modernos, que os atraem segundo os símbolos 
que representam, ou ainda pelo encontro cultural e pela interação humana que o turismo 
propicia: eles estão em busca de aventura e sentido para suas vidas e sentem-se seduzidos 
pelos símbolos disponíveis pelo mercado.
 Hoje, o movimento está garantido pela tecnologia que reduz o tempo do deslocamento. Além 
disso, o turista pós-moderno dispõe de uma variedade de reproduções visuais dos lugares a 
serem visitados, veiculadas pelos meios mais modernos de comunicação como internet, 
televisão, vídeos etc.
O imaginário cultural e o turismo
 O itinerário rumo ao destino da viagem passa, então, pelo contato com as imagens do lugar, 
disponíveis para o viajante através de ilustrações, folhetos e propaganda, e depois, ao entrar 
em contato presencial com seu destino, ele é surpreendido com as imagens da localidade, 
através da utilização da sua capacidade perceptiva: o olhar como qualidade interpretativa 
da visão.
 O olhar do viajante é um olhar peculiar. É ele quem estabelece a conexão entre o mundo 
exterior, o espaço visitado, suas dimensões e o imaginário do viajante. Por isso, ele é um 
elemento fundamental para estimular o imaginário, na medida em que concretiza o 
transporte da forma material para o interior do indivíduo.
O imaginário cultural e o turismo
 Elementos da cultura, que podem ser diferenciados em cada uma delas, como distância, 
textura, luz, cor, forma, contrastes e outros, chamam atenção da percepção do turista. O 
cheiro da cidade dá identidade ao lugar, o som enfatiza o espaço.
 Referências histórico-culturais do espaço, como arquitetura, urbanismo, o sistema político, o 
sotaque, os costumes, o relacionamento grupal, efemérides (calendário), o calendário de 
festas e outros, constroem a “alma do lugar” e atraem o turista.
O imaginário cultural e o turismo
Assinale a alternativa correta sobre as características dos lugares de memória:
a) Se constituem em locais criados como suporte das memórias individuais com a finalidade 
de congelar a herança cultural coletiva de determinado povo.
b) Esses lugares contam com o armazenamento de poucas informações históricas 
sobre a comunidade local, pois foram perdidas.
c) São lugares de história onde existem símbolos culturais tradicionais mantidos pelo grupo.
d) São locais cujos símbolos atraem o sujeito pela memória espontânea do seu 
passado imemorial.
e) Apesar de serem lugares simbólicos não conseguem atrair o sujeito globalizado.
Interatividade
Assinale a alternativa correta sobre as características dos lugares de memória:
a) Se constituem em locais criados como suporte das memórias individuais com a finalidade 
de congelar a herança cultural coletiva de determinado povo.
b) Esses lugares contam com o armazenamento de poucas informações históricas 
sobre a comunidade local, pois foram perdidas.
c) São lugares de história onde existem símbolos culturais tradicionais mantidos pelo grupo.
d) São locais cujos símbolos atraem o sujeito pela memória espontânea do seu 
passado imemorial.
e) Apesar de serem lugares simbólicos não conseguem atrair o sujeito globalizado.
Resposta
 Os museus são espaços de memória, que abrigam acervo, objetos ou coleções artísticas ou 
científicas e são abertos ao público. Eles são parte do patrimônio cultural de uma nação, 
como os monumentos históricos e a cultura.
 Existe uma ciência aplicada para o estudo dos museus chamada museologia. Esta se 
complementa com a museografia, que cuida da instalação do acervo, temperatura ambiente 
da sala em que a obra está exposta, arquitetura dos edifícios e dos aspectos administrativos 
do museu. As origens dos museus remontam da Antiguidade como resultado da acumulação 
de tesouros antigos provenientes de butins e das guerras.
Os museus – os lugares de memória
 Antiguidade: acumulação de tesouros antigos provenientes de butins. Ex.: Babilônia, Grécia, 
Pérsia etc.
 Grécia: Aparecimento do Mouseîon – santuários sagrados às Musas – protetoras das artes 
e das ciências. Neles haviam átrios onde eram guardadas obras de arte. Ao redor dos 
pequenos templos existiam os Thesaurus, isto é, pequenos monumentos para receber 
os ex-votos dos fiéis.
 O Mouseion constitui o primeiro núcleo museológico da 
Antiguidade e era ligado à religiosidade popular. Eram objetos 
de ouro, prata e bronze guardados pelos sacerdotes que os 
inventariavam e os conservavam. Museu de Alexandrina –
criado por Ptolomeu em 285 a.C., continha 700.000 vols. de 
livros, plantas, objetos, zoológico etc.
A evolução do museu
 Roma: a palavra Museum é aplicada para reuniões filosóficas nas "villas" particulares. 
Posteriormente as obras de arte passam a ser expostas ao público e também vendidas 
(surgem as falsificações).
 Idade média: a Igreja Católica monopoliza as obras de arte e relicários que são guardados 
em catedrais e monastérios. Os saques de Constantinopla (Cruzadas) formam os tesouros 
de São Marcos e Saint-Chapelle. O tesouro passa a ter um valor histórico e documental.
 Renascimento: Volta dos valores clássicos. Os tesouros são protegidos pelas famílias ricas 
italianas (Médicis). Papas se tornam colecionadores. Surge o Museu Natural (coisas 
da natureza).
 Maneirismo: Coleções e obras passam para os países da 
Europa Central sob o domínio de reis, duques e condes 
e incluem tapetes, relógios, plantas, minerais e pinturas.
A evolução do museu
 Século XVII – Consolidação das coleções monárquicas. Burguesia dos Países Baixos 
apoderam-se dos objetos valiosos. Surgem as galerias de pintura, as feiras e o comércio 
de obras de arte. Pintores se tornam conselheiros dos colecionadores. Ashmolean Museu 
de Oxford (1683) – primeiro museu público.
 Século XVIII – Colecionismo, escavações em Pompeia e Herculano, criação das Academias 
de Arte, surgimento do Rococó e Neoclassicismo. Início da Arte Burguesa. Cria-se 
a Museologia (1727). Em 1791 é criado o Museu do Louvre – concepção moderna 
de patrimônio cultural e nacional.
A evolução do museu
Mouseion – templo de instituição e pesquisa.
 Museum latino – salas ou gabinetes de trabalho dos homens de ciências e letras, compilação 
de dados exaustivos.
 Colecionismo – reserva ou prestígio social.
 Coleções abertas ao público – Contra Reforma.
 Primeiro museu – Ashomolean Museum em Oxford – acesso limitado.
 Galerias de palácios – abertas ao público.
 Revolução Francesa – museu educador da nova ideologia.
Evolução do museu
 Século XIX – Legitimar e mostrar conquistas da burguesia, produção exótica, saber 
enciclopédico e nacionalismo.
 Século XX – Museus críticos – URSS.
 Museu dos anos 60 – Dinâmicos com serviços educacionais e culturais.
 Museu itinerante – Acervo percorre vários locais.
 Museu ao ar livre – Acervo é composto de um conjunto de edifícios de uma época criando 
uma ambientação.
 Museu comunitário – O espaço do museu é para a comunidade pensar os seus problemas.
Evolução do museu
 Museu: Instituição permanente, aberta ao público, sem fins lucrativos, que adquire, 
conserva, pesquisa e expõe coleções e objetos de caráter cultural ou científico para fins de 
estudo, educação e entretenimento (definição dada pelo Conselho Internacional de Museus, 
o ICOM, na Assembleia Geral de Copenhagen, em 1972). É órgão específico de defesa do 
Patrimônio Cultural Móvel, de uma nação ou região.
Conceituação
São considerados museus:
I. Monumentos e sítios naturais arqueológicos e etnográficos de natureza museal que 
adquirem, conservam e divulgam evidências materiais do povo e seu meio ambiente;
II. Instituições que mantém coleções de espécimes vivos de plantas e animais, 
e que expõem, como jardins botânicos e zoológicos, aquários e viveiros;
III. Centros científicos e planetários;
IV. Institutos de conservação e salas de exposição mantidos permanentemente por bibliotecas 
e arquivos históricos;
V. Reservas naturais.
Museus
 Museu Real do Rio de Janeiro (1818)
 Museu Histórico Nacional (1922)
 Museu Histórico de Petrópolis (1930)
 Museu de Arte de São Paulo (1947)
 Museu de Arte Moderna de São Paulo (1948)
Primeiros museus do Brasil
 Fato museal: relação entre o homem (sujeito) e o objeto (cultura material ou imaterial).
 Nova museologia: Ecomuseus – museu participativo onde a comunidade participa.
 Atribuição do museu: tem um trabalho interno (preservacionista) e um trabalho externo 
em direção ao público (didático).
 Funções do museu: Pesquisar, preservar e conservar, expor educar e entreter.
 Museus atuais: Museu didático, móvel, experimental e lúdico. Em geral são usados recursos 
tais como: exposições temáticas, maquetes, hologramas, audiovisuais, videodiscos, maquete 
animada etc.
Atribuições
 Museu descentralizado: museus locais + iniciativa privada.
 Racionalização da gestão dos museus: Agências de engenharias culturais.
 Museu-mercado: indústria museística.
 Conservação “in-situ”, conservação no local.
 Gestão dos museus: Museus estatais, fundações, patrimônios especiais (Igreja),
museus privados.
 Se antes os museus eram impostos pela cultura dominante, hoje eles se transformaram em 
espaços da cultura local. Eles representam a identidade e a memória histórica dos vários 
grupos sociais, permitindo o acesso e facilitando a prática educativa, além de reforçar e 
consagrar a cultura e a história dos povos.
 Os museus atuais surgem como potência transformadora, como patrimônio vivo, rompendo 
com os padrões estabelecidos no passado e promovendo a memória dos grupos esquecidos.
Museus atuais
 A nova museologia defendida por Hugues de Varine-Boham e Georges Henri Revière propõe 
a participação da comunidade, os laboratórios “in situ”, realizados pela própria comunidade e 
a adaptação às necessidades da sociedade que se transforma rapidamente. Segundo Varine 
Boham, os museus tradicionais evoluíram e muitos se transformaram em museus 
comunitários, adaptados em três eixos: edifício – coleção – público. 
 O edifício passa a ser definido pela comunidade, assim como o acervo. Os museus 
comunitários partilham seus bens com o público, sem perder sua autonomia.
Nova museologia
 No século XX surgem os museus sem acervo, organizados não mais ao redor da ideia de 
coleção, mas segundo as necessidades e exigências dos espaços. O prédio não é mais 
requisito essencial para a definição de um museu. Os acervos atravessam os espaços e 
podem ser constituídos na rua (arte pública) ou ao ar livre. A arquitetura dos museus passa 
também a ser um atrativo importante, mas não imprescindível.
Nova museologia
a) Museus interiores: em prédios construídos especialmente, em prédios de valor histórico 
ou artístico adaptados, em barracões ou casas simples. Os museus interiores podem ser: 
 Comunitários: onde a população participa e toma decisões em relação ao acervo, 
à visitação etc. 
 Lúdicos: espaços didáticos, destinados a brincadeiras com o acervo. As peças podem 
ser manipuladas pelos visitantes. Didáticos: São realizadas oficinas com crianças 
e adolescentes, a fim de apreender técnicas artísticas.
 Design Museu: Espaços destinados à arquitetura e ao design, onde os objetos podem 
ser apreciados e até tocados.
b) Museus ao ar livre: reconstrução de cenários culturais, étnicos, artísticos e da história local, 
em grandes extensões de terreno.
 Construídos: Ex.: Museu Skansem (Suécia – 1891), Exposição Internacional de Paris (1878), 
Museu Nacional de Niger (1958), Museu Beamish (Inglaterra).
 Museus de Sítio ou Site Museum ou Museu local: Concebido e implantado para proteger a 
comunidade natural e cultural, móvel ou imóvel, em seu lugar original. A historicidade dos 
objetos se encontra no local e não foram recriados por meio de técnicas museológicas. Ex.: 
Williansburg (Virgínia - EUA) e Ironbridge George (Inglaterra).
Assinale a alternativa incorreta sobre as características dos museus atuais:
a) Atualmente existem museus sem acervo, organizados não mais ao redor da ideia 
de coleção, mas segundo as necessidades e exigências dos espaços.
b) O prédio continua sendo um requisito essencial para a definição de um museu.
c) Hoje em dia os acervos atravessam os espaços e podem ser constituídos na rua 
(arte pública) ou ao ar livre.
d) Hoje os museus se transformaram em espaços da cultura local.
e) Os museus atuais surgem como potência transformadora, promovendo a memória 
dos grupos esquecidos.
Interatividade
Assinale a alternativa incorreta sobre as características dos museus atuais:
a) Atualmente existem museus sem acervo, organizados não mais ao redor da ideia 
de coleção, mas segundo as necessidades e exigências dos espaços.
b) O prédio continua sendo um requisito essencial para a definição de um museu.
c) Hoje em dia os acervos atravessam os espaços e podem ser constituídos na rua 
(arte pública) ou ao ar livre.
d) Hoje os museus se transformaram em espaços da cultura local.
e) Os museus atuais surgem como potência transformadora, promovendo a memória 
dos grupos esquecidos.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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