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Ana Carolina – 108 Retroperitônio Tópicos do retroperitônio • Duodeno e pâncreas (retroperitoneal secundário) • Rins e ureteres (retroperitoneal primário) • Glândulas suprarrenais (retroperitoneal primário) Retroperitoneal primário: sempre foram retroperitoneais Retroperitoneal secundário: se desenvolveram no interior do mesentério primitivo e depois, com a rotação do intestino, se colocaram na parede posterior e o meso deles se fundiu à parede Duodeno • “Duodeno” = 12 dedos = 25 cm, bastante curto. • Local que recebe a maior quantidade de enzimas digestivas, o suco pancreático, a bile e o suco entérico (produzido pelo duodeno). • Na concavidade do duodeno está aderida a cabeça do pâncreas. É difícil separa os dois. • Partes 1. Superior • Considerada livre, porque é contínua com o piloro e há a fixação do omento menor, então passa uma lâmina anterior e posterior de peritônio. Essa parte está sustentada pelo omento menor no lig. hepatoduodenal (tríade portal), onde está o ducto colédoco (omento menor → parte descendente do duodeno → dentro da cabeça do pâncreas → união com o ducto pancreático principal → se abre na ampola hepatopancreática) • Ducto hepático D + E se unem e formam o ducto hepático comum. Este se une ao ducto cístico e forma o ducto colédoco. 2. Descendente • Relação posterior com o hilo renal • Cruzada pela raíz do mesocolo transverso (assim como a margem inferior do pâncreas) LEMBRAR: Origem dos intestinos anterior e no médio! Na parte descendente do duodeno o ducto colédoco e o ducto pancreático se abrem na ampola hepatopancreática. O local de implantação dessa ampola marca a separação de intestino anterior e médio. Acima da ampola, origem no intestino anterior, então a vascularização vem do tronco celíaco. Abaixo da abertura da ampola, vascularização pela a. mesentérica superior. • Papila duodenal maior (na parede medial, reparar uma elevação longitudinal, e então nota-se uma projeção na mucosa, a papila; onde se abre a ampola hepatopancreática) • Papila duodenal menor (bem difícil de achar, e nem todo mundo tem, não se preocupar) Clínica: A vesícula biliar fica caída sobre o duodeno. Essa relação é importante porque algumas vezes a irritação do duodeno ou da vesícula biliar pode criar uma fístula (uma comunicação patológica, canal entre duas cavidades que não deveria existir). • O ducto colédoco tem um esfíncter, o ducto pancreático principal tem o seu e a ampola também. Esses esfíncteres mantém a secreção retrógada que permite o enchimento da vesícula, impede o retorno de conteúdo do intestino delgado para esses canais e para a bile não voltar para o ducto pancreático principal (se passar = pancreatite) 3. Inferior • Cruza a aorta e a v. cava inferior e é cruzada pelos vasos mesentéricos superiores, já que está na raíz do mesentério (jejuno e ílio) 4. Ascendente • A parte ascendente sofre a flexura duodenojejunal, que marca o fim do duodeno. • Lig. suspensor do duodeno (Treitz): quando contrai, diminui o ângulo da flexura, favorecendo a passagem do quimo para depois entrar no jejuno. Irrigação Ana Carolina – 108 • A. supraduodenal (a. hepática comum → a. gastroduodenal → a. supraduodenal) • A. pancreáticoduodenal superior posterior e anterior (ramo da a. gastroduodenal) • A. pancreáticoduodenal inferior posterior e anterior (ramo da a. mesentérica superior) Drenagem linfática • Linfonodos celíacos e linfonodos mesentéricos superiores Drenagem venosa • Veias acompanham as artérias. • Veias drenam para a v. porta. Inervação Simpática • Intestino anterior (parte superior): sinapses nos gânglios celíacos superiores → a. hepática comum → a. gastroduodenal → a. pancreáticaduodenal → duodeno. • Intestino médio (parte inferior do duodeno): sinapses nos gânglios mesentérios superiores → a. mesentérica superior → ramos pancreáticoduodenais inferiores → duodeno • Aferências viscerais (AVG) acompanham o simpático. Parassimpático • N. vago • A dor acompanha o parassimpático reflexo. Pâncreas • Glândula bem alongada • Retroperitoneal secundária • Órgão fixo • Plano transpilórico atravessa • Está na parede posterior da bolsa omental, atrás do estômago Glândula mista • Secreção exócrina: suco pancreático (enzimas digestivas que vão ser lançadas no duodeno) • Secreções endócrinas: glucagon e insulina (controle da quantidade de glicose no sangue) Partes • Cabeça: parte mais dilatada abrigada pela concavidade do duodeno; a projeção para esquerda é chamada de processo uncinado, criado pela incisura pancreática que dá passagem à a. e à v. mesentérica superior. • Colo: onde o pâncreas sofre um estreitamento pela presença dos vasos posteriormente • Corpo: à esquerda do colo, corpo; presença da reflexão do peritônio do mesocolo transverso (divisão de supramesocólico e inframesocólico) • Cauda: ligeira mobilidade próximo ao hilo do baço Ductos • Ducto principal começa na cauda e faz um desvio quando chega no colo, deslocando- se para a parte inferior da cabeça e se abre na papila duodenal maior junto com o ducto colédoco. Irrigação A irrigação da cabeça do pâncreas é a mesma do duodeno. • A. pancreáticoduodenal superior • A. pancreáticoduodenal inferior A região do corpo e da cauda é nutrida pelas Aa. pancreáticas que são ramos da A. esplênicas. • A. pancreática dorsal • A. pancreática magna Ana Carolina – 108 • A. da cauda do pâncreas A junção dessas três forma a a. pancreática inferior. Drenagem venosa • V. esplênica posterior ao pâncreas • Chegada na v. mesentérica inferior normalmente na v. esplênica • Formação da v. porta Drenagem linfática • Linfonodos mesentéricos superiores e celíacos. Inervação Igual à do duodeno. Rins • Localizados nas duas depressões laterais da coluna vertebral no espaço retroperitoneal. • Ligeiramente deslocados para anterior e para lateral. Acompanhando mais ou menos a direção do m. psoas maior. • Retroperitoneal primário • A v. gonodal esquerda drena na v. renal esquerda. • A relação de passagem da veia renal esquerda debaixo da a. mesentérica superior é comparada a um alicate quebra nozes. • Formato de um grão de feijão. Uma margem lateral convexa e uma margem medial côncava, onde fica o hilo. • O rim direito é um pouco mais inferior do que o esquerdo, devido à presença do fígado. • Localizado dentro do tecido extraperitoneal, rodeado por gordura, que vai formar cápsulas adiposas ao redor do rim. • Esse tecido extraperitoneal é o que mantém o rim em sua posição. • Gordura pararrenal → lâmina de tecido conjuntivo fibroso → gordura perirrenal ou cápsula adiposa do rim → rim • Essa lâmina fibrosa é chamada de fáscia renal, que é delgada. Há uma lâmina anterior e uma posterior. Não fica aderida ao rim, apenas o envolve. Envolve também a glândula suprarrenal. A lâmina anterior normalmente se adere aos vasos do pedículo renal (a. e v. renal). A lâmina posterior se adere (frouxamente) à fáscia endoabdominal. Inferiormente essas lâminas não se unem, há uma certa abertura. Superiormente, se prende à região da área nua do fígado à fáscia diafragmática. Clínica: Ptose renal. Em pacientes com anorexia ou casos de desnutrição severa, essa gordura pode ser consumida como fonte de energia, levando a uma perda de sustentação do rim, que pode descer até a pelve. Isso é problemática porque pode fazer os vasos renais, normalmente quase horizontais, colabarem, causando certa insuficiência renal. • O rim é separado da suprarrenal por um septo conjuntivo. A fixação dessa glândula é mais importante na fáscia renal do que no rim. Meios de fixação O rim fica fixo mais pela sobreposição de estruturas.• Peritônio e vísceras abdominais anteriores à ele • Cápsula adiposa, fáscia renal e o corpo adiposo pararrenal • Vasos Faces do rim • Face anterior • Face posterior • Polo superior • Polo inferior • Margem lateral • Margem medial (hilo renal e pedículo renal) • Cápsula fibrosa (irregularidade na superfície) Ana Carolina – 108 O ureter normalmente está localizado posterior aos vasos. Estrutura do rim • Pedículo renal: ureter + v. renal + a. renal • Hilo renal • Seio renal: cavidade que se abre no hilo; dentro temos gordura, ramificações da artéria, tributárias da veia e a pelve renal e seus cálices. O rim tem duas camadas: • Córtex renal: camada mais superficial; • Medula renal: miolo; composta pelas pirâmides renais. O que separa uma pirâmide da outra são invaginações do córtex chamadas de colunas renais. Urina Composição: água, sais minerais em excesso e compostos nitrogenados que são transformados em ureia, pois são tóxicos para nós. No córtex e na medula há a produção da urina. A urina pronta goteja no ápice de cada pirâmide que é chamado de papila renal. Esse gotejamento é captado pelos cálices renais menores (1 por pirâmide), que se agrupam em cálices renais maiores, que vão para a pelve renal e, então, para o ureter. Estrutura microscópica • No córtex do rim predominam os túbulos contorcidos proximal e distal. • Na medula predominam os tubos coletores e alça néfrica. No ápice da medula os tubos coletores se abrem na papila renal Relações anatômicas 1. Rim direito a. Relações anteriores • Fígado: A parte onde se vê o peritônio parietal sobre o fígado é onde está o recesso hepatorrenal (lado direito): a secreção do espaço supramesocólico tende a se acumular nessa região quando em decúbito dorsal, que é a parte mais inferior. • Duodeno: está sobre o hilo do rim direito • O plano transpilórico atravessa o polo superior do rim direito b. Relações posteriores • 12ª costela • Tem em sua parte mais superior uma relação com o recesso costodiafragmático. • M. psoas maior e com m. quadrado do lombo • Nn. Ilíohipogástrico e ílioinguinal 2. Rim esquerdo • Pâncreas: na entrada do hilo • Baço • Relação posterior com a 11ª e a 12ª costela • O hilo renal esquerdo situa-se perto do plano transpilórico O acesso cirúrgico do rim normalmente é preferencialmente posterior ou lateral para não abrir a cavidade peritoneal. Clínica: Rim em ferradura Ana Carolina – 108 • Tipo mais comum de anomalia renal de fusão. O rim ferradura é formado pela fusão cruzada da linha média dos dois rins funcionando independentemente, um em cada lado da linha mediana. Eles são ligados por um istmo de parênquima renal funcionante ou por tecido fibroso. Na grande maioria dos casos, a fusão é entre as partes inferiores (90%). No restante dos casos poderá haver fusão entre ambos os polos superiores ou superiores e inferiores. Esta última configuração é referida como um rim sigmoide • Eles tornam os rins suscetíveis ao trauma e é um fator de risco independente para o desenvolvimento de cálculos renais e carcinoma de células transicionais da pelve renal. Vascularização • Aa. renais o 20% do débito cardíaco (significa que 20% do sangue de cada sístole do coração vai para o rim) • A. renal direita • A. renal esquerda Segmentos: 1. Divisão anterior • A. do segmento superior • A. do segmento anterior superior • A. do segmento anterior inferior • A. do segmento inferior 2. Divisão posterior • A. do segmento posterior Lobos renais As Aa. segmentares envolvem as pirâmides renais. Essa pirâmide junto ao tecido cortical que está em seu entorno forma um lobo renal. Normalmente, 12 ou 13 lobos em cada rim, depende do número de pirâmides. Ureteres Tubos musculares com duas camadas de musculatura, uma circular interna e uma longitudinal externa. Partes Inicia na pelve renal, desce pela parede posterior do abdome, na frente do m. psoas maior (referência), e vai entrar na cavidade pélvica atravessando os vasos ilíacos. • Abdominal • Pélvica • Intramural: o ureter quando chega na bexiga urinária não fura a parede dela, mas faz um trajeto oblíquo. Como a bexiga tem parede muscular, quando o ureter penetra na parte mais superficial da bexiga, diz-se que iniciou seu trajeto intramural. Esse trajeto oblíquo tem função valvar impedindo o retorno da urina pelo ureter. Relações anatômicas “Por cima, por baixo, por cima, por baixo” • Por cima do nervo genitofemoral • Por baixo dos vasos gonodais • Por cima dos vasos ilíacos • Por baixo do ducto deferente ou da a. uterina Ana Carolina – 108 Estreitamentos • Junção com a pelve renal: pode haver obstrução por cálculos renais (nefrolitíase) • Abertura superior da pelve (quando atravessa os vasos ilíacos) • Parede da bexiga urinária (parte intramural) Irrigação Pela região em que está passando: • A. renal • A. gonadal • A. ilíaca comum ou externa • A. vesical inferior Glândulas suprarrenais • Cor amarelada • Retroperitoneais • Faces superomedial dos rins • Envolvida pela fáscia renal, mas tem sua fixação principalmente nos pilares do diafragma. Não é fixada ao rim por causa do septo adiposo. • A direita tem formato piramidal e a esquerda em meia lua. • Adrenalina • Presença de hilo onde passam a veia e vasos linfáticos. • As artérias e os nervos se abrem ao longo da estrutura dessa glândula. Estrutura A medula das suprarrenais (céls. que liberam adrenalina e noradrenalina) tem origem embriológica pelas células da crista neural (ectoderma). Inervação • Lógica simpática normal: Neurônio pré-ganglionar (SNC) → n. esplâncnico torácico → gânglio celíaco ou mesentérico (sinapse) → neurônio pós- ganglionar → parede do vaso sanguíneo → órgão • Simpático das suprarrenais: Neurônio pré- ganglionar (SNC) → parede do vaso → célula cromafim • Inervação da medula da suprarrenal: os nervos pré-ganglionares do simpático chegam pelas paredes das artérias. A única estrutura em que só tem o neurônio pré- ganglionar numa inervação simpática é a medula da glândula suprarrenal. Isso acontece porque as células cromafins tem origem na crista neural e fazem o papel do neurônio pós-ganglionar, liberando um hormônio (ao invés de neurotransmissor), a adrenalina (epinefrina). • Inervação do vaso sanguíneo: fibras pós- ganglionares simpáticas (sinapses nos gânglios pré-aórticos respectivos) Vascularização • Aa. suprarrenais superiores (ramo da a. frênica superior) • A. suprarrenal média (ramo da aorta) • A. suprarrenal inferior (ramo da a. renal) Drenagem • V. suprarrenal esquerda → v. renal esquerda → VCI • V. suprarrenal direita → VCI
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