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Anna Beatriz Rambaldi | 4° Semestre 10/08 21.2 Farmacologia Definições e conceitos gerais Farmacologia → ciência que estuda as propriedades de substâncias químicas de estrutura conhecida (Fármacos) e seus efeitos nos sistemas biológicos. Divisões da farmacologia ● Farmacocinética → como o fármaco chega ao seu alvo terapêutico (destino do fármaco) ● Farmacodinâmica → como ocorre o efeito do fármaco, qual é o alvo terapêutico (mecanismo de ação) ● Farmacoterapia → indicação do fármaco, efeito desejado, objetivo da terapia ● Toxicologia → uso inadequado de fármacos Objetivo dos medicamentos ● Reduzir, aliviar dor ● Qualidade de vida ● Bem-estar físico ● Harmonia ● Equilíbrio nas relações familiares, laborais, e dentro da comunidade Remédio ou Veneno? “... Todas as substâncias são venenos, não existe nenhuma que não seja. A dose correta diferencia um remédio de um veneno”. ➔ Drogas atuam nos sistemas biológicos, podendo causar alterações benéficas ou maléficas ➔ Drogas de abuso → maconha, cocaína, heroína, ácido lisérgico Remédio → Qualquer procedimento com a intenção de combater a dor ou a doença. Exclui necessidade de comprovação científica de eficácia e segurança. Não tem um princípio ativo isolado. Ex: acupuntura, chás. Fármaco → Substâncias usadas para o tratamento das doenças. Podem aliviar os sintomas, abrandar a dor, prevenir ou curar as doenças. Deve ter comprovação científica. Ex: Amoxicilina. Medicamento → Produto farmacêutico tecnicamente elaborado contendo um ou mais fármacos. Necessita de comprovação científica de eficiência e segurança. Ex: amoxicilina+clavulanato. → Fármacos não criam novas funções, apenas alteram funções orgânicas já existentes → Nenhum fármaco produz efeito único Princípio ativo (PA) → nome da molécula/substância responsável pelo efeito do fármaco. Ex: propranolol, paracetamol ↳ Nome comercial - novalgina PA: dipirona sódica. Forma farmacêutica → como o medicamento é apresentado. ↳ Comprimido, xarope, supositório, pomada... Veículo → substância utilizada que torna possível a forma farmacêutica. ↳ Sem função terapêutica, mas é importante para dar a forma, volume, diluir, garantindo o princípio ativo ou facilitando sua administração. Ex: glicerina, amido de milho, lactose Excipientes → função na formulação, mas farmacologicamente inativos, pode ter sabor, estabelecer o tempo de ação do fármaco, prolongando o tempo de ação, por exemplo. Ex: estabilizantes, edulcorantes, corantes → Bulas normalmente trazem veículo e excipientes juntos Placebo → fármaco sem ação farmacológica, com objetivo benéfico → É importante saber o veículo e excipientes, mesmo que estes não tenham função terapêutica, pois podem causar alergias. Identificação de um medicamento → Genéricos sempre vem com o nome do princípio ativo Quantidade a ser administrada Dose → quantidade de medicamento necessária para produzir o efeito desejado. Ex: 500 mg de dipirona - apresentação Dosagem → quantidade (concentração) na forma farmacêutica. Ex: 500mg/ml de dipirona, quanto tem de dipirona por ml Posologia → Modo de usar, uma dose em um determinado intervalo. (dose+dosagem+intervalo de tempo) Ex: 500 mg de dipirona 2x ao dia. - necessário para atingir a dose diária Ex: tomar 20 gotas Dipirona (dose) de 500mg/ml (dosagem) 1x ao dia (posologia) → Tomar 2 comprimidos de 500 mg a cada 12h: Posologia → 1 comprimido de 500 mg: dosagem → 2 comprimidos: dose - essa é a quantidade total necessária para atingir o efeito desejado Nomenclatura de fármacos Nome químico → nome científico que descreve sua estrutura atômica e molecular (não é empregado no dia a dia da clínica) Nome genérico → uma forma simples de identificar o medicamento (nome do princípio ativo – PA) Nome comercial → Nome de Marca ou Fantasia, selecionado e registrado pelo fabricante. Ex: Química: N-acetil-p-amino-fenol Genérico; paracetamol (BP), acetaminofeno (USP) - fora do Brasil Comercial: Tylenol, parador, colpol Referência x Similar x Genérico Referência → produto de marca, nome comercial - primeiro medicamento descoberto, possui patente ↳ Eficácia e segurança comprovadas Ex: Novalgina Similar equivalente → produto de marca, nome comercial (cópia do referência/original) ↳ é semelhante ao referência, precisa ter o mesmo princípio ativo e dosagem, mas pode alterar prazo de validade, tamanho, forma, etc Ex: Anador ↳ Após 2014 passa a ser necessário testes de bioequivalência e biodisponibilidade - elevação do preço Genérico → sem marca/nome comercial, o nome é o princípio ativo, embalagem com a letra G ↳ deve ser uma cópia exata do referência, mesmo princípio ativo, validade, tamanho, forma farmacêutica, dosagem. Ex: dipirona monoidratada ↳ Passam por testes de bioequivalência e biodisponibilidade pela ANVISA → Genéricos são mais baratos por serem uma cópia, não faz o estudo do zero para produzir o medicamento, apenas reproduz sua produção após o vencimento da patente do laboratório de origem Biodisponibilidade e Bioequivalência Biodisponibilidade → Quanto do fármaco administrado chega a circulação sistêmica de forma intacta, mantendo sua função biológica. ↳ Uma parte do medicamento pode ser metabolizada ou absorvida, que não chega à circulação sistêmica. ↳ Depende da via de administração, da composição química do fármaco. ● Via intravenosa (IV) → 100% de biodisponibilidade por definição. Fármacos com a mesma biodisponibilidade são bioequivalentes. ↳ Medicamentos referência e genérico são bioequivalentes. Ex: Tylenol e paracetamol. Tempo de ½ vida → tempo necessário para a concentração plasmática do fármaco reduzir à metade. Índice terapêutico É a relação entre a dose efetiva (DE) e a dose letal (DL) ou tóxica. ↳ É a margem de segurança do fármaco (janela terapêutica ou índice terapêutico) ↳ Quanto maior o índice terapêutico maior é a segurança, pois maior é a janela entre a DE e DL ↳ Índices terapêuticos menores devem ter maior controle Reação Adversa a Medicamentos RAM → Efeitos colaterais Resposta a um medicamento que seja nociva, não intencional e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico, terapia de doença ou para modificação de uma função fisiológica (OMS, 1972) Interações medicamentosas ↳ Interação entre dois ou mais medicamentos administrados concomitantemente, podendo interagir entre si, com aumento ou diminuição do efeito terapêutico ou tóxico de um ou de outro ↳ Também pode haver interações com alimentos, bebidas, podendo deixar os medicamentos mais terapêuticos ou mais tóxicos ↳ A interação não é proibida, pode ocorrer caso seja necessário, devendo haver recomendações específicas para o paciente, maior monitoramento com exames, etc Medicamen to Interage com Efeito clínico Recomenda ção Furosemida Fenitoína Reduzir diurese Monitorar diurese Furosemida Amicacina, Gentamicina ↑ nefrotoxicid ade e ototoxicidad e dos Aminoglicosí deos Monitorar função renal e audição Hidrocloroti azida Fenoterol, Salbutamol ↑ hipercalemia e problemas de condução cardíaca Monitorar níveis séricos de potássio e problemas na condução cardíaca Hidrocortiso na/ Dexametas ona/ Metilprednis olona/ Betametaso na/ Prednisona AAS ↑ ulcerações e sangrament os gastrointesti nais. ↓ filtração glomerular ↑metabolism o do AAS Monitorar terapia. Redução gradativa da dose do AAS junto com a redução gradativa dos corticosterói des Formas farmacêuticas ↳ A FF é definida pelo tipo de uso e pela praticidade de emprego pelo médico e pelo paciente (p. ex. meia-vida, dosagem exata) ↳ A forma farmacêutica também define a via de administração, devendo levar em consideração alguns fatores: Tipo de paciente Objetivo terapêutico Característica do fármaco Idosos, neonatos, pacientes de UTI Uso ambulatorial (efeito imediato), Uso crônico (efeito a longo prazo), Efeito tópico X efeito sistêmico Características físico-químicas Sólidos ↳ Mistura de PA e excipientes sólidos (pós ou granulados), preparados ou não por compressão Vantagens: ● Maior estabilidade ● Facilidadena administração e armazenamento ● Maior adesão à terapia ● Mascara sabor desagradável ● Dosagem correta e alto grau de precisão ● Possibilidade de revestimento, reduzindo efeitos no/do TGI Desvantagens ● Menor absorção comparados às soluções ● Podem provocar irritação na mucosa gástrica ● Favorece a formação de complexos com os alimentos Comprimidos ↳ Os revestimentos têm função de reduzir as desvantagens, melhorar a absorção, aumentar a biodisponibilidade, proteger o princípio ativo do ácido gástrico ↳ O revestimento é um excipiente ↳ Os revestimentos precisam se desfazer em locais específicos ↳ Comuns (sem revestimento), revestidos (revestimento simples), sublinguais, drágeas (revestimento açucarado), revestimento entérico, retard (liberação controlada) Comprimidos de liberação prolongada ↳ Fármaco é liberado gradualmente ao longo da passagem do TGI ↳ Princípio ativo apenas no núcleo ↳ Polímeros em contato com o meio aquoso fica gelatinoso/poroso, permitindo a saída gradual do princípio ativo por difusão, normalmente no intestino ↳ O período de absorção é prolongado, uma vez que o fármaco é liberado aos poucos, fazendo com que o efeito dure por mais tempo Local de administração → absorção → corrente sanguínea → sítio de ação Cápsulas ↳ A forma como o princípio ativo está distribuído na cápsula define a velocidade de absorção e o lugar de liberação. Supositórios ↳ Sofrem desagregação à temperatura corporal. Os excipientes utilizados são hidrossolúveis (gelatina glicerinada, polietilenoglicóis) ou apresentam baixo ponto de fusão fundindo à temperatura corporal (manteiga de cacau). ↳ Usados para pacientes com limitações para FF orais, como recém-nascidos, por exemplo. Semi-sólidos ↳ Cremes, pomadas, géis, loções, emplastos ↳ Usados para ação local ou para promoverem penetração percutânea ↳ São obtidos por incorporação de princípios medicamentosos em excipientes hidrodispersíveis, como a glicerina gelatinada, e menos vezes em excipientes lipofílicos. Quantidade de óleo (excipiente) - componentes hidrodisperssíveis Pomada > creme > gel (sem óleo) → relaciona-se ao tempo de absorção Ex: pomada precisa ser passada menos vezes, pois demora mais para ser absorvida, oferecendo uma camada de proteção - reduz a necessidade de refazer um curativo várias vezes, importante para áreas extensas de queimaduras, por exemplo ↳ Hematoma - gel Líquidas ↳ Soluções (ampolas), suspensões (líquidos e componentes sólidos - precisa agitar antes de administrar - amoxicilina), xaropes, elixir (tem álcool), emulsões (água e óleo) Vantagens ● Rapidez de absorção no TGI ● Facilidade de deglutição ● Homogeneidade na dose ● Flexibilidade de doses Desvantagens ● Dificuldade de acondicionamento e transporte; ● Apresentam menor estabilidade físico-química e microbiológica, do que as formas sólidas; ● A solubilização realça o sabor do fármaco, para princípios ativos com sabor desagradável; ● Variação na dose final.