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Língua Inglesa no Mundo Globalizado_unid_I

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Prévia do material em texto

Autoras: Profa. Palma Simone Tonel Rigolon
 Profa. Silvana Nogueira da Rocha 
Colaboradora: Profa. Cielo Festino
 
Língua Inglesa 
no Mundo Globalizado
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Professoras conteudistas: Palma Simone Tonel Rigolon / Silvana Nogueira da Rocha
Palma Simone Tonel Rigolon
Graduada em Tradução e Interpretação pelo Centro Universitário Ibero‑Americano – Unibero com licenciatura 
plena e mestre pela Pontifícia Universidade Católica – PUC‑SP (1994‑1998), no Departamento de Linguística Aplicada 
e Estudos da Linguagem. No doutorado (2002‑2006), se dedicou a pesquisar e contribuir para a formação do futuro 
professor de língua inglesa. Para tanto, investigou o trabalho de conclusão de curso (TCC) de alunos do último ano do 
curso de Letras presencial de uma instituição de ensino superior de São Paulo, sendo o TCC visto como instrumento 
mediador da reflexão crítica.
Atua no ensino superior desde 1998 e leciona na Universidade Paulista – UNIP desde 2008, instituição na qual 
ministra várias disciplinas relacionadas à Língua Inglesa e Práticas de Ensino. Também é professora do curso Teacher’s 
Links: Reflexão e Desenvolvimento de Professores pela Cogeae PUC‑SP, curso para professores de língua inglesa da 
PUC‑SP, e atua como professora in company trabalhando com business English.
Silvana Nogueira da Rocha
Graduada em Letras – Inglês/Português com Habilitação em Tradução pela Unicapital (1998) e mestre em Tradução 
– Inglês/Português pela Unibero (2000‑2002).
Atualmente, é professora de Língua Inglesa e Comunicação e Expressão na Universidade Paulista – UNIP, para os 
cursos de Letras, Turismo, Hotelaria e Secretariado Executivo Bilíngue, na modalidade presencial, e de Língua Inglesa 
na modalidade de Educação a distância (EaD).
Também faz traduções para a área médica há 18 anos, é professora particular de língua inglesa e participou como 
tutora da Efap no concurso PEB II (2012) e como coordenadora da Evesp no curso de inglês on‑line (2013).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Z13 Zacariotto, William Antonio
Informática: Tecnologias Aplicadas à Educação. / William 
Antonio Zacariotto ‑ São Paulo: Editora Sol.
il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2‑006/11, ISSN 1517‑9230.
1.Informática e tecnologia educacional 2.Informática I.Título
681.3
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
 Amanda Casale
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Sumário
Língua Inglesa no Mundo Globalizado
INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 O INGLÊS NO MUNDO ......................................................................................................................................9
1.1 O inglês como língua franca ............................................................................................................ 12
1.2 As diferentes visões da língua inglesa: língua estrangeira, 
segunda língua e língua da globalização........................................................................................... 17
1.2.1 Língua estrangeira – foreign language .......................................................................................... 17
1.2.2 Segunda língua – second language ................................................................................................ 18
1.2.3 Língua da globalização ......................................................................................................................... 19
Unidade II
2 LÍNGUA INGLESA: DISCURSO E CONTEXTO .......................................................................................... 37
2.1 Discurso e contexto ............................................................................................................................. 37
2.1.1 Breve histórico da análise do discurso ........................................................................................... 38
2.1.2 A proposta de Harris – modelo harrisiano ................................................................................... 38
2.1.3 A Teoria da Enunciação ........................................................................................................................ 38
2.1.4 Análise do discurso francesa e americana .................................................................................... 39
2.1.5 A análise crítica do discurso (ACD) .................................................................................................. 40
2.1.6 Contexto ..................................................................................................................................................... 41
2.2 A construção social da linguagem ................................................................................................ 42
2.3 A visão atual da língua inglesa e seus reflexos na sala de aula ........................................ 44
2.3.1 Breve relato de experiência ................................................................................................................ 47
2.3.2 Curso de formação de professores de LI a distância ................................................................ 47
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INTRodução
Esta disciplina tem por objetivo discutir questões que serão importantes ao longo de todo nosso 
curso. Inicialmente, refletiremos acerca da visão que tínhamos da língua inglesa e de como ela se coloca 
no mundo hoje. Também veremos de que maneira devemos entender o papel da língua inglesa e que 
interferências essas mudanças trazem para o ensino‑aprendizagem de língua inglesa e suas literaturas. 
Para isso, também discutiremos questões relacionadas ao discurso e suas práticas sociais.
Neste livro‑texto, estudaremos a língua inglesa ressaltando‑a como língua falada, discurso e sua 
relação com o contexto social. Damos aqui uma atenção especial às novas mídias à disposição do 
professor e do aluno no processo ensino‑aprendizagem, analisando a importância de seu uso e a 
facilidade na aquisição de conhecimento.
É conveniente sempre lembrar que atualmente dispomos de uma gama riquíssima de fontes de 
informação, que deve ser bem explorada para proporcionar um aprendizado eficaz, de modo a contribuir 
para a formação crítica do aluno.
Precisamos nos distanciar dos métodos tradicionais ou conservadores demaisquando se trata do 
ensino de idiomas, pois o mundo mudou e já não há mais espaço para a passividade do aluno em sala 
de aula. O professor, como mediador da construção do conhecimento, deve ser a ferramenta propulsora 
para que o aluno pense, reflita e leve seus conhecimentos para a sala de aula, compartilhando‑os com 
os demais colegas e fazendo do aprendizado algo realmente útil para a sua formação como cidadão.
Portanto, tem‑se como objetivo primordial, neste estudo especializado, levar o aluno à reflexão mais 
aprofundada sobre os aspectos discursivos e ideológicos da língua inglesa, observando seus diferentes 
contextos culturais de produção.
A partir dessa reflexão, espera‑se que o aluno passe a analisar o papel da língua inglesa no mundo 
e a discutir as mudanças sofridas na língua inglesa como língua estrangeira, segunda língua e língua 
globalizada.
Como professores, é imprescindível averiguar qual é o objetivo do ensino‑aprendizagem da língua 
inglesa no Brasil, em relação às diferentes visões que ela adquiriu ao longo dos anos. Que mudanças 
percebemos?
Basicamente, vamos nos ater às seguintes questões: o inglês como língua franca; as diferentes 
visões da língua inglesa: língua estrangeira, segunda língua e língua da globalização; discurso, texto e 
contexto; a construção social da linguagem; a visão atual da língua inglesa e seus reflexos na sala de 
aula.
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Língua IngLesa no Mundo gLobaLIzado
Unidade I
1 o INGLÊS No MuNdo
Figura 1 Figura 2 
Antes de adentrarmos a questão da língua inglesa no mundo, vamos entender o que significa, para 
nós, viver em um mundo chamado de globalizado. Assim, poderemos entender por que o inglês é a 
língua da comunicação atualmente.
O que é um mundo globalizado?
Figura 3
Notamos que o termo “globalização” tem estado em uso crescente desde a década de 1980 e, 
especialmente, a partir de meados da década de 1990.
Para Robertson (1992, p. 8), professor de sociologia da Universidade de Aberdeen, globalização é “[...] 
a compressão do mundo e a intensificação da consciência do mundo como um todo”.
De acordo com Frank (1998), embora vários estudiosos situem a origem da globalização em tempos 
modernos, outros traçam a sua história muito antes da era das descobertas e viagens ao Novo Mundo 
pelos europeus. Alguns até mesmo traçam as origens ao terceiro milênio a.C.
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Unidade I
Segundo Al‑Rodhan (2006), a globalização é um dos processos de aprofundamento internacional 
da integração econômica, social, cultural e política, que teria sido impulsionado pelo barateamento dos 
meios de transporte e comunicação dos países no final do século XIX e início do século XX – período em 
que a conexão das economias e culturas do mundo cresceu muito rapidamente.
Em 2000, o Fundo Monetário Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da globalização: 
1) comércio e transações financeiras; 2) movimentos de capital e de investimento; 3) migração e 
movimento de pessoas; 4) disseminação de conhecimento. Além disso, os desafios ambientais, como a 
mudança climática, a poluição do ar e o excesso de pesca do oceano, estão ligadas à globalização.
Como é de se notar, a globalização afeta todos os setores da sociedade, principalmente os relacionados 
à comunicação, ao comércio internacional e à liberdade de movimentação, com diferente intensidade 
dependendo do nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta.
No nosso livro‑texto, vamos nos ater às questões da globalização relacionadas à comunicação, 
tendo, portanto, a língua inglesa como ponto central.
É notável que a globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a rede mundial 
de computadores. Isso é possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas 
da área de telecomunicações e governos no mundo. Tal fato permitiu um fluxo de troca de ideias e 
informações sem critérios na história da humanidade.
Se antes uma pessoa estava limitada à imprensa local, agora ela pode se tornar parte da imprensa e 
observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como fator de limitação a barreira linguística.
Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização do acesso 
a meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de 
infraestrutura para as operadoras. Atualmente, uma inovação criada no Japão pode aparecer no mercado 
português ou brasileiro em poucos dias e virar sucesso de mercado.
Redes de televisão e imprensa multimídia em geral também sofreram um grande impacto da 
globalização. Um país com imprensa livre, hoje em dia, pode ter acesso, algumas vezes, por televisão 
por assinatura ou satélite, a emissoras do mundo inteiro, desde a NHK1 do Japão até a Cartoon 
Network americana.
Pode‑se dizer que esse incremento no acesso à comunicação em massa acionado pela globalização tem 
causado impacto até mesmo nas estruturas de poder estabelecidas, com forte conotação à democracia, 
ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno grupo de radiodifusão de informação a terem acesso à 
informação de todo o mundo, mostrando a elas como o mundo realmente é e se comporta.
Por outro lado, é possível observar certa resistência por parte de países que, por questões religiosas, 
tentam barrar a todo custo a grande difusão das comunicações, impedindo o acesso à rede mundial, 
1 Corporação de radiodifusão japonesa. A sigla vem do nome Nippon Hōsō Kyōkai.
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Língua IngLesa no Mundo gLobaLIzado
bloqueando sites de redes de relacionamentos sociais, como Orkut, MySpace, Facebook, e sites de 
noticias, como a CNN e a BBC.
Quais os pontos positivos de se viver em um mundo globalizado? Você saberia dizer?
De acordo com Gardels (2006), como aspectos positivos, temos a facilidade com que as inovações se 
propagam entre países e continentes e o acesso fácil e rápido à informação e aos bens.
E quanto aos aspectos negativos?
Ainda de acordo com o mesmo autor, no que concerne aos aspectos negativos, podemos citar a 
falta de controle do fluxo de informações que chegam até nós, uma vez que são propagadas com uma 
velocidade incrível. Além disso, pode‑se mencionar a grande instabilidade econômica que se cria no 
mundo, pois qualquer fenômeno que acontece em um determinado país atinge rapidamente outros 
países, criando‑se uma certa dependência entre eles, fazendo com que não possam ficar isolados, pois 
todos acabam sendo atingidos tanto pelos efeitos positivos como pelos negativos.
Entendemos, portanto, que a sociedade globalizada oferece uma complexa rede de forças e fatores 
que promovem uma crescente aproximação entre pessoas, culturas, mercados, crenças e práticas sociais, 
que têm pontos positivos e negativos.
Dentre todos os impactos causados pelo fenômeno da globalização, observamos que, na língua, 
o “multilinguismo” está se tornando um fenômeno necessário, pois graças à facilidade do acesso às 
informações, promovida pela internet, a exposição dos indivíduos a múltiplas línguas está se tornando 
cada vez mais frequente. Portanto, há a necessidade de se falar mais que uma língua, e atualmente, 
segundo Swain (2011), sabe‑se que o inglês é a língua dominante na internet. Aproximadamente 35% 
das correspondências mundiais são em inglês, e cerca de 40% dos programas mundiais de rádio são 
também em inglês.
Curiosamente, segundo Austin e Sallabank (2011), percebe‑se que enquanto o multilinguismo é 
comum entre os indivíduos, globalmente há uma diminuição do número de línguas faladas. As vinte 
línguas utilizadas por mais de 50 milhões de pessoas são faladas por 50%da população mundial, ao 
passo que muitas das outras línguas são usadas em comunidades pequenas, a maioria delas com menos 
de 10.000 falantes.
Portanto, falantes de línguas regionais e minoritárias estão cada vez mais incapazes de competir 
com aqueles que falam línguas dominantes. Estas são consideradas como endangered languages, ou 
seja, correm o risco de serem extintas.
O número total de línguas no mundo não é conhecido precisamente, mas estima‑se que, atualmente, 
haja entre 6.000 e 7.000 línguas faladas, e que de 50 a 90% delas serão extintas por volta do ano de 2100.
Vamos agora estudar os conceitos que são atribuídos à língua franca, segunda língua e língua da 
globalização.
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1.1 o inglês como língua franca
Bem, antes de falarmos especificamente sobre o inglês como língua franca, o que significa a expressão 
“língua franca”?
“Língua franca” é uma expressão latina para língua de contato ou língua de relação resultante do 
contato e comunicação entre grupos ou membros de grupos linguisticamente distintos para o comércio 
internacional e outras interações mais extensas.
Ou seja, para Viacheslav (2008), é uma língua sistematicamente usada para tornar a comunicação 
possível entre pessoas que não compartilham a mesma língua materna. Portanto, a língua franca é uma 
terceira língua, distinta das duas línguas maternas dos indíviduos que estão se comunicando.
No Império Romano, a lingua franca foi o grego no oriente e o latim no ocidente. Essas línguas 
continuaram com esse status até um milênio depois.
 observação
Veja que interessante a figura a seguir. É uma placa binlíngue (escrita 
em inglês e latim)! O local é a estação de metrô Wallsend, localizada no 
centro de Wallsend, uma pequena cidade ao norte do Rio Tyne, em Tyne & 
Wear, Inglaterra. A estação foi originalmente aberta em 19 de junho de 1839 
pela ferrovia Newcastle & North Shields e foi reaberta como a estação de 
metrô Tyne & Wear em 14 de novembro de 1982. Quando convertida para 
uso do metrô, as construções da estação antiga, não muito atraentes, foram 
demolidas, e a estação foi reconstruida no estilo padrão do metrô britânico.
A estação de metrô Wallsend é a única comodidade pública na 
Grã‑Bretanha em que a sinalização está em latim.
Também é possível observar no local um grande número de fotografias 
das lojas locais e outras comodidades da cidade que foram alteradas 
digitalmente para que seus nomes aparecessem em latim. Esta é uma das 
poucas estações na Inglaterra que têm sinalização bilíngue. Podemos citar 
Southall, que tem placas em Punjabi2, e St. Pancras International, com 
sinalização em francês – ambas em Londres.
2 Punjabi é a língua mais falada no Paquistão, a décima‑primeira mais falada na Índia, e a terceira mais falada 
no subcontinente indiano. Ela é a quarta língua mais falada na Inglaterra e no País de Gales, e a terceira mais falada 
no Canadá. A língua também tem uma presença significativa nos Emirados Árabes, EUA, Arábia Saudita e Austrália. A 
influência da língua no subcontinente indiano está aumentando a cada dia devido à industria cinematográfica Bollywood. 
A maioria dos filmes produzidos agora mistura algumas palavras do vocabulário Punjabi. 
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Língua IngLesa no Mundo gLobaLIzado
Figura 4
O português serviu de lingua franca na África e Ásia nos séculos XV e XVI. Quando os portugueses 
começaram a explorar os mares da África, América, Ásia e Oceania, tentaram se comunicar com os 
nativos misturando a língua portuguesa com as línguas locais. Quando navios ingleses e franceses 
chegaram para competir com os portugueses, a tripulação tentou aprender esse português “truncado”.
O francês serviu de lingua franca em seguida, sendo o idioma da diplomacia na Europa a partir 
do século XVII. Vale ressaltar que ainda é a língua de trabalho de instituições internacionais, usada em 
vários documentos, desde passaportes até formulários do correio aéreo.
Figura 5
Na maior parte da Ásia, África e partes da Oceania e Europa, o árabe foi lingua franca desde o século 
VII, sendo utilizado desde as Filipinas até o Senegal. Veja um exemplo da lígua árabe: .
O alemão serviu de lingua franca em grande parte da Europa durante os séculos XIX e XX, 
especialmente em negócios.
Em outras regiões do mundo, outras línguas têm o papel de lingua franca: o kiswahili, ou simplesmente 
swahili, na África oriental; o russo, nas regiões da antiga União Soviética; o hindi (juntamente com 
o inglês), na Índia; o urdu, no Paquistão (juntamente com o inglês); o malaio, no sudeste asiático; o 
bislama, nas ilhas do Pacífico; o árabe (falado por 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo e muito 
utilizado ainda no comércio) e várias línguas crioulas em outros lugares e épocas.
A seguir, veja alguns exemplos desses idiomas que acabamos de mencionar.
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Kiswahili ou swahili
Watu wote wamezaliwa huru, hadhi na haki zao ni sawa. Wote wamejaliwa akili na dhamiri, hivyo 
yapasa watendeane kindugu.
Tradução para a língua inglesa:
All human beings are born free and equal in dignity and rights. They are endowed with reason and 
conscience and should act towards one another in a spirit of brotherhood. (Article 1 of the Universal 
Declaration of Human Rights) (SWAHILI, s.d.).
Russo
Все люди рождаются свободными и равными в своем достоинстве и правах. Они 
наделены разумом и совестью и должны поступать в отношении друг друга в духе 
братства.
Versão cursiva:
Figura 6
Transliteração:
Vse ljudi roždajutsya svobodnymi i ravnymi v svoem dostoinstve i pravakh. Oni nadeleny razumom i 
sovest’ju i dolžny postupat’ v otnošenii drug druga v dukhe bratstva.
Tradução para a língua inglesa:
All human beings are born free and equal in dignity and rights. They are endowed with reason and 
conscience and should act towards one another in a spirit of brotherhood. (Article 1 of the Universal 
Declaration of Human Rights) (RUSSIAN, s.d.).
 Saiba mais
Para maiores detalhes sobre o alfabeto cirílico, consulte o site a seguir. 
Ele fornece, inclusive, o áudio do trecho que nos serviu de exemplo.
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Língua IngLesa no Mundo gLobaLIzado
RUSSIAN (Русский язык). [s.d.]. Disponível em: <http://www.omniglot.
com/writing/russian.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014.
Hindi, urdo e malaio
Figura 7 – Exemplos de hindi, urdu e malaio, respectivamente
Bislama
Yumi, Yumi, yumi i glad long talem se
Chinês mandarim
Este idioma também tem a função de prover uma língua comum utilizada entre os chineses que 
falam diversos dialetos ininteligíveis entre si.
Figura 8 – Exemplo de chinês mandarim
Como pudemos observar, há uma variedade de línguas, consideradas “francas” ao redor do mundo. 
Mas vamos nos ater ao inglês!
O inglês é a lingua franca atual no mundo dos negócios internacionais no ocidente e na diplomacia.
Historicamente, o inglês se originou da fusão de línguas e dialetos, agora coletivamente denominados 
Old English, que foram trazidos para a costa leste da Grã‑Bretanha por povos germânicos (anglo‑saxões) 
no século V. Veja um exemplo da escrita em Old English, completamente ininteligível para os falantes 
do inglês moderno.
Breten is gāececges īegland, þæt wæs gēo geāra Albion hāten.
A conquista normanda da Inglaterra no século XI propiciou consideráveis empréstimos do 
franco‑normando, e as convenções de vocabulário e ortografia começaram a dar a aparência superficial 
de uma estreita relação do inglês com as línguas românicas, o que é chamado de Middle English.
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Unidade I
Podemos observar váriaspalavras na língua inglesa de origem francesa, tais como: résumé 
(curriculum vitae); royal (real – referente à realeza); hors d’oeuvres (aperitivos); arrive (do francês ariver 
= chegar); sublime (do francês sublime = sublime); challenge (do antigo francês chalengier = desafiar); 
toilet (do francês toilette = banheiro); fiancé/fiancée (noivo/noiva); language (do antigo francês langage 
= língua); café (café – o estabelecimento); beef (do francês boef ou buef = carne de vaca); marriage (do 
francês marriage = casamento), dentre outras.
A grande mudança vocálica, que começou no sul da Inglaterra no século XV, é um dos eventos 
históricos que marcam o surgimento do Modern English, a partir do Middle English.
Um número significativo de palavras em inglês é construído com base nas raízes do latim, visto que 
esse idioma foi a língua franca da Igreja Cristã e da vida intelectual europeia.
O inglês foi mais influenciado pela língua nórdica antiga, devido a invasões vikings nos séculos VIII 
e IX.
Após séculos de extensa influência da Grã‑Bretanha e do Reino Unido desde o século XVIII, por meio 
do Império Britânico, e dos Estados Unidos desde meados do século XX, o inglês tem sido amplamente 
disperso em todo o planeta, tornando‑se a principal língua do discurso internacional e uma língua 
franca em muitas regiões.
O idioma é amplamente aprendido como uma segunda língua e usado como língua oficial da 
União Europeia, das Nações Unidas e de muitos países da Commonwealth, bem como de muitas outras 
organizações mundiais.
Devido à assimilação das palavras de muitos outros idiomas ao longo da história moderna, o inglês 
contém um vocabulário muito grande. O inglês moderno não só assimilou palavras de outras línguas 
europeias, mas também de todo o mundo, incluindo palavras do hindi e de origens africanas.
Austrália
OutrosCanadá
UK
USA
Figura 9 – Inglês como primeiro idioma por país
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Segundo Curtis (2006), cerca de 375 milhões de pessoas falam inglês como sua primeira língua. O 
inglês hoje é provavelmente a terceira maior língua em número de falantes nativos, depois do chinês 
mandarim e do espanhol.
No entanto, quando se combinam nativos e não nativos, é provavelmente a língua mais falada no 
mundo. Estimativas que incluem falantes do inglês como segunda língua variam entre 470 milhões a 
mais de um bilhão, dependendo de como a alfabetização ou o domínio é definido e medido.
O professor de Linguística David Crystal (2003b) calcula que os não falantes já superam o número de 
falantes nativos em uma proporção de 3 para 1.
De acordo com o U.S. Census Bureau (2006), os países com maior população de falantes nativos 
de inglês são, em ordem decrescente: Estados Unidos (215 milhões), Reino Unido (61 milhões), Canadá 
(18,2 milhões), Austrália (15,5 milhões), Nigéria (4 milhões), Irlanda (3,8 milhões), África do Sul (3,7 
milhões), e Nova Zelândia (3,6 milhões).
Países como Filipinas, Jamaica e Nigéria também têm milhões de falantes nativos de dialetos 
contínuos que vão do crioulo de base inglesa à versão mais padrão do inglês. Dentre as nações onde o 
inglês é falado como segunda língua, a Índia tem o maior número de falantes (inglês indiano).
Crystal (2003b) afirma que, combinando os falantes nativos e não nativos, a Índia atualmente tem 
mais pessoas que falam ou entendem o inglês do que qualquer outro país do mundo.
Agora que aprofundamos o conceito de língua franca e entendemos por que o inglês é considerado 
a língua franca da atualidade, estudaremos os conceitos de língua estrangeira, segunda língua e língua 
da globalização.
1.2 As diferentes visões da língua inglesa: língua estrangeira, segunda 
língua e língua da globalização
1.2.1 Língua estrangeira – foreign language
Língua estrangeira é a língua que não pertence a um determinado país, ou seja, é a língua que não é 
falada no país de referência de uma pessoa. Assim, um falante nativo do inglês morando no Japão pode 
dizer que o japonês é uma língua estrangeira para ele.
Essas duas caracterizações não limitam, no entanto, as possíveis definições. Mas o rótulo sobre o que 
é uma língua estrangeira, muitas vezes, é aplicado de maneira imprecisa.
Uma observação pertinente deve ser feita quanto algumas crianças que aprendem mais de uma 
língua do nascimento até certa fase da vida: essas são falantes bilíngues ou multilíngues. Pode‑se dizer, 
portanto, que essas crianças têm duas, três ou mais línguas maternas, e que nenhuma dessas línguas é 
estrangeira para elas. Por exemplo: uma criança aprendendo inglês com seu pai e japonês na escola, no 
Japão, pode falar as duas línguas, mas nenhuma é estrangeira para ela.
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A maioria das escolas ao redor do mundo ensina, pelo menos, uma língua estrangeira. Por volta de 
1998, quase todos os alunos na Europa estudavam, ao menos, uma língua estrangeira como parte de 
sua educação obrigatória, exceto a Irlanda, onde as crianças em idade escolar (primária e secundária) 
aprendiam o irlandês e o inglês, mas nenhuma é considerada língua estrangeira no país.
Em média, na Europa, no início do ensino da língua estrangeira, os aprendizes têm lições de três a 
quatro horas por semana. Lições obrigatórias em língua estrangeira normalmente começam no final da 
escola primária ou no começo da secundária. No País de Gales, por exemplo, a língua galesa é ensinada 
a todas as crianças do primeiro ano da escola primária, sendo obrigatória até os 16 anos.
Apesar do alto índice de ensino de língua estrangeira nas escolas, o número de adultos que alegam 
falar uma língua estrangeira é geralmente mais baixo do que o esperado. Em 2004, uma pesquisa 
britânica mostrou que apenas um de 10 trabalhadores do Reino Unido falava uma língua estrangeira 
e menos de 5% podiam contar até 20 em uma segunda língua. Em 2001, uma pesquisa da Comissão 
Europeia mostrou que 65,9% das pessoas no Reino Unido falavam apenas sua língua materna.
Embora a expectativa não pareça muito satisfatória, nota‑se, recentemente, que o aprendizado de 
língua por meio do computador tem sido integrado à educação de língua estrangeira e programas de 
computador com variados níveis interacionais têm sido desenvolvidos.
1.2.2 Segunda língua – second language
Segundo Richards e Schmidt (2008, p. 472),
[...] qualquer língua aprendida depois da língua nativa é chamada de 
segunda língua. No entanto, quando contrastada com a língua estrangeira, 
o termo se refere mais estreitamente à língua que desempenha a função 
mais importante em determinado país ou região, embora não possa ser a 
primeira língua de muitas pessoas que a usam.
Como exemplo, podemos citar o caso do ensino do inglês aos imigrantes nos EUA ou o ensino do 
catalão aos falantes de espanhol na Catalunha (região autônoma na Espanha). Esses são casos de segunda 
língua e não de língua estrangeira, pois são necessárias para a sobrevivência naquelas sociedades.
O inglês é a segunda língua para muitas pessoas que vivem em países como Nigéria, Índia, Cingapura 
e Filipinas (juntamente com o espanhol), porque o inglês desempenha muitas funções importantes 
naqueles países (incluindo negócios políticos e educacionais) e aprender inglês é necessário para que se 
tenha êxito dentro daquele contexto. Poderíamos dizer que é até uma questão de status social.
Algumas pessoas nesses países, no entanto, podem adquirir o inglês como primeira língua, se é a 
principal língua usada dentro de casa.
As finalidades do aprendizado da segunda língua são, portanto, diferentes das do aprendizado da 
língua estrangeira. A segunda língua é necessária para total participação na vida econômica e social 
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da nação,porque ela é, frequentemente, a língua oficial ou uma de duas ou mais línguas reconhecidas. 
Pode ser a língua necessária para a educação, por exemplo. Já a língua estrangeira tem como finalidade 
a comunicação com nativos em uma situação de viagem e a leitura de literaturas estrangeiras ou artigos 
técnicos e científicos.
1.2.3 Língua da globalização
Como já vimos, a língua inglesa é indiscutivelmente a mais falada no mundo entre nativos e não 
nativos – o que lhe confere um status singular entre as línguas existentes.
De acordo com Smith (1976 apud MCKAY, 2002), “língua internacional” é aquela usada por pessoas 
de diferentes nações para se comunicarem, não necessariamente com falantes nativos.
Segundo Crystal (2005), a estimativa do número de falantes da língua inglesa pode chegar a um 
bilhão e quatrocentas mil pessoas, contando os falantes nativos (em torno de 400 milhões), os que 
a usam como segunda língua (cerca de 400 milhões) e os que a estudam como língua estrangeira 
(aproximadamente 600 milhões). Para Graddol (2006), dentro de 10 ou 15 anos haverá mais de dois 
bilhões de pessoas aprendendo essa língua.
A disseminação do inglês preocupa autores como Phillipson (1992), Pennycook (1994), Canagarajah 
(1999), Holborow (1999), Graddol (2006), McKay (2002) e Gimenez (2006). Para eles, a língua está 
estreitamente ligada ao poder, à política e a privilégios.
Na maioria dos países, o domínio desse idioma representa tanto a possibilidade de ascensão pessoal 
e profissional quanto uma forma de criação de exclusão social e econômica daqueles que não tenham 
acesso a ele. Os autores relatam ser essa a realidade da maioria das ex‑colônias de países anglófonos, onde 
a educação, principalmente a superior, dá‑se na língua do ex‑colonizador, tornando o conhecimento da 
língua fator decisivo para o acesso a essa educação (MOTT‑FERNANDEZ; FOGAçA, 2009).
Para compreender melhor os papéis que a língua inglesa assume no momento, nas diferentes 
regiões do mundo, vamos entender a divisão dos países, proposta por Kachru (1985), em três círculos 
concêntricos:
• o Inner Circle (países do centro): comporta os países em que a língua inglesa tem o caráter de 
língua materna. É o caso de Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Canadá, por exemplo;
• o Outer Circle (países da periferia): engloba os países que adotam a língua inglesa como segunda 
língua oficial em contexto multilíngue. Temos como exemplos Singapura, Índia, Filipinas e Nigéria;
• o Expanding Circle (países em que o idioma é amplamente ensinado): abarca os países em que a 
língua inglesa é amplamente ensinada como língua estrangeira. É o caso de Japão, China e Brasil.
Graddol (2006) salienta que a língua inglesa expandiu‑se do Inner Circle para o Outer Circle em 
grande parte por conta do processo de colonização. Conforme Leith (1996 apud GRADDOL, 2006), em 
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países como a Nigéria e a Índia, a língua inglesa se tornou a segunda língua da elite, enquanto em 
lugares como a Jamaica e Barbados, o tráfico de escravos deu origem a diversos dialetos.
Para o autor, muitos países que fazem parte do Expanding Circle estão numa fase de transição no 
uso da língua inglesa, cujo status de língua estrangeira está passando para o de segunda língua. É o que 
ocorre com a Dinamarca, o Panamá e a Suécia, além de outros.
Phillipson (1992) vê a influência da língua inglesa como uma espécie de imperialismo linguístico. 
Sob esse ponto de vista, ela representa uma nova forma de domínio exercido pelos países do centro 
sobre os países da periferia, o que resultaria necessariamente na extinção das línguas nacionais.
Ele também se apossa do termo “linguicismo” para descrever a imposição de normas e valores 
culturais, econômicos, emocionais e linguísticos por parte do dominador sobre os dominados. Tal 
domínio é explicado pelo fato de que toda informação científica e tecnológica está acessível por meio 
da língua inglesa e que o ensino dessa língua deve pressupor a idealização dos valores e da cultura do 
contexto dos países de onde ela se origina: Inglaterra e Estados Unidos.
Para Sukumane (2000 apud SCHMITZ, 2004), a valorização da língua inglesa tem um caráter 
ideológico, porque proporciona à elite a obtenção de uma vida confortável, com facilidade de acesso ao 
mercado de trabalho e ingresso nas melhores escolas. Assim, ficam excluídos aqueles que não têm esse 
privilégio. O autor ainda diz que a valorização do inglês, em alguns casos, implica na desvalorização da 
língua materna, das línguas regionais e da própria cultura nacional.
Em contrapartida, Chew (1999) declara que nem sempre existe uma imposição do centro sobre a 
periferia. Na maioria das ex‑colônias, a língua inglesa é adotada como uma decisão tomada internamente, 
pensando em proporcionar às gerações posteriores um melhor futuro. Pensando dessa forma, é possível 
enxergar a inclusão daquele país na economia mundial.
Para Holborow (1999, p. 92), a disseminação da língua inglesa no mundo tem raízes sócio‑históricas 
profundas, não sendo, portanto, um fenômeno pós‑moderno. Tal propagação é uma consequência da 
globalização, tendo suas origens na história da economia dos Estados Unidos e da Inglaterra, em que a 
língua acabou se tornando “[...] uma ferramenta de opressão e também um instrumento útil de revolta”.
Bem, ao que nos parece, ao assumir este papel de língua global, o inglês se torna uma das mais 
importantes ferramentas, tanto acadêmicas quanto profissionais. É hoje inquestionavelmente 
reconhecido como a língua mais importante a ser adquirida na atual comunidade internacional. Tal 
fato é incontestável e parece ser irreversível. O inglês acabou se tornando o meio de comunicação por 
excelência tanto do mundo científico como do mundo de negócios.
Diante dessa amplitude, devemos sempre ter em mente que há, portanto, vários “tipos de inglês” 
espalhados ao redor do mundo, o que recebe o nome de englishes (plural inventado para a palavra 
“inglês”). Não há apenas um ou dois sotaques do idioma com os quais devemos nos acostumar se 
quisermos nos comunicar sem maiores problemas. Devemos levar em consideração as variações 
espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
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Vamos observar algumas dessas variações e peculiaridades dos englishes. Para isso, começaremos 
com alguns países do Reino Unido: Escócia e Irlanda.
Figura 10 – The Union Jack: bandeira do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte)
1.2.3.1 O inglês na Escócia
Figura 11 – Bandeira da Escócia
Segundo Shields (2009), na Escócia, falam‑se três línguas: o inglês, o scots e o gaélico escocês.
O inglês falado na Escócia (Scottish English) não pode ser confundido com o scots e nem com o 
gaélico escocês, que é uma língua céltica.
Ele se refere às variedades do inglês falado na Escócia. A principal variedade formal é chamada 
Scottish Standard English ou Standard Scottish English, normalmente abreviados como SSS e definidos 
como a fala característica da classe profissional.
Além de sua pronúncia, gramática e expressões distintas, o inglês escocês tem um vocabulário 
próprio, principalmente o que é pertinente às instituições escocesas, como a Igreja da Escócia, o governo 
local e os sistemas legais e de educação.
De acordo com Aitken (1979), o inglês escocês pode ser influenciado por graus variados do scots. 
Muitos falantes do scots separam o scots do inglês escocês como registros diferentes, dependendo das 
circunstâncias sociais. Geralmente há uma mudança para o inglês escocês em situações formais ou com 
indivíduos de um nível social mais elevado. A fala da classe média na Escócia está em conformidade com 
as normas gramaticais do padrão escrito, especificamente em situações que são consideradas formais.
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O inglês falado nas terras altas (Highland English) é sutilmente diferente da variedade falada nas 
terras baixas (Lowlands), em que é mais fonogramático e lexicalmente influenciado pelo substrato 
gaélico.
Enquanto as características de pronúncia variam entre os falantes (dependendo da região ou 
status social), há um número de aspectos fonológicos característicos do inglês escocês. Veja algumas 
peculiaridades.
Para Wells (1982), enquanto outros dialetos fizeram a fusão de /ɛ/, /ɪ/ e /ʌ/ antes do /r/, o inglês 
escocês faz uma distinção entre as vogais em palavras como herd, bird e curd.
Muitas variedades contrastam /o/ e /ɔ/ antes do /r/ para que palavras como hoarse (“rouco”) e horse 
(“cavalo”) sejam pronunciadas de maneira diferente. Essa variedade também ocorre para /or/ e /ur/ 
para que shore (“litoral”) e sure (“claro”) sejam diferenciadas na pronúncia. O mesmo serve para pour 
(“despejar líquido”) e poor (“pobre”).
Há também uma distinção feita entre /w/ e /hw/ nos pares, como witch (“bruxa”) e which (“qual”).
No inglês escocês não há /ʊ/. Portanto, pull (“puxar”) e pool (“piscina”) são homófonos, ou seja, têm 
o mesmo som.
Palavras como cot (“berço”) e caught (“pego”) não são diferenciadas na maioria das variedades do 
inglês escocês, embora o sejam em outras variedades do inglês.
Na maioria das variedades, não há distinção entre /æ/ e /ɑː/, portanto, bath (“banho”), trap 
(“armadilha”), e palm (“palma”) têm a mesma vogal.
Vamos observar algumas orações escritas em inglês escocês e o equivalente em inglês:
What a dreich day! (em relação ao clima) = What a dull, miserable, overcast day.
I’m feeling quite drouthy meaning. = I’m feeling quite thirsty.
That’s a right (or real) scunner! = That’s extremely off‑putting.
It’s a fair way to Skye from here. = It’s a good distance to Skye from here.
The picture still looks squint. = The picture still looks askew.
You’d better just caw canny. = You’d better just go easy/Don’t overdo it.
It’s a sair fecht. = It’s a real struggle/It’s hard going.
His face is tripping him. = He’s looking fed up.
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Just play the daft laddie. = Act ingenuously.
You’re looking a bit peely‑wally. = You’re looking a bit off‑colour.
That’s outwith my remit. = It’s not part of my job to do that.
It depends on what the high heid yins think. = It depends on what the heads of the organization 
think.
I’ll come round (at) the back of eight. = I’ll come round just after eight o’clock.
We’re all Jock Tamson’s bairns. = None of us is better than anyone else. (socially superior)
I kent his faither. = He started off as humbly as the rest of us before achieving success.
You’re standing there like a stookie. = You stand there as if incapable of stirring yourself.
He’s a right sweetie‑wife. = He likes a good gossip.
I didn’t mean to cause a stooshie. = I didn’t mean to cause a major fuss/commotion.
She was a bit pit oot when I told her. = She was a bit upset when I told her.
I’m swithering whether to go. = I’m in two minds/uncertain as to whether to go.
Ach, away ye go! = Oh, I don’t believe you.
Outras palavras típicas do vocabulário do inglês escocês são: wee (small); bairn (child); bonnie (pretty, 
attractive, good‑looking, handsome); muckle (big); pinkie (little finger); janitor (school caretaker); 
outwith (outside of); cowp (tip); fankle (tangled mess); kirk (church); it’s your shot (it’s your turn).
Outra característica do inglês escocês é o diminutivo terminado em –ie, adicionado a nomes que 
indicam pequenez. Exemplos: laddie; lassie (para jovens do sexo masculino ou feminino); peirie; sweetie; 
bairnie; shoppie.
O uso do how com significado de why é distinto também. A expressão Why not? (“Por que não?”) 
geralmente é How no?
Usa‑se o verbo stay (“ficar”) com sentido de live (“morar”): Where do you stay?
É muito interessante se familiarizar com essas particularidades dos vários tipos de inglês espalhados 
pelo mundo. Percebemos detalhes com os quais normalmente não nos preocupamos.
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1.2.3.2 O inglês na Irlanda
Figura 12 – Bandeira da Irlanda
De acordo com Hickey (2007), as línguas oficiais da Irlanda são o inglês e o irlandês. A partir de 1922, 
com a independência da República da Irlanda, o irlandês passou a ser, juntamente com o inglês, o idioma 
oficial desse país. Desde 13 de junho de 2005, o irlandês é um dos idiomas oficiais da União Europeia. 
Desde 1998, com o Acordo de Belfast, o irlandês é também reconhecido como língua minoritária na 
Irlanda do Norte. O irlandês é atualmente a língua materna de pouco mais de 2% da população da 
República da Irlanda. As comunidades e regiões onde se fala o irlandês são chamadas Gaeltachtaí.
Pelo fato de o governo irlandês tornar obrigatório o estudo do idioma nas escolas públicas, muitas 
pessoas falam o irlandês como segunda língua e a maioria das pessoas tem, ao mínimo, uma noção 
básica do idioma. Portanto, não confunda irlandês com o inglês falado na Irlanda (inglês irlandês).
O inglês irlandês tem algumas características da língua irlandesa e também retém alguns elementos 
do inglês arcaico. A maioria dessas características é mais usada na linguagem oral do que na escrita 
formal, e está bem próxima do inglês britânico padrão, apenas com poucas diferenças de vocabulário. 
Diferentemente dos Estados Unidos e Canadá, a Irlanda não tem suas próprias regras de ortografia e usa 
a ortografia do inglês britânico padrão.
Uma característica bastante peculiar do inglês irlandês é a reduplicação nas orações. Observe os 
exemplos a seguir:
I’ve no money at all at all.
I brought some cash in case I saw a bargain, and my credit card to be sure to be sure.
Outra característica do inglês irlandês é a supressão frequente do yes ou no nas respostas:
A: Are you coming home soon?
B: I am.
A: Is your mobile charged?
B: It isn’t.
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Os pronomes reflexivos também são usados, no inglês irlandês, de uma maneira diferente daquelas 
com as quais estamos habituados.
Was it all of ye or just yourself? = Was it all of you or just you?
Is it yourself that is in it? = It it you that is in it?
Nas áreas rurais, principalmente no oeste e no sudeste da Irlanda, o uso do verbo to be, no inglês 
irlandês, é a mesma que no irlandês, com presença das estruturas does be/do be (ou bees, embora menos 
frequente), para indicar uma ação contínua (present continuous) ou hábito (simple present).
He does be working every day.
(He works every day)
(He is working every day)
They do be talking on their mobiles a lot.
(They talk on their mobiles a lot)
(They are talking on their mobiles a lot)
He does be doing a lot of work at school.
(He does a lot of work at school)
(He is doing a lot of work at school)
It’s him I do be thinking of.
(It’s him I think of)
(It’s him I am thinking of)
Quanto ao sotaque do inglês irlandês, podemos citar um caso específico que se observa em Cork:
 
Figura 13 Figura 14 
Na Irlanda, cork significa muito mais que a rolha que tampa as garrafas de vinho. É também o nome 
da cidade de Cork e seus arredores, e não tem nada a ver com rolhas de garrafas. É um anglicismo para 
a palavra irlandesa corcaigh.
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A cidade é conhecida por sua beleza, sua rica história e, claro, seu sotaque incomum. O dialeto 
cork é frequentemente descrito como musical e, na verdade, também caçoado por uns e adorado 
por outros.
O sotaque tem um tom diferente dos seus vizinhos. Os vikings e os normandos elizabetanos 
deixaramuma marca indelével sobre os hábitos e a linguagem do povo de Cork. As suas principais 
características são: o som θ (th), que é pouco ou quase nada pronunciado; o costume de 
acrescentar as palavras like, boy e/ou so ao final da frase para enfatizá‑la; e o uso comum de 
gírias e sarcasmos únicos na cidade, que podem ser identificados pelo acentuado tom, usados, em 
geral, nas expressões.
 Saiba mais
O comediante Tommy Tiernan tem uma página pessoal na internet: 
<http://www.tommytiernan.com/>, na qual você poderá assistir a seus 
vídeos e obter outras informações sobre a cidade de Cork. Vale a pena 
acessar. É possível perceber essa musicalidade ao falar. Há o detalhe da 
consoante “r”, que remete um pouco ao francês, devido à sua qualidade 
bastante gutural ao ser pronunciada.
Há quem diga que tenha um toque de inglês jamaicano e um pouco de galês. É, na verdade, um 
sotaque irlandês, mas não do Leprechaun3 que você escuta na cultura popular. Seguem algumas 
observações sobre esta variedade linguística da língua inglesa:
• o dialeto é falado com muita rapidez e as orações parecem se unir umas às outras;
• palavras como top, lot e not são pronunciadas “tahp”, “laht” e “naht”, o que se assemelha bastante 
aos dialetos da região dos Grandes Lagos nos Estados Unidos, como Chicago ou Cleveland;
• o som das vogais em palavras como goat e rope tem uma pronúncia muito aberta, próxima ao 
som do ɔ. Portanto, goat soa como “gawwwt”.
Uma vez que foi mencionada a figura mitológica do Leprechaun, vale a pena pesquisar mais sobre 
a cultura da Irlanda.
Os Leprechauns fazem parte da cultura irlandesa, e são conhecidos como um povo traquina e 
inteligente, geralmente inofensivos para a população, embora com fama de fazer brincadeiras com 
fazendeiros e com a população das aldeias e cidades locais. Segundo a lenda, acredita‑se que todos 
3 Figura mitológica do folclore da Irlanda, que é apresentada como um diminuto homenzinho, sempre ocupado a 
trabalhar.
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os Leprechauns têm um pote de ouro escondido na zona rural da Irlanda. E para proteger o pote de 
ouro dos Leprechauns, a fadas irlandesas lhes deram poderes mágicos para serem usados, caso fossem 
capturados por humanos ou animais. Assim, poderiam escolher entre três desejos ou desaparecer no ar.
 Saiba mais
Acesse o site a seguir para maiores informações:
THE MAGICAL legend of the Leprechaun. [s.d.]. Disponível em: <http://
www.yourirish.com/folklore/the‑leprechauns/>. Acesso em: 19 ago. 2014.
Afinal de contas, estudar os aspectos culturais de um país ajuda bastante 
na compreensão de sua língua e tradições mantidas na atualidade.
Além do folclore, certas músicas também dizem muito sobre a história do país. Com elas, observamos 
a ideologia do povo, seus anseios, seus questionamentos e suas indignações, além de podermos observar 
o sotaque peculiar na voz de quem canta.
Observe a letra da seguinte canção irlandesa:
Peter Jones – Kilkelly
Kilkelly, Ireland, 18 and 60, my dear and loving son John
Your good friend the schoolmaster Pat McNamara’s so good 
As to write these words down. 
Your brothers have all gone to find work in England, 
The house is so empty and sad 
The crop of potatoes is sorely infected, 
A third to a half of them bad. 
And your sister Brigid and Patrick O’Donnell 
Are going to be married in June. 
Your mother says not to work on the railroad 
And be sure to come on home soon. 
Kilkelly, Ireland, 18 and 70, dear and loving son John 
Hello to your Mrs and to your 4 children, 
May they grow healthy and strong. 
Michael has got in a wee bit of trouble, 
I guess that he never will learn. 
Because of the dampness there’s no turf to speak of 
And now we have nothing to burn. 
And Brigid is happy, you named a child for her 
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And now she’s got six of her own. 
You say you found work, but you don’t say 
What kind or when you will be coming home. 
Kilkelly, Ireland, 18 and 80, dear Michael and John, my sons 
I’m sorry to give you the very sad news 
That your dear old mother has gone. 
We buried her down at the church in Kilkelly, 
Your brothers and Brigid were there. 
You don’t have to worry, she died very quickly, 
Remember her in your prayers. 
And it’s so good to hear that Michael’s returning, 
With money he’s sure to buy land 
For the crop has been poor and the people 
Are selling at any price that they can. 
Kilkelly, Ireland, 18 and 90, my dear and loving son John 
I guess that I must be close on to eighty, 
It’s thirty years since you’re gone. 
Because of all of the money you send me, 
I’m still living out on my own. 
Michael has built himself a fine house 
And Brigid’s daughters have grown. 
Thank you for sending your family picture, 
They’re lovely young women and men. 
You say that you might even come for a visit, 
What joy to see you again. 
Kilkelly, Ireland, 18 and 92, my dear brother John 
I’m sorry that I didn’t write sooner to tell you that father passed on. 
He was living with Brigid, she says he was cheerful 
And healthy right down to the end. 
Ah, you should have seen him play with 
The grandchildren of Pat McNamara, your friend. 
And we buried him alongside of mother, 
Down at the Kilkelly churchyard. 
He was a strong and a feisty old man, 
Considering his life was so hard. 
And it’s funny the way he kept talking about you, 
He called for you in the end. 
Oh, why don’t you think about coming to visit, 
We’d all love to see you again.
Fonte: Jones (s.d.).
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É notória, na letra da música, a descrição das dificuldades enfrentadas pelo povo irlandês durante 
a crise da batata, que foi um evento importante e marcante na história do país e levou o povo irlandês 
a migrar para o continente americano em busca de melhores condições de vida e estabilidade social. 
A separação dos familiares, a tristeza e a morte dos parentes são exaltadas o tempo todo na canção, 
mostrando um período de extrema escassez de alimento no país.
Agora vamos observar as peculiaridades do inglês falado em alguns países da Oceania: Austrália e 
Nova Zelândia.
1.2.3.3 O inglês na Austrália
Figura 15 – Bandeira da Austrália
O inglês australiano (Australian English) é a forma da língua inglesa falada na Austrália, muito 
similar à variante neozelandesa e à encontrada no sudeste da Inglaterra. É moderadamente próxima do 
inglês britânico padrão e relativamente distante da variante norte‑americana.
SHE’LL BE RIGHT MATE!
HOWZAT?! NO WORRIES, SON
I RECKON! G’DONYA MATE YOU LITTLE RIPPER!
YOU LITTLE BEWDY NO‑BULL AV‑A‑GO‑YA‑MUG
AUSSIE LINGO!
DON’T COME THE RAW PRAWN! GROG STREWTH
TAKE IT EASY G’DAY MATE, ‘OW YER GOIN?
HOO‑ROO FAIR DINKUM YOU LITTLE BOTTLER
A KANGAROO LOOSE IN THE TOP PADDOCK! CHOCK A BLOCK
Figura 16
O inglês australiano evoluiu a partir do inglês britânico em um processo que começou após a 
fundação da colônia de Nova Gales do Sul em 1788.
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Unidade I
A consoante “h” é pronunciada haitch /hæɪtʃ/, o que pode ser reconhecido entre os falantes do 
Broad Australian English, muito mais que aitch /æɪtʃ/, que é frequente na Nova Zelândia, na maior 
parte da Grã‑Bretanha e na América do Norte.
Considera‑se que essa característica fonética teria sido causada graças à imigração de sacerdotes e 
freiras católicos irlandeses. Outros exemplos da influência irlandesa incluem o uso não padronizado de 
youse /jʉːz/ (vocês), como plural de you.
Youse é comumente utilizado por quem é considerado inculto e com frequência o emprega 
intencionalmente porque é uma maneira comum de falar. O uso do pronome me (object pronoun) 
no lugarde my (possessive adjective) também é outra característica do inglês australiano. Exemplo: 
Where’s me hat? no lugar de Where’s my hat? (Onde está o meu chapéu?).
A ortografía australiana é muito similar à britânica, com poucas exceções, como a palavra program, 
que segue o padrão americano, em vez do britânico programme.
Os editoriais, escolas, universidades e o governo utilizam geralmente o Macquarie Dictionary como 
ponto de referência para a ortografia padrão. Tanto os sufixos formadores de verbos –ise ou –ize são 
aceitos como terminações corretas, mas –ise é a forma mais comum em uma proporção de 3 para 1.
A maior parte dos linguistas considera que há três variedades principais do inglês australiano: o Broad 
Australian English, o General Australian English e o Cultivated Australian English. Essas variantes são 
parte de uma série contínua e ordenada segundo o nível cultural no uso da língua, sendo distinguiveis 
principalmente pelas variações na acentuação. Com frequência, refletem a classe social e/ou o nível 
educativo do falante.
O Broad Australian English é a variedade mais conhecida. É familiar para os anglófonos de todo o 
mundo porque seu uso identifica os personagens australianos em filmes e programas de televisão de 
outras nacionalidades.
O General Australian English é a variedade utilizada pela maior parte dos habitantes e costuma ser 
encontrada em filmes e programas televisivos nacionais contemporâneos.
O Cultivated Australian English é mais similar à pronúncia britânica do que as variantes anteriores e, 
com frequência, é erroneamente considerado como igual. Essa variedade é falada por, pelo menos, 10% 
da população.
Às vezes, argumenta‑se que existem variações regionais na pronúncia e sotaque, mas são 
insignificantes se comparadas com as do inglês britânico ou estadounidense. A forma de falar é mais 
influenciada por aspetos sociais, culturais e educativos do que por fatores regionais. As diferenças entre 
a pronúncia urbana e a rural são reconheciveis em toda a Austrália.
Exemplos de diferenças regionais: pronúncia das palavras castle, dance, chance, advance etc. Em 
Queensland e Vitória, o fonema /æ/ é mais utilizado (como na Irlanda) para pronunciar essas palavras. 
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Em Nova Gales do Sul, costuma‑se empregar o som /a/ (como na Inglaterra). Como na maioria dos 
dialetos, as diferenças são distintas, principalmente, pela fonologia de suas vogais. A maior parte das 
variedades está na duração fonética, pois algumas vogais diferem entre si somente pela duração.
Os fonemas /t/ e /d/ transformam‑se em /ɾ/, similares aos do inglês americano, que também 
apresentam essa característica de transformação fonológica.
De acordo com o The New Dinkum Aussie Dictionary (BECKET, 2000), existem certas variações no vocabulário 
do inglês australiano entre diferentes regiões, particularmente em termos desportivos e referentes à comida 
e à roupa. Por exemplo: o copo de cerveja de 285 ml é chamado middly, em Sydney, Perth e Canberra, handle 
em Darwin, pot em Brisbane e Melbourne e schooner em Adelaide, e tem oz ou beer em Hobart.
Além destes, há vários termos que os australianos consideram únicos e próprios de seu país. Um dos 
exemplos mais conhecidos é outback, que designa qualquer área remota e pouco povoada. Bush pode 
ser utilizado para identificar tanto os bosques nativos como qualquer área rural em geral. No entanto, 
ambos os termos foram historicamente utilizados em muitos países anglófonos. Uma considerável 
quantidade de palavras e frases se originaram no âmbito linguístico dos presos britânicos, que foram 
transportados para Austrália. Muitas palavras empregadas pelos habitantes rurais australianos são ou 
foram usadas em toda ou em parte da Inglaterra, com variações no significado.
Por exemplo, creek, na Austrália, bem como na América do Norte, é qualquer correnteza ou rio 
pequeno, enquanto na Inglaterra é um curso de água que flui para o mar. Paddock significa “campo”, 
na Austrália, e, na Inglaterra, é um pequeno recinto. As áreas arborizadas são conhecidas como bush ou 
scrub, tanto na Austrália como na América do Norte. Já na Inglaterra, essas palavras são utilizadas em 
nomes próprios (Shepherd’s Bush e Wormwood Scrubs).
Dinkum (fair dinkum) significa “verdadeiro”. Muito usado quando se fala “é verdadeiro”, “é verdade”, 
dependendo do contexto. As palavras dinkum e dinky‑dei e frases como true blue são tipicamente 
australianas, ainda que a maioria dos australianos contemporâneos nunca ou raramente as empregue.
Não se pode deixar de dizer que alguns elementos das línguas aborígenes têm sido também 
incorporados ao inglês australiano, principalmente nomes de lugares, animais (kangaroo) e plantas.
1.2.3.4 O inglês na Nova Zelândia
Figura 17 – Bandeira da Nova Zelândia
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Segundo Phillips (2009), o inglês neozelandês é semelhante ao inglês australiano e muitos falantes 
anglófonos do hemisfério norte são incapazes de falar esse sotaque. Depois da Segunda Guerra Mundial, 
os maoris foram desencorajados a falar a sua própria língua (te reo Māori) em escolas e locais de 
trabalho e existia uma linguagem única comunitária em algumas áreas remotas.
De acordo com Squires (2005), recentemente, o idioma maori foi objeto de um processo de 
revitalização, sendo declarado uma das línguas oficiais da Nova Zelândia em 1987, e é falado por 4,1% 
da população. Existem hoje escolas e dois canais de televisão de língua maori, que são os únicos canais 
de televisão em nível nacional que têm a maior parte do seu conteúdo de horário nobre exibido em 
maori. Nos últimos anos, muitos lugares foram oficialmente nomeados em maori e inglês.
O samoano também é uma língua falada na Nova Zelândia (2,3%), seguido do francês, hindi (língua 
oficial da Índia), cantonês e mandarim (dialetos da língua chinesa).
Percebeu como há uma grande variedade de línguas faladas em um único país?
Agora vamos mudar de continente. Vamos para a Ásia e observar as características do inglês falado 
na Índia.
1.2.3.5 O inglês na Índia
Figura 18 – Bandeira da Índia
Segundo Wells (1982), o inglês indiano compreende vários dialetos ou variedades do inglês falados 
principalmente no subcontinente indiano. Esses dialetos evoluíram durante e após o domínio colonial 
da Grã‑Bretanha na Índia.
O inglês é uma das línguas oficiais da Índia, com cerca de noventa milhões de falantes de acordo 
com o censo de 1991 do país. Com exceção de algumas famílias que se comunicam principalmente em 
inglês, bem como os membros da pequena comunidade angloindiana, a maioria dos indianos costuma 
utilizar o inglês indiano como uma segunda ou terceira língua, após a sua língua nativa indiana, que 
pode ser o assamês, o oriá, o urdu, o guzerate, o punjabi, o hindi, o sindi, o pushto, o bengali, o baluchi, 
o canada, o telugu, o marathi, o tâmil, o malaiala etc.
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Devido a essa diversidade, não há homogeneidade na sintaxe e no vocabulário entre as variedades do 
inglês indiano. Quanto à fonologia, os sotaques variam. Alguns indianos falam o inglês com um sotaque 
muito próximo ao padrão britânico, enquanto outros preservam o sotaque da sua língua vernacular.
Em geral, o inglês indiano tem menos peculiaridades no que se refere aos sons das vogais do que em 
relação aos sons das consoantes, principalmente quando falado por nativos falantes do hindi.
Muitos indianos não fazem uma clara distinção entre /ɒ/ e /ɔː/, e substituem por /a/. Isso faz a 
palavra not ficar com o som de /nat/, a palavra coffee, com o som de /kaafi/, e a palavra copy, com o 
som de /kaapi/. E muitos preferem pronunciar flower como /flaː(r)/ e our /aː(r)/.
Aindasegundo o mesmo autor, muitos falantes do inglês indiano usam /z/ ou /dʒ/ para pronunciar 
palavras como treasure /ˈtrɛzəːr/, ou /ʃ/ (/ˈtrɛʃər/), conforme a região. A preposição of é geralmente 
pronunciada com som de /f/ em vez de /v/, como na maioria dos outros sotaques.
E agora um pouquinho mais de informação sobre a língua inglesa em outras regiões do globo. 
Passemos para o Caribe: Jamaica.
1.2.3.6 Inglês na Jamaica
Figura 19 – Bandeira da Jamaica
Segundo Sand (1999), o inglês jamaicano ou inglês padrão jamaicano (Jamaican English ou Jamaican 
Standard English) é um dialeto do inglês falado na Jamaica. Embora a variante apresente características 
tanto do inglês americano (AmE) quanto do inglês britânico (BrE), tipicamente utiliza grafias do dialeto 
britânico, rejeitando as formas americanas.
Recentemente, no entanto, devido à proximidade geográfica e cultural com os Estados Unidos e 
os laços econômicos resultantes, bem como as altas taxas de migração (assim como a ubiquidade dos 
produtos de entretenimento americanos, como filmes, televisão a cabo e música popular), a influência 
do inglês americano aumentou de maneira constante.
Como resultado deste fenômeno, estruturas como I don’t have (eu não tenho) ou you don’t need 
(você não precisa) são preferidas universalmente às formas herdadas dos britânicos, como I haven’t got 
ou you needn’t.
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Outra influência americana recente também é aparente no léxico. Fala‑se crib (berço – AmE) em vez de 
cradle (berço – BrE) e apartment ou townhouse (apartamento – AmE) em vez de flat (apartamento – BrE).
Por outro lado, diversos resquícios da influência britânica permanecem, tais como bonnets (capôs) 
e windscreens (parabrisa). No inglês americano, as palavras são, respectivamente, hood e windshield.
De acordo com o Jamaica Phrase Dictionary (RASTA, s.d.), o uso do termo bonnet no lugar de hood 
para se referir ao capô de um automóvel poderia se dar pelo motivo de que o mesmo termo é uma 
forma vulgar de se referir ao pênis no inglês jamaicano.
Para Pollard (2000), a distinção entre o inglês jamaicano e o inglês padrão jamaicano é melhor 
descrita como um contínuo, e não uma divisão “sólida”. O inglês jamaicano não deve ser confundido 
com o patois4 jamaicano, chamado por alguns linguistas de crioulo jamaicano, nem com o vocabulário 
e a linguagem utilizada pelo movimento rastafári.
Naturalmente, o jamaicano padrão também utiliza diversas palavras locais, que são empréstimos 
feitos do patois jamaicano, como duppy no lugar de ghost (fantasma), bem como diversos termos para 
comidas e alimentos locais, como ackee, callaloo, guinep e bammy.
O crioulo é utilizado pela maior parte das pessoas em situações cotidianas e informais. É a língua que 
a maior parte dos jamaicanos usa em casa e com a qual estão mais familiarizados, bem como o idioma 
usado na música popular. Já o jamaicano padrão é a língua da educação, da alta cultura, do governo, da 
mídia e das comunicações oficiais ou formais. Também é a primeira língua para uma minoria pequena de 
jamaicanos, tipicamente integrantes das classes mais altas. A maior parte dos falantes nativos do crioulo 
tem um domínio razoável do inglês padrão, tanto por meio da escolaridade quando pela exposição à 
cultura oficial e à mídia. Suas habilidades receptivas (sua compreensão do inglês padrão) costumam ser 
muito melhores que suas habilidades produtivas (suas tentativas de interagir no inglês padrão), pois 
mostram traços de intereferência do crioulo.
Segundo Hinrichs (2006), o patois escrito aparece principalmente na literatura, especialmente em 
poemas dialetais folclorísticos, em colunas de humor de jornais e, recentemente, em chats e sites de 
internet, frequentados por jovens jamaicanos que parecem ter uma atitude mais positiva em relação 
ao uso de sua língua do que seus pais. E dentro do patois, é possível perceber ainda algumas variações, 
de acordo com a sua proximidade da língua crioula. As variantes são divididas em basileto (considerado 
inferior), mesoleto (considerado intermediário) a acroleto (considerado superior). Veja a seguir exemplos 
dessas variações.
im ah wok oba deh suh (basileto)
im workin ova deh suh (baixo mesoleto)
4 Patois ou patwa. Termo francês que se refere às línguas regionais francesas, que incluem alguns idiomas crioulos. 
Na Jamaica, o termo se refere ao crioulo jamaicano, visto tradicionalmente pelos jamaicanos como inglês “quebrado” ou 
incorreto. Não há uma ortografia padronizada.
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Língua IngLesa no Mundo gLobaLIzado
(H)e (h)is workin’ over dere (alto mesoleto)
He is working over there (acroleto)
A consoante “r” em over não é pronunciada em nenhuma das variedades, enquanto em dere ou 
there, ela é.
Os jamaicanos escolhem entre as variedades disponíveis de acordo com a situação. Um falante que 
domina o crioulo optará por utilizar uma variedade mais elevada em ocasiões formais (encontro de 
negócios, discurso num casamento) e um menos elevado ao falar com seus amigos. Um falante que 
domina com mais segurança o padrão tem mais chance de utilizar uma variedade inferior ao fazer 
compras no mercado, e não em seu local de trabalho.
A alternância de código, nesse caso, também pode ser metafórica, ou seja, um falante mais 
familiarizado com uma variante próxima ao padrão alterna para uma variante inferior para propósitos 
cômicos ou como forma de expressar solidariedade.
Outras características bastante interessantes sobre o inglês jamaicano é a omissão ocasional dos 
artigos indefinidos a e an em situações como In __ couple of days; a omissão da terminação –d, –ed ou 
–ied nos verbos no passado, como em I work __ on that job for a few months; e a omissão da marca do 
plural nas palavras, como em My relative __, they were involve in this Community Association business. 
Nesse último exemplo, no entanto, além da ausência do plural, houve também a omissão da flexão do 
verbo no particípio passado (involved), característica já apontanda anteriormente (CARIBBEAN..., s.d.).
Diante dessas diversidades de englishes, cabe a nós, professores, questionarmos que tipo de ensino 
é o mais adequado no que concerne o ensino de língua inglesa como a língua da globalização. A 
nós, portanto, é reservada a tarefa de decidir como transmiti‑lo aos nossos alunos, no processo de 
ensino‑aprendizado, a fim de que o intercâmbio de ideias e culturas seja feito de uma maneira satisfatória, 
sem ter a intenção de privilegiar uma cultura e desmerecer ou desvalorizar outra.
Agora que temos os conceitos definidos sobre o que é globalização, língua franca, segunda língua e 
língua da globalização e entendemos também por que a língua inglesa, atualmente, está em destaque 
nas mais variadas sociedades ao redor do mundo, daremos início aos estudos que estão vinculados 
ao ensino de inglês na sala de aula, fazendo sempre, é claro, as conexões necessárias com o que foi 
estudado nesta unidade.
 Resumo
Nesta unidade, demos ênfase ao mundo globalizado, às suas 
interferências positivas e negativas sobre as pessoas e em todo o nosso 
planeta, citando alguns dos principais autores que estudam a fundo todo 
esse processo que, conforme percebemos, não é tão recente.
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Unidade I
Foi possível verificar como a língua inglesa tomou a frente no que se 
refere à comunicação entre as pessoas ao redor do mundo e sua importância 
nas nossas vidas. Tudo indica que chegou para ficar!
Tivemos contato com informações valiosas sobre as variedades dos 
englishes ao redor do mundo, o que nos faz refletir bastante sobre a questão 
do ensino da língua inglesa e o papel do professor hoje em dia no processo 
de ensino‑aprendizagem.
O inglês não é apenas falado por nativos, e muito menosapenas por 
americanos e britânicos, mas difundido como língua franca, segunda língua 
e língua da globalização ao redor do mundo. E tudo isso por razões também 
explicadas e fundamentadas em fatos que ocorreram ao longo da História.
Diante de todo esse panorama em que nos encontramos, o professor 
não deve, portanto, levar em conta apenas o desejo de se obter de seu 
aluno um sotaque perfeito ou um único padrão da língua (americano ou 
britânico), mas sim considerar todos eles, que se multiplicam e nos servem 
para troca de experiências incríveis e enriquecimento cultural.

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