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NEOPLASIAS MALIGNAS ANA BEATRIZ CAVALCANTI – ESTOMATOLOGIA – P5 2 O câncer bucal é o sexto tipo de câncer mais comum em todo o mundo; 90% dos casos de câncer de boca; Gênero masculino mais afetado; O fator idade é fundamental no estudo do câncer bucal, uma vez que aumenta as possibilidades de contato e o tempo de exposição aos agentes carcinogênicos à medida que o indivíduo avança em idade; Carcinogênese É uma doença multifatorial, seu aparecimento depende da interação de diversos fatores como tempo, genética e fatores ambientais; Principais agentes carcinogênicos relacionados ao câncer bucal · Tabaco · Álcool · Radiações · Traumatismo crônico · Vírus Fatores genéticos relacionados ao hospedeiro · Fatores genéticos: são raros os casos que surgem exclusivamente por meio da genética; · Estado nutricional · Imunodeficiências Outros fatores de risco Condições cancerizáveis: é sempre relativa a uma situação sistêmica; Caraterísticas de promover redução das defesas imunológicas e fragilizar tecidos induzindo alteração na mucosa; Lesões cancerizáveis: alterações teciduais que podem se transformar em tumor. Ex.: Leucoplasia, Eritroplasia, líquen plano, Queilíte actínica, Candidíase leucoplásica, Nevo pigmentado, fibrose submucosa, infecções pelo HPV e lesões traumáticas. Conceitos O termo tumor pode ser empregado para designar qualquer proliferação anormal de tecido, seja ela benigna ou maligna. Processo proliferativo: são aqueles crescimentos teciduais, de natureza basicamente inflamatória, que não apresentam características histológicas neoplásicas e que, em geral, ocorrem como respostas a lesões locais de baixa intensidade e longa duração. Neoplasia: Massa anormal de tecido, sem nenhum propósito e autônoma, cujo crescimento ultrapassa os limites dos tecidos normais e persistem após remoção do estímulo. Tumor benigno: Proliferação anormal e ilimitada de células neoplásicas, semelhantes às do tecido de origem, que permanecem restritas ao seu lugar de origem, ou seja, não invadem nem destroem o tecido vizinho e também não se espalham para locais distantes do corpo. tumor maligno: Proliferação normal e ilimitada de células neoplásicas, diferentes das células de origem, capazes de invadir tanto o tecido normal circunvizinho destruindo-o, como de se espalhar pelo corpo através do sistema circulatório ou linfático (metástases). Carcinoma epidermóide (carcinoma de células escamosas ou carcinoma espinonuclear) Característica clínicas e radiográficas Lesão ulcerada, bordas elevadas, centro necrosado e base endurecida devido a infiltração dos tecidos subjacentes; Geralmente é assintomática no ínício; Locais de maior acometimento: língua, lábio inferior, assoalho bucal; Apresentações clínicas: 1. Exofítica (formação de aumento de volume; vegetante, papilar, verruciforme); 1. Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada); 1. Leucoplásica (mancha branca); 1. Eritroplásica (mancha vermelha); 1. Eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelha e branca). Carcinoma do vermelhão do lábio Tipicamente encontrado em pessoas de pele clara ou com uma exposição prolongada ao sol; Ulcera endurecida, indolor, crostosa e exsudativa que apresenta geralmente menos de 1 cm; Crescimento lento; Carcinoma intraoral O sítio mais acometido é a língua, geralmente as superfícies lateral posterior e ventral; Os sítios de envolvimento são palato mole, gengiva, mucosa jugal, mucosa labial e palato duro. Os carcinomas de gengiva e alveolos geralmente são indolores e surgem mais frequentemente na mucosa ceratinizada de um sítio na região posterior da mandíbula; Esse tumor pode parecer um granuloma piogênico, que são muito comuns na gengiva; Carcinoma orofaringeo Carcinoma da mucosa do palato mole e orofaringe; Possuem a mesma aparência básica dos anteriores, exceto pela falta de consciência por parte do paciente de que possui o problema; É um tumor maior que os outros já citados e a proporção de metástase é maior; Casam dor (difusa ou não, e frequentemente relatada como dor no ouvido) e dificuldade de deglutição; Metástase Ocorre através dos vasos linfáticos para os linfonodos cervicais ipsilaterais; O linfonodo com depósito metastático apresenta consistência firme, é indolor e mostra-se aumentado; Características histopatológicas O carcinoma de células escamosas surgema partir de um epitélio de superfície displásico e é caracterizado histopatologicamente por ilhas e cordões invasivos de células escamosas epiteliais malignas; A invasão é representada pela extensão irregular do epitélio lesional através da membrana basal para o interior do tecido conjuntivo subepitelial. Tratamento e prognóstico Carcinoma do vermelhão do lábio: é geralmente tratado pela excisão cirúrgica, tipicamente uma ressecção em cunha, com excelentes resultados; Carcinoma intraoral: consiste na excisão cirúrgica ampla (radical), radioterapia ou na combinação de cirurgia e radioterapia. Carcinoma orofaríngeo: Radioterapia Carcinoma verrucoso É uma variante de baixo grau do carcinoma de células escamosas oral. Representa menos de 1% a 10% de todos os carcinomas de células escamosas orais, dependendo da popularidade local do uso do tabaco sem fumaça. Alguns carcinomas verrucosos surgem da mucosa oral em pessoas que utilizam cronicamente o rapé ou o tabaco para mascar, tipicamente na área onde o tabaco é habitualmente colocado. Características clínicas Predominantemente em homens com idade acima de 55 anos; Os sítios mais comuns de envolvimento são: undo de vestíbulo inferior, gengiva, mucosa jugal, língua e palato duro; O sítio de ocorrência frequentemente corresponde ao local de colocação crônica do tabaco; A lesão surge como uma placa espessa, difusa, bem delimitada, indolor, com projeções papilares ou verruciformes na superfície; A coloração depende da quantidade de ceratina produzida e do grau de resposta inflamatória do hospedeiro ao tumor. Se não forem tratadas, as lesões provavelmente destruirão estruturas subjacentes tais como osso, cartilagem, músculo e glândulas salivares. Características histopatológicas O carcinoma verrucoso possui uma enganosa aparência microscópica benigna; é caracterizado por cristas epiteliais amplas e alongadas que parecem “empurrar” no sentido do tecido conjuntivo subjacente; Produção abundante ceratina; Há, frequentemente, um intenso infiltrado de células inflamatórias crônicas no tecido conjuntivo subjacente. Tratamento e prognóstico Excisão cirúrgica; A cirurgia geralmente não precisa ser tão extensa como a requerida para um rotineiro carcinoma de células escamosas de tamanho similar; A radioterapia é uma modalidade primária de tratamento alternativa, porém ela provê um pior controle local e, desse modo, é considerada menos efetiva que a cirurgia. Melanoma Origem melanocíticaque surge a partir de uma lesão melanocítica benigna ou de novo a partir de melanócitos no interior da mucosa ou da pele normal; A maioria dos melanomas ocorra na pele, essas lesões podem se desenvolver em qualquer sítio em que os melanócitos estejam presentes; O dano causado pela radiação UV é considerado como o principal fator causal, como sugerido pelo fato de que a incidência do melanoma aumenta nas populações de pele clara à medida que se aproximam do equador; Características clínicas Mais observada em adultos brancos; Idade média é de 50 a 55 anos; O diagnóstico é feito através de biopsia incisional. Quatro tipos clinicopatológicos de melanoma têm sido descritos: 1. Melanoma de disseminação superficial 1. Melanoma nodular Melanoma nodular 1. Melanoma lentigo maligno 1. Melanoma lentiginoso acral Tratamento Excisão cirúrgica, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia; Sarcoma de kaposi Rara neoplasia vascular; Evidências atuais sugerem que o sarcoma de Kaposi seja causado pelo herpesvírus humano 8 (HHV8; herpesvírus associado ao sarcoma de Kaposi [KSHV]). São reconhecidas quatro apresentações clínicas: 1. Clássica 1. Endêmica (africana) 1. Iatrogênica associada à imunossupressão 1. Relacionado à AIDS Características clínicas · Tipo clássico:Doença da vida adulta, com 70% a 90% dos casos ocorrendo em homens; Crescem lentamente por muitos anos e se desenvolvem como nódulos tumorais indolores; As lesões orais são raras e mais frequentemente acometem o palato; · Tipo endêmico: Um tipo nodular benigno, semelhante ao sarcoma de Kaposi clássico. Um tipo agressivo ou infiltrativo, caracterizado pelo desenvolvimento progressivo de leões localmente infiltrativas que envolvem os tecidos moles e o osso subjacentes. Uma forma florida, caracterizada pela presença de lesões agressivas, amplamente disseminadas, de rápida progressão e com frequente envolvimento visceral Um tipo linfadenopático único, que ocorre principalmente em crianças negras e exibe tumores generalizados de linfonodos, de crescimento rápido, ocasionais lesões nos órgãos viscerais, e esparso envolvimento cutâneo. · Tipo iatrogênico: Associado à imunossupressão ocorre mais frequentemente em pacientes que receberam transplante de órgãos. Características histopatológicas Caracteristicamente, o sarcoma de Kaposi evolui através de três estágios: · Mancha (macular): proliferação de minúsculos vasos sanguíneos. Isto resulta em uma rede vascular irregular, denteada, que circunda vasos preexistentes · Placa: mostra uma proliferação adicional desses canais vasculares em conjunto com o desenvolvimento de um componente de células fusiformes · Nodular: aumento do número de células fusiformes formando aumentos de volume nodulares que lembram um fibrossarcoma ou outros sarcomas de células fusiformes. Tratamento e prognóstico Depende do subtítulo clínico e do estágio da doença; Para lesões cutâneas na forma clássica da doença, geralmente é usada a radioterapia; Para as lesões orais, a radioterapia deve ser usada com cautela, devido ao desenvolvimento de uma mucosite grave incomum; A excisão cirúrgica pode ser realizada para o controle de lesões individuais da pele ou mucosa; A quimioterapia sistêmica também pode ser útil. A injeção intralesional de vimblastina é usada para controlar lesões individuais. Osteosarcoma Neoplasia maligna de células mesenquimais que tem a capacidade de produzir osso imaturo ou osteoide; Neoplasia mais comum de origem óssea; Etiologia desconhecida; Características clínicas e radiográficas Maior pico durante a adolescência e um pico menor entre adultos com mais de 60 anos; Tanto os osteossarcomas gnáticos quanto os extragnáticos exibem uma leve predileção por homens; a mandíbula e a maxila são envolvidas com frequência aproximadamente igual ou com uma leve predileção pela mandíbula.; Os achados clínicos mais comuns são o aumento de volume e dor; Alguns pacientes relatam sintomas por períodos relativamente longos antes do diagnóstico, o que indica que alguns osteossarcomas dos ossos gnáticos crescem mais lentamente. Os exames radiográficos podem apresentar radiopacidades, com um misto de radiolucidez e radiopacidade, ou uma lesão radiolúcida com bordas mal definidas. Padrão de “raio de sol”. Ocasionalmente, há reabsorção das raízes dos dentes envolvidos. Tratamento e prognóstico O tratamento de escolha é a essecção cirúrgica; O uso de quimioterapia e/ou radioterapia para as lesões dos osteossarcomas dos ossos gnáticos são controversas, mas pode ser considerada em alguns casos O fator prognóstico mais importante é a possibilidade de se obter a remoção cirúrgica completa inicial; A maioria das mortes ocorre pelo descontrole da doença local dentro de dois anos após o início do tratamento. As metástases acometem mais frequentemente os pulmões
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