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TRATAMENTO DA HEPATITE C – FARMACOLOGIA – MEDICINA – UFCSPA O principal objetivo do tratamento é a erradicação do vírus do corpo, e isso chamamos de resposta virológica sustentada (RVS), que é definida como o RNA do HCV indetectável de 12 a 24 semanas após o término da terapia (limite de detecção considerado é de 10 a 20 IU/mL). Dessa forma, a infecção crônica por HCV é sim curável, e deve ser feita não só para melhorar a qualidade de vida do paciente, mas também para prevenir futuras transmissões. O tratamento específico será baseado no genótipo do HCV naquele paciente. Outros critérios, como cirrose descompensada, e HIV positivo também influenciam no tipo de fármaco a ser utilizado. Abaixo estão listados os medicamentos usados no tratamento. -Os inibidores de NS3 atuam bloqueando a clivagem da poliproteína viral e formação do complexo de replicação! -Os ibibidores RNA dependentes (NS5A e NS5B) agem bloqueando a síntese da fita de RNA complementar ou a montagem de novas partículas virais! Deverão ser tratados, dessa forma, todos os pacientes com diagnóstico de infecção por HCV, seja na fase aguda ou crônica (e independentemente do nível de fibrose hepática). É importante ressaltar que o tratamento, a partir de 2015, mudou completamente de cara, durando muito menos tempo e causando poucos efeitos colaterais, em comparação ao que era antes. Nessa nova data, portanto, algumas alterações foram feitas: 1) Descontinuação do uso de boceprevir e telaprevir 2) Adição de sofosbuvir (inibidor da polimerase) 3) Adição de simeprevir (inibidor de protease) 4) Daclatasvir (inibidor de NS5A). Essas medicações atuam diretamente no vírus, interrompendo sua replicação. •Ribavirina (RBV): possui muitas ações imunomoduladores e antivirais (fosforilação intracelular). A biodistribuição oral é de 50%. O tempo de meia-vida é de 7-10 dias. O metabolismo é hepático e a excreção é renal (ajusta-se a dose em insuficiência renal). Como efeitos adversos, podemos considerar fadiga, tosse, rash, prurido, náusea, insônia, dispneia e anemia (dose dependente). Além disso, o fármaco é teratogênico e oncogênico – categoria X na gestação. Também eleva a forma trifosforilada da didanosina, gerando risco de toxicidade mitocondrial. O uso IV dessa droga funciona para tratamento de febre hemorrágica de influenza grave; o uso inalatório é utilizado em tratamento de viroses respiratórias (vírus sincicial). Por VO, então, esse medicamento, em combinação com antivirais de ação direta, dependendo o genótipo, é usado no tratamento da hepatite C. Pode ser usado em crianças acima de 5 anos. •Sofosbuvir (SOF): é ativo em todos os genótipos de HCV. É uma pró-droga que, quando ativa, inibe a polimerase NS5B viral. A biodistribuição é de 80% (aumenta com refeições gordurosas) e liga-se em 63% às proteínas plasmáticas (pp). A eliminação é renal (evitar uso em pacientes com doença renal em fase terminal ou comprometimento intenso da filtragem glomerular). É seguro na cirrose descompensada. A dose é única diariamente (usado em associação com outros antivirais de ação direta (DAA’s). Não é aprovado para crianças e falta dados em relação à gestação. •Simeprevir (SIM): tratamento para genótipos 1 ou 4 com alta resposta, se combinado com sofosbuvir (97% se o paciente não for cirrótico). É inibidor específico da protease NS3 do HCV, que impede a formação do RNA viral. O metabolismo se dá por CYP3A4 e a eliminação é biliar. A dose utilizada é de 150mg 1x ao dia (com alimento). Tem biodistribuição de 62% e liga-se em 99% às pp. O tempo de meia- vida é de 41 horas. Deve ser evitado, no entanto, em doenças hepáticas descompensadas. Interage com todos fármacos que são metabolizados pela CYP. Reações adversas comuns são: cefaleia, fadiga e náuseas. Outros efeitos não tão comuns seriam fotossensibilidade, rash, prurido e aumento de bilirrubinas. É categoria C na gestação e falta dados sobre aplicação em crianças. •Daclatasvir (DCV): tratamento em combinação com sofosbuvir para genótipo 3; tratamento em coinfecção com HIV; e tratamento dos pacientes com doença hepática avançada. É um inibidor da NS5A (interrompe a replicação viral). É metabolizado pela CYP3A4 e tem excreção fecal. A dose única diária é de 60mg. Tem biodistribuição de 67% com 99% de ligação às pp e tempo de meia-vida de 12-15 horas. Gera RVS em 90% dos pacientes (menores taxas em cirróticos). Como efeitos adversos inclui-se cefaleia e fadiga. Sem estudos em gestantes ou crianças. •Ledipasvir: tratamento em combinação com sofosbuvir para genótipo 1, 4, 5 e 6; além de coinfecção com HIV e pacientes com cirrose descompensada. Também é inibidor de NS5A, com metabolismo hepático (CYP3A4) e excreção fecal (70%). A dose única diária é de 90 mg, sendo que liga-se quase 100% às pp. O tempo de meia vida é de 47 horas. A RVS é elevada nas administrações. Na cirrose descompensada, no entanto, a ribavirina deve ser adicionada ao tratamento. Reações adversas incluem cefaleia e fadiga. •Elbasvir / Grazoprevir: tratamento de genótipos 1 e 4, coinfecção com HIV e pacientes comprometidos renais. O metabolismo é hepático (CYP3A4) por isso a excreção renal é desprezível. Também possuem RVS nas indicações. Efeitos adversos são náuseas e fadiga.
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