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Projeto de Intervenção - TCC

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LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 CARMELITO RODRIGUES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INCENTIVANDO A LEITURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO 
NA TERCEIRA SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA 
ESTADUAL ZINHA PRATES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONTES CLAROS /MG 
2021 
 
 
 
 
CARMELITO RODRIGUES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INCENTIVANDO A LEITURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO 
NA TERCEIRA SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA 
ESTADUAL ZINHA PRATES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório Final de Pesquisa do Projeto de Intervenção 
apresentado ao curso de Graduação de Licenciatura em 
Pedagogia do Instituto Federal do Norte de Minas 
Gerais – IFNMG, como requisito para obtenção de 
título de graduação. 
 
Orientador(a): Me Aneuzimira Caldeira Souza 
Tutor(a) Presencial: Maria Aparecida Meira 
Tutor (a) a distância: Deusdedit David Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
MONTES CLAROS /MG 
2021
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 O presente trabalho trata de um Projeto de intervenção que faz parte das 
exigências para a conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia e justifica-se pela 
preocupação com as crianças, que devem encontrar nos livros encantamento, liberdade, 
harmonia, e na escola incentivos e norteadores para uma prática de leitura correta e eficaz. 
Pretendemos responder a questão prolemática: Como incentivar e desenvolver a leitura crítica? 
O objetivo geral deste projeto é incentivar a prática da leitura crítica, e como objetivos 
específicos: fazer um levantamento bibliográfico sobre o incentivo e a prática da leitura crítica, 
buscando conceituar e explanar o assunto; conhecer como se dá a leitura crítica e elaborar 
conteúdos e atividades que possam incentivar e desenvolver a prática da leitura crítica. Para tanto 
abordamos os conteúdos: Leitura e escrita, Interpretação de texto, Produção textual e Releitura e 
apreciação da arte e da literatura como instrumentos de comunicação. E será desenvolvido 
através da leitura do livro Menina bonita do laço de fita e atividades que visam a leitura crítica do 
livro, sendo necessários recursos de fácil acesso. E a avaliação sugerida é a observação do 
desempenho dos alunos nas atividades. No presente projeto de ensino discutimos na revisão 
bibliográfica um pouco do que vem a ser a leitura crítica e sua importância através das ideias de 
autores como Solé (1998), Kleiman (2004), Silva (1991) e Chiappini (1998). 
 
 
Palavras-chave: Ler. Leitura. Crítica. 
.
 
 
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
Projeto de Intervenção 
Relatório Final 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5 
2. PROBLEMA .................................................................................................................... 6 
3. PÚBLICO-ALVO............................................................................................................. 6 
4. JUSTIFICATIVA............................................................................................................. 6 
5. OBJETIVOS .................................................................................................................... 6 
6. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 7 
7. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 14 
7.1. O Plano de Intervenção .............................................................................................. 14 
8. AÇÕES DA INTERVENÇÃO: DESCRIÇÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO .............. 17 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 20 
10. REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
Projeto de Intervenção 
Relatório Final 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Há muito tempo educadores afirmam que através do hábito da leitura a 
sociedade pode se transformar e alcançar um perfil de sociedade composta de leitores 
conscientes, de bons escritores, de cidadão críticos, de pessoas capazes de buscar sozinhas ainda 
mais conhecimentos. Por isso, a preocupação com as crianças e adolescentes, que devem 
encontrar nos livros encantamento, liberdade, harmonia, e na escola incentivos e norteadores para 
uma prática de leitura correta e eficaz. Assim será possível pensar em uma sociedade constituída 
de bons leitores, por conseguinte, excelentes escritores. 
O problema que move essa pesquisa está indicado pela questão: Como 
incentivar e desenvolver a leitura crítica? 
Essa pesquisa tem como objetivo geral incentivar a prática da leitura crítica. E 
os específicos são: Fazer um levantamento bibliográfico sobre o incentivo e a prática da leitura 
crítica, buscando conceituar e explanar o assunto. Conhecer como se dá a leitura crít ica. Elaborar 
conteúdos e atividades que possam incentivar e desenvolver a prática da leitura crítica. 
A presente pesquisa justifica-se pela necessidade de engajamento dos 
professores na tarefa de oportunizar aos alunos situações de contato e prática da leitura crítica. 
Dessa forma, decidiu-se realizar um projeto que focalize o trabalho com leitura através dos 
conteúdos: leitura e escrita; Interpretação de texto; Produção textual e Releitura e apreciação da 
arte e da literatura como instrumentos de comunicação. Para desenvolvimento propomos 
atividades relacionadas ao tema abordado no livro “Menina bonita do laço de fita” de Ana Maria 
Machado, as diferenças, buscando o incentivo e a prática da leitura crítica por meio de leitura, 
releitura e escrita. Para tanto utilizaremos recursos como vídeos para assistir a história contada, 
Produção de texto coletiva para instigar a participação dos alunos, recortes em revistas para 
produção de mural e outros descritos no corpo do Projeto. Para avaliação sugerimos que seja feita 
através da observação do desempenho dos alunos nas atividades desenvolvidas durante o projeto. 
Na revisão bibliográfica discutimos um pouco do que vem a ser a leitura crítica 
e destacamos que é uma atividade que vai além do decodificar, que envolve vários aspectos 
cognitivos. Além disso, demonstramos sua importância na formação social do indivíduo, 
apresentamos os pressupostos teóricos sobre o ensino da leitura e papel desempenhado pelo 
professor nesse trabalho, uma vez que é ele o principal exemplo de leitor que um aluno aprendiz 
pode ter. 
As atividades propostas a serem desenvolvidas neste projeto, bem como o livro 
escolhido para fundamentá-las, têm o intuito de demonstrar para o professor como é possível 
 
 
trabalhar de modo diferenciado um livro, desenvolvendo e incentivando a leitura em crianças, 
para desde cedo formá-las leitoras. Bem como, trabalhar aspectos culturais e sociais através do 
mesmo, aplicando a criticidade envolvida na leitura. 
 
2. PROBLEMA 
Como incentivar e desenvolver a leitura crítica? 
 
1. PÚBLICO-ALVO 
 
O Projeto de intervenção O papel da leitura na formação do leitor crítico tem como 
público alvo alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I da Escola Estadual Zinha Prates de 
Montes Claros- MG. 
 
4. JUSTIFICATIVA 
 
Há muito tempo educadores afirmam que através do hábito da leitura, a sociedade pode se 
transformar e alcançar um perfil de sociedade composta de leitores conscientes, de bons 
escritores, de cidadão críticos, de pessoas capazes de buscar sozinhos ainda mais conhecimentos. 
Por isso, a presente pesquisa justifica-se pela preocupação com as crianças, que devem encontrar 
nos livros encantamento, liberdade, harmonia, e na escola incentivos e norteadores para uma 
prática de leitura correta e eficaz. Assim será possível pensar em uma sociedade constituída de 
bons leitores, por conseguinte,excelentes escritores. 
5. OBJETIVOS 
5.1 Objetivo geral: Incentivar a prática da leitura crítica. 
 
5.2 Objetivos específicos: 
 Fazer um levantamento bibliográfico sobre o incentivo e a prática da leitura crítica, buscando 
conceituar e explanar o assunto. 
 Conhecer como se dá a leitura crítica. 
 Elaborar conteúdos e atividades que possam incentivar e desenvolver a prática da leitura 
crítica. 
 
 
 
 
6. REVISÃO DE LITERATURA 
 
 6.1 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA 
 
 
 
 A leitura representa um dos pilares do processo ensino - aprendizagem, pois permite a 
aquisição de conhecimentos específicos. A leitura é fundamental para o desenvolvimento 
intelectual do ser humano, pois ao ler o indivíduo tem a oportunidade de ampliar a consciência e 
a visão do mundo. A esse respeito Paulo Freire nos diz que a leitura do mundo precede sempre a 
leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela (...)” (FREIRE, 
1994.p.11). 
Para Martins (2003) ler significa também aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a nós 
próprios, o que, mal ou bem, fazemos mesmo sem ser ensinados. Diante disso, a função do 
educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando 
realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, 
segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta. Então, criar condições de leitura 
não implica apenas em alfabetizar ou propiciar acesso aos livros. Vai além, é dialogar com o 
leitor sobre a sua leitura, isto é, sobre o sentido que ele dá, repito, a algo escrito, um quadro, uma 
paisagem, a sons, imagens, coisas, ideias, situações reais ou imaginárias. (MARTINS, 2003, 
p.34). 
 “Ler é entrar em outros mundos possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la 
melhor, é se distanciar do texto e assumir uma postura crítica frente ao que se diz e ao que se 
quer dizer, é tirar carta de cidadania no mundo da cultura escrita...” (LERNER, 2002, p.73) 
Antigamente, antes de ser inventada a imprensa, a leitura era privilegio que poucos 
podiam ter e ainda após o Século do Humanismo, uma pequena parte da elite culta é que tinha a 
ela acesso. Podemos observar que a prática da leitura se relaciona as necessidades não só da 
sociedade, uma vez que é através de um trabalho bem elaborado com a leitura que, por exemplo, 
a escola consegue realizar um de seus objetivos que é formar cidadãos críticos, como propõe os 
novos Parâmetros Curriculares 1997, assim ela está intrinsecamente relacionada também ao 
indivíduo. Então “o direito de ler significa igualmente o de desenvolver as potencialidades 
intelectuais e espirituais, o de aprender e progredir” (BAMBERGER,1995, p.9). 
Através do hábito da leitura, é possível acreditar que a sociedade se transforme e alcance 
o patamar de uma sociedade composta de leitores conscientes, de bons escritores, de cidadão 
críticos, de pessoas capazes de buscar sozinhas ainda mais conhecimentos. “A leitura e a escrita 
são muito importantes para que as pessoas exerçam seus direitos, possam trabalhar e participar da 
sociedade com cidadania, se informar e aprender coisas novas ao longo de toda a vida”. 
(BRASIL, 2006, p. 05). Por isso, a preocupação com as crianças, que devem encontrar nos livros 
encantamento, liberdade, harmonia, pois assim será possível pensar em uma sociedade 
 
 
constituída de bons leitores, por conseguinte, excelentes escritores. 
O escritor Monteiro Lobato destacou: “Um país se faz com homens e livros”, ressaltando 
quão importante é a leitura para o indivíduo e sua sociedade. Em corroboração Kerschensteiner 
apud Bamberger (1995, p. 33) salienta que “A educação do indivíduo só é possível através dos 
bens culturais cuja estrutura intelectual se ajusta plena ou parcialmente a estrutura do nível de 
desenvolvimento intelectual do indivíduo”. E, na visão desses autores a leitura tem um papel 
fundamental na formação cultural e intelectual do indivíduo. 
 
 
 
 
6.2 O PROFESSOR E AS ESTRATÉGIAS NO ENSINO DE LEITURA 
 
Estudos sobre leitura realizados por diferentes teóricos concordam que a leitura é 
Elemento importante para a aquisição de conhecimentos e formação afetiva. Sobre isso, Rangel 
(1990) destaca que o hábito da leitura melhora o desenvolvimento da capacidade cognitiva, 
contribui para a reflexão e expressão do pensamento, promove a habilidade para argumentação 
tanto escrita quanto oral. Assim, o autor afirma que a prática da leitura é fundamental em todas as 
áreas do conhecimento, e em todos os níveis de ensino. Por esse motivo, ela deve iniciar o quanto 
antes para que seja uma prática constante desde a alfabetização até o ensino superior e demais 
graus de ensino. 
Baseado no apresentado Rangel (1990) observa que 
 
O papel do professor como multiplicador de leitores pode facilitar o processo, 
promovendo diferentes estratégias de leitura como, por exemplo, ativar o conhecimento 
prévio do aluno; distinguir o essencial do que é pouco relevante; determinar o objetivo 
da leitura; criar expectativas ou, ainda, incentivar o aluno a fazer previsões ou hipóteses. 
(RANGEL, 1990, p.2). 
 
Contrapondo esse pensamento está muitas vezes a atitude de alguns professores que 
apesar de pensarem dessa forma, não são exemplo de leitores. Para ser realmente um 
incentivador, o professor precisa se envolver com a leitura, se inteirar por exemplo sobre os 
processos cognitivos e relacionar os conhecimentos teóricos sobre o assunto a realidade vivida 
em seu ambiente de trabalho, ou seja, buscar estratégias pedagógicas que correspondam as 
necessidades apresentadas por seus alunos. 
 
o ensino da leitura deveria seguir os seguintes propósitos: incentivar o indivíduo em sua 
leitura, de modo a levá-lo a sua autorrealização; empregar a leitura como um 
instrumento de aprendizagem e crítica, e também de diversão; ampliar constantemente 
os interesses de leitura dos alunos; estimular atitudes que levem a um gosto pela leitura e 
para outros fins. (BAMBERGER, 1998, p. 24) 
 
 
 
 
Ainda em referência ao papel do professor no trabalho com a leitura Cramer e Claster 
(2001) afirma que se esse profissional assume uma postura positiva diante da leitura, isso 
contribuirá para o desenvolvimento desta habilidade nos seus alunos de forma que eles não só a 
praticarão enquanto estiverem na escola, mas ainda depois, quando se formarem continuaram a 
desempenhar tal hábito. 
As atividades desenvolvidas devem ser vistas como um modo a mais de interação entre 
professor e aluno, de forma que um possa influenciar na atitude do outro, ou seja, o professor 
poderá mudar comportamentos do aluno e desperta-lo como leitor. Cabe ao professor a 
responsabilidade de ser exemplo para seu aluno-leitor conforme nos aponta Dwyer e Dwyer 
(2001), conferindo ao professor a missão de ser modelo de adulto leitor, uma vez que em muitos 
casos as crianças não encontram esse modelo em suas casas. 
Então, o trabalho proposto em sala de aula não deve ser de cunho impositivo, mas 
interativo. Estudiosos defendem que o exemplo do professor influenciará seus alunos, facilitando 
também o trabalho em sala. 
 
Aprender a explicar um texto “para aprender” não é aprender, exceto para fins escolares, 
pois existem tantas maneiras de explicar ou interpretar um texto quantas perspectivas 
gramaticais. Se esse aprendizado não for associado a uma ou mais práticas sociais, 
suscetível de ter um sentido para os alunos será rapidamente esquecido, considerando 
como um dos obstáculos a serem vencidos para conseguir um diploma e não côo uma 
competência a ser assimilada para dominar situações da vida. (PERRENOUD, 1999, 
p.45). 
 
 
 
Dessa maneira a leitura deve ser trabalhada levando em consideração sua primeira 
característica, de ser algo prazeroso e não imposto ao aluno como mais um mecanismo para 
avaliá-lo; a nota não deve ser a principal preocupação doaluno ao ler um livro ou texto. Também 
sobre o ensino de leitura, levantou-se o questionamento da real possibilidade de se ensinar o 
aluno a ler, a respeito Rangel (1990) declara que o aluno deve se envolver no trabalho, mas que o 
professor atua como o mediador desse processo que pode ser lento, mas deve ser permanente. 
Nesse sentido, ensinar leitura implica assumir alguns propósitos que são: o incentivo do 
indivíduo para a leitura, a fim de levá-lo a autorrealização; o emprego da leitura como 
instrumento possibilitador de uma aprendizagem crítica; bem como a busca constante pelo 
interesse dos alunos pela leitura e o estimulo pelo gosto pela leitura. (BAMBERGER, 1998, 
p.24). 
Esse modo se torna necessário ainda que o professor crie estratégias para 
desenvolvimento do trabalho com leitura. Para Solé (1998), estratégias são “um conjunto de 
ações voltadas para execução de uma meta”. E por meio delas o indivíduo aprende a selecionar, 
avaliar, persistir ou mudar certas ações visando alcançar os objetivos por ele mesmo traçados. 
 
 
 
 
As estratégias de leitura são capacidades cognitivas de ordem mais elevada e intimamente 
ligadas à metacognição. Elas permitem uma atuação inteligente e planejada da atividade 
de leitura, já que, enquanto ações metacognitivas permitem conhecer sobre o próprio 
conhecimento. (SOLÉ, 1998, p.70). 
 
 
A autora defende que o ensino das estratégias de leitura deve acontecer de maneira que 
possibilite que elas possam ser relacionadas a outras situações, e não feito de um único modo, 
como se este fosse infalível. Porém, de forma a valorizar a capacidade de cognição do aluno, 
desse modo, não basta ao professor conhecer diversas estratégias se não sabe como usá-las. Haja 
vista que quando bem trabalhado e instruído o aluno alcançará com o passar do tempo autonomia 
diante da leitura, então, “o bom ensino não é apenas o que se situa um pouco acima do nível atual 
do aluno, mas que garante a interiorização do que foi ensinado e seu uso autônomo por parte 
dele”. Solé (1998, p.76). 
Solé (1998) destaca que o ensino de leitura que utiliza estratégias deve ser pautado em 
três características. Na primeira, professor e aluno revezam seus lugares na prática educativa, 
mas, considera os dois como elementos indispensáveis para o processo educativo. Na segunda o 
professor é apresentado como o orientador da atividade, ele é o responsável por mediar os 
conhecimentos escolares e as situações sociais. Já na terceira a ideia defendida é que o aluno 
possui capacidade de resolver questões que ás vezes lhe são evitadas, sozinho, mesmo que seja 
ele uma criança. Para a autora o terceiro pressuposto se relaciona ao grau de complexidade dos 
textos e das atividades propostas com os mesmos. Não é aconselhável poupar os alunos de novos 
desafios. 
O professor ao utilizar estratégias para o ensino de leitura deve fazê-lo de forma 
inovadora, a fim de aumentar o repertório do aluno ao expô-lo com a maior diversidade de 
gêneros textuais possíveis. Deve-se considerar a formação do leitor como um processo gradual, 
planejando e exigindo de forma que o processo faça sentido para aluno, leitor em construção. 
Dessa forma, podemos observar que a intenção é incluir a criança nesse processo, utilizando 
estratégias que envolvam o aluno aprendiz de forma afetiva e cognitiva. Aqui, cabe ao professor 
a função de facilitar o processo de construção de conhecimentos que a leitura requer do aprendiz. 
Isso porque segundo Melo e Kramer (2001, p. 204), ler é uma questão que não “se resolve com o 
aperfeiçoamento de métodos de alfabetização, pois a leitura é algo mais que um mero passo além 
da decifração”. 
Solé (1998) em conformidade com o exposto ainda ressalta que o importante no ensino da 
leitura não é apenas a “explicitação” de como se desenvolverá trabalho com a leitura. 
As estratégias de leitura apresentadas por Solé (1998) possibilitam que através delas 
sejam produzidos novos sentidos no aluno, mobilizando vários tipos de conhecimentos que temos 
 
 
armazenados na memória. O processamento textual pauta-se em três a diferentes sistemas de 
conhecimento, os quais, são segundo Koch e Elias (2007): 
▪ Conhecimento linguístico, que abarca o conhecimento gramatical e lexical dos 
indivíduos compreende a organização do material linguístico na superfície do textual, que seria, 
por exemplo, os meios coesivos usados pelo indivíduo para retomar um referente. 
▪ Conhecimento enciclopédico ou de mundo, refere-se ao conhecimento geral sobre o 
mundo, assim como os alusivos às vivências pessoais e eventos espaço-temporalmente situados. 
▪ Conhecimento interacional, este refere-se à forma de interação por meio da linguagem e 
engloba outros conhecimentos, como: 
- locucional: permite ao leitor o conhecimento de objetivos ou propósitos pretendidos 
pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional; 
- Comunicacional: refere-se à quantidade de informações necessárias, ou seja, seleção da 
variante linguística adequada á situação de interação e adequação do gênero a situação 
comunicativa; 
- Metacomunicativo: com ele o locutor certifica a compreensão do texto por parte de seu 
ouvinte e consegue que ele aceite os objetivos com que produz o que fala, para isso utiliza várias 
ações linguísticas como, sinais de articulação e atividades de construção textual, a fim de obter a 
atenção do leitor; 
- Supraestrutural: possibilita a identificação do texto como exemplares adequados aos 
diversos eventos da vida social, diz respeito ao conhecimento de gêneros e tipos textuais, bem 
como da ordenação textual em conexão com os objetivos pretendidos. 
A autora observa que o conjunto de todos esses conhecimentos se determina 
socioculturalmente e são adquiridos de acordo com a vivência de circunstâncias que farão com 
que se haja de um modo em particular em determinadas situações e atividades específicas. 
 
 
6.3 A LEITURA CRÍTICA E O LEITOR CRÍTICO: DESAFIOS NA SALA DE AULA 
 
 
A construção do significado de um texto é alcançada por meio da compreensão que o 
leitor obtém do mesmo, tarefa esta que não é fácil quando tratamos da leitura de textos em sala 
de aula. Em concordância com esta ideia Foucambert (1994), afirma que o leitor é aquele que se 
sente comprometido com o seu estar no mundo e com a sua transformação, bem como a 
transformação dos outros e das coisas, para ele ser leitor é compreender. Silva (1991), observa 
que “o leitor crítico, movido por sua intencionalidade, desvela o significado pretendido pelo 
autor (emissor), mas não permanece nesse nível – ele reage, questiona, problematiza, aprecia 
com criticidade” (SILVA, 1991, p.79). 
Assim, a criticidade é elemento importante que deve acompanhar o leitor, visto ser ela 
 
 
que possibilita a este compreender as entrelinhas do que está escrito, ou seja, faz com que o 
indivíduo que lê possa posicionar-se, discutindo com suas próprias ideias e eliminando 
suposições. 
A leitura precisa ser um momento em que o leitor constrói significados que permitem, 
conforme Chiappini (1998), dessa forma, adquire a capacidade de produzir um novo texto 
partindo das ideias lidas corroborando ou não com as ideias ou teorias lidas. Quando o leitor é 
capaz de ler e a partir dessa leitura construir novos conhecimentos ou texto ele deixa de somente 
decodificar sinais, ou meramente reproduzir informações para se tornar um leitor crítico. 
Assim sendo, os alunos devem ser orientados e incentivados a leitura de forma correta e 
responsável para que ela não se torne mera decodificação feita de qualquer forma. A leitura 
aumenta o conhecimento geral e ou específico. Ler é trocar informações e experiências próprias 
com as narradas pelo escritor, comparar os pontos de vista, é recriar ideias, rever conceitos, 
produzir conhecimento. 
 Sendo a escola o espaço destinado a formação de leitores, torna-se exigência que nela 
sejam elaborados trabalhosque contribuam a formação do leitor, de forma que ele seja capaz de 
compreender e interpretar e escrever sobre o que leu. A respeito Roland Barthes (1992) afirma 
que é necessário fazer do leitor não mais um consumidor, mas sim, um produtor de textos e isso é 
conseguido à medida que ele preenche as lacunas existentes na obra lida, mergulhando na 
ambiguidade dos textos, em busca dos significados mais profundos. 
Para Silva (1991) as atividades de ensino desenvolvidas em sala de aula devem levar o 
leitor ao “exercício de sua consciência sobre o material escrito não visando o simples reter ou 
memorizar, mas o compreender e o criticar” Silva (1991, p. 80). Isso demonstra que a tarefa de 
compreender o que é lido é algo complexo, portanto exige a adoção de práticas que vão além da 
decodificação, mas devem buscar o entendimento e a compreensão do que está sendo ensinado. 
 
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É a partir do 
texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros 
textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o autor 
pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, 
propondo outra não prevista. (Apud GERALDI, 1998, p.80). 
 
 
A formação de um leitor crítico precisa se basear no desenvolvimento de uma prática de 
leitura que desperte e cultive o desejo de ler. Para isso, a prática pedagógica deve ser eficiente, 
funcionando interligada às estratégias de leitura. O educador precisa observar e colaborar com o 
desenvolvimento intelectual do seu aluno, dando suporte para que ele seja capaz de desenvolver 
o ato de ler de forma tão eficaz que o processo seja possível independentemente da complexidade 
do texto. 
Eco (2000, p. 31) analisa que “um texto é um universo aberto onde o intérprete pode 
 
 
descobrir uma infinidade de conexões”. O leitor pode dentro desse universo formular conexões 
entre a realidade por ele vivenciada e ideias de autores das quais tenha conhecimento. Então, para 
o autor, os professores devem ser estimulados a ensinar em sala de aula que a leitura é na verdade 
um veículo de aperfeiçoamento da sociedade, e através dela eles irão compreender o seu papel de 
agente transformador do mundo em que vivem. Por isso, é tão relevante a capacitação 
continuada, estudos e atualização dos professores. “A leitura crítica faz parte da capacidade do 
professor, pois ao se tornar um leitor crítico e praticar essa leitura ele se torna apto para ensinar 
seus alunos a também o serem” (ECO, 2000, p.34). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Para a construção deste trabalho adotamos a pesquisa bibliográfica, realizando 
levantamento bibliográfico que envolveu a leitura, análise e interpretação de livros, e também 
estudos sobre o assunto disponibilizados via a internet que apresentam ideias sobre o uso da 
poesia na alfabetização, ou abordaram em estudos aspectos relevantes para uma melhor 
compreensão do assunto. Em seguida apresentamos sugestões de atividades relacionadas ao 
assunto de forma a colaborar com a formação de leitores críticos. 
O Plano de intervenção foi executado de forma remota devido a situação de pandemia e 
em obediência a DELIBERAÇÃO DO COMITÊ EXTRAORDINÁRIO COVID-19 Nº 15, DE 
20 DE MARÇO DE 2020 que suspendeu as aulas presenciais em toda rede educacional. Dessa 
forma, as aulas estão acontecendo de forma online através de plataformas virtuais. 
 
7.1 PLANO DE INTERVENÇÃO 
 
Para o desenvolvimento do Projeto de ensino “O papel da leitura na formação do leitor 
crítico” o professor deverá compartilhar o arquivo do livro em PDF: “Menina Bonita do laço de 
fita” de Ana Maria Machado para cada aluno. Na primeira aula o acadêmico- estagiário deverá 
separar um tempo para os alunos lerem a história. 
Em seguida será exibido o vídeo da história contada por meio de Power point que está 
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4lLkBJodQyE, compartilhando sua tela para os 
alunos no momento da aula remota. 
Após a exibição do vídeo o acadêmico- estagiário irá ler a história “Menina Bonita do 
Laço de Fita” fazendo comentários sobre a mesma, estimulando a reflexão das crianças. 
Na sequência o estagiário fará a interpretação do livro oralmente, com os alunos, 
buscando interpretar fatos da história a partir de perguntas sugeridas. (Qual era a cor da pele da 
menina? Porque o Coelho se encantou com ela? Você conhece alguma história parecida com 
essa?). 
Havendo alguma criança negra na sala, o acadêmico poderá ressaltá-la dizendo das 
semelhanças com a menina da História. Abordar o tema de forma natural, para que as crianças 
reconheçam a importância que cada um tem, independente de posição social, raça ou cor. 
O acadêmico- estagiário irá ler um pequeno texto informativo sobre diferenças, 
favorecendo a ampliação dos seus conhecimentos sobre o assunto e despertando o senso crítico 
para a situação do negro em nosso país. Nesse momento o professor poderá instigar os alunos a 
falarem sobre o preconceito racial. 
Com base nas falas das crianças a professora irá produzir juntamente com os alunos um 
 
 
texto coletivo falando das diferenças raciais. 
 
Para a realização dessa aula o professor precisara dos seguintes recursos: 
 
 Livro: Menina Bonita do laço de fita. 
 Vídeo da história 
 Texto informativo. 
Para a elaboração dessa aula o acadêmico buscou através de pesquisas na internet, 
atividades que pudessem ser adaptadas para aulas remostas, tendo em vista que o fato das aulas 
não serem presenciais dificultou o planejamento e execução as atividades do projeto de 
intervenção. 
 
Para a segunda aula o acadêmico - estagiário irá enviar para os alunos por e-mail ou 
outra mídia virtual, cartelas de bingo com palavras que fazem parte do assunto tratado: Respeito 
às diferenças. Após o jogo cada aluno irá elaborar frases com as palavras de sua cartela. E o 
acadêmico- estagiário irá pedir a alguns alunos que façam a leitura de uma das frases elaboradas. 
Para o planejamento dessa aula houve a dificuldade de conseguir que todos os alunos 
tivessem a cartela impressa. Apesar de não ter o mesmo impacto planejado com o jogo como 
meio de aprendizagem, o resultado da aula foi positivo. Através do uso de tecnologias há a 
possibilidade de aproximação e interação com os alunos, embora de forma remota. 
 
 
Para a terceira aula o estagiário deverá pedir previamente que os alunos providenciem 
folhas de papel tamanho A4 dobradas ao meio para que as crianças escrevam seu próprio livro 
contando a sua história de vida, falando de suas heranças familiares e ilustrando. Nessa aula o 
professor deverá auxiliar os alunos na organização das ideias e escrita. Durante a aula a aula 
remota os alunos poderão utilizar a câmera ou chat para tirar dúvidas. Ao final da atividade os 
alunos deverão mostrar via câmera o resultado da atividade realizada. 
O planejamento dessa aula visou promover o gosto pela escrita, bem como seu 
aprimoramento. Uma atividade com muitas possibilidades de aprendizado, além de ser uma 
forma de descontração. Embora a tecnologia tenha se tornado cada vez mais aliada da educação, 
nem sempre todos os alunos conseguem acompanhar as aulas por motivos de oscilação de 
internet ou falta dela, o que se torna um obstáculo para a realização das aulas. 
 
Para a quarta aula, encerramento do Projeto, o acadêmico- estagiário pedirá aos alunos 
que providenciem com antecedência revistas, tesoura, cola e papel A4. Nessa aula o professor irá 
conversar com as crianças sobre as “famílias” (povos) que formam o Brasil: os índios, o negro, o 
colonizador europeu, os imigrantes italianos, japoneses, árabes, judeus etc. Explicar que esses 
 
 
povos foram se cruzando, para formar a grande família brasileira, que tem as características de 
suas origens.Lembrar aqui as contribuições desses povos nas festas, na música, na culinária, nas 
histórias etc. Para finalizar a aula, cada aluno fará um pequeno mural em uma folha A4 com o 
título: Viva as diferenças! Com imagens de pessoas de diversas raças e etnias. 
Para essa aula buscou-se o incentivo ao respeito pelo outro. O que era pretendido era uma 
atividade que colaborasse com a consciência humanitária e igualitária, visando à formação cidadã 
do indivíduo. Além disso, houve a preocupação de valorizar a contribuição de cada povo que 
compõe a formação do povo brasileiro. 
 
TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO 
O projeto poderá ser desenvolvido em cinco aulas, separando uma aula por dia 
para que as atividades sejam bem desenvolvidas. 
 
Atividades Segunda 
Feira 
Terça 
Feira 
Quarta 
Feira 
Quinta 
Feira 
Sexta 
Feira 
Leitura do livro/ 
exibição de vídeo/ 
Interpretação e 
Produção textual 
coletiva. 
 
 
 X 
 
Bingo de palavras. 
 
 X 
Confecção de livro. 
 
 X 
Construção do mural. 
 
 X 
 
 
 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS 
 Livro em PDF: Menina Bonita do laço de fita. 
 Vídeo do livro 
 Texto informativo. 
 Cartelas do bingo de palavras 
 Caderno de língua Portuguesa. 
 Papel A4. 
 Lápis de escrever. 
 
 
 Borracha. 
 Lápis de cor. 
 Revistas 
 Tesouras 
 Cola 
 
 
 
 AVALIAÇÃO 
A sugestão de avaliação do projeto é que seja feita através da observação do 
desempenho do aluno nas atividades desenvolvidas. E também através da observação se o aluno 
compreendeu que o povo brasileiro é formado por uma mistura de raças, culturas e etnias. Além 
de verificar o senso crítico do aluno ao se colocar diante de assuntos como o preconceito racial, 
tendo em vista que todos os seres humanos têm direitos iguais. A leitura de textos informativos 
sobre o assunto tratado tem o intuito de instigar a análise e interpretação de cada aluno, 
contribuindo para o aprimoramento do senso crítico. 
 
 
 
8. AÇÕES DA INTERVENÇÃO: DESCRIÇÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO 
 
 
Descrição das etapas 
 
A proposta de elaboração do Projeto intervenção educacional aqui apresentado faz parte 
dos requisitos para obtenção do título de licenciado em Pedagogia e foi realizado através das 
seguintes etapas: 
Etapa 1: Pesquisa bibliográfica. Realizamos pesquisa bibbliográfica minunciosa, bem 
como análise de informações e documentos encontrados sobre o tema proposto para tal projeto. 
Buscamos seguir todas as orientações acadêmicas para construção correta do Projeto, 
observando as normas técnicas disponibilizadas e exigidas pela NBR 10520/2002 da ABNT. 
Além disso, a escolha do tema seguiu a linha de pesquisa educacional voltada diretamente para 
a atuação pedagógica. 
Realizamos pesquisas em bibliotecas on- line, livros, artigos, documentos, trabalhos 
acadêmicos, revistas eletrônicas e outros com o intuito de alcançar respaldo teórico para o 
trabalho. 
Etapa 2: Planejamento. O planejamento do Projeto de intervenção, bem como a 
 
 
elaboração das atividades propostas. Cabe destacar que devido a pandemia SARS- COV- 2 o 
Projeto de intervenção idealizado, elaborado e organizado precisou ser executado através de 
aulas remotas via internet. Isso porque desde março de 2020 as escolas tiveram as aulas 
presenciais suspensas seguindo orientações e leis relacionadas ao enfrentamento da pandemia do 
novo coronavírus, tais como: LEI Nº 13.979, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2020; a deliberação 
estadual do Comitê Extraordinário COVID-19, no o art. 2º do Decreto nº 47.886 , de 15 de 
março de 2020, e tendo em vista o disposto na Lei Federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, 
na Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020, no Decreto Federal nº 10.282, de 20 de 
março de 2020, no Decreto Legislativo Federal nº 6, de 20 de março de 2020, no Decreto NE nº 
113, de 12 de março de 2020, e no Decreto nº 47.891, de 20 de março de 2020, além de diversos 
decretos municipais que desde o início da pandemia têm sido atualizados. 
Para a elaboração e organização do projeto pesquisamos livros que tinham como público 
alvo o terceiro ano do Ensino Fundamental I e que tratassem de um tema que despertasse o 
interesse dos alunos (público alvo do projeto). O livro escolhido foi Menina Bonita do laço de 
fita e as atividades foram planejadas para promover e incentivar o hábito da leitura, bem como 
instigar a leitura crítica. 
Etapa 3: Execução do Projeto. Embora o Projeto de intervenção tenha sido executado de 
forma remota podemos avaliar todas as etapas da construção deste trabalho como positivas, 
tendo em vista a construção de saberes essencialmente necessários para a nossa atuação 
profissional. Através da pesquisa bibliográfica foi possível conhecer a teoria e através do 
planejamento das atividades do Projeto e de sua execução nos aproximamos da prática 
educacional. 
As atividades planejadas para o Projeto foram organizadas com intuito de instigar a 
criticidade dos alunos diante da leitura, pois acreditamos que através do ato de ler é possível que 
o indivíduo construa conhecimentos e saberes necessários para a sua atuação como cidadão 
responsável e consciente. 
Durante a execução encontramos alunos interessados em discutir o tema escolhido para as 
atividades. Todos se engajaram e participaram ativamente do Projeto. A forma como se 
comportaram e participaram levaram a confirmação de que o processo de leitura e interpretação 
de textos quando feitas de forma correta contribuem muito para o aprendizado. 
Etapa 4: Resultados. Um dos resultados encontrados foi a confirmação de ideias de 
autores apresentados na revisão de literatura como Silva (1991) que defende que as atividades de 
ensino desenvolvidas em sala de aula devem levar o leitor ao “exercício de sua consciência sobre 
o material escrito não visando o simples reter ou memorizar, mas o compreender e o criticar” 
(SILVA, 1991, p.80). Constatamos ainda através das atividades desenvolvidas que a leitura é rica 
em aprendizado e conforme Eco (2000), o leitor pode dentro desse universo (leitura) formular 
conexões entre a realidade por ele vivenciada e ideias de autores das quais tenha conhecimento. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.979-2020?OpenDocument
 
 
Formar um leitor crítico deve ser visto então como uma forma de colaboração com o 
desenvolvimento de uma prática de leitura que desperte e cultive o desejo de ler. O que exige a 
formulação de uma prática pedagógica eficiente que funcione juntamente com as estratégias de 
leitura, como suporte para o aluno em seu desenvolvimento intelectual, por ser isso necessário 
para que o mesmo consiga ler textos independentemente de sua complexidade. 
Percebemos que os alunos adquiriram novos conhecimentos sobre leitura e também 
aprimoraram saberes prévios. Podemos afirmar que como resultado do Projeto alcançamos 
leitores críticos em franca e progressiva formação. 
Outro resultado foi a boa interação obtida com os alunos durante todo o processo, fruto da 
organização e planejamento bem feitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Através da revisão bibliográfica deste projeto de ensino é possível concluir que o 
ensino da leitura em séries iniciais, assim como nas demais séries é algo complexo. Os autores e 
estudiosos pesquisados e usados não apresentaram divergências de ideias, ao contrário um 
complementou o pensamento e teoria do outro. 
A escola foi apresentada como espaço para formar leitores capazes de argumentar e 
decidir, logo, é uma formadora de cidadãos, então, o trabalho com a leitura deve ser realizado de 
modo a levar o aluno a aprender não apenas conteúdos e decodificação de letras, mas capacitá-lo 
a relacionar o lido em textos trabalhados em sala com a realidade por ele vivida. Característica daleitura crítica e de seu leitor. 
Conclui-se que quando bem amparado teoricamente e enquanto exemplo de leitor o 
professor pode incentivar seus alunos e desenvolver com eles e neles a leitura crítica, 
contribuindo para que os mesmos sejam indivíduos críticos o suficiente para escolher melhor 
suas atitudes sociais e sua absorção de conteúdos de modo eficiente. 
As atividades propostas a serem desenvolvidas neste projeto, bem como o livro 
escolhido para fundamentá-las, têm o intuito de demonstrar como é possível trabalhar de modo 
diferenciado um livro, desenvolvendo e incentivando a leitura em crianças, para desde cedo 
formá-las leitoras. Bem como, trabalhar aspectos culturais e sociais através do mesmo, aplicando 
a criticidade envolvida na leitura. 
Todas as etapas do projeto foram essenciais para que este trabalho se findasse com 
sucesso. A pesquisa bibliográfica deu todo o suporte teórico necessário para um trabalho 
acadêmico bem estruturado e respaldado. O planejamento das atividades nos aproximou do 
futuro campo de atuação profissional e a execução concretizou a união da teoria com a prática tão 
defendida pedagogicamente. 
Muitas dificuldades foram encontradas para a realização do projeto desde a situação 
pandêmica de modo geral até a restrição de pesquisas (já que estas foram feitas via internet). O 
fato das aulas estarem acontecendo remotamente também se mostrou como obstáculo, tendo em 
vista que o planejamento e elaboração das atividades se tornou mais restrito e adaptado a essa 
nova realidade de ensino remoto. 
Mesmo diante de todas as dificuldades e empecilhos encontrados na construção deste 
trabalho podemos afirmar que o resultado foi positivo, pois promoveu construção de 
conhecimentos. 
 
 
 
 
 
10. REFERÊNCIAS 
 
 
 
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. Série Educação em Ação. 6ª ed. 
São Paulo: Ática, 1995. 
 
 
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da leitura e da escrita/Ação Educativa. São Paulo: Ação Educativa, 2006. 
 
 
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ed. São Paulo: Cortez, 1998. 
 
 
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Cramer e M. Castle (Orgs.) Incentivando o amor pela leitura. (pp. 13-20). Porto Alegre: Artes 
Médicas. 
 
 
ECO, Roberto. Os limites da interpretação. São Paulo: Perspectiva, 2000. 
 
 
 
FOUCAMBERT, J. (1994). A leitura em questão. Porto alegre: Artes Médicas. 
 
 
_______________(1998). A criança, o professor e a leitura. Porto alegre: Artes Médicas. 
 
 
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 Ed. São 
Paulo: Cortez, 1988.p. 80. 
 
 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. em três artigos que se completam. 36a ed. São 
Paulo: Cortez, 1998. 
 
 
GERALDI, J. O texto na sala de aula – Leitura e produção. 2ª ed. Cascavel: Assoeste, 1985. 
 
 
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997. 
 
 
KLEIMAN, Ângela. Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. São Paulo: Pontes, 1999. 
 
 
______________. Oficina de Leitura: Teoria e Prática. São Paulo: Pontes, 1998. 
 
 
KUENZER, Acacia (Org.). Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do 
trabalho. 3ª ed. Cortez, 2002. 
 
 
 
 
LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R. A formação da leitura no Brasil. 3ª ed. São Paulo: 
Ática, 1999. 
 
 
LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: 
Artmed, 2002. 
 
 
LOPES, L. P. M. Oficina de Lingüística Aplicada: a natureza social e educacional dos processos 
de ensino e aprendizagem de línguas. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1996. 
 
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2003. 
 
MICHAELIS: Dicionário espanhol-português / português-espanhol. São Paulo. Editora 
Melhoramentos, 1992. (dicionários michaelis) . 634 págs. 
 
PERINI, M. A leitura funcional e a dupla função do texto didático. In R. Zilberman e E.T. da Silva 
(orgs.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. São Paulo, Ática, 1991. 
 
 
PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Trad.Bruno Charles Magne. Porto 
Alegre: Artmed, 1999. 
 
 
WALTY. Ivete Lara Camargos. Os sentidos da leitura. In: Presença Pedagógica.1995, p. 18-32. 
 
 
SILVA, Ezequiel Theodoro. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da 
leitura. 5ª ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1991. 
 
 
-------. Oficina de Leitura: Teoria e Prática. São Paulo: Pontes, 1998. 
 
 
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6.ed. Porto alegre: Artes Médicas.1998.

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