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VOL 06-A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA UMA ANÁLISE DA EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS NO DIREITO CONTEMPORÂNEO

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1
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: 
UMA ANÁLISE DA EFICÁCIA DOS 
DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS NO 
DIREITO CONTEMPORÂNEO
IDDM
EDITORA
ISBN 978-85-66789-28-7
Prof.ª Dra. Cleide Aparecida Gomes Rodrigues Fermentão (UniCesumar) 
Prof.ª Me. Ana Claudia Pirajá Bandeira (UEM)
Prof.ª Me. Tatiana de Freitas Giovanini Mochi (UniCesumar)
O Mestrado em Ciências Jurídicas e o Curso de Direito da Unicesumar promovem o III Con-
gresso Internacional de Direitos da Personalidade e IV Congresso de Novos Direitos e Direitos 
da Personalidade, sob o tema "Direitos da Personalidade de Minorias e de Grupos Vulnerá-
veis".
Trata-se da terceira edição de um evento internacional que debate os direitos da personali-
dade, tanto no que se refere aos novos direitos e aos limites da sua proteção na atualidade, 
quanto nos mecanismos jurídicos e extrajurídicos, políticas públicas e ações judiciais voltadas 
a sua concretização, juntamente com a quarta edição do evento nacional de Novos Direitos 
de Direitos da Personalidade, que neste ano realizar-se-ão concomitantemente promovendo a 
integração de discente, docente, pesquisadores e profissionais das mais diversas áreas do co-
nhecimento.
O evento se justifica, primeiramente, em razão da temática dos direitos da personalidade ser 
abordada de forma inédita pelo Mestrado em Ciências Jurídicas da Unicesumar, e, por propor-
cionar uma cooperação internacional através do amplo diálogo e aproximação entre pesquisa-
dores brasileiros e estrangeiros sobre as inovações normativas, institucionais, jurisprudenciais 
e as mais recentes literaturas na área.
Quanto ao alcance, o evento justifica-se por propiciar a difusão de conhecimento entre os 
pesquisadores, professores, mestrandos, doutorandos e estudantes da graduação. Além disso, o 
evento será aberto ao público e a toda a comunidade científica do Brasil e do exterior, que será 
convidada a participar com envio de artigos científicos, painéis, exposição de arte e minicursos.
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: UMA 
ANÁLISE DA EFICÁCIA DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS SOCIAIS NO DIREITO 
CONTEMPORÂNEO
PRIMEIRA 
EDIÇÃO
MARINGÁ – PR
2017
IDDM
EDITORA
Todos os Direitos Reservados à
Rua Joubert de Carvalho, 623 – Sala 804 
CEP 87013-200 – Maringá – PR
IDDM
EDITORA
A dignidade da pessoa humana: uma análise da eficácia 
dos direitos fundamentais sociais no direito contemporâneo. 
/ organizadores,
 Cleide Aparecida Gomes Rodrigues Fermentão, Ana Claudia Pirajá 
 Bandeira, Tatiana de Freitas Giovanini Mochi. 
– 1. ed. – Maringá, Pr: IDDM, 2017.
191 p.:il; color.
 Modo de Acesso: World Wide Web:
 <https://www.unicesumar.edu.br/category/mestrado/>
 ISBN: 978-85-66789-28-7
1. Dignidade da pessoa humana. 2. Direito do trabalho. 3. Crianças -
adolescentes 4. Licitação - fraude. 5. Direitos humanos. I. Título.
CDD 22.ed. 346.013
Rosimarizy Linaris Montanhano Astolphi –Bibliotecária CRB/9-1610
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
D575
Copright 2017 by IDDM Editora Educacional Ltda.
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Alessandro Severino Valler Zenni, Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5969499799398310
Prof. Dr. Alexandre Kehrig Veronese Aguiar, Professor Faculdade de Direito da Universidade de Brasília 
(UnB).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2645812441653704
Prof. Dr. Fabrício Veiga Costa, Professor da Pós-Graduação Stricto Sensu em Proteção em Direitos Funda-
mentais da Universidade de Itaúna. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7152642230889744
Prof. Dr. José Francisco Dias, Professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Toledo. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9950007997056231
Profª Drª Sônia Mari Shima Barroco, Professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0910185283511592
Profª Drª Viviane Coelho de Sellos-Knoerr , Coordenadora do Programa de Mestrado em Direito da 
Unicuritiba.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4609374374280294
http://lattes.cnpq.br/5969499799398310
http://lattes.cnpq.br/2645812441653704
http://lattes.cnpq.br/7152642230889744
http://lattes.cnpq.br/9950007997056231
http://lattes.cnpq.br/0910185283511592
http://lattes.cnpq.br/4609374374280294
6
PREFÁCIO 
Eventos, livros e artigos, podem, de uma ou de outra forma, ser autorreferência. Neste sen-
tido, inicia-se o presente prólogo dizendo que, observado em todos os seus aspectos, o presente 
livro materializa a autorreferência de um evento, do conjunto de capítulos que o totaliza, e da har-
monia da obra em si mesma. 
Resultado do III Congresso Internacional de Direitos de Personalidade, e do IV Congresso de 
Novos Direitos e Direitos da Personalidade, realizados conjuntamente pelo Programa de Pós-gra-
duação Stricto Sensu em Direito e pelo Curso de Direito do Centro Universitário de Maringá, duran-
te os dias 26, 27 e 28 de setembro de 2016, este livro corporifica a maturidade científico-jurídica 
dos autores dos trabalhos que foram apresentados perante o GT1 que se desenvolveu durante o 
evento, e cujo nome original dá título ao livro.
Neste sentido, importante dizer que o evento contou com o protagonismo de professores e 
profissionais, do Brasil e do exterior, que proferiram palestras relacionadas à temática dos Direitos 
da Personalidade, associada aos Novos Direitos, Minorias e Grupos Vulneráveis. Ademais, merece 
especial alusão a presença do público, formado por mais de mil e quinhentas pessoas que presti-
giaram todas as atividades promovidas no decorrer dos dias de sua realização. 
Em relação ao livro que ora se apresenta, transcendental subscrever que a atualidade dos 
Direitos da Personalidade e dos Novos Direitos está a exigir reflexões que dimensionem, de um 
lado, o papel do Estado, do Direito e da própria sociedade, e de outro, os mecanismos de defesa e 
garantia jurídica e extrajurídica, as políticas públicas e as ferramentas que estão disponíveis à sua 
concreção. 
Por isto, capital enaltecer que, as páginas que seguem, oferecem o mais moderno e aguçado 
pensamento científico sobre o tema, pois tanto acirram o debate acadêmico sobre pontos contro-
vertidos, como elucidam dúvidas, e provocam indagações que determinam a necessária continui-
dade da discussão jurídica sobre questões ainda carentes de consolidação pelo Direito pátrio.
Os organizadores da obra, outrora Coordenadores do Grupo de Trabalho que acolheu a apre-
sentação verbal das produções intelectuais aqui concentradas, fazem jus ao nosso particular aplau-
so, pois lograram reunir o resultado de pesquisas que percorreram, com maturidade acadêmico-
-científico, todas as particularidades de cada assunto que perfaz um a um dos capítulos do livro.
É deste modo que, na qualidade de Coordenadores do evento, cumpre-nos dizer que este 
livro não pode, sob qualquer hipótese, permanecer adormecido nas prateleiras de uma biblioteca. 
Tanto o seu conteúdo, como o trabalho científico que deu guarida à produção literária que se colo-
ca à disposição do leitor, conclamam que o mesmo circule pelo universo acadêmico, seja utilizado 
como ferramenta de consulta, e adotado como referência obrigatória nas pesquisas implementadas 
1 Grupo de Trabalho.
7
pela influência, ou inspiração, dos assuntos retratados nesta obra.
Finalmente, estendemos um efusivo e afetuoso agradecimento para todos os que colabora-
ram para o sucesso do III Congresso Internacional de Direitos de Personalidade, e do IV Congresso 
de Novos Direitos e Direitos da Personalidade. Aos Organizadores da obra, subscrevemos a grati-
dão pela diligência, tanto na Coordenação do GT, como no adensamento dos artigos. Aos autores 
de cada um dos capítulos, assinamos um portentoso parabéns pelo brilho de sua pesquisa, e pela 
plenitude de seu manuscrito.
José Eduardo de Miranda, Ph. D.
José Sebastião de Oliveira, Ph. D.
Valéria Silva Galdino Cardin, Ph. D.
SUMÁRIO
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: UMA ANÁLISE DA 
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS NO DIREITOCONTEMPORÂNEO
EDUCAÇÃO HOSPITALAR DIREITO FUNDAMENTAL SOCIAL ÀS CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES 
INTRODUÇÃO 13
1 DA PEDAGOGIA HOSPITALAR 15
2 DA CONDIÇÃO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE HOSPITALIZADO 18
3 DA EDUCAÇÃO SOCIAL 20
4 DA BASE LEGAL PARA A EDUCAÇÃO HOSPITALAR 21
CONCLUSÃO 24
REFERÊNCIAS 26
HOMO SACER LABORALIS: UMA CRIAÇÃO DO CAOS NO ÂMBITO LABORAL
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 30
2. GLOBALIZAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE 31
3. OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO NO TRABALHO HUMANO 32
4. O PROCESSO NIHILISTA E A CRIAÇÃO DO HOMO SACER LABORALIS 37
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 41
REFERÊNCIAS 42
LIBERDADE RELIGIOSA E DIREITO À AUTODERMINAÇÃO: ANÁLISE ACERCA 
DOS LIMITES À DOUTRINAÇÃO RELIGIOSA NO BRASIL
INTRODUÇÃO 44
1 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 45
3 DA LIBERDADE RELIGIOSA 49
4. DO PANORAMA ATUAL DA DOUTRINAÇÃO RELIGIOSA NO BRASIL 51
CONCLUSÃO 54
REFERÊNCIAS 55
SUMÁRIO
O ACESSO À INTERNET: UM NOVO DIREITO FUNDAMENTAL SOCIAL E SEU 
POTENCIAL PARA A EFETIVAÇÃO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NA 
CONTEMPORANEIDADE 
INTRODUÇÃO 57
1 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: CONCEITO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO 58
2 DAS NOVAS GERAÇÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS 60
3 DO ACESSO À INTERNET CONSIDERADO 
UM DIREITO FUNDAMENTAL PELA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) 62
4 DA CLÁUSULA DE ABERTURA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO FE-
DERAL DE 1988 63
5 DO ADVENTO DA INTERNET E DA SOCIEDADE EM REDE 63
6 DA EFICÁCIA DO ACESSO À INTERNET
E SUA UTILIZAÇÃO PARA A EFETIVAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA 66
CONCLUSÃO 69
REFERÊNCIAS 70
O ASSEDIO MORAL NAS RELAÇÕES CONJUGAIS: HUMILHAÇÃO E 
CONSTRANGIMENTO, VIOLAÇÃO À DIGNIDADE HUMANA
INTRODUÇÃO 73
1. O ASSÉDIO MORAL E A VIOLAÇÃO À DIGNIDADE HUMANA 74
3. A LEI MARIA DA PENHA E A PROTEÇÃO CONTRA O ASSÉDIO MORAL 83
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 86
REFERÊNCIAS 87
1 INTRODUÇÃO 89
2 DESENVOLVIMENTO 90
3 CONCLUSÃO 100
REFERÊNCIAS 101
SUMÁRIO
O DIREITO À MORADIA MINIMAMENTE DIGNA E A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA 
URBANA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES EM FACE DO ATUAL PARADIGMA LEGAL. 
INTRODUÇÃO 103
DIREITO À MORADIA E MÍNIMO EXISTENCIAL: 
O CONTEÚDO PARA UMA VIDA CONDIGNA. 105
ASSENTAMENTOS URBANOS INFORMAIS E DIREITO À MORADIA 
NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO BRASILEIRO: 
BREVES ANOTAÇÕES SOBRE O SURGIMENTO 
DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA. 108
A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DOS ASSENTOS URBANOS 
INFORMAIS, A MORADIA MINIMAMENTE DIGNA E O ATUAL PARADIGMA LEGAL 111
CONCLUSÃO 117
REFERÊNCIAS 118
O IMPACTO DA FLEXIBILIZAÇÃO NO DIREITO TRABALHISTA: UMA SÍNTESE 
DOS ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
INTRODUÇÃO 121
 DIREITO DO TRABALHO E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 122
TUTELA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE NO ÂMBITO DO TRABALHO 125
FLEXIBILIZAÇÃO 127
EFEITOS DA FLEXIBILIDADE NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS 128
CONSIDERAÇÕES FINAIS 130
REFERÊNCIAS 132
SUMÁRIO
A FRAUDE AO PROCESSO LICITATÓRIO TENDO EM VISTA O DIRECIONAMENTO 
DO OBJETO 
INTRODUÇÃO 134
 HISTÓRICO DA LICITAÇÃO 134
 CONCEITO DE LICITAÇÃO 135
 DOS PRINCÍPIOS DO PROCESSO LICITATÓRIO 136
 DAS FINALIDADES DO PROCESSO LICITATÓRIO 138
 DAS MODALIDADES DE FRAUDES EM PROCESSO LICITATÓRIO 139
 DAS OCORRÊNCIAS DE FRAUDES NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ NO ANO DE 2013 146
 ANÁLISE DO PREGÃO PRESENCIAL 214/2013 REALIZADO PELA PREFEITURA MUNICI-
PAL DE MARINGÁ 146
 CONCLUSÃO 148
 REFERÊNCIAS 149
PROBLEMÁTICA DO CONSENTIMENTO DOS MENORES DE 18 ANOS NOS 
DELITOS SEXUAIS
INTRODUÇÃO 152
1 MENORIDADE 153
2 CONSENTIMENTO E DISCERNIMENTO NOS CRIMES SEXUAIS 153
CONCLUSÃO 161
REFERÊNCIAS 161
SUMÁRIO
REMÉDIOS EXPERIMENTAIS: UMA ANÁLISE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
INTRODUÇÃO 164
1. A DIGNIDADE HUMANA ESTRUTURA E CONTEÚDO 165
2. O ESTADO E O GARANTISMO DA EXISTENCIA DIGNA: UM ASPECTO DO DIREITO À 
SAÚDE 168
3. O FIM DA EXISTENCIA HUMANA: MEDICAMENTOS EXPERIMENTAIS 170
CONCLUSÃO 173
REFERÊNCIAS 174
DA DELIMITAÇÃO DO DIREITO AO ESQUECIMENTO COMO CONDIÇÃO PARA A 
EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS À PRIVACIDADE E À INTIMIDADE 
EM FACE DAS LIBERDADES DE EXPRESSÃO E INFORMAÇÃO
INTRODUÇÃO 176
1 DOS AVANÇOS DEMOCRÁTICOS CONCRETIZADOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 
1988. 177
2 DESDOBRAMENTOS E LIMITAÇÕES DA LIBERDADE DE INFORMAÇÃO 178
3 DESDOBRAMENTOS E LIMITAÇÕES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO 180
4 DIREITOS À PRIVACIDADE, À INTIMIDADE, À HONRA E À IMAGEM COMO LIMITADO-
RES AO EXERCÍCIO DAS LIBERDADES DE INFORMAÇÃO E EXPRESSÃO 181
5 DO DIREITO AO ESQUECIMENTO 183
CONCLUSÃO 189
REFERÊNCIAS 190
13
EDUCAÇÃO HOSPITALAR DIREITO FUNDAMENTAL SOCIAL 
ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
Fernanda Moreira Benvenuto Moreira Simões
Graduada em Direito pela Faculdade Maringá (2006); Especialista em Responsabilidade Civil e Direito de Família 
pela Universidade Estadual de Londrina – UEL (2012); Mestre em Ciências Jurídicas pelo Centro de Ensino Superior 
de Maringá – Unicesumar (2014). Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Maringá – UEM (2016). 
Atuante e Gestora desde 2006 na 2ª Vara de Família, Sucessões e Acidente de Trabalho de Maringá-PR.Docente da 
Unicesumar. Endereço eletrônico: Fernanda_benvenuto@hotmail.com
Lenita Zayatz
Especializanda em Direito e Processo do Trabalho pela UNINTER – Centro Universitário Internacional. Graduada em 
Direito pela UniCesumar - Centro Universitário Cesumar (2015) e Advogada em Direito Civil e Direito do Trabalho. 
Endereço eletrônico: lenita_zayatz@hotmail.com
RESUMO: O texto constitucional de 1988 especifica que a educação é um direito fundamental social, sendo assim 
é base para a formação cidadã e elemento para a redução das desigualdades. Diante disso, surge ao Estado a 
responsabilidade de adotar políticas públicas que proporcionem o acesso educacional adequado, a todos. Diante deste 
quadro existem crianças e adolescentes, que por motivos de internação hospitalar, são afastados das aulas regulares 
e ficam impedidos de exercer o direito à escolarização, até que possuam condições de retornar aos bancos escolares. 
Como alternativa de oferecer aos jovens a continuidade dos estudos, em situações especiais e fora das instituições 
de ensino, emerge a educação hospitalar. Assim, as classes hospitalares são estímulo para que os jovens internados 
continuem a desenvolver a capacidade intelectual e, acima de tudo, percebam que estão inclusos no convívio social, 
mediante a interação com professores e jovens na mesma situação, fato este que auxilia na recuperação da saúde física 
e mental. Com vistas a garantir esta possibilidade, foram publicadas resoluções e portarias do Ministério da Educação, 
as quais possuem esta previsão legislativa. Contudo, a eficácia destas leis é frágil, isso porque é possível identificar 
que a maioria dos educadores, profissionais de saúde, juristas e das famílias dos hospitalizados, que estão em fase 
escolar, assim também os órgãos responsáveis pela fiscalização e execução das leis educacionais desconhecem o 
direito à educação hospitalar. Neste contexto, este estudo se justifica pelo desconhecimento sobre o tema, bem como 
do referencial bibliográfico, timidamente produzido pela Ciência Jurídica. Por meio da metodologia qualitativa, a partir 
da coleta e análise de dados em artigos científicos, leis vigentes na República Federativa do Brasil e publicações de 
secretarias da educação estaduais e municipais, busca-se corroborar com os debates e estudos que reconhecem o 
direito à educação em hospitais a crianças e adolescentes, a partir da legislação vigente e apresentada nesta pesquisa, 
como direito personalíssimo, o qual carece, com urgência da tutela do Estado. 
PALAVRAS-CHAVE: Direito Social; Estatuto da Criança e do Adolescente; Educação hospitalar. 
INTRODUÇÃO
Com a publicação da Constituição Federal de 1988, a educação brasileira ganhou marco que 
estabeleceu diretrizes, princípios e normas que a reconhecem como direito social, fundamental, 
assim como direito público subjetivo. 
Diante disso, é faculdade dos cidadãos exigirem a prestação do Estado para garantir o acesso 
ao ensino. 
Além de ser baseado no princípio da universalização da educação,o processo de escolariza-
ção necessita ser concluído sem interrupções, sob forma contínua.
Com vistas à efetivação deste direito, a Educação Hospitalar é alternativa legal e necessária, 
a fim de atender, mediante educação especializada, crianças e adolescentes que uma vez hospita-
14
lizados ficam privados de frequentar a escola. 
Sendo assim, a preocupação relativa à educação voltada aos jovens hospitalizados, em ida-
de escolar, é um segmento jurídico que advém da pesquisa da Educação Popular, Educação Não 
Formal e mais recentemente dos estudiosos da Pedagogia Social.
 Este tipo de ensino torna possível aos alunos-pacientes a devida igualdade de condições ao 
acesso ao conhecimento, e, principalmente, para que estes jovens, em fase escolar, possam man-
ter vínculos com a realidade fora do ambiente hospitalar e torná-los cidadãos inclusos na realidade 
sociocultural, a que estão inseridos.
Neste contexto, a ação pedagógica possui papel abrangente que vai além de ensinar, mas 
sim de resgatar a autoestima, muita vezes perdida, em função do desgaste emocional a que estão 
expostos as crianças e adolescentes internados.
 O processo educacional, que permite a formação de sujeitos críticos, está submetido às ad-
versidades das diferentes realidades que os alunos e alunas estão expostos. A luta pela garantia 
deste direito às crianças e adolescentes com doenças crônicas ou não, em estado de hospitali-
zação que se encontram isoladas do convívio social, destituídos da dignidade é um dos maiores 
objetivos da Educação Hospitalar.
No Brasil, a legislação reconhece por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), 
o direito de que jovens em fase escolar, que estejam adoentados e hospitalizados, desfrutem de 
alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo 
escolar durante a permanência no hospital.
Este reconhecimento na lei específica e infraconstitucional é um complemento aos dispositi-
vos da Constituição Federal de 1988 quando no artigo 6º estabelece que a educação é um direito 
social e nos artigos 226 e 227 quando asseguram à criança e ao adolescente, além de outros di-
reitos, o da educação. 
Nos artigos 226 e 227 do texto constitucional, o constituinte ainda determina os deveres que 
devem ser respeitados em relações a estes jovens por parte não só do Estado, mas de toda socie-
dade.
 Neste contexto, a Pedagogia Hospitalar, assim entendida nos dias atuais, é vista como re-
curso capaz de transmitir e levar o conhecimento. De forma que o local onde o aprendizado vai 
acontecer possa ser dos mais variados, como por exemplo, o próprio hospital, pois o que importa é 
dar continuidade ao aprendizado seja dentro ou fora do espaço escolar.
Neste sentido, além de ser necessária a formação específica de Pedagogos, entre outros 
professores da área de Licenciatura e de profissionais da saúde para atuar em ambientes hospi-
talares, importante se faz a disseminação da informação acerca do direito à educação hospitalar à 
sociedade, bem como políticas públicas que permitam o acesso àqueles que são os protagonistas 
a serem amparados pela tutela do Estado. 
Sendo assim, esta pesquisa se justifica pela necessária divulgação do direito supracitado das 
15
crianças e adolescentes, em fase escolar, de que devem usufruir do acesso à educação, ainda que 
hospitalizados. Assim como, contribuir com referencial teórico que corrobore com estudos, já exis-
tentes na área da Educação que, de forma tímida, avançam na ciência do Direito.
 A metodologia de pesquisa é baseada em referenciais bibliográficos que tratam sobre a 
Educação Especial em hospitais voltada a atender crianças e adolescentes em fase escolar, bem 
como estudos que reconhecem esse direito e que apresentam dados de instituições e governos 
que implementaram as classes hospitalares. 
 Para atingir os objetivos propostos e para que fique claro o papel dos coadjuvantes neste 
processo, ou seja, a sociedade, os profissionais da saúde, da educação, juristas e do Estado, 
pessoas estas que são os responsáveis por ações concretas que possam garantir a inclusão edu-
cacional das crianças e adolescentes hospitalizados, serão apresentados definições e referencial 
histórico sobre a Pedagogia Hospitalar, da condição destes, enquanto internados e da base legal 
que ampara este direito. 
 O objetivo geral, portanto, é o de apresentar as condições das crianças e adolescentes 
hospitalizados, seja no que se refere à condição psíquica, quanto a social e também, esclarecer 
e expor as legislações que tutelam o direito à educação hospitalar, de forma que tornam dignos e 
reconhecem o acesso destes jovens à educação de forma continuada, ainda que impossibilitados 
de frequentar à escola, como é o caso dos internados.
1 DA PEDAGOGIA HOSPITALAR
Eneida Simões da Fonseca esclarece que a Pedagogia Hospitalar é um termo abrangente, 
por vezes, confuso, posto que em algumas referências delimita-se a atuação do pedagogo vincula-
do a uma série de atividades que em partes não seriam atribuições desta profissão.1
Segundo esta mesma autora o ensino de crianças e adolescentes hospitalizados é reconhe-
cido como modalidade de Educação Especial e dentre as espécies desta última estão as Classes 
Hospitalares, que com base em dados do Ministério da Educação, trata-se do atendimento pe-
dagógico educacional de alunos que estão em tratamento, em decorrência de enfermidades, em 
hospitais. 
Eneida Simões da Fonseca afirma ainda que essa classe não deve ser observada como uma 
sala de aula comum, mas sim como um atendimento pedagógico especializado, o qual atende 
crianças e adolescentes internados em enfermarias pediátricas ou em ambulatórios de especiais, 
de forma que seja entendido como um ambiente diferenciado, com condição acolhedora, estímulos 
visuais, brinquedos e jogos, com objetivo de trazer alegria e ser aconchegante.2
Para José Carlos Libâneo a educação deve estar vigente em ambientes que vão além da es-
cola, ou seja, nos diversos contextos e espaços sociais, de forma que os conhecimentos do peda-
1 FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens hospitalizados: 
realidade nacional. Brasília, DF: INEP,1999. p.28.
2 Ibid., p.28.
16
gogo ou entre outros professores de licenciatura são imprescindíveis, sejam estes conhecimentos 
de cunho teórico ou prático. Partindo desta linha de pensamento José Carlos Libâneo destaca: 
“(...) em todo lugar onde houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma 
pedagogia”.3
 Compreende-se, portanto, que o marco histórico para a atuação pedagógica em hospitais 
é o de 1935, na França. Época em que Henri Sellier inaugurou uma escola para crianças inadap-
tadas, mais tarde este trabalho foi expandido, por seguidores, para Alemanha, outros países da 
Europa e Estados Unidos. O objetivo era o de atender crianças infectadas pela tuberculose, que 
por ser doença de alto poder de contágio e comum naquela época, afastava as crianças da escola. 
Outro fator motivador para criação desta assistência ocorreu em virtude das crianças afetadas na 
Segunda Guerra Mundial, desenrolada em território francês, que impossibilitou que muitas destas 
pudessem frequentar a escola. Esta situação incentivou educadores e médicos a contribuírem na 
recuperação desses jovens, como é o caso do Brasil que já no período colonial, na cidade de São 
Paulo, mantinha o hospital Santa Casa de Misericórdia, que possuía um setor cujo atendimento era 
voltado à pessoa deficiente, em idade escolar.4
Na pesquisa realizada por Eneida Simões da Fonseca, acerca do atendimento pedagógico a 
crianças e adolescentes em hospitais, esta destaca que a pedagogia aplicada ao âmbito hospitalar 
teve início em 1950, no hospital Bom Jesus, no Rio de Janeiro, época em que foi instalada a pri-
meira classe hospitalar. Somente em 1994 é que tal modalidade foi devidamente reconhecida pelo 
Ministério da Educação e do Desporto – MEC, por meio da Política da EducaçãoEspecial.5
A classe hospitalar, portanto, de acordo com Kátia Regina Moreno Caiado, refere-se a um 
espaço em que o professor serve como ponte entre o hospital e a escola. No Brasil, esta visão 
humanística vem sendo ampliada, por meio de ações na área da saúde como o Programa Nacio-
nal de Humanização no Atendimento Hospitalar (PNHAH), que foi criado com vistas a resgatar a 
importância dos aspectos humanos, fato que vai além do crivo científico e biomédico, o qual tem 
como norte o foco na doença e não no próprio doente, de forma específica.6
Ainda tratando das pesquisas realizadas por Eneida Simões da Fonseca, acerca do atendi-
mento pedagógico-educacional oferecido por classes hospitalares, esta identificou que dentre as 
que estão distribuídas no país 62,5% delas, são desenvolvidas em salas exclusivas cedidas pelo 
hospital, geralmente são salas adaptadas que servem como uma escola hospitalar. 
Segundo esta autora dentre as classes hospitalares encontradas no país, à época da pesqui-
sa, três destas contam também com sala de secretaria e duas outras possuem sala para depósito 
de materiais diversos que são utilizados pelos professores. As demais classes hospitalares (37,5%) 
têm as atividades pedagógico-educacionais realizadas, exclusivamente, nas próprias enfermarias 
3 LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas. Educar em Revista, n. 17, Curitiba: 
UFPR, 2001. p. 116.
4 CAIADO, Katia Regina Moreno. O Trabalho Pedagógico no Ambiente Hospitalar: um espaço em construção. 
In: Maria Luísa Sprovieri Ribeiro; Roseli Cecília Rocha de Carvalho Baumel. (Org). Educação Especial: do querer ao 
fazer. 1 ed. São Paulo: Avercamp, 2003. pg. 50
5 FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens hospitalizados: 
realidade nacional. Brasília, DF: INEP,1999. p.28.
6 Op. cit., 2003. pg. 53.
17
(junto aos leitos das crianças e adolescentes). Eneida Simões da Fonseca destaca que a indispo-
nibilidade de espaços próprios, ou seja, escola hospitalares para o fim de caráter pedagógico-edu-
cacional não invalida àquele atendimento junto ao leito para as crianças que assim o necessitarem, 
como é o caso de internados em isolamento imunoprotetor ou em unidades de intensivismo pediá-
trico, por exemplo. 7
Elizete Lúcia Moreira Matos, pesquisadora na arte prática e também, da teoria da pedagogia 
hospitalar, observa que esta especialidade tem como proposta continuar com as atividades esco-
lares das crianças e adolescentes, que ficam internados por longos períodos. Assim, as classes 
hospitalares são bem vindas, uma vez que buscam recuperar a interação social dos adolescentes 
e crianças por meio de inclusão e também dar continuidade à aprendizagem. Esta pesquisadora 
reconhece que as classes hospitalares são alternativas ao processo educativo, de forma que é 
uma proposta de novos desafios e possibilidades de construção de conhecimentos e atitudes, aos 
educadores.8 
Elizete Lúcia Moreira Matos ainda destaca, em estudo realizado junto à Margarida Teixeira 
de Freitas Muggiati, a importância de restabelecer o equilíbrio emocional e afetivo das crianças e 
adolescentes hospitalizados. De acordo com as pesquisadoras, os professores, uma vez inseridos 
na equipe hospitalar, tem o papel de atender aspectos de natureza psicológica, social e de ensino 
do enfermo. Neste sentido, a Pedagogia Hospitalar, por exemplo, possui papel fundamental de 
auxílio à equipe de saúde, pois a partir das atividades escolares colabora para o fortalecimento da 
auto-estima, do ânimo do internado, o que é essencial não só para o aproveitamento e continuidade 
dos estudos, mas também para a melhora do paciente.9
Eneida Simões da Fonseca, nos estudos que realizou, enfatiza para a preocupação quanto à 
clientela atendida nas classes hospitalares pesquisada. Isso porque a idade máxima a que frequen-
tava as classes hospitalares é de 18 anos. Sendo que a maioria dos internados e que recebem o 
atendimento em classes hospitalares eram doentes oncológicos e a grande maioria dos professo-
res que atuavam na educação hospitalar possuíam até 5 anos de experiência, nesta modalidade 
de ensino e apenas 50% destes mantinham contato direto com a instituição do qual o aluno fazia 
parte.10
Embora trate-se de um estudo da área da Educação, a pesquisa de Eneida Simões da Fonse-
ca revela que é perceptível que muitos hospitais não reconheçam que os jovens acima dos 18 anos 
sejam dignos do atendimento escolar. Isso fere, sobremaneira o que dispõe o art.2º do Estatuto 
da Criança do Adolescente (ECA), que também pode reconhecer como sendo aplicável a referida 
norma a jovens entre 18 e 21 anos. 
7 Op.cit., 1999. p. 10 – 11.
8 MATOS, Elizete Lúcia Moreira. Pedagogia Hospitalar: Uma possibilidade a mais. Revista eletrônica: Facinter, 
2007. 
9 MATOS, Elizete Lúcia Moreira; MUGGIATI, Margarida M. Teixeira de Freitas. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: 
Champagnat, 2001. p.38.
10 FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens hospitalizados: 
realidade nacional. Brasília, DF: INEP,1999. p.29.
18
2 DA CONDIÇÃO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE HOSPITALI-
ZADO
A hospitalização, por vezes, significa um evento traumático para qualquer pessoa. Neste mo-
mento o indivíduo internado tem a identidade afetada por ingressar em um novo espaço, distinto 
do ambiente da casa, do trabalho, da escola e passa a responder aos procedimentos médicos, os 
quais, em muitos casos podem afetá-lo física e/ou psiquicamente.
Diana Kian Manzano e Maria Cristina Carioca de Lima, em estudo acerca da situação psicoló-
gica do hospitalizado, relatam que com o objetivo de tratar os enfermos com disciplina e cientificida-
de a Medicina reconhece o internado pela doença e passa a identificá-lo por números e este por sua 
vez, quando veste-se como os demais internos entende-se como, simplesmente, um “paciente”.11
Flávia Tanes Cardoso esclarece que para a criança, a doença é um acontecimento inespera-
do e indesejável, uma vez que os costumes da infância tornam-se distantes, em decorrência das 
restrições que, tanto a doença quanto o tratamento, impõem.12
Além disso, Flávia Tanes Cardoso, no mesmo estudo esclarece ainda que a criança ou ado-
lescente hospitalizado pode isolar-se, ter redimentos escolares prejudicados e não desejar mais 
freqüentar a aula.
Consequência de tal fato é a incidência de depressão infantil, a qual no ambiente hospitalar 
é alta. Com efeito, tanto as crianças quanto os adolescentes com sintomas depressivos, em vir-
tude da hospitalização, devem ser tratados com intervenções preventivas, cujo objetivo maior é o 
de minimizar as consequências que são provenientes desta doença. Neste sentido, a informação 
acerca dos direitos das crianças e adolescentes, por estas e por suas famílias, pode aliviar alguns 
dos sentimentos de impotência que tipicamente estas experimentam.13
Assim, é importante que hospitais, que fornecem serviços de pediatria, tenham uma política 
hospitalar ampla sobre os direitos e responsabilidades dos pacientes e seus familiares, inclusive no 
que compete ao acompanhamento de um adulto à criança ou adolescente hospitalizado.14
Neste sentido, a classe hospitalar é uma estratégia para recuperar a socialização das crian-
ças e adolescentes por meio do processo de inclusão, com vistas à continuidade e a aprendizagem. 
Independentemente do período da permanência no hospital, é crível que estes jovens têm necessi-
dades educativas e direitos de cidadania nas quais se incluem a escolarização.15
Deste modo, identifica-se a importância em estruturar o tempo de uma criança ou adolescen-
te dentro do ambiente hospitalar. Isso quando estes não estão hospitalizados, especialmente nos 
11 MANZANO, Diana Kian.; LIMA, Maria Cristina Carioca. A relação do psicólogo com a criança hospitalizada 
sob um olha winnicottiano [Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de 
Graduação em Psicologia]. São Paulo: Universidade São Marcos;2005.
12 CARDOSO, Flávia Tanes. Câncer infantil: aspectos emocionais e atuação do psicólogo. Rev. SBPH, Rio de 
Janeiro, v. 10, n. 1, jun. 2007.
13 OLIVEIRA, Gislene Farias de; DANTAS, Francisco Danilson Cruz; FONSECA, Patrícia Nunes da. O impacto 
da hospitalização em crianças de 1 a 5 anos de idade. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, dez. 2004.
14 Ibid., v.7, n.2, dez.2004.
15 MENÇA, Viviane Bayer; SOUSA, Sandra Sales Paula Silva. A criança e o processo de hospitalização: os 
desafios promovidos pela situação da doença. Rev. PSICODOM, Curitiba, Ed. 11. 2013. p.5. 
19
anos em que freqüentam a escola possui uma rotina específica com horários para comer, dormir, 
ir à aula, brincar, etc., com a internação esta estrutura é desestabilizada. A permanência dos pais 
junto às crianças ou adolescentes neste momento é extremamente importante. E no Brasil, a preo-
cupação com o acompanhamento dos pais junto aos internados só veio a tornar-se efetiva após a 
promulgação da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Essa lei regulamenta o Estatuto da Criança e 
do Adolescente (ECA) e dispõe no art.12 que os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão 
proporcionar condições para que no tempo em que a criança e adolescente estejam internados, a 
permanência dos pais ou responsáveis.16
Diante disso, foi por meio da descoberta da etiologia de algumas doenças, que a Medicina 
passou então a exercer influência sobre as famílias, de forma que os conselhos repassados aos 
membros familiares, por meio das equipes de saúde, chegavam a modificar o comportamento des-
ta. Desta forma, tanto a Medicina quanto o Estado uniram-se, pois esta última legitima as práticas, 
com vistas a atingir as crianças e a manter a ordem social, já a segunda deve buscar estratégias 
de forma a cumprir a lei. A atenção merecida a também a família do hospitalizado para que assim 
seja acolhida e informada dos seus direitos data de um processo longíquo que começou a ocorrer 
a partir do século XVIII, em que os médicos higienistas, por meio de uma política higiênica (focada 
na redução da mortalidade e nas precárias condições de saúde dos adultos) e da ideia de que as 
famílias não sabiam se cuidar provocou revolução nos costumes familiares por meio de educação 
física, moral, intelectual e sexual baseada numa mudança radical de hábitos.17
Eliane Rolim de Holanda e Neusa Collet em estudo realizado acerca das dificuldades da 
criança hospitalizada relatam que dentre as limitações estão: 
a) limitações físicas da criança à escolarização impostas pela doença crônica;
b) limitações emocionais da criança à escolarização impostas pela doença crônica;
c) limitações à escolarização impostas pelas prolongadas e frequentes internações;
d) limitações à escolarização impostas pela auto-imagem prejudicada da criança.18
Ainda, Eliana Rolim de Holanda e Neusa Collet destacam que na pesquisa realizada foi re-
velado que as famílias das crianças e adolescentes, hospitalizados, demonstraram preocupação 
com auto-imagem, uma vez que a percebem como modificada. As crianças e adolescentes hospi-
talizados querem ser vistos como pessoas normais, de forma que comentários acerca da aparência 
física os desagradam, situação que se torna nociva e estes se vêem, socialmente, desvalorizados. 
Segundo estas autoras, diante de tais situações complexidades, é necessário que a equipe multi-
profissional conheça tais dificuldades e as incorpore no plano de cuidados. Isso para que o período 
de hospitalização possa ser transformado em tempo de adquirir aprendizado e aquisição de novos 
significados.19
Percebe-se que os diretores de hospitais, sejam eles públicos ou privados, além de cumpri-
16 Op.cit., 2004.
17 CARDOSO, Flávia Tanes. Câncer infantil: aspectos emocionais e atuação do psicólogo. Rev. SBPH, Rio de 
Janeiro, v. 10, n. 1, jun. 2007.
18 HOLANDA, Eliane Rolim de; COLLET, Neusa. As dificuldades da escolarização da criança com doença 
crônica no contexto hospitalar. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 45, n. 2, 2011. p. 381-389.
19 Ibid., p.389.
20
rem o desafio de tornar o ambiente hospitalar um local humanístico e desempenhar a função social 
que possuem, têm a obrigatoriedade de executar a normativa específica referente ao setor da saú-
de e também àquelas que se referem aos direitos específicos da criança e do adolescente. 
3 DA EDUCAÇÃO SOCIAL
A educação é inerente à natureza humana, a qual é capaz de instrumentalizar o sujeito com 
conhecimentos de ordem científica, histórica, política, moral e sensível de forma que esses pros-
pectos constituam a cultura do sujeito. Sendo assim, a educação precisa orientar e capacitar as 
pessoas para um mundo solidário e justo, com o objetivo de respeitar os direitos coletivos e indivi-
duais. Assim, educação social é parte complementar da educação escolar e, portanto, visa atender 
a população que vive à margem dos sistemas oficiais.20
Fátima Correa e colaboradores definem a Educação Social como aquela que está enqua-
drada no âmbito das ciências da educação, inserida pela Pedagogia Social e desenvolve-se pela 
diversidade de categorias profissionais e de perfis de competências e áreas disciplinares.
Neste sentido, os autores esclarecem que os professores de licenciatura, os quais se dedicam 
ao ensino voltado à Educação Social, recebem a identidade profissional que evidencia o compro-
misso educativo do seu trabalho social, o qual supera lógicas de ação assistencialistas e se centra 
em lógicas de desenvolvimento e capacitação dos sujeitos. Por outro lado, o exercício profissional 
da Educação Social requer dos profissionais:
(...) uma formação rigorosa, inicial e contínua, de forma a incorporar novos saberes 
e posturas para se adaptar a novos desafios e realidades. A educação social deve 
ser capaz de acompanhar as políticas sociais, participando permanentemente na 
negociação do contrato social.21
Em termos jurídicos pode-se dizer que a Educação Social foi impulsionada por três marcos, a 
saber: Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada em 1948, que proclama a igualdade 
de todos os cidadãos; a Declaração dos Direitos da Criança, que consagra a responsabilidade dos 
Estados e da sociedade no futuro das crianças e jovens e assegura nomeadamente o direito da 
igualdade, à educação e a crescer num ambiente de afeto e segurança; e a Convenção dos Direitos 
da Criança, que completa a Declaração dos Direitos da Criança, reforçando a responsabilidade do 
Estado na proteção de crianças privadas de um adequado ambiente familiar.22
Desde os anos 60 a 70, associações civis, sem fins lucrativos, provenientes das igrejas, par-
20 MÜLLER, Veronica Regina; MOURA, Fabiana; NATALI, Paula Marçal; SOUZA, Cleia; TEIXEIRA, Renata de. 
A formação do profissional da educação social: espectros da realidade. Anais do XVIII Seminário Internacional de 
Formação de Professores para o MERCOSUL/CONE SUL. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis 
– Santa Catarina, 2010. Disponível em: < http://seminarioformprof.ufsc.br/files/2010/12/M%C3%9CLLER-
Ver%C3%B4nica-Regina3.pdf> Acesso em: 05 set.2016.
21 DELGADO, Paulo; COREIA, Fátima; MARTINS, Teresa; AZEVEDO, Silvia. A educação social em Portugal: 
novos desafios para a identidade profissional. Interfaces Científicas - Educação, v. 3, n. 1, p. 113-124, out. 2014. 
ISSN 2316-3828. Disponível em: <https://periodicos.set.edu.br/index.php/educacao/article/view/1627>. Acesso em: 
05 Set. 2016. 
22 DÍAZ, Andrés Soriano. Uma aproximação à Pedagogia-Educação Social. Revista Lusófona de Educação. 7, 
2006, p.91- 104.
http://seminarioformprof.ufsc.br/files/2010/12/M%C3%9CLLER-Ver%C3%B4nica-Regina3.pdf
http://seminarioformprof.ufsc.br/files/2010/12/M%C3%9CLLER-Ver%C3%B4nica-Regina3.pdf
https://periodicos.set.edu.br/index.php/educacao/article/view/1627
21
tidos políticos e universidades, realizavam um trabalho social junto às populações menos favoreci-
das, principalmente no que diz respeito à educação e aos direitos humanos. Mas é entre as déca-
dasde 80 e 90 que a educação no Brasil ganha relevância, devido ao esgotamento do Estado de 
Bem Estar social, a partir da crise do petróleo, da alteração no processo de acumulação do capital. 
23 
A Educação Social parte de política compensatória, que têm objetivo de incluir indivíduos na 
sociedade e minimizar as tensões e desigualdades sociais.
4 DA BASE LEGAL PARA A EDUCAÇÃO HOSPITALAR
A partir da vigência da Constituição de 1988, o direito à educação é tido como situação jurídi-
co-social considerada como direito social fundamental, normativa expressa no art. 6º. No entanto, 
recebe também, dimensão política, pedagógica e ética, em que não só o Estado, mas a família e a 
sociedade possuem o dever de promovê-la e incentivá-la, com bases em objetivos descritos no art. 
205 da Carta Constitucional:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incen-
tivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pes-
soa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.24
Em 1994 o Brasil publicou o documento Política Nacional de Educação Especial, pautado no 
paradigma integracionista, o qual possui como foco o modelo clínico de deficiência, atribuindo às 
características físicas, intelectuais ou sensoriais dos estudantes, um caráter incapacitante que é 
tido como impeditivo à inclusão educacional e social. Esse documento definiu entre as modalidades 
de atendimento em educação especial no Brasil, as classes hospitalares.25
Deise Borba Biscaro corrobora com tal entendimento, posto que em estudos acerca da edu-
cação hospitalar, declarou que no Brasil, a legislação voltada a crianças e adolescentes hospitali-
zados foi criada na década de 90. Até então, as chamadas “classes hospitalares” eram regidas pela 
Constituição Federal de 1988 e pela LDB 9.394/96, baseada na idéia de que educação é direito de 
todos. A pesquisadora esclarece que o Estatuto da Criança e do Adolescente, ampliou este direito 
e fortalece como norma específica a garantia do direito à educação a crianças e adolescentes, em 
qualquer circunstância, por meio da Resolução nº 41 de 13/10/1995, que dispõe no art.9: “Direito 
de desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para a saúde”.26
Referente ao assunto o MEC publicou em 2002 o documento intitulado Classe Hospitalar e 
Atendimento Pedagógico Domiciliar, que esclarece que:
23 CARVALHO, Josué de Oliveira; CARVALHO, Lindalva. A educação social no Brasil: contribuições para o debate. In: I 
CONGRESSO INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA SOCIAL, 1., 2006, USP. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.
br/scielo.php? > Acess em: 05 set. 2016.
24 JOAQUIM, Nelson. Direito à educação à luz do Direito Educacional. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, 
n.111, abr., 2016. Disponível em:<http://www.ambito-juridico.com.br/site> Acesso em: 01 ago.2016.
25 BRASIL, Ministério da Educação. Orientações para implementação da política de educação especial na 
perspectiva da educação inclusiva, 2015. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 02 Ago.2016.
26 BISCARO, Deise Borba. Pedagogia hospitalar e suas bases legais. Acervo Instituto Paradigma. 2008. 
Disponível em: <http://www.iparadigma.com.br/bibliotecavirtual/items/show/147>. Acesso em: 10 ago.2016.
http://www.ambito-juridico.com.br/site
http://www.iparadigma.com.br/bibliotecavirtual/items/show/147
22
O alunado das classes hospitalares é aquele composto por educandos cuja condição 
clínica ou cujas exigências de cuidado em saúde interferem na permanência escolar 
ou nas condições de construção do conhecimento ou, ainda, que impedem a fre-
quência escolar, temporária ou permanente.27
Jucélia Brasil Gomes de Oliveira, explica que para contemplar os estudantes em tais condi-
ções, é fundamental que Educação, Saúde e Ação Social estejam juntas, com vistas a alternativas 
que viabilizem a continuidade dos estudos das crianças e adolescentes hospitalizados, até que 
possam retornar à escola. Conforme a pesquisadora explora, neste documento do MEC há orien-
tações e determinações que ajudam na organização do serviço. Orientações estas que dizem res-
peito a determinações que auxiliam na organização do serviço de ordem pedagógica e estrutural.28
A Lei nº 13.005/2014, que institui o Plano Nacional de Educação – PNE, no inciso III, parágrafo 
1º, do artigo 8º, ancorada nas deliberações da Conferência Nacional de Educação – CONAE/2010, 
determina que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios garantam o atendimento às necessi-
dades específicas na educação especial assegurado o sistema educacional inclusivo em todos os 
níveis, etapas e modalidades. De forma que no campo da educação especial as especificações, o 
uso de classificações, categorizações devem ser contextualizados e não esgotar-se a uma defini-
ção que limite ao quadro de deficiência, transtorno, distúrbio, síndrome ou aptidão.29
Eneida Simões da Fonseca esclarece que no âmbito de nossa legislação a Resolução 02 de 
2001 propõe as diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica, bem como o 
documento Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar e, mais recentemente, a Reso-
lução 4 de 2001, que estabelece o direcionamento operacional para o serviço educacional especia-
lizado na educação básica, modalidade educação especial. 
Segundo a estudiosa, Eneida Simões da Fonseca, implantar uma classe hospitalar requer 
ações intersetoriais planejadas entre as Secretarias de Educação e Secretarias de Saúde. Neste 
contexto, cabe às Secretarias de Educação do Estado, quanto do Município normatizar ações, com 
vistas a disponibilizar professores para serviços em espaços não escolares como os hospitais, por 
exemplo, para atender a demanda de estudantes que se encontram impossibilitados de freqüentar 
a escola por motivos de doença.30
Apesar de um número pequeno, as classes hospitalares são realidade no Brasil. Em estudo 
realizado, acerca da ação pedagógica em hospitais pediátricos, Silvana Aparecida Siena Silva e 
Renata Andrea Fernandes Fantacini em 2009 já havia 31 classes hospitalares na capital paulista 
e 19 no interior do estado, juntas viabilizam 500 atendimentos mensais, atendidos por professores 
da rede estadual de ensino.31
27 MEC/SEESP, 2002. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/livro9.pdf>. Acesso em: 01 Ago.2016.
28 OLIVEIRA, Jucélia Brasil Gomes de. Classe hospitalar: um espaço de construção do conhecimento e 
inclusão da pessoa hospitalizada. Anais do VI Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”. Disponível 
em: <http://educonse.com.br/2012>. Acesso em: 01 Ago.2016.
29 BRASIL, Ministério da Educação. Orientações para implementação da política de educação especial na 
perspectiva da educação inclusiva, 2015. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 02 Ago.2016.
30 SIMÕES, Eneida Simões da. Classe hospitalar e atendimento escolar domiciliar: direito de crianças e 
adolescentes doentes. Revista Educação e Políticas em Debate – v. 4, n.1 – jan./jul, 2015. ISSN 2238-8346. p.15.
31 SILVA, Silvana Aparecida Siena; FANTACINI, Renata Andrea Fernandes. Pedagogia Hospitalar: a ação 
pedagógica em hospitais pediátricos. Educação, Batatais, v. 3, n. 1, p. 31-52, junho, 2013. p.38-39. 
23
Dados do Censo Escolar de 2006, realizado pelo Ministério da Educação em parceria ao Ins-
tituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira INEP revelaram 279 classes 
hospitalares, públicas, no Brasil, destas 160 são estaduais e 119 municipais. Esse resultado apon-
ta que este atendimento pedagógico necessita ser ampliado, de forma que as políticas públicas 
necessitam ser analisadas. O direito das crianças e adolescentes hospitalizados possui direito à 
educação que também é fortalecidopelo Decreto-Lei 1044/69, que dispõe:
Os alunos que se encaixam na condição daqueles que necessitam de tratamento es-
pecial, tem direito a exercícios domiciliares, com acompanhamento da escola, sem-
pre que compatíveis com seu estado de saúde e condições do estabelecimento.32 
No Estado do Paraná, com vistas a atender a disseminação da participação pública em prol 
da educação hospitalar, em 2007, por meio da Secretaria da Educação foi adotado o SAREH (Ser-
viço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar), que é uma política de inclusão educacio-
nal, cujo objetivo é a continuidade do processo educativo formal em ambiente diferenciado da sala 
de aula. Este Programa assegura às crianças e adolescentes o cumprimento da universalização da 
educação e também os preceitos constitucionais da educação como direito social e dever do Esta-
do, por meio de ações pedagógicas que levem à inclusão dos hospitalizados à vida escolar e social 
e evitar a evasão escolar desencadeada pelos entraves das situações de tratamento de saúde.33
Neste sentido, em 1994, a Declaração de Salamanca definiu o conceito de necessidades 
educacionais especiais, que passa a ser amplamente disseminado a partir dessa Declaração, res-
salta a necessidade de interação das características individuais dos estudantes com o ambiente 
educacional e social. No entanto, mesmo com uma perspectiva conceitual que aponte para a orga-
nização de sistemas educacionais inclusivos, que garanta o acesso de todos os estudantes e os 
apoios necessários para a participação e aprendizagem, as políticas desenvolvidas pelos sistemas 
de ensino, ainda não alcançam o objetivo almejado.34
Assim, de modo geral o amparo legal à educação hospitalar são os que legitimam o ensino 
aos educandos, de forma a garantir o princípio da universalização, por meio da:
- Constituição Federal/88, art.205; 
- Decreto Lei n.1044/69, art. 1º, que dispõe sobre tratamento excepcional para alu-
nos portadores de afecções;
- Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
- Resolução n. 41/95 (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do 
Adolescente);
32 FREIRE, Luciane Soraia Carmo dos Santos, MIRANDA, Vanúbia Almeida de, OLIVEIRA, Katiania Barbosa 
de et al. Pedagogia Hospitalar: acompanhamento pedagógico em ambiente não escolar junto ao grupo de apoio a 
criança com câncer - GACC. In: Congresso Internacional de Pedagogia Social, 4., 2012. São Paulo. Associação 
Brasileira de Educadores Sociais. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=MSC0000000092012000200001&lng=en&nrm=abn>. Acesso em: 15 Ago. 2016.p.7-8.
33 SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Dia da educação. Disponível em:
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=68>Acesso em: 20 
Ago.2016.
34 BRASIL, Ministério da Educação. Orientações para implementação da política de educação especial na 
perspectiva da educação inclusiva - 2015. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 02 Ago.2016.
24
- Lei n. 9.394/96 (Diretrizes e Bases da Educação);
- Deliberação n.02/03 – CEE (Normas para Educação Especial);
- Resolução n.02/01 – CNE/CEB (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na 
Educação Básica)35
Apesar das numerosas leis, bem como a importância da educação às crianças e adolescentes 
hospitalizadas Luciane Soraia Carmo dos Santos Freire e demais pesquisadores notaram, me-
diante estudos, que este direito não é esclarecido para as comunidades, secretaria de educação e 
saúde. O documento Decreto-Lei 1044/69, neste sentido, tem o objetivo de incentivar a criação do 
atendimento pedagógico em ambiente hospitalar e domiciliar e para que haja efetividade das leis 
cabe às classes hospitalares elaborar estratégias para o ensino-aprendizagem, de forma que não 
haja lacunas no retorno dos jovens à escola.36 
Válido ressaltar que devido à insuficiência de teorias e estudos em território brasileiro, tanto 
na área educacional, quanto na área de Saúde, bem como o desconhecimento desta modalidade 
de atendimento que tem como objetivo, não só o de viabilizar a continuidade da escolaridade, mas 
também o de integralizar a atenção de saúde e potencializar o tratamento e o cuidado prestados 
aos jovens é necessário um levantamento nacional da oferta de atendimento de classes hospi-
talares pelos hospitais brasileiros. Isso para que se torna possível analisar a forma como são as 
classes são gerenciadas, para assim desenvolver técnicas e prover melhorias na eficácia na apli-
cabilidade das leis.37
Acima de todos estes critérios e leis infraconstitucionais o que se busca é o cumprimento da 
lei maior, a qual não garante à educação patamar primordial entre as medidas sociais, mas tam-
bém torna direito de todos e dever da sociedade e ao Estado em garanti-la, conforme disposto no 
art. 205 e 207, da Constituição Federal de 1988. Como bem se nota a Constituição não é taxativa 
quanto ao direito a educação de forma universal, uma vez que está distribuída por toda o texto essa 
obrigatoriedade.
CONCLUSÃO 
Diante do contexto abordado é possível identificar que o direito à educação é um tema inter-
disciplinar, que avança em diferentes ramos da ciência, presente não só no Direito Constitucional, 
Direito da criança e do adolescente, Direito Civil, como também agrega a Pedagogia, Filosofia, So-
ciologia, Ética, Moral, Religião, História. Além, disso, os que atuam na área educacional percebem 
que a Educação deve ser cultivada e protegida pelo Direito.
Neste sentido, a concepção de ensino foi ampliada, uma vez que a responsabilidade social 
com a Educação é dever não só da escola, mas de toda a sociedade.
35 SMYK, Daniele; KAYAL, Maria Lucia Proença. Educação hospitalar: direito inclusivo. Municipal de Pinhais. 
Disponível em: <http://www.pinhais.pr.gov.br> Acesso em: 20 Ago.2016.
36 Ibid., p.8.
37 FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens hospitalizados: 
realidade nacional. Brasília, DF: INEP,1999. p.7.
25
Esta concepção, porém sempre exigiu a intervenção estatal, no entanto, não é possível iden-
tificar na História, um marco que sancione o Estado Brasileiro por não cumprir o que lhe é de dever 
social, conforme determinado por via dos precedentes constitucionais. Com base nisso é justi-
ficável, primeiramente, ao tratar sobre o direito à educação hospitalar, enfatizar esforços para estu-
dos que possuem relação entre a Educação e a ciência do Direito.
Todavia, embora existam várias produções acadêmicas sobre estas temáticas, nos cursos de 
Pedagogia e licenciaturas no Brasil, ainda são incipientes na área jurídica.
O segundo ponto a que deve ser levado em consideração é que a hospitalização afasta o 
indivíduo do convívio social e exige dos pacientes mudanças abruptas do cotidiano e condições 
psíquicas. 
Desta forma, a continuidade educacional ainda que em hospitais, é questão que constitucional 
e garante às crianças e adolescentes o reconhecimento de sujeitos de direito e, portanto, dotados 
de dignidade personalíssima.
Muito embora a legislação brasileira expresse que o atendimento pedagógico-educacional du-
rante a internação, seja um direito das crianças e adolescentes em fase escolar, tal oferta é restrita 
e não é garantia a todas as crianças e adolescentes, o que gera desigualdades.
Apesar de no Brasil haver classes hospitalares, estas ainda, são poucas e não chegam a atin-
gir a maioria dos estados e municípios, o que caracteriza o desrespeito à Constituição, tanto por 
parte do Estado como da iniciativa privada. 
Assim, esbarra-se nos óbices que limitam a garantia do acesso à educação hospital, diante da 
necessidade em cumprir a legislação.
Neste diapasão, estados e municípios não podem se abster em cumprir a lei e acarretar tais 
deveres apenas à União, uma vez que no art. 23, V da Constituição Federal de 1988 deixa claro que 
é competência comum aos Estados e municípios proporcionar os meios de acesso à Educação.
A começar pelasfragilidades que permeiam a formação do profissional da Educação, no que 
atine o conteúdo programático de alguns cursos de licenciatura, válido salientar que um professor 
que leciona para a educação especial precisa ter uma visão holística do educando.
A falta de competência e habilidades de muitos professores somados à falta de estrutura ade-
quada dos centros de saúde e a não execução de políticas públicas ou de fiscalização são obstá-
culos que limitam a eficácia do acesso à educação hospitalar.
Outro fator que auxilia neste sentido é a falta de conhecimento e informação à família do 
adoentado, aos profissionais de saúde, aos professores e aos membros dos órgãos governamen-
tais acerca da existência e do papel das classes hospitalares. 
Portanto, ao Estado cabe a análise e revisão de programas curriculares dos cursos de Licen-
ciatura, com vistas a formar professores capacitados para o Ensino Especial. Assim como a formu-
lação de diretrizes educacionais e metodologias de ensino-aprendizagem a serem desenvolvidas 
junto às crianças e adolescentes hospitalizados, que estejam em fase escolar. Não menos impor-
26
tante está a necessidade em fornecer à sociedade informações acerca da existência e relevância 
das classes hospitalares.
Já aos pesquisadores das ciências da Educação e Jurídica cumpre o papel de agregar às 
discussões acadêmicas estudos que reconheçam o direito à Educação Hospitalar às crianças e 
adolescentes.
À sociedade compete o papel de cobrar dos administradores públicos a execução de ações 
sociais que garantam a efetivação da Educação Hospitalar nos municípios. 
Como alternativa ao número reduzido de professores disponíveis para lecionar na Educação 
Especial, os pesquisadores, aqui qualificados, propõem que as instituições de ensino de superior 
possam dispor a obrigatoriedade de estágios curriculares, exigidos na formação acadêmica, de que 
estes venham a ser realizados em parte em classes hospitalares, caso o município possua.
Outra saída é a possibilidade de parcerias entre as Secretarias da Educação e Saúde, entre 
hospitais particulares e instituições de ensino na articulação de estruturação de classes hospitala-
res e viabilização financeira e de pessoal para a continuidade da educação hospitais. Tais parce-
rias podem ser estabelecidas entre entidades de esferas governamentais como, por exemplo, um 
hospital universitário para receber professores junto à secretaria do Estado, universidades públicas 
ou privadas.
Essas estratégias além de cumprirem determinação legal, podem agregar valor à formação 
acadêmica de profissionais da saúde e educação, amplia a atuação dos pedagogos, favorece so-
bremaneira o processo de recuperação do paciente. 
Finalmente, levando em consideração que as crianças e adolescentes estão em fase de for-
mação individual, estes sofrem, continuamente, impactos do desenvolvimento humano. A doença 
e o processo de hospitalização agravam a condição psicológica e, muitas vezes, a depender do 
tempo que ficará internado a situação escolar pode sofrer conseqüências negativas. 
Sendo assim, com vistas ao cumprimento legislativo e evitar o ativismo judicial é necessário, 
sobremaneira, um dinamismo, por parte do Estado, sociedade, hospitais privados e instituições de 
Ensino voltado à atuação pedagógica, na área para alterar a situação de exclusão, das crianças e 
adolescentes hospitalizados, reforçando a importância dos ambientes heterogêneos para a promo-
ção da aprendizagem de todos os estudantes. 
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HOSPITAL EDUCATION AS FUNDAMENTAL SOCIAL RIGHT FOR CHILDREN 
AND ADOLESCENT
ABSTRACT: The Constitutional text of 1988 states that education is a fundamental social right therefore is the basis for 
citizen formation and element for reducing inequalities. Therefore, arises to the State the responsibility to adopt public 
policies that provide adequate educational access to all. Given this situation there are children and adolescents, due to 
hospital internment, are removed from regular classes and are prevented from exercising the right of schooling until they 
have conditions to return to the school benches. As an alternative to offer to the youthful the continuity to their studies in 
special situations and outside educational institutions, emerges hospital education. Thus, hospital classes are incentive 
for young inmates continue to develop intellectual capacity and, above all, realize that they are included in social life, 
by the interaction with teachers and young people in the same situation, a fact that helps in recovery physical and 
mental health. In order to ensure this possibility, resolutions were published and ordinances of the Ministry of Education, 
which have the legislative forecast. However, the effectiveness of these laws are weak, that because it is possible to 
identify that most educators, health professionals, lawyers and families of hospitalized, who are at school age, so the 
organ responsible for supervision and enforcement of educational laws are unaware of the right to hospital education. 
In this context, this study is justified by the lack of knowledge on the subject, as well as bibliographic referential, timidly 
produced by the Legal Science. Through this qualitative methodology, from the collection and analysis of scientific 
articles data, applicable laws in the Federative Republic of Brazil and publications of state and municipal education 
secretaries, seeks to corroborate the debates and studies that recognize the right to education in hospitals to children 
and adolescents, from the current legislation and presented in this research, as personal right, which needs urgently the 
State protection.
KEYWORDS: Statute of the Child and Adolescent; Hospital Education; Health.
30
HOMO SACER LABORALIS: UMA CRIAÇÃO DO CAOS NO 
ÂMBITO LABORAL
Felipe Rangel da Silva
Pós-graduado lato sensu em Direito do Trabalho pelo Instituto de Direito Constitucional e Cidadania de Londrina – IDCC 
e Pós-graduado lato sensu em Direito Civil e Processo Civil pela Faculdade América do Sul. Graduado em Direito pela 
Faculdade Maringá. Professor do Instituto Paranaense de Ensino. Advogado sócio da Carvalho & Rangel Advogados 
Associados. Endereço eletrônico: felipe@carvalhoerangel.adv.br
Thomaz Jefferson Carvalho
Mestre em Ciências Jurídicas pelo Centro Universitário Cesumar – UNICESUMAR. Pós-graduando lato sensu em 
Direito Eletrônico da Universidade Estácio de Sá. Pós-graduado lato sensu em Direito do Trabalho pela Universidade 
Castelo Branco e em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. Graduado em 
Direito pela Universidade Norte do Paraná. Advogado sócio da Carvalho & Rangel Advogados Associados. Endereço 
eletrônico: thomaz@carvalhoerangel.adv.br
RESUMO: A pesquisa objetiva fazer uma reanálise da relação de trabalho no momento atual sob a ótica da pessoa 
do empregado, mapeando os efeitos da globalização e da massificação de direitos, revisitando um antigo conceito 
romano para ilustrar a atual condição do individuo que fornece sua mão de obra mediante remuneração – a qual 
é muitas vezes indigna – para promover sua própria mantença e de sua família, passando, justamente por conta 
dessa necessidade, por um processo de coisificação, ou seja, deixando de ser tratado como humano para apenas 
e tão somente ser considerado uma parte do processo produtivo, uma etapa do meio de produção em massa. A fim 
de se fazer tais reflexões, utiliza-se o conhecimento empírico em contraponto direto com o científico, optando pela 
pesquisa bibliográfica, com análise histórica e dando tratamento pelo método dedutivo. O estudo analisa a condição 
do hipossuficiente na relação de trabalho (empregado) perante o processo produtivo, pelo qual atualmente há uma 
descaracterização do ser como pessoa de direitos, passando os trabalhadores a serem considerados como números e 
tendo, assim, violadas suas garantias fundamentais, mesmo quando do pagamento das verbas trabalhistas.
PALAVRAS-CHAVE: Globalização. Flexibilização. Homo sacer laboralis. Coisificação do trabalhador.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Inegavelmente, o mundo e as pessoas como um todo mudaram muito a partir da famigerada 
globalização, processo pelo qual houve uma, senão unicidade, grande aproximação entre os paí-
ses e principalmente amplitude das consequências dos fatos ocorridos, seja em que lugar do for 
do globo.
Esse procedimento de massificação, impera, inclusive, no pensamento descaracterizado de 
individualidade do homem, gerando, conforme será visto, uma despersonificação dos que inseridos 
(ou não) na sociedade globalizada.
Tal constatação, nos faz observar as consequências que esta uniformização de modelo de 
sociedade, sendo fato que o capitalismo fora o grande consagrado, gerando alteração no modo de 
vida e nas relações interpessoais.
O trabalho, sem resquício de dúvidas, é um dos grandes atingidos por tais alterações, sendo 
nele refletidas mudanças de pensamento e, principalmente, do tratamento que é dado aos titulares 
deste tipo de relação jurídica, com destaque efetivo para a pessoa do trabalhador.
Diante do procedimento cada vez mais automatizado na cadeia produtiva, o empregado – 
31
parte mais frágil da relação de trabalho – passou a ser descaracterizado enquanto pessoa, sendo 
atualmente verdadeiramente apenas mais um componente do processo de produção, podendo ser 
a qualquer momento substituído por outro com igual ou superior qualificação.
Vislumbra-se, assim, que o trabalhador não está inserido de fato no processo produtivo, não 
tendo mais qualquer influencia sobre o mesmo, havendo verdadeira inversão na destinação final 
do trabalho, que deveria ser a de satisfação do homem como ser útil e não a mera produção e co-
mercialização de bens e serviços.
2. GLOBALIZAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
A atual sociedade globalizada, da qual inauguralmente se vislumbrava a possibilidade unida-
de homogênea, se mostra cada vez mais eficaz em fixar barreiras e segregar os indivíduos nela 
inseridos (ou segregados). 
Para Walber de Moura Agra:
Em decorrência do fenômeno da globalização, assiste-se a homogeneização de dis-
ciplinamento de vários aspectos da vida social, que são aplicados não obstante as 
diferenças sociais, culturais e econômicas, o que pode trazer sérios prejuízos se não 
forem respeitadas as peculiaridades locais. Uma uniformização imposta pode repre-
sentar o aniquilamento de muitas identidades nacionais.38Por sua vez, contrapondo esse entendimento no que se refere às distancias temporais/espa-
ciais, Zygmunt Bauman pondera que 
em vez de homogeneizar a condição humana, a anulação tecnológica das distân-
cias temporais/espaciais tende a polarizá-la. Ela emancipa certos seres humanos 
das restrições territoriais e torna extraterritoriais certos significados geradores de 
comunidade — ao mesmo tempo que desnuda o território, no qual outras pessoas 
continuam sendo confinadas, do seu significado e da sua capacidade de doar iden-
tidade.39
Desta maneira, o que se observa é que com “a globalização em curso ainda preserva carac-
terísticas imperialistas, o que permite concluir que alguns países são mais globalizáveis do que 
outros.”40 E isso importa em afirmar que alguns países serão os donos do poder enquanto outros 
irão obedecer ao poderio daqueles outros. 
Isso faz com que existam dois polos bem distintos e acentuados: de um lado os países cen-
trais e de outro os países periféricos. Os efeitos da globalização por sua vez também serão senti-
dos de maneira distinta, vez que 
O processo globalizante é diferente nos países centrais e nos periféricos. Nos países 
centrais, ele é realizado de forma ponderada e mitigada, a liberalização econômica 
realiza-se nos setores econômicos que são mais produtivos; quando os seus produ-
tos levam desvantagem, há a imposição de numerosas barreiras alfandegárias. Para 
38 AGRA, Walber de Moura. Curso de direito constitucional. 6.ed. Forense: Rio de Janeiro, 2010. p. 17.
39 BAUMAN, ZYGMUNT. Globalização: As conseqüências humanas. Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar, 1999, p. 21.
40 DORNELES, Leandro do Amaral D. de. A transformação do Direito do Trabalho: da lógica da preservação à 
lógica da flexibilidade. São Paulo: LTR, 2002, p. 113.
32
os países periféricos, a abertura econômica ocorre em todos os setores da econo-
mia, levando à desindustrialização e ao desemprego endêmico. 41 
Mais didático, Anthony Giddens analisa que “a globalização, dizem alguns, cria um mundo de 
vencedores e vencidos, minorias que enriquecem rapidamente e maiorias condenadas a uma vida 
de miséria e desespero”.42 
Certo é que nem todos estarão abarcados neste processo, isto possibilita a formação de um 
verdadeiro exército de excluídos, ao ponto que passa a valorizar neste aspecto as pessoas que 
possuem condições de estarem inseridas no processo globalizatório, pessoas que não consumem 
e não são valorizados a seu turno pela sociedade capitalista. 
Alessandro Severino Vallér Zenni elucida:
[...] As novas deliberações de massa trazem em seu bojo, técnicas consumeiristas 
adredemente estabelecidas pelo poder dominante que dão ao aglomerado massifi-
cado a impressão de garantir-lhe liberdade, mas, que, em realidade, manipulam-no 
e o subjugam em seus interesses, laborando exatamente sobre essa válvula que é 
o vazio existencial, decorrente da quebra com a realidade ordenada na qual os ho-
mens estão inseridos.43
Desta forma, o ser humano passa a ser massificado na sociedade de consumo, neste proces-
so analisa-se que o indivíduo não mais é visto em sua individualidade, como marca distintiva, mas 
exatamente no que é semelhante em relação ao grupo. 
O reconhecimento de liberdade na sociedade pós-moderna é de difícil comprovação vez que 
o “direito tutela uma sociedade massificada onde sofre a pressão produtiva, orientação da escolha 
produtiva, massificação da propaganda, artifícios que passam a questionar o existir do homem 
livre”44.
A globalização deixa marcas indeléveis ao consumo e à sociedade da pós-modernidade, alte-
rando o sentido desta última que caminha para a busca cada vez mais ávida para a primeira, mas 
talvez os efeitos mais perceptíveis estão no âmbito laboral, conforme veremos adiante.
3. OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO NO TRABALHO HUMANO
Notadamente, com a globalização inúmeros efeitos são gerados, mas destaque especial me-
rece às relativas ao âmbito do trabalho, não apenas por ocupar o objeto deste estudo, mas porque 
talvez em nenhum outro setor tem-se visto com tanta voracidade suas consequências.
Neste contexto, o que se observa é uma alteração sem precedentes, pois o mundo acompa-
nha um processo que rompe barreiras antes entendidas como instransponíveis, atingindo o domí-
nio de um Estado e o conquistando no plano econômico a milhas de distancia, não sendo diferente 
41 AGRA, loc. cit.
42 GIDDENS, Anthony. O mundo na era da globalização. Trad. Saul Barata. Presença: Lisboa, 2006. p. 26.
43 ZENNI, Alessandro Severino Vallér. A Crise do direito liberal na pós-modernidade. Porto Alegre: Sérgio 
Antonio Fabris, 2006. p. 49/50.
44 Id. ibid., p. 50.
33
no âmbito laboral.
Ressalta-se que, 
[...] o intento capitalista de perpetuar a exploração da classe operária, em intensida-
de cada vez maior, tudo em nome da maximização do lucro. Por outro lado, preten-
dem acabar com o conflito de classes – iludindo os trabalhadores, que, agora, são 
designados de “colaboradores”, de que há identidade de interesses entre o capital e 
o trabalho em busca do incremento da produtividade – assim como os benefícios que 
a relação dialética entre elas poderia trazer para os trabalhadores45
Neste particular, revela Alessandro Severino Vallér Zenni e Daniel Ricardo Andreatta Filho 
que “o mundo é dividido entre globalizantes e globalizados”46, não há meios de esquivar desta nova 
realidade mundial, pois todos os países estão inseridos na globalização ou como dominadores ou 
como dominados.
Além disso, em relação às consequências nefastas produzidas pela globalização, Lourival 
José de Oliveira e Kátia A. Pastori Terrin aportam que:
Muitos traços da globalização atual se perfazem de forma perversa, fundada na tira-
nia da informação e do dinheiro, além de primar pela competitividade desenfreada, 
acarretando o desfalecimento da política feita pelo Estado e a imposição de uma 
política comandada pelas empresas.47
Os efeitos da globalização para o Estado são tão catastróficos, fazendo com que muitas ve-
zes se chegue a cogitar a própria ausência de poder direcionado.
Tanto é que já se fala em “desordem” mundial, fazendo clara alusão ao que se chamava “nova 
ordem mundial” após a guerra fria, destacando-se que
A “nova desordem mundial” dos dias de hoje não pode ser explicada meramente pela 
circunstância que constitui a razão mais óbvia e imediata da sensação de pasmo e 
perplexidade: a saber, a confusão de “dia seguinte” produzida pelo fim abrupto do 
Grande Cisma e o súbito colapso da rotina política dos blocos de poder — mesmo 
que tenha sido esse colapso que deu o alerta da “nova desordem”. A imagem da 
desordem global reflete, antes, a nova consciência (facilitada mas não necessaria-
mente causada pela morte súbita da política de blocos) da natureza essencialmente 
elementar e contingente das coisas que anteriormente pareciam tão firmemente con-
troladas ou pelo menos “tecnicamente controláveis”.48
E complementa os apontes que ninguém realmente parece estar no controle desta nova so-
ciedade que se forma com o advento da globalização, ainda mais grave é de ressaltar “não está 
claro o que seria, nas circunstâncias atuais, ‘ter o controle’”49. 
Ainda assinala que esta nova ordem social, fundada na sociedade globalizada, caracteriza-se 
45 ALBUQUERQUE, Ana Paula Freitas de. O mundo do trabalho na era da globalização. Disponível em: <http://
www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1 756>. Acesso em 13 de fev. 
2011.
46 ANDREATTA FILHO, Daniel Ricardo; ZENNI, Alessandro Severino Vallér. O direito na perspectiva da 
dignidade humana. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris: 2011, p. 26. 
47 OLIVEIRA, Lourival José de; TERRIN, Kátia A. Pastori. Capitalismo criativo: transformações econômicas e 
a efetividade dos direitos humanos nas relações de trabalho. Revista Jurídica Cesumar - Mestrado, v. 10, n. 2 p. 347-
364, jul./dez. 2010. p. 357.
48 BAUMAN, op. cit., p. 21.
49 Id. ibid., p. 65.
34
por:

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