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 A Paralisia Cerebral (PC) ou Encefalopatia Crônica não Progressiva Infantil (ECNPI) é
consequência de uma lesão no Sistema Nervoso Central (SNC).
 É a deficiência física mais comum na infância e pode ser definida como um conjunto de
desordens permanentes que podem ocasionar alterações no desenvolvimento do movimento e
da postura, comprometendo a realização de atividades, resultando em limitações que são
atribuídas a distúrbios não progressivos que ocorrem no sistema nervoso central em
desenvolvimento.
 Estas desordens motoras da PC são geralmente acompanhadas por alterações na sensação,
percepção, cognição, comunicação, comportamento, epilepsia e problemas musculoesqueléticos
secundários.
.
Fique atento a alguns sinais e sintomas: 
Bebês/Crianças:
- Baixo tônus muscular (sensação de que o bebê está "mole" ao ser pego);
- Incapaz de segurar a própria cabeça enquanto está deitado de bruços ou sentado
com apoio;
- Espasmos musculares ou sensação de rigidez;
 
- Dificuldade no controle muscular e na postura;
- Alterações nos reflexos;
- Desenvolvimento atrasado (não
 consegue sentar-se ou rolar 
independentemente aos 6 meses);
- Dificuldades de alimentação ou deglutição;
- Preferência em usar um lado do corpo;
- Não anda aos 12-18 meses
- Não fala frases simples aos 24 meses.
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3. PARALISIA CEREBRAL - PC
3 . 1 I N T R O D U Ç Ã O
 
Dica: 
Acompanhe a caderneta do seu
filho!
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Fatores de Risco:
- Nascimento prematuro (menos de 37 semanas);
- Baixo peso ao nascer (pequeno para a idade gestacional);
- Problemas de coagulação do sangue (trombofilia);
- Incapacidade da placenta de fornecer oxigênio e nutrientes ao feto em
desenvolvimento;
- Incompatibilidade de tipo sanguíneo RH ou ABO entre mãe e bebê;
- Infecção da mãe com doenças virais no início da gravidez;
- Infecção bacteriana da mãe, do feto ou do bebê que ataca direta ou indiretamente
o sistema nervoso central do bebê;
- Perda prolongada de oxigênio durante o processo de gravidez ou parto, ou icterícia
severa logo após o nascimento.
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3. PARALISIA CEREBRAL - PC
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 A  PC é o resultado de uma combinação de eventos antes, durante ou depois do
nascimento que pode levar a uma lesão cerebral, ou seja, não existe uma única causa para a
paralisia cerebral.
 Fatores de risco não causam paralisia cerebral mas é importante ficar atento a eles pois
a presença de alguns pode aumentar a chance da criança nascer com PC.
 
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 A lesão ocorre no cérebro em desenvolvimento, sendo importante ressaltar que a lesão
cerebral em si, não é progressiva.
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 LOCAL DA LESÃO E QUADRO CLÍNICO
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Córtex Motor - PC Espástica:
- É a forma mais comum;
- Predomínio de hipertonia.
 
Tronco encefálico/núcleos da base - PC Discinético:
- Predomínio de movimentos involuntários.
 
Cerebelo - PC Atáxica:
- Predomínio de desiquilíbrio
e incoordenação;
- Afeta o equilíbrio e a
sensação de posicionamento
no espaço.
 
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DISTRIBUIÇÃO TOPOGRÁFICA
Unilateral Bilateral
OBS: As duas pernas são afetadas e os
braços podem ser afetados em menor
grau. 
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 A paralisia cerebral pode variar em nível de gravidade, e para realizar essa classificação
alguns instrumentos são utilizados.
G R O S S M O T O R F U N C T I O N C L A S S I F I C A T I O N S Y S T E M ( G M F C S ) :
3 . 4 G R A V I D A D E D A P C
- Mensura a condição motora grossa em crianças com paralisia cerebral em 5 níveis.
Caminham sem
limitações e com
maior independência
 
Dificuldade para percorrer
longas distâncias e
equilíbrio prejudicado
Utilização de dispositivos
como andadores e
muletas para a
deambulação
Maior probabilidade de
utilizar cadeira de rodas
e recursos de
mobilidade motorizadas.
Maior dependência, com
graves limitações de
controle de cabeça e
tronco.
OBS: Esse é o GMFCS entre 6 e 12 anos.
M A N U A L A B I L I T Y C L A S S I F I C A T I O N S Y S T E M ( M A C S ) :
- Avalia as crianças em suas AVD’s para que ocorra uma descrição do desempenho da criança em
seu dia-dia.
Os objetos são
manuseados com
facilidade e
sucesso.
Nível I Nível II Nível III Nível IV Nível V
Lida com a maioria dos
objetos, mas com alguma
qualidade e / ou velocidade
reduzida.
Manuseia objetos com
dificuldade - a criança
precisará de ajuda para
preparar e / ou modificar
atividades.
Manipula uma variedade
limitada de objetos
facilmente manipuláveis
em situações adaptadas.
Não manipula objetos e tem
habilidade severamente
limitada para desempenhar até
mesmo ações simples.
C O M M U N I C A T I O N F U N C T I O N C L A S S I F I C A T I O N S Y S T E M ( C F C S ) :
- Avalia a comunicação cotidiana das crianças com PC.
Nível I
Alterna de forma
independente e
eficaz entre ser um
emissor e um
receptor de
informações com a
maioria das pessoas
na maioria dos
ambientes.
Nível II
Alterna
independentemente
entre ser remetente e
destinatário com a
maioria das pessoas na
maioria dos ambientes,
mas a conversa pode
ser mais lenta.
Nível III
Geralmente se comunica
de forma eficaz com
parceiros de comunicação
familiares, mas não com
parceiros desconhecidos,
na maioria dos ambientes
Nível IV
A pessoa nem sempre é
consistente na comunicação
com parceiros de
comunicação familiares.
Nível V
Raramente consegue se
comunicar com eficácia,
mesmo com pessoas
conhecidas.
O U T R O S S I S T E M A S D E C L A S S I F I C A Ç Ã O U T I L I Z A D O S S Â O :
 
- Eating and Drinking Ability Classification System (EDACS).
- Visual Function Classification System (VFCS).
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 O tratamento sempre que possível deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar
para ajudar a criança e a família a alcançarem seus objetivos.
- Pode ser realizado o uso de medicamentos que auxiliem nos problemas de movimento. 
Alguns são administrados por via oral e outros são injetados ou administrados por meio de
bombas implantadas cirurgicamente.
Muitas crianças com paralisia cerebral se beneficiam das injeções de toxina botulínica tipo A nos
músculos afetados pela espasticidade. Esta intervenção é usada a partir dos dois anos de idade e
é mais eficaz quando usada em conjunto com a terapia.
- Prescrição de medicamentos antiepilépticos para minimizar o número de convulsões.
- Prescrição de medicamentos para alívio da dor, melhora do sono e controle da saliva.
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PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
- A rizotomia dorsal seletiva (SDR) é um procedimento neurocirúrgico usado em uma pequena
porcentagem de crianças com paralisia cerebral para reduzir permanentemente a espasticidade
nas pernas.
- Correção das deformidades das articulações.
- Gastronomia (colocação cirúrgica de um tubo de alimentação através da parede abdominal até
o estômago da criança).
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MEDICAMENTOS
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FISIOTERAPIA
No geral, o fisioterapeuta irá:
- Avaliar o paciente de forma global através: da anamnese, da observação, do exame físico,
dos testes especiais, dos reflexos e distribuição cutânea, da palpação, de exames de
diagnósticos por imagem e etc;
- Estabelecer objetivos e metas do tratamento a curto, a médio e a longo prazo, revendo e
reavaliando, conforme a progressão e evolução do quadro clínico do paciente;
- Traçar condutas de acordo com metas e objetivos estabelecidos;- Realizar orientações: de adaptações de ambiente, de prevenção de acidentes;
- Estimular as habilidades de movimento do dia a dia, como sentar, andar, brincar, vestir-se e
ir ao banheiro, usando uma série de intervenções especializadas, como treinamento de
movimento e equipamentos, por exemplo, andadores, cadeiras de rodas, assentos de apoio,
calçados e órteses.
- Atuar na prevenção de deficiências que podem afetar o movimento, utilizando gessos,
órteses e exercícios de fortalecimento muscular.
- Auxiliar no alívio temporário da dor por meio de massoterapia ou hidroterapia, por exemplo.
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A fisioterapia tem um papel fundamental no desenvolvimento dos pacientes com PC,
visando aprimorar as habilidades existentes da criança.
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Cerebral Palsy Alliance: What is cerebral palsy?. Disponível em:
https://cerebralpalsy.org.au/our-research/about-cerebral-palsy/what-is-cerebral-
palsy/. Acesso em : 18 de Agosto, 2020.
ROSENBAUM, P.; PANETH, N.; LEVITON, A.; GOLDSTEIN, M.; BAX, M.; A report : the
definition and classification of cerebral palsy. Developmental Medicine & Child
Neurology, [ S.l.], v. 49, p. 9-14, abril. 2007.