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INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS Em 1875, o primeiro instrumento endodôntico foi de arame e em 1932 o Skillen notificou a importância de remover a debris pulpares. E Ingle em 1955 falou da importância da padronização dos instrumentos, já que existiam de várias formas diferentes e em 1961 sugeriu a padronização por cores e no mesmo ano foram feitas as limas de aço inoxidável. Em 1974, Schilder confirmou a importância da instrumentação dos canais radiculares e então houve a padronificação dos instrumentos endodônticos em 1992 (especificações ISO) e 1997 (especificações ANSI/ADA) que são adotadas até hoje. Então antes da padronização cada fabricante usava um sistema próprio. O sistema ISSO (instrumentos estandardizados para canal radicular- aço inoxidável que foi um documento separados em 3 partes: Atualmente existem instrumentos para o canal radicular (com norma ISO de inox) e instrumentos manuais, rotatórios e reciprocantes de liga de níquel- titânio. O sistema ISO divide os instrumentos estandartizados de aço inox para o canal radicular em: (parte 1): limas, alargadores, lentulo, etc. manuais; (parte 2): alargadores de canal associados a motor – gates- glidden; (parte 3): calcadores verticais e condensadores laterais. Os diferentes tipos de instrumentos são para: promover ambiente biológico (controle da infecção), desenvolver uma conformação do canal própria para obturar ele de forma correta, abrindo o diâmetro do canal radicular (raspando as paredes do canal, limpando e aumentando). Os instrumentos para limpeza e modelagem do canal podem ser operados manualmente, rotatórios de baixa rotação, rotatórios para preparo do canal. LIMAS ENDODÔNTICAS Instrumentos operados manualmente são chamados de limas. São instrumentos de natureza metálica, multicortante, com arestas ou fios cortantes ao longo do seu corpo. É projetada para raspar a superfície dentinária do interior do canal através do movimento longitudinal de limagem, elas alargam canais. Características: MATÉRIA PRIMA: possui as de aço inoxidável (tipos K e Hedstrom) e outras a partir de NiTi. Em relação ao aço inoxidável, as NiTi são mais flexíveis, diminuem desvios e promovem menos extrusão apical, mas tem uma fratura mais provável, precisam de um motor especial e tem um preço mais custoso. PROPRIEDADES: deformação (é quando uma força é aplicada, deforma o material, pode deformação elástica que é quando o material é deformado e volta a mesma posição e deformação plástica, quando é deformado e não volta); elasticidade (capacidade de sofrer deformação elástica); flexibilidade (deformação elástica em força na extremidade); resistência mecânica (capacidade de resistir à fratura). MÉTODOS DE FABRICAÇÃO: podem ser fabricadas por torção ou por usinagem (feita industrialmente com programação de máquina onde a haste entra numa máquina e sai como programada). PARTES DA LIMA: Temos o cabo, intermediário, haste de corte, ponta e parte de trabalho (haste de corte mais a ponta). Existe um stop feito de silicone que pode ficar no intermediário. CABO: parte do instrumento onde se empunha ou maneja. É anatômico, pode ser colorido indicando o calibre da parte ativa. Formato, que pode ou não estar relacionado ao tipo de instrumento, a superfície pode ser lisa ou rugosa e pode ter ou não outras marcações (essas especificações dependem da marca) INTERMEDIÁRIO: entre o Cabo e parte de trabalho. É a porção lisa da haste metálica quando o material é feito por usinagem e ela pode ser cilíndrica em todas as suas extensões enquanto que quando feita por torção pode ter paredes planas ou cilíndrica PARTE DE TRABALHO: é a haste de corte + ponta. Porção projetada para executar a raspagem das paredes dentinárias internas de um canal radicular. Também chamada de parte ativa. HASTE DE CORTE: cone com menor diâmetro para ponta pode ser feita por torção ou usinagem de uma haste metálica. Tem duas partes: arestas laterais ou fios de corte e canais ou sulcos. O que vai cortar mesmo são as arestas de corte. A haste é responsável pela instrumentação: nas arestas ou fios cortamos a dentina nos canais ou sulcos removemos a dentina cortada. Em sua secção transversal, pode ser triangular ou quadrangular ou em forma de virgula. O corte da dentina é feito por dois timos diferentes: alargamento ou limagem (raspagem). O movimento de limagem é fazer uma penetração passiva do instrumento e fazer uma tração com pressão lateral contra as paredes a fim de cortar a dentina. Não devemos cortar enquanto fazemos a penetração. No movimento de alargamento, faremos uma pressão apical, quando há um travamento, faremos o movimento de tração horaria de ¼ ou à meia volta e depois faremos a tração passiva. O movimento oscilatório faremos uma pressão apical, fazemos movimentos de oscilação horário e anti-horário (6 a 8 vezes) e em seguida faremos o movimento de tração com pressão lateral contra as paredes (como na limagem). O perfil da haste de corte varia de acordo com o tipo de instrumento. As arestas de corte geralmente são dispostas na haste na forma helicoidal (oblíqua ao eixo) e raramente na direção paralela ao eixo. A disposição em hélice favorece o enroscamento do instrumento. Na maioria dos instrumentos endodônticos sentido das hélices é da direita para a esquerda PONTA OU GUIA DE PENETRAÇÃO: porção terminal e aguçada da parte de trabalho. Serve de guia. Facilita a penetração do instrumento. Forma da ponta é opcional e varia de acordo com o fabricante. perfil da ponta (geralmente cônica), secção transversal (piramidal = ação cortante com secção triangular ou quadrangular; circular = ação não cortante com secção transversal circular), vértice (pontiagudo = maior capacidade perfurante; obtuso = mais seguros contra desvios e perfurações; truncado = ponta inativa), ângulo da ponta (pontiagudo ou obtuso) e ângulo de transição (interfere na capacidade de corte: ponta de transição é mais ativa e curva de transição tem uma ponta mais passiva, devido ao ângulo de transição mais ou menos acentuado). DIMENSÕES: COMPRIMENTO DO INSTRUMENTO: é dado pela soma da parte de trabalho somado ao intermediário. O comprimento da parte de trabalho é de 16mm. Segundo a padronização da ISO, comprimento s dos instrumentos podem ser 21, 25 e 31mm, então o que varia nesses casos (já que a parte de trabalho é fixa), vai ser o intermediário. DIÂMETRO: D0 é o diâmetro da secção transversal na base da ponta. A norma ISO imprimiu o código de cores que é relacionado ao D0 em milímetros: para saber o D0 das limas basta somente dividir o número da lima por 100 (lima 30 tem 0,3mm de D0, por exemplo). CONICIDADE: haste metálica cônica: D 0 é o diâmetro da base ponta na parte de trabalho e D 16 é o diâmetro da parte de trabalho junto ao intermediário. Conicidade (de acordo com a norma ISO e ANSI/ADA) é o conceito que diz que há o aumento gradual do diâmetro em 0,02mm a cada milímetro de comprimento da parte ativa. LIMAS TIPO K Relacionado a indústria Kerr. Podem ser manuais ou acionadas a motor (bem raras). Seguem a especificação 20 ANSI/ADA / norma ISSO 3610-1. Podem ser de aço inoxidável ou NiTi. A fabricação pode ser por torção ou usinagem. A ponta é cônica e de seção transversal circular ou piramidal; o vértice pode ser pontiagudo, obtuso ou truncado e pode possuir ângulo ou curva de transição = depende do fabricante. Possui uma hélice com arestas vivas que podem ser usadas por movimento de limagem, alargamento e oscilatório. O comprimento da parte ativa é de 16m. Os comprimentos dos instrumentos são de 21, 25 e 31mm. Diâmetros de 6 (especial) a 140 (3ª série). Divididos em séries especial, primeira, segunda e terceira série. K-File X FlexoFile: instrumentos com secçãoreta transversal triangular geralmente são identificados com a denominação Flex (exemplo: flexofile(Maillefer) e triple Flex (Kerr)). Todas as limas K da 1° série tem secção quadrangular e triangular e são diferenciadas dessa forma. As limas K de 2ª série todas tem secção transversal triangular então não distinção entre K-file e flexofile. A ponta da flexofile é mais ativa e as do tipo K é de ponta truncada e de curva de transição, podendo ser interessante para canais curvos. As triangulares são mais flexíveis pois o formato quadrangular, de mesmo diâmetro, possui maior massa e por isso é menos flexível, porém mais resistente. A flexofile triangular tem ponta truncada e tem curva de transição (mais usadas em canais curvos onde a lima desliza pelo canal sem risco de desvio) e a K-file quadrangular tem a ponta mais ativa (usa-se mais em canais retos onde não tem maiores riscos de perfuração e desvio). Em relação a capacidade de corte da dentina, o movimento de alargamento é feito de acordo com o círculo de corte (uma aresta deve ir para onde a outra vai), nas quadrangulares é ¼ e nas triangulares pode ser meia volta ou 1/3 de volta. O Flexofile apresenta maior eficiência em capacidade de corte por conta do círculo de volta. O instrumento tipo K file tem o número no cabo e envolta do número tempos um quadrado que não está preenchido, já o flexofile é preenchido. O flexofile (triangular) tem maior capacidade de corte, pois o círculo de corte é maior e a ponta ativa percorre mais. Para identificar, a K-file tem um número dentro de um quadrado não preenchido e a flexofile o número está em um quadrado preenchido. LIMAS HEDSTROM: A haste de secção transversal é circular e usinada, tendo em sua seção transversal o formato circular ou de circular. Na haste de corte, vemos espiras de cones superpostos. Existe uma inclinação feita pelo ângulo de inclinação de hélice que favorece o corte. O único movimento feito é ode limagem. Séries: tem as de fabricação especial, primeira, segunda e terceira série. Ao invés do quadrado, na marcação temos um círculo não preenchido. GATES GLIDDEN: Está incluída no grupo de alargadores cervicais, feitos para trabalhar na porção mais larga do canal e acionados a motor. Temos os alargadores cervicais de gates-glidden, de Largo e de NiTi. Temos como partes: haste de acionamento (A = cabo), intermediário (B = porção lisa), lamina ou parte ativa (C) e guia de penetração (D). O normal possui o intermediário + parte ativa de 19mm, os especiais possuem 15mm. Mas medimos como um todo, sendo a normal de 32 mm e a especial, de 28mm. Ela tem em sua parte ativa somente 3 hélices e tem um vértice truncado (sem corte na ponta). As hélices são dispostas no sentido anti-horário. Variam do número 1 ao número 6. Isso é marcado de acordo com as ranhuras e aumenta o diâmetro a medida em que se aumenta o número. Em corte transversal, vemos o formato de triplo U, sendo vistos canais profundos. Seus diâmetros variam de 0,20 milímetros, começado com 0,50mm na número 1. A 1 corresponde a lima tipo K 50, a 2 a 70, a 3 a 90, a 4 a 110 e a 5 a 130. Itens de segurança: não tem corte na ponta (não tem possibilidade de entrar em canais curvos, por isso ela é projetada para início do canal e canais retos: para quando tem curvatura e não causar desvio). Possui um diâmetro da haste cilíndrica muito pequeno, o que facilita a fratura, porém ela possui menor diâmetro mais próximo da haste de acionamento, tornando mais fácil de se retirar do canal. O afastador cervical largo tem diferenças: comprimento das arestas que é maior, diâmetro maior da haste de trabalho na largo. OUTROS INSTRUMENTAIS: Condensadores McSpadden: usa na obturação e não são flexíveis; espaçadores digitais: parecem as limas, mas a haste metálica é cônica e toda lisa e é usada na obturação do canal; lentulos: material para medicação dentro do canal; condensadores de guta-percha: instrumento de Lucas e 1, 2 e 3 um lado para aquecer e outro para condensar a guta; tamborel: material para apoiar as limas durante a instrumentação; endo 16: organizar os instrumentos.
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