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Isa Castilho - T6 RESUMO FAB - UC 23 CASO CLÍNICO Sr. Joaquim, 65 anos chega ao serviço de emergência queixando-se de dor torácica. A dor havia começado 2 horas antes, durante o café da manhã, e ele a descreve como forte, difusa e do tipo compressiva. A dor está localizada na região subesternal, irradia para os ombros e está associada à falta de ar. O paciente vomitou uma vez. Sua esposa relata ainda que ela suou bastante quando começou a sentir a dor. O paciente é diabético e hipertenso e usa hidroclorotiazida e Metformina. Sua pressão arterial está em 170/100 mmHg, a pulsação é de 96 bpm, a frequência respiratória é de 21 mpm, a temperatura corporal é de 37,4°C, e a saturação de oxigênio por oximetria de pulso é de 98%. O paciente está diaforético e parece ansioso. À ausculta, estertores fracos são ouvidos junto a ambas as bases dos pulmões. O exame cardíaco revelou um galope de B4 e resultou normal. Ao exame abdominal, nenhuma massa ou sensibilidade foi encontrada. Diagnóstico: infarto agudo do miocárdio. 1. Quais terapias farmacológicas devem ser estabelecidas para síndrome coronariana aguda SEM supra? Cite para relembrar: classe, representantes, mecanismo de ação, principais efeitos colaterais/contraindicações. SÍNDROME CORONARIANA AGUDA A dor torácica é o principal sintoma da síndrome coronariana aguda. Uma dor torácica tipicamente anginosa é precordial ou retroesternal, em aperto ou queimação, com início súbito, com irradiação para dorso, membros superiores, cervical ou epigástrio. Porém, a isquemia pode-se apresentar apenas como equivalente anginoso: dor epigástrica, dispepsia, dispneia, náuseas e vômitos, sudorese, hipotensão e síncope. Pacientes idosos (> 75 anos de idade), mulheres e portadores de diabetes, doença renal crônica ou demência podem se apresentar mais comumente com equivalentes anginosos. Pacientes podem apresentar diaforese, pele pegajosa, presença de bulha acessória. PRESCRIÇÃO HOSPITALAR - IAMSSST 1. Repouso no leito, jejum e monitorização cardíaca contínua 2. Acesso venoso periférico – de preferência não pegar acesso no MSD (o MSD é usado para acesso radial). Acesso central é contraindicado pelo risco de trombólise química. Iniciar coleta de exames 3. Oxigenioterapia está indicada para pacientes com saturação em ar ambiente menor que 90%. 4. AAS 300 mg VO 1. Contraindicado se anafilaxia prévia 2. Se uso confiável contínuo, usar 100mg 1. Pantoprazol 40mg VO (IBP - indicado em pacientes com dupla antiagregação plaquetária com risco de sangramento do TGI) 5. Analgesia 1. Nitrato SL ou EV - Isordil SL 5mg, 2x a cada 5 minutos 2. Nitratos são contraindicados se infarto de VD ou uso de IPDE-5 [Sildenafila]) 3. Uma alternativa é a Morfina (2-4mg a cada 5 min [dose máxima de 25-30mg] ou evidência de toxicidade) 4. Repetir ECG 5 a 10 minutos após mudança de clínica 6. Se risco intermediário: iniciar anticoagulação 1. Enoxaparina (HBPM): 1mg/kg SC 2x/dia 1. Se ClCr entre15-29: 1mg/kg SC 1x/dia. Contraindicada se ClCr < 15 2. Se > 75 anos: 0,75mg/kg SC 2x/dia 7. Se alto risco: realizar anticoagulação conforme risco intermediário e adicionar um antiagregante plaquetário: 1. Clopidogrel 300mg VO 1. Se uso confiável contínuo, usar 75mg 2. Pacientes > 75 anos devem receber 75mg. 8. Betabloqueador (considere seu uso no momento inicial, mas não é imprescindível = em até 24h) - Atenolol 25-50mg VO 9. Inibidores de enzima de conversão de angiotensina II (considere seu uso no momento inicial, mas não é imprescindível) - Captoptril 6,25mg, Enalapril 2,5mg e Lisinopril 2,5mg 10. Atorvastatina 40mg VO PRESCRIÇÃO HOSPITALAR - IAMCSST 1. Repouso no leito, jejum e monitorização cardíaca contínua 1. Acesso venoso periférico – de preferência não pegar acesso no MSD (o MSD é usado para acesso radial). Acesso central é contraindicado pelo risco de trombólise química. Iniciar coleta de exames 2. Oxigenioterapia está indicada para pacientes com saturação em ar ambiente menor que 90%. 3. AAS 300 mg VO 1. Contraindicado se anafilaxia prévia 2. Se uso confiável contínuo, usar 100mg 4. Clopidogrel 600mg VO (considerando que o paciente vai precocemente ser encaminhado ao CATE) 1. Se por razões logísticas o paciente não puder ser encaminhado a angioplastia 1˚ e for indicado fibrinolítico, a dose é de 300mg 1. Se uso confiável contínuo, usar 75mg 2. Pacientes > 75 anos devem receber 75mg. 5. Pantoprazol 40mg VO (IBP - indicado em pacientes com dupla antiagregação plaquetária com risco de sangramento do TGI) 6. Analgesia 1. Nitrato SL ou EV - Isordil SL 5mg, 2x a cada 5 minutos 2. Nitratos são contraindicados se infarto de VD (fazer ECG com V3R e V4R) ou uso de IPDE-5 [Sildenafila]) 3. Uma alternativa é a Morfina (2-4mg a cada 5 min [dose máxima de 25-30mg] ou evidência de toxicidade) 4. Repetir ECG 5 a 10 minutos após mudança de clínica 7. Betabloqueador (considere seu uso no momento inicial, mas não é imprescindível = em até 24h) - Atenolol 25-50mg VO 8. Inibidores de enzima de conversão de angiotensina II (considere seu uso no momento inicial, mas não é imprescindível) - Captoptril 6,25mg, Enalapril 2,5mg e Lisinopril 2,5mg 9. Atorvastatina 40mg VO 10. Central de regulação para transferência imediata (angioplastia) = Se o tempo entre a chegada à porta do primeiro serviço de saúde e o momento do balão no centro com hemodinâmica < 120min, é indicada a transferência, se não, a estratégia fibrinolítica local está indicada, a menos que haja contraindicação Isa Castilho - T6 2. O que muda para a síndrome coronariana aguda COM supra em relação a farmacoterapia? CLASSE MEDICAMENTO USO MECANISMO EFEITOS ADVERSOS CONTRAINDICAÇÕES ANTI AGREGANTE PLAQUETÁRIO AAS 150-300mg VO (mastigar comprimido não revestido) de ataque e posteriormente Aspirina diária (75-100 mg) por período indefinido para prevenção secundária. Indicado para todos os pacientes, exceto se história de anafilaxia *300mg para todos os pacientes, exceto alérgicos Inibe irreversivelmente a COX e a produção de TXA- A2, impedindo a agregração plaquetária Irritação da mucosa gástrica e sangramento, hipersensibilidad e manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária Anafilaxia prévia, sangramento ativo, hemofilia, úlcera péptica, hepatopatia grave. Suspender 7 dias antes de cirurgias se prevenção primária. Se em uso para prevenção secundária, manter o uso em dose reduzida, exceto em neurocirurgia ou RTU de próstata ANTI AGREGANTES Clopidogrel, Ticagrelor, Prasugrel Clopidogrel: na admissão 300mg VO de ataque e posteriormente 75mg/dia. A dose de ataque de Clopidogrel pode ser 600 mg nos pacientes que serão submetidos precocemente ao CATE cardíaco. Deve ser feito junto com AAS. Paciente > 75 anos não recebe dose de ataque, apenas 75mg/dia Ticagrelor: iniciar 180mg VO de ataque seguido por 90mg de 12/12 horas. Prasugrel: uso após conhecimento da anatomia coronariana (aumento do sangramento). Dose inicial de 60mg VO, dose de manutenção de 10mg/dia VO. Mais efetivo Clopidogrel: pró-droga, causa inibição irreversível (menos potente que Ticagrelor e Prasugrel). Metabolizado pelo CP450. Início em 2-4h, dura 3-10 dias Ticagrelor: causa inibição reversível, é superior ao Clopidogrel por menor mortalidade, início de ação mais rápido e maior potência do que o clopidogrel, sem provocar sangramentos. Início em 30min, dura 3-5 dias Prasugrel: pró-droga, causa inibição irreversível. Início de ação em 30min, dura 5-10 dias Ticagrelor: dispneia sem broncoespasmo, aumento da frequência de pausas ventriculares assintomáticas e aumento do ácido úrico Clopidogrel: retirada 5 dias antes da cirurgia Ticagrelor: retirada 5 dias antes da cirurgia Prasugrel: retirada 7 dias antes da cirurgia. Risco alto de sangramento, < 60kg, histórico de AIT ou AVC, > 75 anos NOACS Dabigatrana (Pradaxa), Rivaroxabana (Xarelto), Apixabana (Equilis), Betrixabana,Edoxabana Redução de eventos cardíacos graves quando adicionados à antiagregação plaquetária Dabigatrana: só retirar da embalagem na hora do consumo; armazenar no blister original com dessecante e não triturado. Pode ser ingerida em jejum ou com alimentos. Se mastigada, partida ou aberta = absorção pode aumentar em até 75% = maior risco de sangramento Rivaroxabana: ingerir após alimentação Apixabana: ingerir com alimento ou jejum Betrixabana: ingerir com alimentos Dabigatrana: inibição alvo é a trombina, tem meia vida de 12-28h dependendo do paciente. - Antídoto: Idarucizumabe Rivaroxabana: inibição alvo é o FXa, meia vida de 7-11h, prolongada se insuficiência renal e idosos - Antídoto: Andexanet alfa Apixabana: inibição alvo é o FXa, meia vida de 19-27h - Antídoto: Andexanet alfa Betrixabana: inibição alvo é o FXa, meia vida de 12h - Antídoto: Andexanet alfa Edoxabana: inibição alvo é o FXa, meia vida de 10-14h - Antídoto: Andexanet alfa Dabigatrana: intolerância gástrica Rivaroxabana: sangramento, anemia, náusea - Inibidores potentes do CYP3A4/ da gp-P: aumentam efeito desses medicamentos - Indutores potentes do CYP3a4/ da gp-P:: diminuem efeito desses medicamentos Dabigatrana: ClCr < 15 (se entre 15-30 = usar 75mg, se >30 = usar 150mg) Rivaroxabana: ClCr < 15 (se entre 15-30 = usar 20mg, se >30 = usar 15mg) Apixabana: ClCr < 15 = usar com cuidado (se entre 15-30 = usar 2,5mg, se >30 = usar 5mg). Gestação = risco B Betrixabana: ClCr < 15, ClCr > 30 = sem ajuste de dose, ClCr 15-30 = 80mg dose única VO + 40mg 1x/ dia por aproximadamente 40 dias Edoxabana: ClCr < 15 (se ClCr 50-95 = 60mg, se ClCr 15-50 = 30mg) OPIÓIDE Morfina 3-5 mg EV a cada 10min para alívio da dor. Tendência a usar cada vez menos (alta mortalidade, eventos adversos, hipomotlidade intestinal, diminui absorção de antiplaquetários orais). Iniciada após dose máxima tolerada de medicações anti-isquemia (nitrato e BB) Indicações: - Edema agudo de pulmão - Dor precordial persistente após dose máxima de medicamento anti-isquemia A morfina é um venodilatador que ↓ a pré- carga do VE, ↓ a resistência vascular sistêmica, ↓ também a pós-carga e tem efeito analgésico sobre o SNC, ↓ a ansiedade com efeitos simpatolíticos Depressão respiratória, vômito, hipotensão Hipotensão, hipovolemia, infarto de ventrículo direito CLASSE Isa Castilho - T6 NITRATOS Nitroglicerina, dinitrato de Isossorbida (SL) 5 mg SL a cada 10-15min até alívio dos sintomas ou sintomas secundários - hipotensão, dor de cabeça (dose máxima de 15 mg = ir titulando). Monitorização cuidadosa da PA. Tem papel venodilatador, diminuindo o retorno venoso para o coração. Não diminui mortalidade (não usar como rotina em pacientes com SCA) Hipotensão, dor de cabeça Hipotensão, supradesnivelamento do segmento ST em V3R ou V4R ( = infarto de VD), uso de Sildenafila (IPDE-5) nas últimas 24h BB Metoprolol, Propanolol Metoprolol 25-100 mg VO 1 x/dia ou Propranolol 10-80 mg VO 2-3 x/dia Inibem competitivamente os efeitos miocárdicos das catecolaminas circulantes. ↓a FC, a PA e a contra ︎lidade miocárdica, e ↓ o consumo de oxigênio no miocárdio. A FC alvo é de aproximadamente 60 bpm. DAP, PR > 240ms, BAV complexo, broncoespasmo, paciente com risco de choque cardiogênico (sinais de IC e baixo DC, > 70 anos, FC > 110bpm ou < 60bpm, PAS < 120mmHg), sintomas de vasoespasmo coronariano, uso de cocaína BCC Diltiazem, Verapamil Tão eficientes quanto os BB, mas não reduzem a incidência de angina refratária, infarto ou óbito. Mais usados na angina instável (Diltiazem 60mg 3-4x/dia) Eles ↓ o influxo de cálcio através da membrana celular, ↓ a contratilidade miocárdica e o tônus vascular, a velocidade de condução atrioventricular (AV) e a atividade do nó sinusal. ↓ o consumo miocárdico de O2, a pós-carga, a contratilidade e a FC, além de ↑ a oferta de O2 ao miocárdio por meio da vasodilatação coronariana IECA/ BRA A prescrição do inibidor da ECA não deve e nem precisa ser tão precoce quanto a do AAS, antagonista do ADP ou β-bloqueador. Deve-se esperar que o paciente esteja estável: ao menos 4 a 6h após a chegada ao departamento de emergência. Enalapril 5-20 mg VO 2 x/dia é recomendado em pacientes com disfunção sistólica ou IC, HAS ou DM = diminui mortalidade CV. Os bloqueadores do receptor de angiotensina são indicados em pacientes que são intolerantes (por tosse ou angioedema) aos IECA. Os IECA/BRA ajudam a prevenir a remodelação do VE, atrasam a progressão da IC e ↓ a incidência de morte súbita e recorrência do IAM. Hipotensão (mais em idosos), hipercalemia, tosse seca Estenose bilateral de artéria renal (ou estenose em um único rim), gravidez, hipovolemia, má perfusão periférica ou PA sistólica < 100 mmHg, hipercalemia, doença renal avançada HEPARINAS Heparina NF, Heparina BPM (Enoxaparina, Fondaparinux) Indicado em pacientes de alto/ médio risco HNF: 60-70U/kg (máximo 5.000U) EV, seguido de infusão de 12-15U/kg/h ajustável (para manter TTPA entre 1,5-2,5 x controle). Heparina comum, controle/ monitorização com TTPA, também pode ser feita contagem de plaquetas. Início rápido e cmpesação de ação = flexibilidade. Anticoagulante de escolha na gravidez HBPM: 1mg/kg SC (2x/dia se Enoxaparina - SC, 1x/dia se Fondaparinux - EV) até alta hospitalar, tratamento angiográfico da lesão por 1 semana (o que ocorrer antes). - Se ClCr 15-29 = 1mg/kg SC 1x/dia - Se > 75 anos = 0,75mg/kg SC 2x/dia - Se ClCr < 15 = não usar Bivalirudina, Hirudina, Argatrobana: usar se plaquetopenia induzida por heparinas de alta potência HBPM - Fondaparinux: pentassacarídeo, inibidor do fator Xa, uso EV 1x/dia, sem necessidade de monitorização, diminui a chance de sangramento e mortalidade se comparado com Enoxaparina. Maior incidência de trombose do cateter = usar HNF durante o CATE - Enoxaparina: inibidor do fator Xa e inibidora da ação da trombina HNF: inibidor do fator Xa e inibidora da ação da trombina Bivalirudina, Hirudina, Argatrobana: inibidores diretos da trombina, se ligam a um ou mais sítios ativos na molécula de trombina. Não disponíveis no BR HNF: vantagens = efeito anticoagulante mais previsível e probabilidade ↓ de induzir trombocitopenia imunomediada. É mais fácil de administrar (SC) e não requer monitoramento laboratorial. Causa reações cutâneas e osteoporose se uso a longo prazo - Antídoto: Sulfato de Protamina Efeitos adversos em geral incluem sangramento Sangramento ativo INIBIDORES DA ENZIMA HMG - COA REDUTASE Atorvastatina, Sinvastatina, Rousovastatina Estatina (1˚) de alta intensidade (Atorvastatina 80 mg/dia ou Rosuvastatina 20-40 mg/dia), independentemente do nível basal de lipoproteína de baixa densidade (LDL). Iniciar a terapia assim que possível após o diagnóstico. Verificar LDL após 4-8 semanas, se permanecer alto, adicionar Ezetimiba (2˚), se não melhorar, inibidor de PCSK9 (3˚) OXIGÊNIO Administrar oxigênio suplementar a pacientes com IAM com saturação ↓ que 90%, pacientes com dificuldade respiratória (insuficiência cardíaca, ou aqueles com outras caracterís︎ticas de ↑ risco para hipóxia). Oxigênio suplementar em pacientes sem hipóxia não demonstrou levar a benefícios e tem as desvantagens de desconforto de uso e custo. MEDICAMENTO USO MECANISMO EFEITOS ADVERSOS CONTRAINDICAÇÕESCLASSE Isa Castilho - T6 *Tirofibana - inibe a via de agregação plaquetária *Estreptoquinase é a menos segura (mais chance de sangramento, hipotensão) *Vacinação contra influenza e pneumococo para prevenção secundária de doenças coronarianas e vasculares ateroscleróticas em adultos 3. Quais terapias farmacológicas devem ser estabelecidas para prescrição de alta hospitalar? Faça um receituário com regime posológico completo. USO INTERNO1) Aspirina (100mg) __________________________________________________________ 1 caixa Tomar um comprimido 1x/dia 2) Ticagrelor (90mg) __________________________________________________________ 1 caixa Tomar dois comprimidos via oral 2x/dia 3) Atenolol (100mg) ___________________________________________________________ 1 caixa Tomar 1 comprimido 1x/dia (cuidar com IC) 4) Atorvastatina _______________________________________________________________ 1 caixa Tomar 40mg, 1x/dia 4. Em caso de fibrilação atrial e angioplastia ou síndrome coronariana aguda como fica a terapia de prevenção secundária em relação aos antiagregante/anticoagulantes plaquetários? O uso de AAS nos pacientes com FA ou SCA ou pacientes submetidos à angioplastia em até 30 dias tem como ponto positivo a redução de evento isquêmico, como por exemplo AVC – que se sobrepõe ao risco de sangramento. Deve considerar o risco entre o potencial hemorrágico e diminuição de evento isquêmico – em especial o AVC – por até 30 dias. Depois desse intervalo, o risco de sangramento se sobrepõe ao benefício de prevenção secundária de evento isquêmico. Preferir NOACs ao invés de Varfarina. Sempre anticoagular na FA se prótese mecânica/ biológica ou estenose mitral moderada/ importante - FA e angioplastia ou infarto recente: - Sangramento ↓ risco: apixabana + clopidogrel (sem AAS) - Sangramento ↑ risco: varfarina + clopidogrel + AAS —> se Varfarina, deixar RNI alvo entre 2 e 2,5 - Morte ou hospitalização ↓ risco: apixabana + clopidogrel (sem AAS) - Morte ou hospitalização ↑ risco: varfarina + clopidogrel + AAS 5. AAS para prevenção primária de evento cardiovascular? Justifique. Não. As novas diretrizes das sociedades de Cardiologia americana (ACC/AHA) e europeia (ESC) de prevenção primária são claras: o uso da aspirina para prevenção de infarto ou outro evento cardiovascular deve ser exceção, e não regra. Pode haver benefício no paciente diabético com alto risco cardiovascular e baixo risco de sangramento. Seu uso como prevenção primária. Os resultados mostraram redução de 12% no risco de IAM, AVC ou morte, mas aumento de 21% no risco de sangramento. Anticoagular se CHADSCASC > ou = 2 independente do sexo. INIBIDORES DOS RECEPTORES GP IIb - IIIa PLAQUETÁRIOS Abcximab, Tirofibana, Eptifibatida Pacientes com evidência de isquemia em curso, apesar do tratamento com aspirina e inibidor de P2Y12, pacientes que apresentam caracterís︎cas de ↑ risco durante a angiografia, como grande carga de trombo ou complicação trombótica intraprocedural e pacientes que receberam DAPT e que têm evidências de isquemia contínua (ex, dor torácica persistente e evidência eletrocardiográfica de isquemia) Bloqueiam os receptores GP IIb-IIIa plaquetários, implicando na inibição da via final comum e mais importante da agregação plaquetária Restritos aos centros de hemodinâmica Se histórico de sangramento TGI, administrar medicamentos que diminuem o risco de sangramento recorrente MEDICAMENTO USO MECANISMO EFEITOS ADVERSOS CONTRAINDICAÇÕESCLASSE TERAPIA ANTIPLAQUETÁRIA DUPLA APÓS SCA - Risco de sangramento: escore baseado em 5 fatores: idade, clearance de Creatinina, hemoglobina, contagem de leucócitos ou sangramento espontâneo prévio. Sempre fazer terapia dupla no IAMCSST. Se paciente com DM, DAC, sem IAM e sem angioplastia = manter só AAS - Alto risco de sangramento: >25 = terapia dupla por até 6 meses - Baixo risco de sangramento: < 25 = terapia dupla por 12 meses - Dupla terapia = AAS + Clopidogrel (se angioplastia primária = usar Prasugrel) TERAPIA TROMBOLÍTICA - Contraindicações absolutas: hemorragia intracraniana, AVC há 3 meses, malformação vascular cerebral, malignidade intracraniana, metástase, dissecção de aorta, diátese hemorrágica, sangramento ativo, TCE nos últimos 3 meses - Contraindicações relativas: HAS crônica grave mal controlada, AVC isquêmico há 3 meses, demência, doença intracraniana, RCP traumática ou prolongada, cirurgia de grande porte há 3 semanas, sangramento interno ou úlcera péptica ativa há 2 semanas, gravidez, Varfarina, alergia à Estreptoquinase ou Anistreplase O fibrinolítico (Alteplase, Tenecteplase, Reteplase) tem melhores resultados quando o paciente se apresenta com < 2-3h do início dos sintomas, apresenta risco de morte leve a moderado. Não aguardar biomarcadores cardíacos para realizar terapia fibrinolítica (tempo porta-agulha alvo = 10min) Isa Castilho - T6 6. Quais os estudos sobre a colchicina no IAM apresentados no ESC 2020? Os efeitos benéficos da iniciação precoce de colchicina também foram demonstrados para hospitalização urgente por angina que requer revascularização (RR = 0.35), revascularização coronária completa (RR = 0,63), e o desfecho composto de morte cardiovascular, parada cardíaca ressuscitada, IAM ou acidente vascular cerebral (RR = 0,55, todos P <0,05). As taxas de incidência de infarto do miocárdio espontâneo ou revascularização coronária induzida por isquemia (desfecho composto), morte cardiovascular ou infarto do miocárdio espontâneo (desfecho composto), revascularização coronária induzida por isquemia e infarto do miocárdio espontâneo também foram significativamente menores com colchicina do que com placebo. Os resultados unificados deste estudo, somando aos resultados do estudo LODOCO e do COLCOT, fortalecem a hipótese da terapia anti-inflamatória da doença coronária, apesar da elevação não significa em morte não cardíaca (ainda sem explicação). CASO CLÍNICO Samanta, 50 anos é admitida à unidade de terapia intensiva com sepse causada por uma infecção urinária. Ela está hipotensa (PA 80/40 mmHg), taquicárdica, diminuição do débito urinário e FR 24/min. Em uma tentativa de tratar sua hipotensão severa, você precisa administrar uma droga pressora, além de antibióticos intravenosos de amplo espectro. 1. O que são os escores SOFA/ qSOFA? O qSOFA score (também conhecido como quickSOFA = quick sequential organ failure assessment score) é uma ferramenta para se usar à beira do leito para identificar pacientes com suspeita/documentação de infecção que estão sob maior risco de desfechos adversos. Os critérios usados são: PA sistólica menor que 100 mmHg, frequência respiratória maior que 22/min e alteração do estado mental (GCS < 15). Cada variável conta um ponto no score, portanto ele vai de 0 a 3. Uma pontuação igual ou maior a 2 indica maior risco de mortalidade ou permanência prolongada na UTI. O qSOFA é útil como critério de triagem clínica para se pensar em sepse. - qSOFA: vai de 0-3, cada variável conta 1 ponto. Escore > 2 = maior risco de mortalidade ou permanência prolongada em UTI - PAS < 100mmHg - FR > 22irpm - GCS < 15 Um SOFA (sequential organ failure assessment) Score alto está associado com um aumento na probabilidade de mortalidade (2). O score gradua anormalidades em diferentes sistemas do organismo e também leva intervenções clínicas em conta. No entanto, valores de exames laboratoriais, como PaO2, plaquetas, creatinina e bilirrubinas são necessários para completar a avaliação. SEPSE É a presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do organismo à infecção. A infecção pode ser bacteriana, fúngica, viral ou por protozoários. Os focos infeciosos mais comuns relacionados a sepse são: pneumonia, infecção urinária e infecção abdominal, mas pode ser originada a partir de qualquer outro foco. Atentos a sinais como: resposta inflamatória como febre, taquicardia e taquipneia (> 20irpm). O diagnóstico de sepse não está mais focado na SIRS (Systemic Inflammatory Response Syndrome) e passa a ganhar força um novo score, conhecido como Sequential Organ Failure Assessment (SOFA). A sepse é uma síndrome complexa podendo se apresentar de diversas maneiras e com diferentes disfunções orgânicas. Um dos principais mecanismos patológicos é a vasodilatação levando a hipotensão uma das principais manifestações da síndrome. Outros órgãos podem levar a disfunção: por exemplo,o pulmão, levando a dispneia, os rins com disfunção no volume urinário, o fígado, a coagulação, alterações no SNC (confusão, sonolência, agitação), pode ter ↑ dos níveis de lactato por ↓ de oferta de oxigênio e consequentemente metabolismo anaeróbico https://pebmed.com.br/aha-2019-colchicina-no-tratamento-do-infarto-agudo-do-miocardio/ https://pebmed.com.br/esc-2020-inicio-precoce-pode-alterar-desfecho-da-colchicina-no-infarto-agudo-do-miocardio/ Isa Castilho - T6 SEPSIS-3 2. O protocolo de sepse traz orientações a serem instituídas dentro de uma meta de tempo. A atualização dos protocolos trouxe uma novidade na fusão dos pacotes de 3 e 6 horas em um pacote único de 1 hora. O que são estes pacotes? Vem se tentado imprimir no manejo da sepse a aplicação de “bundles” ou “pacotes”, com o objetivo de aplicar uma estratégia eficiente e segura ao paciente diagnosticado com esta enfermidade. Em 2012, com a revisão do manejo da sepse, juntamente com as Diretrizes Internacionais para Gerenciamento da Sepse Grave e do Choque Séptico, foram propostos pacotes de atendimento para a sepse, divididos em dois momentos: o pacote das 3 horas e o pacote das 6 horas. Em abril de 2018, autores da Campanha de Sobrevivência à Sepse (CSS), iniciativa da European Society of Intensive Medicine e da Society Critical Care Medicine, publicaram na Intensive Care Medicine, uma nova atualização dos pacotes de tratamento da sepse. Nessa publicação, os pacotes de 3 e 6 horas foram extintos, criando-se o pacote novo de 1 hora. Um pacote: conjunto selecionado de elementos de cuidado que, quando implementados como um grupo, afetam os desfechos clínicos, simplificando os processos complexos de atendimento de pacientes com sepse. A pedra angular da ressuscitação inicial é a rápida restauração da perfusão e a administração precoce de antibióticos. O ‘ponto zero’ para a contagem do tempo é o momento da triagem do paciente na emergência ou identificação do cenário de sepse em outro setor. É importante que permaneça sempre a análise clínica individual do paciente à beira leito. http://www.survivingsepsis.org/Bundles/Pages/default.aspx Isa Castilho - T6 3. Quais as drogas vasoativas/inotrópicas são utilizadas na sepse? Cite: mecanismos de ação (quais re ceptores atuam), quando utilizar cada uma dela, principais efeitos colaterais, orientação na administração e qual o tempo ideal de uso. 4. Vasopressores podem ser administrados em acesso venoso periférico? Sim, embora a via de acesso mais utilizada/ indicada nesses casos de DVA ainda seja o acesso central, um estudo de 2020 indicou que, após administração das DVA por um período limitado, os pacientes apresentaram pouquíssimos eventos adversos com o uso do acesso periférico. O estudo sugere que sob observação cuidadosa, o extravasamento do medicamento é incomum e é improvável que leve a complicações maiores (checar extravasamento a cada 2h). Possuem rápido início de ação, curta duração, não são administrados VO e não penetram a BHE. 5. Qual é o medicamento vasopressor que deve ser administrado a Samanta? Justifique. Noradrenalina, pois é o medicamento de 1˚ escolha no tratamento do choque séptico, mais potente DROGA VASOATIVA CLASSE MECANISMO DE AÇÃO INDICAÇÃO EFEITOS ADVERSOS ORIENTAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO TEMPO DE USO Noradrenalina/ Norepinefrina Agonista adrenérgico não seletivo (alfa-1, beta-2, beta-1) Aumenta a pressão sistólica e diastólica, aumenta a pressão de pulso, diminui ou mantém o DC, a resistência periférica aumenta, atividade vagal reflexa diminui a FC Tratamento do choque séptico. Mais potente que a Dopamina. 1˚ escolha para paciente com PAM < 65mmHg Inquietação, cefaléia pulsátil, tremor, palpitação, hipertensão arterial, necrose/ isquemia de extremidades (vasoconstrição potente), escarificação da necrose, arritmia, dispneia Dose 0,05 a 2 mcg/ kg/min (início: 5 a 10 mcg/min). Aumentar infusão a cada 2-5 min, conforme avaliação (PAM, diurese, perfusão periférica) e/ou US POC. Até a recuperaçã o da euvolemia. Sempre iniciar DVA com a menor dose e ir titulando lentamente Epinefrina/ Adrenalina Causa estimulação direta do miocárdio, com aumento da força de contratilidade ventricular (ação ionotrópica +), aumento da FC (ação cronotrópica +) e vasoconstrição em leitos vasculares (vasos de resistência pré-capilares da pele, das mucosas e rins) Alternativa em pacientes que não respondem a outras catecolaminas (adicional à NE). Escolha no choque anafilático. Pode ser associado à norepinefrina no choque refratário Inquietação, cefaléia pulsátil, tremor, palpitação, hipertensão, necrose de extremidades, escarificação da necrose, induz mais taquiarritmia e isquemia que NAD. Pode elevar as concentrações de lactato Dose 1-20mcg/min *Menos segura que a NAD Dobutamina Agonista beta-1 adrenérgico seletivo Possui ação crono e ionotrópica positiva, discreta vasodilatação sistêmica. Complementa a NE Hipoperfusão persistente após hidratação EV adequada e uso de vasopressores. Escolha no paciente séptico com disfunção miocárdica, escolha no choque cardiogênico Flebite, extrassistolia, aumento da contratilidade (hipotensão e taquiarritmia) Dose 2-20mcg/kg/ min, com aumento de 2,5mcg/kg/min (até a dose de 15-20mcg/kg/min se tolerada) Vasopressina Hormônio antidiurético liberado pela neuro-hipófise em reposta à hipovolemia e aumento da osmolaridade Atua nos receptores V1 nas células musculares lisas dos vasos (= vasoconstrição), e em receptores V2 (aumenta reabsorção de água e aumenta volemia). É um vasoconstritor puro. Quando associada a catecolaminas, diminui o tempo de permanência em UTI e a mortalidade Choque séptico refratário à catecolamina. Hipotensão persistente com doses moderadas de NAD e hidrocortisona Arritmia, diminuição do DC, angina, isquemia miocárdica, cólica abdominal, N/V, tremores, cefaléia pulsátil *Diminui a incidência de FA = benefício Dose 0,01-0,04UI/ min (dose máxima de 0,04UI/min) = ir titulando *Sempre usar associada à NAD Fenilefrina Atua em receptor alfa-1 Vasoconstritor alfa adrenérgico puro Choque séptico e taquiarritmia, serve como alternativa Desconforto respiratório, dispneia, exacerbação de hipertensão, ansiedade, tontura Dose 100-180mcg/ min até estabilizar Dopamina Agonista adrenérgico Sua ação é dose dependente (o receptor alfa e beta estimulado depende da dose utilizada) Pacientes altamente selecionados (comprometimento da função sistólica, bradicardia absoluta), causa mais efeitos adversos Necrose de extremidades, escarificação da necrose, induz mais taquiarritmia e isquemia que NAD. Pode elevar as concentrações de lactato Dose 2-5mcg/kg/ min Isa Castilho - T6 6. Quais os critérios devem ser estabelecidos para a correta antibioticoterapia da nossa paciente? - O antibiótico deve possuir mínima toxicidade e custos, ser fraco indutor de resistência e farmacocinética adequada, além de possuir atividade contra a maior parte dos patógenos causadores da comorbidade - Início precoce após o reconhecimento da sepse (em até1 h). - Cobertura de amplo espectro (monoterapia ou terapia combinada). - Espectro de antibióticos deve ser reduzido quando os patógenos tiverem sido isolados e as sensibilidades estabelecidas, ou quando a evolução clínica permitir. - As estratégias de dosagem de antimicrobianos devem ser otimizadas com base nos princípios farmacocinéticos e farmacodinâmicos aceitos 7. Alterações fisiopatológicas na sepse podem afetar a distribuição de medicamentos e regimes de dosagem ajustados são necessários em pacientes gravemente enfermos com sepse. Como se comporta a farmacocinética dos antimicrobianos em relação a sepse? Ocorre alteração na farmacocinética dos medicamentos: absorção, distribuição, metabolismo e excreção. Isso resulta em penetração inadequada do medicamento no sítio infectado. - Fármacoshidrofílicos (aminoglicosídeos, beta-lactâmicos, glicopeptídeo e lipopeptídeos): absorção reduzida, distribuição aumentada, metabolismo reduzido pela inibição enzimática e excreção aumentada pela redução das proteínas de ligação. Necessitam de modificações específicas ! maiores doses de ataque e aumento nas doses de manutenção - Fármacos lipofílicos: absorção reduzida, distribuição inalterada, metabolismo reduzido pela presença de disfunção hepática, excreção reduzida pela presença de disfunção renal. Isso resulta em extrema dificuldade de prever com precisão uma dose terapêutica eficaz, sendo necessário ajuste de dose dos antimicrobianos a fim de evitar a presença de concentrações subterapêuticas, toxicidade e resistência microbiana. 8. Quais os fatores relacionados com o atraso no início do antibiótico? A antibioticoterapia deve sempre ser iniciada de forma precoce, porém, fatores como atraso do diagnóstico, atraso devido à espera de resultados de exames laboratoriais, demora na admissão, tempo de chegada até o serviço podem interferir nesse tempo de início. 9. Em relação ao controle do foco infeccioso se houver, quais as orientações? Após obtenção de culturas apropriadas, administrar antibióticos de largo espectro, por via EV, o mais rapidamente e, idealmente, na 1˚ hora após o diagnóstico. A redução da carga bacteriana ou fúngica é fundamental para o controle da resposta inflamatória. Drenar o pus ou retirar material exógeno infectado, se necessário. Todos os pacientes devem receber inicialmente doses máximas dos ATBs escolhidos. Isso é ainda mais relevante no caso de antibióticos hidrofílicos, pois os pacientes sépticos apresentam volume de distribuição aumentado tanto pelo aumento da permeabilidade capilar como pela reposição volêmica. As doses nas primeiras 24h não devem ser corrigidas para disfunção renal ou hepática. Pacientes com suspeita de sepse devem receber antibioticoterapia empírica de amplo espectro em 1h com coleta de culturas previamente (2 culturas), contanto que a coleta não atrase a antibioticoterapia. 10. Quais os germes mais frequentes em quadros de sepse causada por infecção urinária (comunitária/nosocomial)? Neste caso, para tratamento cite: drogas/classes, mecanismos de ação, principais efeitos adversos e quais medicamentos as grávidas podem usar. ITU GERME CLASSE MEDICAMENTO MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS ADVERSOS GRÁVIDA COMUNITÁRIA E. Coli, Klebsiella, Enterococcus sp, Sulfonamidas Sulfametoxazol-Trimetoprim Inibe a síntese de purina e ác. fólico por mecanismo competitivo N/V, cefaleia, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, alterações hematológicas, teratogenicidade, risco de Kernicterus no feto Não Antisséptico urinário Nitrofurantoína Danos ao DNA bactériano, efeito bactericida N/D, perda de apetite, cefaleia, uso restrito à ITU inferior, anemia hemolítica no feto Não Quinolonas/ Fluoro quinolona Ciprofloxacino, Norfloxacino, Levofloxacino Inibidores da Topoisomerase II (DNA-girase) e IV N/V/D, artropatia reversível, ruptura de tendão. Contraindicado em crianças, cuidado em idosos Não Isa Castilho - T6 11. Quais os germes mais frequentes em quadros de sepse causada por pneumonia (comunitária/nosocomial)? Neste caso, para tratamento cite: drogas/classes, mecanismos de ação, principais efeitos adversos e quais as grávidas podem usar (comunidade/nosocomial). COMUNITÁRIA sp, Acinetobacter, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus saprophyticus Cefalosporina 1 ̊ G: Cefazolina, Cefalexina, 2 ̊ G: Cefoxitina, Cefaclor, Ceforuxima, 3 ̊ G: Cefotaxima, Ceftrianona, Ceftazidima, 4 ̊ G: Cefepima, 5 ̊ G: Ceftaroline fosamila (Zinforo) Interferem na síntese da parede celular das bactérias (atua na síntese de peptideoglicano) Tromboflebite, hipersensibilidade Sim Penicilinas Cristalina/ aquosa, G procaína, G benzatina, Aminopenicilinas (Amoxicilina), de amplo espectro (Piperaciclina), resistentes as penicilinas (Oxacilina) Reações de hipersensibilidade, toxicidade renal e hematológica, neurotoxicidade Sim NOSOCOMIAL E. coli e outras enterobacteria s, P. aeruginosa, Acinetobacter, Enterococcus, C albicans, Staphylococcu s coagulase negativo, C. glabrata Carbapeném Imipenem, Meropenem, Piperaciclina-Tazobactam N/V, tromboflebite, hipersensibilidade Sim ITU GERME CLASSE MEDICAMENTO MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS ADVERSOS GRÁVIDA PNEUMONIA GERME CLASSE MEDICAMENTO MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS ADVERSOS GRÁVIDA COMUNITÁRIA Típicos: S. pneumoniae, H. Influenzae,, M. catarrhalis, S. aureus, enterobacteri as (E. coli, Klebsiella) Atípicos: Legionella spp, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae Penicilinas de amplo espectro associadas com inibidor de beta- lactamase Amoxicilina + Ácido Clavulânico Evitam a hidrólise do anel b- lactâmicos e potencializam sua atividade. Atuam impedindo a liberação dessas enzimas pela bactéria Reações de hipersensibilidade, toxicidade renal e hematológica, neurotoxicidade Sim Macrolídeos Azitromicina, Claritromicina, Doxaciclina, Daptomicina*** Inibem a síntese proteica de ribossomos, atividade bacteriostática ***Não é útil em pneumonia Urticária, exantema, alteração na cor dos dentes, hipoplasia do esmalte dentário, N/V/D, cefaleias Não NOSOCOMIAL Cefalosporina de 4˚ geração (Betalactâmicos antipseudomonas) Cefepime Interferem na síntese da parede celular das bactérias (atua na síntese de peptideoglicano) Tromboflebite, hipersensibilidade Sim Carbapenéms Imipenem, Meropenem, Piperaciclina- Tazobactam Atua contra a enzima que sintetiza a parede bacteriana N/V Sim TRATAMENTO ITU ITU ambulatorial sem fator de risco para MDR: Fluoroquinolona (Ciprofloxacino) VO 750mg/dia, por 5-7 dias ou 500mg, 2x/dia ITU ambulatorial com fator de risco para MDR: esquema anterior + dose iniciar de Ertapenem 1g EV ou IM Criticamente doentes ou obstrução do TGU: Carbapeném antipseudomonal (Imipenem 500mg EV 6/6h, Meropenem 1g EV 8/8h, Doripenem 500mg EV 8/8h) + Vancomicina. Cobrir beta-lactamase de espectro estendido e Pseudomona aeruginosa. Cobrir S. Aureus resistente à meticilina (MRSA) Outros pacientes hospitalizados: Ceftriaxona ou Piperaciclina-Tazobactam *Tratamento dura 5-14 dias dependendo da resposta *Torgena (Ceftazidima + Avibactam) = aprovado para ITU complicada, pneumonia nosocomial, infecção intra-abdominal complicada TRATAMENTO PNEUMONIAS PAC sem fator de risco para MRSA ou Pseudomonas: Amoxicilina, Amoxicilina + Clavulanato, Azitromicina ou Claritromicina. Outro esquema pode ser um b-lactâmico (Ceftriaxona, Cefoxitina) + Macrolídeo (Azitromicina, Claritromicina) ou Doxiciclina. Outro esquema pode ser monoterapia com Fluoroquinolona respiratória (Levofloxacino) PNC sem fatores de risco nem MDR: Piperaciclina-Tazobactam 4,5g EV 6/6h ou Cefepime 2g EV 8/8h ou Levofloxacino 750mg EV, 1x/dia PNB com fatores de risco ou MDR: 2 agentes com atividade contra gram-negativo + 1 contra MRSA 1. Piperaciclina-Tazobactam 4,5g EV 6/6h, Cefepime 2g EV 8/8h, Ceftazidima 2g EV 8/8h, Imipenem 500mg EV 6/6h, Meropenem 1g EV 8/8h, Aztreonam 2g EV 8/8h 2. Aminoglicosídeo 1x/dia- Amicacina 15-20mg/kg EV, Gentamicina 5-7mg/kg EV, Tobramicina 5-7mg/kg EV 3. Linezolida 600mg EV 12/12h, Vancomicina conforme função renal Isa Castilho - T6 12. Quais os germes mais frequentes em quadros de sepse causada por meningite? Neste caso, para tratamento cite: drogas/classes, mecanismos de ação, principais efeitos adversos e quais as grávidas podem usar. 13. Quais os germes mais frequentes em um caso de infecção desconhecida? Neste caso, para tratamento cite: drogas/ classes, mecanismos de ação, principais efeitos adversos e quais as grávidas podem usar. MENINGITE GERME CLASSE MEDICAMENTO MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS ADVERSOS GESTANTE COMUNITÁRIA N. Meningitidis, S. pneumoniae, H. Influenzae, S. aureus Cefalosporina de 3˚ geração Ceftriaxona, Cefotaxima Interferem na síntese da parede celular das bactérias (atuana síntese de peptideoglicano) Tromboflebite, hipersensibilidade SIm Glicocorticoide Vancomicina Inibe a síntese da parede celular por meio da ligação com enzimas de unidades precursoras da parede celular bacteriana Ototoxicidade, Nefrotoxicidade Não NOSOCOMIAL S. Aureus resistente à Meticilina (MRSA), S. Aureus resistente à Vancomicina (VRSA), Listeria monocytogenes Betalactâmicos antipseudomon as (Cefalosporinas de 4˚ geração) Cefepime Interferem na síntese da parede celular das bactérias (atua na síntese de peptideoglicano) Tromboflebite, hipersensibilidade Sim Carbapenéms Imipenem, Meropenem, Piperaciclina- Tazobactam Atua contra a enzima que sintetiza a parede bacteriana N/V SIm FOCO GERME CLASSE MEDICAMENTO MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS ADVERSOS GRÁVIDA INFECÇÃO DESCONHECIDA S. aureus, E. coli, enterobacteria s, P. aeruginosa, S. pneumoniae, Candida albicans, Staphylococcu s coagulase Cefalosporina de 3˚ geração Ceftriaxona, Cefotaxima Interferem na síntese da parede celular das bactérias (atua na síntese de peptideoglicano) Tromboflebite, hipersensibilidade SIm Betalactâmicos antipseudomonas (Cefalosporinas de 4˚ geração) Cefepime Tromboflebite, hipersensibilidade Sim Glicocorticoide/ Glicopeptídeo Vancomicina Inibe a síntese da parede celular por meio da ligação com enzimas de unidades precursoras da parede celular bacteriana Ototoxicidade, Nefrotoxicidade, toxicidade embrio- fetal Não Carbapenéms, Penicilina (Pipetazo) Imipenem, Meropenem, Piperaciclina- Tazobactam Atua contra a enzima que sintetiza a parede bacteriana. Meropeném é mais ativo contra gram-negativo, Imipeném contra gram-positivo N/V, epistaxe, anafilaxia, candidíase, reação no local da injeção, convulsão SIm TRATAMENTO MENINGITE Adulto < 50 anos: Ceftriaxona 2g EV 12/12 ou Cefotaxima 2g EV a cada 4-6h Adulto > 50 anos/ imunocomprometido: Ceftriaxona/ Cefotaxima + Vancomicina + Ampicilina 2g EV 4/4h *Meropeném apenas se anafilaxxia aos b-lactâmicos Isa Castilho - T6 14. Qual a relação da vitamina C e dos corticoides com a sepse? Justifique. Os resultados sugerem que o uso precoce de vitamina C endovenosa, juntamente com corticosteroides e tiamina, pode ser eficaz na prevenção de disfunção orgânica progressiva, incluindo lesão renal aguda e redução da mortalidade de pacientes com sepse e choque séptico. Estudos adicionais são necessários para confirmar essas descobertas preliminares. A estratégia de dosagem exata para a vitamina C é desconhecida, pois não é bem estudada. Os autores concluem que até 6 gramas por dia devem ser suficientes, sem correr o risco de conversão para oxalato e potencialmente causar piora do comprometimento renal pela formação de cristais de oxalato e deposição renal. Um dos artigos discute e levanta a hipótese de como funciona a combinação de vitamina C, hidrocortisona e tiamina. A essência de sua discussão, entretanto, é que, ao invés de uma droga trabalhando em uma única via na sepse, a combinação dessas três drogas afeta múltiplas vias, com o benefício adicional de um efeito sobreposto e sinérgico. 15. O que é a procalcitonina e qual a sua relação com a sepse? Justifique. A procalcitonina (PCT), peptídeo precursor da calcitonina, hormônio envolvido na homeostase do cálcio, apresenta níveis séricos extremamente reduzidos em indivíduos normais (0,1 a 0,5ng/ml). Em resposta a estímulo infeccioso bacteriano o nível sérico da procalcitonina se eleva de forma substancial e o seu papel na resposta inflamatória inclui funções quimiotáxicas, modulação da óxido nítrico-sintetase induzível e indução de citocinas, entre outras. Vários estudos demonstraram que a procalcitonina apresenta elevada sensibilidade e especificidade para distinguir SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) de sepse, pneumonia bacteriana de outros processos inflamatórios pulmonares e necrose pancreática de necrose séptica do pâncreas. Mais recentemente, a PCT vem sendo utilizada como biomarcador de prognóstico. Na sepse grave e no choque séptico determinações isoladas dos níveis séricos de PCT têm mostrado resultados variáveis 16. O que é o Robô Laura? Qual a relação com quadros de sepse? Em 2010, Laura foi uma das vítimas da infecção generalizada; em meio ao luto, seu pai, Jacson Fressatto, decidiu que tomaria uma atitude para tentar reverter esse número. O arquiteto de sistemas criou o primeiro robô cognitivo gerenciador de riscos do mundo e, em homenagem à filha, batizou-o de Robô Laura. Desde sua estreia, em 2016, o Robô Laura já monitorou cerca de 2,5 milhões de pacientes apenas no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba (PR). A instituição foi a primeira do Brasil a utilizar a inteligência artificial desenvolvida por Fressatto, e, de acordo com um levantamento interno, já ajudou no tratamento de mais de 12 mil pacientes. Essa tecnologia brasileira monitora os dados que ficam registrados nos prontuários dos pacientes e em um aplicativo. Também são analisados os resultados de exames e os sinais vitais, para que a IA consiga avaliar cada caso com a maior quantidade de informações possíveis. Isso permite que a equipe médica possa se concentrar em outros processos, mas ainda são os profissionais da saúde que decidem como agir em cada situação. O objetivo do Laura é reduzir o tempo de identificação de casos de infecção generalizada e aumentar a velocidade de administração de antibióticos, o que pode ser essencial para salvar a vida de um paciente. CASO CLÍNICO Sandra, 20 anos é levada para a sala de emergência porque ela tomou 50 comprimidos de paracetamol (750mg) que tinha em casa há 1h. Seus sinais vitais estão normais, está perturbada por ter tentado suicídio. 1. Como o paracetamol produz toxicidade? Como o quadro clínico se apresenta? Como a intoxicação por paracetamol deve ser tratada? A absorção do paracetamol após sua administração oral depende do tempo de esvaziamento gástrico, sendo absorvido no intestino delgado de forma rápida e praticamente total. A concentração plasmática atinge o pico em cerca de 30 a 60 minutos e a meia vida é de cerca de 2 horas após a ingesta de doses terapêuticas. Após a absorção intestinal, o paracetamol é transportado pelo sangue, com ligação variável às proteínas plasmáticas, atingindo valores menores (20-50%) nas intoxicações agudas. Em doses terapêuticas, a maior parte do paracetamol sofre glicuronidação ou sulfatação e, assim, pode ser eliminado através de excreção renal ou biliar, conjugado com ácido glicurônico ou sulfato. Apenas uma pequena porção é metabolizada pelo sistema microssomal P450 e produz N-acetil-p-benzoquinona inmina (NAPQI), que rapidamente é conjugada com glutation para posterior excreção. Através da eliminação renal, 90 a 100% do fármaco ingerido em doses terapêuticas são encontrados na urina durante o primeiro dia de uso. O estresse oxidativo é outra forma de indução de hepatotoxicidade. Outro local de lesão é o rim, levando a insuficiência renal aguda. A lesão renal geralmente está associada à lesão hepática, principalmente nas intoxicações graves. O paracetamol leva a alterações na hemodinâmica renal e no funcionamento dos túbulos renais, sendo as células tubulares proximais fortemente afetadas. Em caso de acometimento renal, costuma-se observar dor refratária, proteinúria e hematúria de 36 a 48 horas após a intoxicação. Os pulmões também podem ser afetados, s coagulase negativo Quinolonas Ciprofloxacino, Norfloxacino, Levofloxacino Inibidores da Topoisomerase II (DNA-girase) e IV. Cipro não tem atividade adequada contra pneumococos e outros gram- positivos (não usar em monoterapia) N/V/D, artropatia reversível, ruptura de tendão. Risco de dissecção/ ruptura de aorta Contraindicado em crianças, gestantes, cuidado com idosos Não FOCO GERME CLASSE MEDICAMENTO MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS ADVERSOS GRÁVIDA TRATAMENTO INFECÇÃO SEM FOCO APARENTE Regime empírico: regime de costume de ATB empírico +Vancomicina EV 15-20mg/kg/dose a cada 8-12h MRSA refratário: Daptomicina (MRSA não pulmonar = surfactante pulmonar a inativa), Linezolida Se hipersensibilidade aos agentes anteriores: Cefalosporina de 1˚ geração Se Pseudomonas for um agente improvável: Vancomicina + 1 dos: Cefalosporina de 3˚G/4˚G ou Inibidor de b-lactamase ou Carbapenem Se Pseudomonas for um agente provável: Vancomicina + 2 dos: Cefalosporina de 3˚G/4˚G ou Inibidor de b-lactamase ou Carbapenem Se Candida ou Aspergillus ou neutropenia: Equinocandina (Candida) ou Voriconazol (Aspergillus) Isa Castilho - T6 estando associados a um pior prognóstico. A injúria pulmonar aguda está relacionada com a falência hepática fulminante. O mecanismo de lesão pode ser por um efeito citotóxico direto dos metabólitos do paracetamol no pulmão ou resultado do aumento da pressão intracraniana. A dose tóxica é de 75mg/kg. Toda intoxicação tem 3 fases: pré clínica, tóxica e de resolução. Fases da intoxicação: - Fase 1 - até 24h: A vítima apresenta anorexia, náuseas, vômitos, mal-estar e diaforese. - Fase 2 - 24h - 72h: Os sinais da primeira fase se resolvem, sendo substituídos por dor no quadrante superior direito do abdome, hepatomegalia e oligúria em alguns pacientes. As enzimas hepáticas e a bilirrubina se elevam e o tempo de protrombina se prolonga. - Fase 3 - 72h - 96h: O mal-estar, as náuseas, a anorexia e os vômitos reaparecem, juntamente com sinais de falência hepática, incluindo icterícia, hipoglicemia, coagulopatia e encefalopatia. Falência renal e miocardiopatia também podem se desenvolver. - Fase 4 - 4d - 2sem: Associada a recuperação ou progressão para morte por falência hepática completa, ocorrendo cinco a dez dias após o início do quadro. O paciente pode apresentar depressão do sistema nervoso central, choque, hiponatremia e acidose metabólica. Exames laboratoriais: TGO, TGP, albumina, bilirrubinas, coagulograma, função renal Tratamento: 1. Lavagem gástrica: diminui a absorção de paracetamol, devendo ser realizada até 2 horas após a ingesta 2. Carvão ativado: seu uso é recomendado. Dose: 50g (se < 50kg = usar 1g/kg) 1. Contraindicação: via aérea não protegida, risco de HDA, Lítio, ácidos, álcalis, Flúor, Ferro 2. Até no máximo 2h da ingesta = adsorve a substância por via da SNG ou VO 3. Carvão ativado seriado: quando a dose for alta ou paciente com instabilidade hemodinâmica = 50g 4/4h ou 25g de 2/2h por até 24h/ 48h ou melhora do quadro clínico 4. Reservado para toxicidade grave 3. Antídoto: N-acetilcisteína (NAC = precursora da glutationa, faz regeneração hepatocitária por clareamento do NAPQI e recuperação da síntese de glutamina hepática) = é feito o esquema NAC 21h via EV (pode ser feito VO também = pouco utilizado) 1. 150mg/kg em 200mL de SG 5% para correr em 60min 2. 50mg/kg em 500mL de SG 5% para correr em 4h 3. 10mg/kg em 1L de SG 5% para correr em 16h 4. Ao total serão administrados 300mg/kg em um total de 21h 4. Exames laboratoriais: TGO, TGP, RNI, TAP, bilirrubinas, eletrólitos, ureia, creatinina Normograma de Rumack-Matthew = usado após 1 ingestão aguda. Não pode ser usado para ingestão que ocorrem > 24h antes da apresentação, repetidas ingentas orais. É usado para estimar a probabilidade de hepatotoxicidade Isa Castilho - T6 2. Monte uma tabela com dados das principais intoxicações agudas. CRISE CAUSA EFEITOS SIMPATOMIMÉTICA Anfetamina, cafeína, cocaína, efedrina, teofilina Estímulo simpático, luta ou fuga, hipertensão, taquicardia, taquipneia, hipertermia, diaforese, midríase, alterações de DC, arritmogênese, pele pegajosa e úmida, colapso circulatório, choque ANTICOLINÉRGICA Anti-histamínicos, antiparkinsonianos, atropina, ciclobenzaprina, escopolamina, ADT Desquilíbrio simpático e parassimpático, delírio, hipertermia, midríase, rubor cutâneo, mucosas e pele secas, PA diminuída, retenção urinária e menos peristalse, RNC COLINÉRGICA Carbamatos, Organofosforados Superestimulação parassimpática, confusão mental, RNC, aumento da secreção glandular, broncoespasmo, sialorreia, fasciculado, incontinência fecal e urinária SEDATIVA/ HIPNÓTICA Etanol, barbitúricos, BZD, Zolpidem Espectro variável a depender da via, do agente e de sua potência, RNC, miose, bradicardia, depressão respiratória, hipotermia por supressão do metabolismo muscular OPIÓIDES Fentanil, morfina, metadona, oxicodona Semelhante aos sedativos/ hipnóticos, sedação e redução do drive respiratório, RNC, miose pupilar (exceção da pentazocina e do propoxifeno) SUBSTÂNCIA QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO ANTICOLINÉRGICOS Síndrome anticolinérgica: ataxia, agitação, alucinação, midríase, taquicardia, rubor facial, pele e mucosas secas, diminuição do peristaltismo e retenção urinária, taquicardia, hipertensão. Atuam como antagonistas dos receptores muscarínicos periféricos e centrais. Ex.: antiespasmódicos (Escopolamina), anti-H1 (Dexclorfeniramina), relaxantes musculares, neurolépticos, ADT, antiparkinsonianos Medidas de suporte: monitorização, suporte de oxigênio, intubação orotraqueal se rebaixamento do nível de consciência, hidratação adequada, coleta de exames laboratoriais e correção de eventuais distúrbios hidroeletrolíticos. Lavagem gástrica é adequada em até 1h do ocorrido. Avaliar necessidade de exames laboratoriais Carvão ativado (50g ou 1g/kg), BZD para agitação ou convulsão Antídoto: Fisostigmina (pouco utilizado = atentar para anormalidades de condução) ANTICONVULSIVANTES Fenitoína: Sonolência, desconforto respiratório, fala arrastada, letargia, convulsão e coma. Carbamazepina: SNC e sistema CV, letargia, convulsão, coma, hipotensão, taquicardia, hipotensão Ácido valpróico N/V/D, hepatite tóxica leve, miose, agitaçã, tremores, mioclonia, depressão respiratória, hipotensão, taquicardia, hipertermia, hipernatremia, hipocalcemia Carvão ativado (50g ou 1g/kg). Em casos de overdose, o carvão ativado seriado pode ser usado (de 4/4h por no máximo 48h ou até reversão do quadro). BZD para agitação ou convulsão. Hemodiálise se casos , bolus EV de cristalóide se hipotensão ANTIDEPRESSIVOS Sindrome serotoninérgica: causada por Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina, Citalopram, Escitalopram - ISRS. Alterações do estado mental: agitação, ansiedade, confusão mental e hipomania, Instabilidade autonômica: taquicardia = mais cardiotóxico, hipertensão, sudorese, hipertermia e midríase, hiperatividade neuromuscular: hiper-reflexia, mioclonias , rigidez e tremores. Síndrome anticolinérgica: causada pelos ADTs (Amitriptilina, Imipramina, Nortriptilina). Taquicardia, pele seca e quente, sedação e coma, sedação, confusão, letargia, mais grave em idosos. Avaliar necessidade de cyproheptadine Carvão ativado (50g ou 1g/kg), bolus de solução isotônica para tratar hipotensão. Avaliar necessidade de bicarbonato de sódio se acidose metabólica ou alteração no ECG, DVA se necessário, BZD para agitação e convulsões Flumazenil é contraindicado na ingesta ou coingesta de ADT (diminui limiar convulsivo) BENZODIAZEPÍNICOS Rebaixamento do nível de consciência e depressão respiratória, sem outras alterações dos sinais vitais. Achados neurológicos são sedação, sonolência, ataxia, disartria e hiporreflexia. Coingesta com álcool e opióides piora o quadro clínico. Ex.: Midazolam, Lorazepam, Alprazolam, Clonazepam, Diazepam. Antídoto: Flumazenil - indicado apenas em casos de coma ou rebaixamento de nível de consciência - reverte sedação, mas tem ação curta (várias doses). Algumas referências contraindicam CA BETABLOQUEADORES Hipotensão, bradicardia, BAV 1º grau, arritmias ventriculares, assistolia, diminuição da contratilidade. SNC: Estado mental deprimido, coma, delirium, psicose, convulsões, parada respiratória, broncoespasmo pulmonar, hipoglicemia, hipercalemia. Ex.: Propanolol, Atenolol, Carvedilol, Metoprolol Glucagon EV 2-5mg para bradicardia e hipotensão refratária em bolus lento. LG pode causar estímulo vagal e piorar bradicardia, CA pode ser feito, gluconatode cálcio para diminuir toxicidade, Atropina para bradicardia, administração de fluidos, BZD se convulsão, insulina e gliose em altas doses (ajuda na contratilidade miocárdica), DVA se necessário SUBSTÂNCIA Isa Castilho - T6 BLOQUEADORES DE CANAL DE CÁLCIO Pacientes bradicárdicos e hipotensos com nível de consciência preservado (limitado pela hipoperfusão, portanto o rebaixamento é um achado tardio) e hiperglicemia (liberação pancreática de insulina prejudicada). quadro semelhante ao dos BBs Medidas de suporte: monitorização, suporte de oxigênio, intubação orotraqueal se rebaixamento do nível de consciência, hidratação adequada, coleta de exames laboratoriais e correção de eventuais distúrbios hidroeletrolíticos. Lavagem gástrica é adequada em até 1h do ocorrido. Avaliar necessidade de exames laboratoriais Após a administração de cristaloides EV de suporte, o tratamento de primeira linha é a infusão de cálcio, pode ser feita insulina e glicose em altas doses, Glucagon EV, vasopressores se necessário. - Gluconato de cálcio (1 g = 4,3 mEq Ca2 +): infundir 3-6 g IV, em 3-5 minutos. - Cloreto de cálcio (1 g = 13,4 mEq Ca2 +): infundir 1-2 g IV em 3-5 min. COCAÍNA/ SIMPATOMIMÉTICOS Ativação do SN simpático: midríase, sudorese, dispneia, hipertensão, coma. Para dor torácica = fazer nitrato SL Não usar ketamina para IOT, pois tem efeito hipertensor. Não usar Succinil-colina (usar rocurônio). Não usar BB para reversão, pois piora o vasoespasmo (faz estimulação alfa- adrenérgica sem oposição). Não usar Haloperidol, Clorpromazina por diminuiçao do limiar convulsivo Coleta de exames laboratoriais (incluindo enzimas cardíacas), TC de crânio se sintomas do SNC, RX de abdome se suspeita de tráfico/ ingesta, ECG, BZD se agitação, Fenttolamina se HAS mantida após BZD, LG se suspeita de body-packers (se sintomas = cirurgia imediata) DIGOXINA Tontura, sintomas gastrointestinais, distúrbios visuais, hipercalemia, palpitações e respiração curta. No exame clinico, observam-se bradicardia, arrtmia, tipicamente sem hipotensão; ritmo irregular é comum. Alteração e rebaixamento do nível de consciência são as anormalidaded neurológicad mais frequente. Tem índice terapêutico curto = toxicidade é comum Cristaloides EV para hipotensão e da hipovolemia, CA em pacientes com baixo risco de aspiração, definir a necessidade do antídoto específico anticorpo antidigoxina (fragmentos de anticorpos específicos para Digoxina - FAB). As principais indicações são: - História de ingesta oral > 10 mg em adultos - Digoxina sérica > 15 ng/mL dentro de 6 horas da ingestão ou > 10 ng/ mL após 6 horas - Digoxina sérica persistentemente elevada em pacientes sintomáticos. - Pacientes usuários de digoxina com arritmia ameaçadora à vida sem nível sérico conhecido. - Pacientes em terapia com digoxina com K+ > 5 mEq/L inexplicado, sem nível sérico conhecido. Uma dose empírica pode ser utilizada quando não se conhece a quantidade ingerida - Ingesta aguda: 10-20 frascos (400-800 mg) EV. - Acúmulo crônico: 3-6 frascos (120-240 mg) EV. Não fazer LG, CA pode ser feito INSETICIDAS ORGANOFOSFORADOS / CARBAMATOS Síndrome colinérgica: bradicardia, miose, salivação, diarreia, vômitos, lacrimejamento, rebaixamento do nível de consciência, PCR, coma, BAV. São compostos orgânicos utilizados como inseticidas na agricultura (OGF = ligação irreversível e CBM = reversível - enzima Acetilcolinesterase = acúmulo de ACH nas sinapses). Síndrome intermediária: sintomas neurológicos após 24-96h da intoxicação = fraqueza muscular proximal, fraqueza na flexão do pescoço = "pescoço quebrado”, redução de reflexos profundos, alterações em pares cranianos Neuropatia tardia: 1-3 semanas após exposição m(mais comum nos OFs) Carvão ativado (50g ou 1g/kg) e Atropina 2mg EV com dose de ataque e dose de manutenção até sinais de Atropinização (a cada 2-15min e depois em bomba de infusão). Avaliar disponibilidade de Pralidoxima (outra opção). Exames: hemograma, glicemia, função hepática e renal, eletrólitos, CPK, ECG. Evitar SuccinilColina, forçar êmese OPIÓIDES Sonolência, rebaixamento do NC, miose (pupilas puntiformes), depressão respiratória ( com bradipneia e hipoventilação), redução do peristaltismo e constipação intestinal Se ligam a 3 tipos de receptores (mu, kappa, delta) Antídoto: Naloxona EV, IM, SC, ou pela IOT 0,4mg (0,1 - 0,2mg) em doses crescentes, repetir após 3min, 1-2mg, se não houver resposta. LG e CA são pouco usados pelo risco de broncoaspiração QUADRO CLÍNICO TRATAMENTOSUBSTÂNCIA Isa Castilho - T6 *Midríase: simpatomiméticos, anticolinérgicos, alucinógenos = excitação (hipertermia, PA elevada, taquicardia) *Miose: sedativos, hipnóticos e opióides, colinérgicos, álcool, simpatolíticos = depressão (RNC, FR e FC reduzidas, hipotermia) *Nistagmo: barbitúricos, carbamazepina, lítio, OF NEUROLÉPTICOS Rebaixamento do nível de consciência. Efeitos extrapiramidais (acatisia, distonia, síndrome neuroléptica maligna). Outros efeitos no SNC incluem letargia, ataxia, disartria e confusão com coma com depressão respiratória em casos de intoxicação grave. Agente cardiotóxico, antagoniza a ação da Dopamina Os antipsicóticos podem apresentar propriedades antimuscarínicas = taquicardia, mucosas secas, pele seca, midríase, diminuição dos sons intestinais, retenção urinária, agitação, delirium e hipertermia. As manifestações CVs mais comuns da intoxicação incluem taquicardia sinusal, hipotensão ortostática e hipotensão leve Medidas de suporte: monitorização, suporte de oxigênio, intubação orotraqueal se rebaixamento do nível de consciência, hidratação adequada, coleta de exames laboratoriais e correção de eventuais distúrbios hidroeletrolíticos. Lavagem gástrica é adequada em até 1h do ocorrido. Avaliar necessidade de exames laboratoriais As convulsões devem ser tratadas com BZD. Em pacientes com hipotensão refratária a fluidos devem- se introduzir DVA, como norepinefrina ou vasopressina. O uso de CA é controverso. Pode ser usado em dose única de 1 g/kg até dose máxima de 50 g, caso a ingesta em menos de 4h. Observação por no mínimo 6h. Difenidramina se síndrome extrapiramidal SALICILATOS Zumbido, vertigem, N/V/D, sudorese, hipoglicemia e febre. Com o passar do tempo podem evoluir com taquipneia, desidratação, confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, acidose metabólica grave com ânion gap aumentado, edema pu lmonar e choque cardiogênico, ingesta potencialmente fatal = 10-30g em adults, 3g em crianças. Ex.: aspirina Carvão ativado (50g ou 1g/kg). Em casos de overdose, o CA seriado pode ser usado (de 4/4h por no máximo 48h ou até reversão do quadro), DVA se necessário, vitamina K se distúrbio de coagulação Avaliar necessidade de alcalinizarão urinária QUADRO CLÍNICO TRATAMENTOSUBSTÂNCIA