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Resumo Neville - NEOPLASIAS MALIGNAS

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NEOPLASIAS MALIGNAS 
MELANOMA (Melanocarcinoma) 
Neoplasia maligna de origem melanocítica; que pode surgir de novo ou a partir de uma lesão melanocítica 
benigna preexistente. Maioria dos casos na pele, embora as lesões mucosas também sejam possíveis. Exposição à 
radiação UV da luz solar é um importante fator etiológico. Danos agudos do sol podem ser de maior importância do 
que a exposição crônica. Lesões na mucosa oral não estão relacionados com essa exposição. 
Fatores de risco para melanoma incluem uma tez clara, cabelos e olhos de cor clara, tendência a queimaduras 
solares ou sardas, uma história de queimaduras solares dolorosas ou bolhas na infância, ocupação em ambiente 
interno com hábitos recreacionais ao ar livre, história pessoal ou familiar de melanoma, história pessoal do nevo 
congênito ou displásico e de número excessivo (> 100) de nevos. Associações potenciais com o uso de materiais de 
bronzeamento, terapia imunossupressora para o transplante de órgãos, e diversas doenças malignas infância também 
têm sido propostos. Mutações (genes inibidor de quinase dependente de ciclina 2A[CDKN2A] e 4 [CDK4] dependente 
da ciclina quinase) que conferem um alto risco para o desenvolvimento de melanoma. Além disso, estudos genômicos 
recentes têm identificado numerosos loci genéticos associados a um leve a moderado risco de melanoma (p.ex., 
variantes alélicas no gene de pigmentação, o receptor de melanocortina 1 [MC1R]). 
Terceiro câncer mais comum de pele. Responsável por menos de 5% do total de casos de câncer de pele, mas 
por 75% das mortes por câncer de pele. 91,2% de todos os melanomas surgem na pele, enquanto o ocular, de mucosa, 
e primários desconhecidos são responsáveis por 5,2%, 1,3% e 2,2% respectivamente. Quase 25% dos melanomas 
cutâneos surgem na região da cabeça e pescoço, 40% nas extremidades e o resto no tronco. Mais da metade dos 
melanomas de mucosa ocorrem na cabeça e pescoço (incluindo a fase oral e regiões sinonasais), com o restante 
principalmente envolvendo as mucosas urogenital e anorretal. O melanoma em mucosa é muito mais agressivo do 
que sua contraparte cutânea. 
Melanoma na mucosa oral é raro (0,26% de todos os cânceres de cavidade oral). Aproximadamente 50% dos 
melanomas possuem mutações no gene codificador BRAF, uma proteína quinase envolvida na via 
Ras/Raf/MEK/MAPK. Entre melanomas de mucosa, alterações foram identificadas no gene KIT, que codifica uma 
tirosina quinase do receptor que interage com Ras. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Melanomas cutâneos 
• Mais em adultos leucodermas 
• 45 até 84 anos de idade (idade média no momento do diagnóstico de 61 anos) – ampla faixa etária 
• Predileção pelo sexo masculino é vista em pacientes mais velhos 
• Predileção por mulheres entre pacientes com menos de 40 anos (possivelmente relacionadas ao uso de 
bronzeamento artificial) 
• Sítio primário + frequente – costas (homens) e extremidades inferiores (mulheres) 
• “ABCDE” – criado para ajudar a diferenciar da sua contraparte benigna (nevo melanocítico) 
 
• Principais tipos: Melanoma de disseminação superficial; Melanoma nodular; Melanoma lentigo maligno; 
Melanoma lentiginoso acral 
• 2 padrões direcionais de crescimento – (1) a fase de crescimento radial e (2) a fase de crescimento vertical 
Estágios iniciais - fase de crescimento radial tende a predominar no melanoma lentigo maligno, no melanoma de 
disseminação superficial e no melanoma lentiginoso acral. Nessas lesões, os melanócitos malignos apresentam 
propensão a se disseminar horizontalmente através da camada basal da epiderme. 
Final do processo – células malignas começam a invadir o tecido conjuntivo subjacente, iniciando a fase de crescimento 
vertical. No melanoma nodular, a fase de crescimento radial é muito curta ou inexistente e a fase de crescimento vertical 
predomina. 
Melanoma de Disseminação Superficial 
• Forma + comum de melanoma – 70% das lesões cutâneas 
• Sítio + comum – área interescapular (homens) e parte de trás das pernas e coxas (mulheres) 
• Mácula com variedade de cores em potencial (amarelo-amarronzada, marrom, cinza, negra, azul, branca e 
rosa) 
• Lesão é menor do que 3 cm em seu maior diâmetro no momento do diagnóstico, porém pode ser bem maior 
• Muitas lesões são levemente elevadas 
• lesão é menor do que 3 cm em seu maior diâmetro no momento do diagnóstico, porém pode ser bem maior 
• Clinicamente, invasão é indicada pelo surgimento de nódulos na superfície ou enduração (em geral ocorre 
dentro do período de 1 ano após a descoberta da mácula precursora) 
o máculas satélites ou nódulos de células malignas podem se desenvolver ao redor da lesão primária 
Melanoma Nodular 
• 15% dos melanomas cutâneos 
• Um terço se desenvolve na região da cabeça e pescoço 
• Inicia quase imediatamente a sua fase de crescimento vertical; 
o desse modo, surge como uma elevação nodular que rapidamente invade o tecido conjuntivo 
o lesão exofítica intensamente pigmentada 
▪ algumas vezes as células do melanoma são tão pobremente diferenciadas que não produzam 
mais melanina, resultando em um não pigmentado melanoma amelanótico 
Melanoma Lentigo Maligno 
• 5% a 10% dos melanomas cutâneo 
• Se desenvolve a partir da lesão precursora: sarda de Hutchinson 
• Quase sempre na pele exposta ao sol (em particular na região do terço médio da face) 
• Adultos idosos de pele clara 
• Representa um melanoma in situ puramente em sua fase de crescimento radial 
• Mácula, que se expande de forma lenta, com bordas irregulares e uma variedade de cores (amarelo-
amarronzada, marrom, negra e até mesmo a branca) 
• Pacientes afirmam que a lesão tem estado presente e se expandido de forma lenta e lateralmente durante 
anos 
• Duração média da fase de crescimento radial é de 15 anos 
• Surgimento de um nódulo dentro do lentigo maligno sinaliza o início da fase invasiva ou de crescimento 
vertical e é a transição de um lentigo maligno para um melanoma 
Melanoma Lentiginoso (Melanoma Lentiginoso Mucoso) 
• Melanoma lentiginoso acral – forma + comum de melanoma em melanodermas 
• Forma + comum de melanoma oral 
• Palmas das mãos, solas dos pés, área subungueal e mucosas 
• Mácula com margens irregulares, pigmentada, que posteriormente desenvolve uma fase invasiva de 
crescimento nodular 
• 2 entidades: (1) melanoma lentiginoso acral e (2) melanoma lentiginoso da mucosa 
Melanoma oral 
• Nodular no momento do diagnóstico (lesões iniciais podem ser planas) 
• Homens 
• 5ª até 7ª década de vida 
• Palato duro ou alvéolo maxilar – 70% a 80% 
• Mácula de coloração marrom a negra com bordas irregulares 
o Algumas lesões contêm pouco pigmento e mostram coloração normal da mucosa ou aparência 
vascular 
o Mácula se estende lateralmente e um aumento de volume exofítico, lobulado, desenvolve-se uma 
vez que se tenha iniciado o crescimento vertical 
o Ulceração pode se desenvolver precocemente, porém várias lesões são aumentos de volume 
enegrecidos, lobulados e exofíticos sem ulceração no momento do diagnóstico 
o Dor não é comum (exceto nas lesões ulceradas) 
o Maioria das lesões permanece relativamente macia à palpação 
• Osso subjacente ou adjacente pode mostrar evidência radiográfica de destruição irregular ou em “roído 
de traça” 
• Linfonodos cervicais metastáticos – evidentes na apresentação inicial (frequentemente) 
• Ocasionalmente, afeta a glândula parótida, em geral como um depósito metastático a partir do couro 
cabeludo, conjuntiva ou paranasal 
• 1 em cada 3 pacientes com melanoma oral tem histórico de diagnóstico prévio de melanoma 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
• Melanócitos atípicos – observados inicialmente na junção entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo 
o A partir desse local, eles têm o potencial para proliferar por todo o epitélio, lateralmente ao longo da 
camada basal e em profundidade para o interior do tecido conjuntivo 
• Estágios iniciais – melanócitos atípicos observados dispersosentre as células epiteliais basais ou em tecas no 
interior da camada basal 
• Melanócitos atípicos geralmente maiores do que os normais e têm graus variados de pleomorfismo nuclear e 
hipercromatismo 
• Melanoma de disseminação superficial – disseminação pagetoide frequentemente observada 
o Grandes células neoplásicas infiltram o epitélio de superfície de forma isolada ou em tecas 
o Padrão microscópico – pagetoide (lembra adenocarcinoma intraepitelial conhecido como doença de 
Paget da pele) 
• Disseminação das células neoplásicas ao longo da camada basal – fase de crescimento radial 
o Tal disseminação lateral das células no interior do epitélio (que ocorre antes da invasão para o interior 
do tecido conjuntivo subjacente) – observada no melanoma de disseminação superficial, no 
melanoma lentigo maligno e no melanoma lentiginoso acral 
o Melanoma lentiginoso acral – melanócitos apresentam prolongamentos dendríticos proeminentes 
• Melanócitos malignos observados invadindo o tecido conjuntivo – fase de crescimento vertical 
o Melanoma nodular – essa fase de crescimento vertical ocorre precocemente no curso da lesão 
o Nenhum crescimento radial de células pode ser observado no epitélio suprajacente além das margens 
da invasão tumoral 
• Células invasivas – fusiformes ou epitelioides e infiltram o tecido conjuntivo como cordões e feixes 
pobremente agregados de células pleomórficas 
• Lesões orais – mostra + prontamente a invasão de vasos sanguíneos e linfáticos do que as lesões de pele 
• 10% dos melanomas orais são amelanóticos 
o falta de produção de melanina pode causar confusão diagnóstica na microscopia óptica, uma vez que 
o melanoma pode simular uma variedade de neoplasias indiferenciadas 
o estudos imuno-histoquímicos mostram reatividade para as proteínas S-100, HMB-45, MART-1 
(Melan-A) e o fator de transcrição associado à microftalmia (Mitf) podem ajudar no diagnóstico 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
• Mensuração microscópica da profundidade da invasão – importante componente da avaliação 
histopatológica do melanoma cutâneo, uma vez que se correlaciona com o prognóstico 
• Sistema de mensuração de Clark confere um “nível” à lesão que depende da região anatômica cutânea mais 
profunda invadida por células neoplásicas 
• Estadiamento clínico para o melanoma cutâneo é realizado utilizando-se um sistema de classificação TNM 
que leva em consideração a espessura do tumor pela classificação de Breslow, ulceração, metástase para 
linfonodos regionais e metástase à distância 
• Excisão cirúrgica é a base do tratamento (maioria em estágio inicial e curado) 
• Dissecção dos linfonodos é em geral realizada nos pacientes com metástase regional clinicamente evidente 
na ausência de metástases à distância 
• Radioterapia adjuvante ou a imunoterapia (geralmente com interferon alfa) pode ser considerada para certos 
subgrupos de pacientes em alto risco de recorrência 
• Taxas de sobrevida em 5 anos para pacientes com melanomas cutâneos que são finos e confinados à pele 
ultrapassam os 90%, enquanto os pacientes com metástase regional ou distante exibem taxas de sobrevida 
em cinco anos de aproximadamente 40% a 70% e de 15% a 20%, respectivamente 
• Fatores prognósticos positivos incluem idade inferior a 50 anos e sexo feminino 
Oral 
• Classificação TNM leva em consideração a extensão anatômica do tumor primário (confinados à mucosa ou 
invadindo as estruturas adjacentes), metástase para linfonodo regional e metástase à distância 
• Como mostram comportamento agressivo, são classificadas no mínimo como estágio III 
• Para pacientes com doença em estágio III ou IVb, a cirurgia radical é indicada e, muitas vezes, é combinada 
com radioterapia adjuvante 
• Estágio IVb ou IVc devem considerar fortemente a participação em estudo clínico 
• Como as mutações KIT geralmente estão presentes nos melanomas mucosos, estudos clínicos avaliando 
inibidores de tirosina quinase (como imatinibe) são de particular interesse 
• Prognóstico para o melanoma oral é extremamente reservado 
o maioria dos autores relata taxas de sobrevida em cinco anos na faixa de apenas 10% a 25% 
o morte resulta de metástase distante em vez de falta de controle local 
o mau prognóstico para o melanoma oral parece se relacionar à dificuldade em se conseguir uma 
ressecção ampla e à tendência de metástase precoce 
o pacientes jovens mostram melhor sobrevida que os mais velhos 
o lesões amelanóticas parecem ter um prognóstico particularmente mau 
• Acentuada deterioração do prognóstico em pacientes com melanomas de mucosa oral ultrapassando a 
profundidade de 0,5 mm, embora a profundidade da invasão e a presença de ulcerações não estejam 
estreitamente correlacionadas ao prognóstico dessas lesões, em comparação com os melanomas cutâneos 
 
LINFOMA DE HODGKIN (Doença De Hodgkin) 
 Neoplasia maligna linfoproliferativa. Talvez uma razão para que o linfoma de Hodgkin não tenha sido 
facilmente compreendido é que, diferentemente da maioria das neoplasias malignas, as células neoplásicas (células 
de Reed-Sternberg) somam apenas cerca de 0,1% a 2% das células nos linfonodos aumentados que caracterizam tal 
condição. Evidências atuais com relação à histogênese das células de Reed-Sternberg apontam para uma origem no 
linfócito B. Doença pode causar a morte se a terapia adequada não for instituída, apesar de seu tratamento ser um 
dos maiores sucessos na história da terapia para câncer durante os últimos 30 anos. Apesar de a causa da doença ser 
desconhecida, estudos epidemiológicos e moleculares têm correlacionado a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) 
com uma porcentagem dessas lesões. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
• Quase sempre começa nos linfonodos – qualquer grupo deles é suscetível 
• Locais mais comuns de apresentação inicial – linfonodos cervicais e supraclaviculares (70% a 75%) ou os 
linfonodos axilares ou do mediastino (5% a 10% cada) 
• Inicialmente, a doença aparece, em menos de 5% das vezes, nos linfonodos abdominais e inguinais 
• Predileção por homens 
• Padrão bimodal na época do diagnóstico: um pico observado entre os 15 e 35 anos outro pico após 50 anos 
• Aumento de volume discreto, indolor, ampliando-se de maneira persistente na região de um linfonodo 
• Estágios iniciais: linfonodos envolvidos são móveis; à medida que a doença progride, os linfonodos se tornam 
intricados e fixos aos tecidos circundantes 
• Se não tratada, se espalha para outros grupos de linfonodos 
o eventualmente, envolve o baço e outros tecidos extralinfáticos, como ossos, fígado e pulmões 
• Envolvimento oral é raro 
• 30% a 40% outros sinais e sintomas sistêmicos podem estar presentes 
o perda de peso, febre, suores noturnos e prurido generalizado (coceira) 
o ausência desses sinais e sintomas é considerada melhor em termos de prognóstico para o paciente, e 
essa informação é usada do estadiamento da doença 
o Pacientes que não têm qualquer sinal sistêmico são agrupados na categoria A; e aqueles com sinais 
sistêmicos, na categoria B 
• Estadiamento importante para o planejamento do tratamento e para estimar o prognóstico de um 
determinado paciente 
o Procedimento para estadiamento inclui a confirmação do diagnóstico patológico, anamnese e exame 
físico cuidadosos, tomografias computadorizadas (TC) ou ressonância magnética (RM) do abdome e 
tórax, radiografias de tórax e estudos hematológicos de rotina (contagem sanguínea total, bioquímica 
do soro, taxa de sedimentação de eritrócitos) 
o Avaliação da extensão do envolvimento da doença, utilizando tomografia por emissão de pósitron 
(PET scan), está se tornando parte do protocolo padrão, particularmente em instituições maiores 
o Linfoangiografia, escaneamento com gálio, biopsia da medula óssea, laparotomia exploratória e 
esplenectomia podem ser necessários se a informação que fornecerem tiver efeito no estadiamento 
ou no tratamento 
 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
• (1) linfoma de Hodgkinnodular com predominância de linfócitos e (2) linfoma de Hodgkin clássico (5 subtipos) 
• Características típicas: substituição da arquitetura normal do linfonodo por um infiltrado de células 
inflamatórias difuso (frequentemente misto) entremeado por células linfoides neoplásicas grandes e atípicas 
o No caso do linfoma de Hodgkin clássico, a célula atípica é conhecida como célula de Reed-Sternberg 
o Célula maligna no linfoma de Hodgkin nodular com predominância de linfócitos é a popcorn cell 
(célula-pipoca) – semelhança do núcleo a uma pipoca 
• Célula de Reed-Sternberg – tipicamente binucleada (“núcleos de olhos de coruja”), apesar de poder ser 
multinucleada (“moedas de pennies em um prato”), com nucléolos proeminentes 
Patologista deve ver um desses tipos de células atípicas diferentes para fazer o diagnóstico de linfoma de Hodgkin, apesar de 
que sua presença não implica diagnóstico, pois células similares podem ser vistas em certas infecções virais, especialmente na 
mononucleose infecciosa 
Classificação: 
• Linfoma de Hodgkin nodular com predominância linfocitária 
• Linfoma de Hodgkin clássico (compreendendo cinco subtipos histopatológicos): 
1. Rico em linfócitos 
2. Esclerose nodular 
3. Celularidade mista 
4. Depleção linfocitária 
5. Inclassificável 
Estes nomes descrevem a característica histopatológica mais proeminente de cada tipo, e as características 
epidemiológicas específicas e o prognóstico estão associados a cada tipo. 
• Linfoma de Hodgkin nodular com predominância linfocitária – no passado, esta forma era provavelmente 
combinada com o subtipo rico em linfócitos, mas a presença das células-pipoca características é uma pista 
significativa para o diagnóstico 
• Linfoma de Hodgkin clássico rico em linfócitos – lençóis de pequenos linfócitos com poucas células de Reed-
Sternberg (6% de todos os casos) 
• Esclerose nodular – mais em mulheres (2ª década de vida) 
o Recebe tal nome devido aos feixes fibróticos que se estendem da cápsula do linfonodo para dentro 
do tecido lesional 
o Células de Reed-Sternberg na forma esclerose nodular parecem residir nos espaços vazios e, portanto, 
são chamadas de células lacunares (soma entre 60% e 80% dos casos) 
• Celularidade mista – caracterizada por uma mistura de pequenos linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e 
histiócitos com abundância de células de Reed-Sternberg (responde por cerca de 15% a 30% dos casos) 
• Depleção linfocitária – tipo mais agressivo (menos de 1% dos casos nos relatos recentes) 
o numerosas células de Reed-Sternberg gigantes e bizarras estão presentes, com poucos linfócitos 
• Inclassificáveis – não se encaixam nos critérios de nenhum dos subtipos conhecidos são encontrados 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
• Depende do estágio de desenvolvimento 
• Estágio I e II – combinam campos de radioterapia menos extensos com regimes quimioterápicos com 
múltiplos agentes, para maximizar o controle da doença e minimizar as complicações da terapia a longo prazo 
• Estágio III e IV – requerem quimioterapia; a radioterapia é usada conjuntamente se houver envolvimento do 
mediastino ou doença residual 
• Regime conhecido como MOPP (mecloretamina, Oncovin, procarbazina, prednisona) foi usado para tratar o 
linfoma de Hodgkin 
o efeitos colaterais podem estar associados a essa quimioterapia a longo prazo 
• Outro regime conhecido como ABVD (adriamicina, bleomicina, vimblastina, dacarbazina [DTIC]) é agora usado 
com mais frequência, particularmente na doença nos estágios iniciais e intermediários, devido às suas 
menores complicações 
• Prognóstico para essa doença é bastante bom hoje 
o melhores resultados do tratamento ocorrem naqueles que se apresentam em estágios iniciais 
o estágios I e II da doença frequentemente têm taxa de sobrevida em 10 anos sem recidiva de 80% a 
90% 
o estágios III e IV da doença apresentam 55% a 75% de taxa de sobrevida em 10 anos 
• Subtipo histológico também influencia a resposta à terapia 
• Após 15 anos de tratamento, a mortalidade do paciente ocorre com mais frequência devido a complicações 
do tratamento: por malignidade secundária ou doença cardiovascular 
 
LINFOMA NÃO HODGKIN 
 Incluem um grupo diverso e complexo de malignidades de histogênese e diferenciação linforreticulares. 
Maioria dos casos, surgem inicialmente nos linfonodos e tendem a crescer como aumentos de volume sólidos. Isso 
contrasta com as leucemias linfocíticas, as quais começam na medula óssea e são caracterizadas por uma grande 
proporção de células malignas que circulam no sangue periférico. Comumente se originam de células da série dos 
linfócitos B. Lesões com uma derivação de linfócitos T são menos comuns, enquanto linfomas derivados de histiócitos 
verdadeiros são ainda mais raros. Prevalência dos linfomas é maior em pacientes que têm alterações imunológicas, 
como imunodeficiências congênitas (síndrome de Bloom, síndrome de Wiskott-Aldrich, e imunodeficiência variável 
comum), AIDS, transplantes de órgãos e doença autoimune (síndrome de Sjogren, lúpus eritematoso sistêmico e 
artrite reumatoide). 
 Os vírus podem desempenhar algum papel na patogênese de pelo menos algumas dessas lesões. Por exemplo, 
o vírus Epstein-Barr (EBV) tem sido implicado, mas não comprovado, como sendo um agente etiopatogênico no 
linfoma de Burkitt, um tipo de linfoma B de células pequenas, não clivadas de alto grau. O EBV está relacionado com 
o desenvolvimento de várias condições linfoproliferativas (conhecidas como doenças linfoproliferativas associadas ao 
EBV) que variam de processos reativos, benignos até condições malignas. Algumas delas ocorrem em um cenário de 
imunossenescência (diminuição da função do sistema imunológico com a idade), outras são relacionadas a 
medicamentos imunossupressores, imunossupressão após transplante de medula óssea ou de órgãos sólidos, ou em 
associação à AIDS. O herpes-vírus humano 8 (HHV-8) não tem sido associado apenas ao sarcoma de Kaposi, mas 
também ao linfoma primário de cavidade corpórea e a alguns casos de linfoma plasmablástico. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS 
• Primariamente em adultos 
o apesar de crianças poderem ser afetadas, particularmente pelos linfomas intermediários mais 
agressivos e pelos de alto grau 
• Predominantemente nos linfonodos (mas linfomas extranodais também são encontrado) 
• Aumento de volume indolor com crescimento lento por meses 
• Lesão envolve uma coleção de linfonodos locais (cervicais, axilares ou inguinais; um ou dois nódulos móveis 
são observados inicialmente) 
• Progressão – linfonodos se tornam mais numerosos e fixos às estruturas adjacentes ou emaranhados uns aos 
outros 
• Gradualmente, o processo envolve outros grupos de linfonodos, e ocorre a invasão dos tecidos normais 
adjacentes 
Cavidade oral 
• Linfoma geralmente aparece como uma doença extranodal 
• Frequentemente componente da doença disseminada 
• As vezes tem origem nos tecidos orais e não se espalharam para outros locais 
• Malignidade pode se desenvolver nos tecidos moles orais ou centralmente nos maxilares 
• Aumentos de volume indolores e difusos (+ comum vestíbulo oral, o palato duro posterior ou a gengiva) 
o Consistência esponjosa 
o Pode aparecer eritematosa ou púrpura, podendo estar ulcerada ou não 
o Prótese total que faz contato com o local da lesão (reclamam que prótese não encaixa mais por estar 
muito apertada) 
• Linfoma intraósseo pode causar leve dor ou desconforto (podes ser confundido com odontalgia) 
o Pode reclamar de parestesia – particularmente nas lesões mandibulares (síndrome do queixo 
dormente) 
o Rx: radiolucidez mal definida ou irregular, apesar de que, nos estágios iniciais, as mudanças 
radiográficas podem ser sutis ou inexistentes 
o Se não tratado, o processo causa expansão do osso, eventualmente perfurando a tábua cortical e 
produzindo um aumento de volume no tecido mole 
o Tais lesões têm sido confundidas com abscessos dentários, apesar de nãoestar presente dor muito 
significativa na maioria dos casos 
• Estadiamento clínico – determinar o quanto a doença se espalhou é um fator importante na determinação do 
prognóstico para um paciente em particular 
• Avaliação do estadiamento deve incluir anamnese, exame físico, contagem de sangue total, estudos da função 
hepática, TC das regiões pélvica e abdominal e biopsia da medula óssea 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
• Proliferação de células aparentemente linfocíticas que podem mostrar graus variáveis de diferenciação, 
dependendo do tipo de linfoma 
• Baixo grau – pequenos linfócitos bem diferenciados 
• Alto grau – compostas por células menos diferenciada 
• Todos os linfomas – grandes e infiltrativos lençóis celulares, relativamente uniformes, que mostram pouca ou 
nenhuma evidência de necrose do tecido lesado 
• Em algumas lesões, particularmente aquelas com origem nos linfócitos B, uma vaga semelhança com a 
formação de centro germinativo pode ser vista (i.e., um padrão nodular ou folicular). 
• Outros linfomas não mostram evidência de tal diferenciação, e esse padrão é chamado de difuso 
• Se o linfoma se inicia em um linfonodo, ele destrói sua arquitetura normal 
• linfoma extranodal destrói o tecido hospedeiro adjacente normal por infiltração ao longo da área 
• Cavidade oral – linfoma difuso de grandes células B (linfoma de alto grau) é o diagnóstico mais comum, 
compreendendo aproximadamente 60% dos casos 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
• Tratamento baseado em vários fatores: estágio e o grau do linfoma, o estado geral de saúde do paciente e a 
história médica passada 
• Saúde do paciente deve ser considerada, pois muitos regimes quimioterápicos são bastante debilitantes 
• Intervenção cirúrgica não é indicada 
• Sendo a maioria dos linfomas não Hodgkin de diferenciação de células B, muitas estratégias de tratamento 
agora incorporam anticorpos monoclonais direcionados contra CD20, um antígeno de superfície de células B, 
como parte do regime quimioterápico para linfomas de baixo e de alto grau 
o rituximabe é um dos agentes mais comumente utilizados, embora outros estejam disponíveis 
• Baixo grau (indolentes) – mais controversos em termos de tratamento 
o Algumas autoridades não recomendam nenhum tratamento em porque essas lesões têm crescimento 
lento e tendem a recidivar, apesar da quimioterapia 
o Como os linfomas de baixo grau surgem em idosos e a média de sobrevida sem tratamento é de oito 
a 10 anos, muitos oncologistas optam por uma estratégia de “observar e aguardar”, tratando o 
paciente apenas se os sintomas se desenvolverem 
o Infelizmente, aproximadamente 40% dos linfomas de baixo grau se transformam em um linfoma de 
alto grau, levando o paciente a óbito 
 
• Alto grau (agressivo) – tratamento da doença localizada consiste em radiação mais quimioterapia 
o Com a doença mais avançada e disseminada, a quimioterapia isolada é geralmente implementada 
▪ Quimioterapia com múltiplos agentes é usada rotineiramente, e novas combinações estão 
sendo continuamente avaliadas 
▪ Infelizmente, apesar de a taxa de resposta de muitas lesões ser boa e de muitos progressos 
terem sido feitos nessa área, a taxa de sobrevida não é alta 
• linfomas de alto grau estão associados a uma taxa de mortalidade de 60% em cinco 
anos após o diagnóstico e tratamento 
MICOSE FUNGOIDE (Linfoma De Célula T Cutâneo) 
 Condição representa um linfoma derivado de linfócitos T, especialmente do linfócito T auxiliar (CD4+). Rara. 
Epidermotropismo (propensão para invadir a epiderme). Envolvimento oral, apesar de infrequente, também pode 
estar presente. 
 
LINFOMA DE BURKITT 
 Malignidade originada nos linfócitos B que representa um linfoma indiferenciado. Ainda que o mecanismo 
seja desconhecido, a patogênese do linfoma de Burkitt endêmico é relacionada com o EBV, pois mais de 90% das 
células tumorais mostram expressão de antígeno nuclear EBV e os pacientes afetados têm titulação elevada de 
anticorpos para EBV. Infecção por malária também desenvolve um papel no linfoma de Burkitt endêmico, pois 
pacientes com alta titulação de anticorpos contra Plasmodium falciparum (organismo que causa a malária) são mais 
propensos a desenvolver a malignidade. Translocações cromossômicas citogenéticas características também têm sido 
descritas. Alguns linfomas relacionados com o HIV também podem ter características microscópicas do linfoma de 
Burkitt, e essas lesões têm sido designadas como linfoma de Burkitt associado à imunodeficiência. Linfomas similares 
têm sido descritos em outros contextos de imunodeficiências, como em pacientes que receberam aloenxertos ou que 
possuem alguma síndrome de imunodeficiência congênita. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS 
• Linfoma de Burkitt endêmico - + em ossos gnáticos (50% a 70% dos casos) 
• + crianças (pico 7 anos) que vivem na África Central 
• + homens 
• Posteriores + comumente afetados 
o maxila + comumente envolvida que a mandíbula (2:1) 
o as vezes, todos os 4 quadrantes dos ossos gnáticos mostram envolvimento pela lesão 
• Tendência para envolvimento dos ossos gnáticos parece estar relacionada com a idade 
o cerca de 90% dos pacientes de 3 anos de idade têm lesões nos ossos gnáticos, em contraste com 
apenas 25% dos pacientes com mais de 15 anos 
• Linfoma de Burkitt esporádico tende a afetar maiores faixas etárias, mais do que o africano 
• Apesar de a região abdominal ser afetada, as lesões nos ossos gnáticos têm sido relatadas em linfomas de 
Burkitt esporádicos 
• Aumento de volume facial e proptose 
• Dor, sensibilidade e parestesia – geralmente mínimas 
• Grande mobilidade dentária pode estar presente devido à destruição agressiva do osso alveolar 
• Esfoliação prematura dos dentes decíduos e aumento da gengiva ou do processo alveolar – podem ser vistos 
• RX: processo maligno e incluem destruição radiolúcida do osso, com margens irregulares e mal definidas 
o processo pode começar como vários sítios pequenos, os quais eventualmente aumentam e coalescem 
o desaparecimento da lâmina dura tem sido mencionado como um estágio inicial do linfoma de Burkitt 
 
 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
• Representa histopatologicamente um linfoma de célula B não clivada, pequena e indiferenciada 
• Lesão invade sob a forma de grandes lençóis de células neoplásicas que exibem núcleos redondos com 
citoplasma mínimo 
• Cada núcleo frequentemente tem vários nucléolos proeminentes, e numerosas mitoses são vistas 
• Estudos imuno-histoquímicos, usando marcadores que identificam células em proliferação (p.ex., Ki-67), 
indicam que quase 100% das células neoplásicas estão em processo de replicação 
• Pequeno aumento – padrão clássico de “céu estrelado” frequentemente visualizado (causado pela presença 
de macrófagos dentro do tecido tumoral) 
o Esses macrófagos têm citoplasma abundante e microscopicamente parecem menos intensamente 
corados em comparação ao processo circundante 
o Assim, essas células tendem a se destacar como “estrelas” contra o “céu escuro” das células linfoides 
neoplásicas intensamente hipercromáticas 
Imuno-histoquímicos e análise genética molecular do tecido tumoral deve ser realizada (porque 
histopatológico pode ser similar a alguns casos de linfoma difuso de grandes células B). Importante porque essas duas 
malignidades recebem tratamentos diferentes. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
• Malignidade agressiva que, geralmente, resulta na morte do paciente dentro de 4 a 6 meses, após o 
diagnóstico, se não for tratado 
• Regime quimioterápico intensivo que enfatiza o uso de altas doses de ciclofosfamida (+ de 90% respondem) 
• 85% a 95% de taxa de sobrevida livre de eventos (nenhuma evidência de recidiva) em 3 a 5 anos após o 
tratamento no estágio I ou II 
• Sobrevida livre de recidiva tem melhorado de 75% a 85% em estágios avançados (III e IV) 
 
LINFOMA DE CÉLULAS NK/T EXTRANODAL TIPO NASAL (Linfoma De Células T Angiocêntrico; Granuloma LetalDa 
Linha Média; Doença Idiopática Destrutiva Da Linha Média; Reticulose Polimórfica; Reticulose Maligna Da Linha 
Média; Lesão Angiocêntrica Imunoproliferativa) 
Rara malignidade caracterizada clinicamente por destruição agressiva e implacável das estruturas da linha média do 
palato e fossa nasal. 
MIELOMA MULTIPLO 
Malignidade relativamente incomum, com origem nos plasmócitos, e que frequentemente parece ter origem 
multicêntrica dentro do osso (malignidade hematológica). Plasmócitos anormais que compõem essa lesão são 
monoclonais. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
• + em homens (levemente) 
• Diagnostico entre 60 a 70 anos (raramente antes dos 40) 
• 2:1 em melanodermas 
• Dor óssea: particularmente na coluna lombar 
• Alguns pacientes sofrem fraturas ósseas 
• Fadiga (consequência da anemia mielotísica) 
• Petéquias hemorrágicas na pele e mucosa oral – se a produção de plaquetas tiver sido afetada 
• Febre – neutropenia 
• Calcificações metastáticas podem envolver tecido mole 
• RX: múltiplas lesões radiolúcidas em “saca-bocados” bem definidas ou lesões radiolúcidas irregulares podem 
ser vistas no mieloma múltiplo – proliferação de plasmócitos anormais 
• Maxilares envolvidos – 30% dos casos 
• Pode causar insuficiência renal 
• 10 a 15% apresentam depósito de amiloide 
o Língua – aumento de volume difuso e firme ou pode ter uma aparência nodular (as vezes ulcerado) 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
• Plasmócitos malignos com núcleos excêntricos e cromatina nuclear pontilhada. 
DIAGNÓSTICO 
• Exames do soro ou urina pela eletroforese de proteínas devem ser realizados (apesar de rx e histo serem 
sugestivos) 
TRATAMENTO 
• Quimioterapia 
• Quimioterapia + transplante de medula – pacientes <65 (sem outro comprometimento de saúde) 
• Radioterapia - útil apenas como tratamento paliativo de lesões ósseas dolorosas 
• Bifosfonatos (clodronato, pamidronato ou ácido zoledrônico) - reduzir a possibilidade de fratura relacionada 
com o mieloma com sua dor concomitante 
• Osteonecrose – pequena porcentagem 
• Cura improvável 
 
CELULITE 
Se um abscesso não for capaz de estabelecer uma drenagem através da superfície da pele ou para a cavidade oral, ele 
pode ser espalhar de maneira difusa através dos planos fasciais do tecido mole. Essa disseminação aguda e 
edemaciada de um processo inflamatório agudo é denominada celulite. Embora a celulite possa ocorrer em indivíduos 
saudáveis, há uma maior prevalência nos pacientes com várias condições médicas, como o uso de corticosteroides ou 
medicações citotóxicas, malignidade, diabetes melito ou distúrbios de imunossupressão que incluem neutropenia, 
anemia aplásica e AIDS. 
Angina de Ludwig 
• Celulite da região submandibular 
• Desenvolve pela disseminação de uma infecção aguda dos dentes molares inferiores (70% dos casos) 
• Outras situações associadas a essa apresentação clínica são: abscessos periamigdalianos e parafaringianos, 
piercing na língua, lacerações orais, fraturas da mandíbula ou sialoadenites submandibulares 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
• Celulite que se espalha de maneira agressiva e rápida e que envolve bilateralmente os espaços sublingual, 
submandibular e submentoniano 
• Depois que a infecção entra no espaço submandibular, ela pode se estender para o espaço faringiano lateral 
e depois para o espaço retrofaringiano. 
o Essa extensão pode resultar na disseminação para o mediastino com várias consequências graves. 
• Cria tumefação maciça do pescoço que muitas vezes se estende para perto das clavículas 
• Envolvimento do espaço sublingual resulta na elevação, dilatação posterior e protrusão da língua (língua 
lenhosa) - pode comprometer as vias aéreas 
• Disseminação do espaço submandibular ocasiona a dilatação e sensibilidade do pescoço acima do nível do 
osso hioide (pescoço de touro) 
o Embora inicialmente unilateral, a disseminação para o pescoço contralateral ocorre normalmente. 
• Dor no pescoço e no assoalho da boca pode ser observada, além do movimento restrito do pescoço, disfagia, 
disfonia, disartria, baba e dor de garganta 
• Envolvimento do espaço faringiano lateral - pode ocasionar obstrução respiratória secundária ao edema 
laringiano. 
• Taquipneia, dispneia, taquicardia, estridor, inquietação e a necessidade do paciente em manter uma posição 
ereta - sugerem obstrução das vias aéreas 
• Febre, calafrios, leucocitose e uma taxa de sedimentação elevada podem ser observadas. 
• Classicamente, os acúmulos de pus óbvios não estão presentes 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Duas prioridades principais: manutenção das vias aéreas e tratamento da infecção. 
• Escolha da manutenção das vias aéreas varia de acordo com a gravidade da obstrução 
o entubação orotraqueal, entubação nasotraqueal com fibra óptica e traqueotomia. 
▪ entubação orotraqueal - difícil devido à presença de trismo e tecidos moles entumecidos; 
▪ Às vezes é feita a cricotiroidotomia em vez de uma traqueostomia devido a um menor risco 
percebido de disseminação da infecção para o mediastino. 
• Tratamento da infecção - eliminação do foco original dessa infecção e a terapia antibiótica intravenosa (IV) 
• Penicilina, com ou sem clindamicina ou metronidazol, frequentemente é a escolha inicial 
o com a cultura e o teste de sensibilidade sendo utilizados para guiar a terapia final 
• Embora controversos, corticosteroides são prescritos por alguns clínicos para reduzir o inchaço e aumentar a 
penetração dos antibióticos 
• Apesar de já ter sido um componente essencial do tratamento, descompressão cirúrgica da celulite tem sido 
reservada por muitos clínicos para os pacientes não responsivos aos antibióticos e que demonstram evidência 
de formação localizada de abscesso. 
o outros acreditam que a descompressão deve ser feita em todos os casos e que está associada a um 
menor período de internação hospitalar. 
• Embora a drenagem frequentemente não produza uma quantidade significativa de pus, quantidades copiosas 
de fluido edematoso são drenadas das excisões cirúrgicas. 
• Antes do uso das medicações antibióticas modernas, a mortalidade por angina de Ludwig frequentemente 
ultrapassava os 50%. Embora essa taxa tenha sido reduzida para menos de 10%, ainda ocorrem mortes como 
consequência de complicações como a pericardite, pneumonia, mediastinite, sepse, empiemas e obstrução 
respiratória 
 
Trombose do Seio Cavernoso 
Seio cavernoso - grupo de veias de paredes finas situadas lateralmente à sela turca e medialmente ao osso temporal. 
Nervos troclear e oculomotor e os ramos maxilar e oftálmico do nervo trigêmeo passam pela área. Artéria carótida 
interna e o nervo abducente passam dentro do seio. Seio recebe drenagem venosa da órbita através das veias 
oftálmicas superiores e inferiores. A infecção do seio pode produzir uma série de sintomas clínicos relacionados a 
muitas estruturas anatômicas que passam pelo local. 
• Pode ocorrer por uma via anterior ou posterior 
• Infecção a partir dos dentes maxilares anteriores pode perfurar o osso maxilar facial e se espalhar para o 
espaço dos caninos 
• Uma trombose séptica se desenvolve nas veias faciais avalvulares situadas nesse espaço e ocorre a 
propagação retrógrada pela veia angular para a veia oftálmica inferior através da fissura orbital inferior para 
o seio cavernoso. 
• Via posterior é seguida pelas infecções originárias dos dentes pré-molares ou molares maxilares, 
demonstrando envolvimento do espaço bucal ou infratemporal que pode se espalhar através das veias 
emissárias do plexo venoso pterigoide para o seio petroso inferior e para o seio cavernoso. 
• No geral, a trombose do seio cavernoso é relativamente incomum e as infecções dentárias são responsáveis 
em aproximadamente 10% dos casos 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
• Aumento edemaciado periorbitário, com envolvimento das pálpebras e da conjuntiva. 
• Casos envolvendo o espaço canino - tumefação também costuma estar presente ao longo da borda lateraldo 
nariz e pode se estender até o aspecto medial do olho e a área periorbitária 
• Protrusão e a fixação do globo ocular costumam ser evidentes 
• Endurecimento e tumefação da fronte e nariz adjacentes 
• Dilatação pupilar, lacrimação, fotofobia e perda de visão também podem ocorrer 
• Dor sobre os olhos e ao longo da distribuição dos ramos oftálmico e maxilar do nervo trigêmeo 
frequentemente está presente 
• Proptose, quemose e ptose são observadas em mais de 90% dos pacientes afetados 
• Seios cavernosos se comunicam livremente via seio intracavernoso 
• Embora muitos casos inicialmente sejam unilaterais, sem a terapia adequada, a infecção pode passar para o 
lado contralateral 
• Febre, calafrios, cefaleia, sudorese, taquicardia, náusea e vômito podem ocorrer. 
• Com a progressão, desenvolvem os sinais de envolvimento do SNC 
• Meningite, taquicardia, taquipneia, respiração irregular, enrijecimento do pescoço e estupor profundo, com 
ou sem delírio, indicam toxemia avançada e envolvimento meníngeo. 
• Algumas vezes pode haver abscessos cerebrais. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Pilares terapêuticos para a trombose do seio cavernoso secundária às infecções dentárias são a drenagem cirúrgica 
combinada com altas doses de medicação antibiótica, similares às administradas aos pacientes com angina de Ludwig. 
• Dente envolvido deve ser extraído, sendo necessária a drenagem se houver flutuação. 
• Administração de medicamentos corticosteroides sistêmicos é indicada apenas para os pacientes que 
desenvolveram insuficiência pituitária nos casos avançados de trombose do seio cavernoso. 
• Alguns pesquisadores também prescrevem medicações anticoagulantes para prevenir a trombose e a embolia 
séptica; 
o por outro lado, outros acreditam que a trombose limita a infecção e que o uso de medicamentos 
anticoagulantes pode promover lesões hemorrágicas na órbita e no cérebro. 
• Nas séries antigas, a taxa de mortalidade se aproximou de 75%. 
• Mesmo com os avanços médicos atuais e com as medicações antibióticas modernas, a taxa de mortalidade se 
mantém em aproximadamente 30%, com menos de 40% dos pacientes alcançando a recuperação total.

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